Como anos de falhas israelenses sobre o Hamas levaram a um ataque
devastador?
Os representantes da Agência de Segurança de Israel
(ASI) tentaram alertar durante meses antes da escalada do conflito
palestino-israelense o premiê Benjamin Netanyahu que a instabilidade política
causada por suas políticas internas estava enfraquecendo a segurança de Israel,
escreve o jornal The New York Times.
Assim, ️as forças de segurança israelenses vêm tentando há
vários meses alertar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que as convulsões
políticas devidas às suas políticas internas estão enfraquecendo a segurança do
país e reforçando os inimigos de Israel, mas ele continuou a mantê-las.
A publicação observa que no dia da aprovação da
reforma judicial de 24 de julho, que provocou protestos em massa, dois generais
israelenses se dirigiram ao Legislativo para transmitir alertas urgentes sobre
a condição militar do país.
Por exemplo, Aharon Haliva, o chefe da Direção de
Inteligência Militar das Forças de Defesa de Israel, apresentou relatórios
secretos detalhando que distúrbios internos encorajam os inimigos de Israel e
enfraquecem as defesas do país.
Relata-se que só dois deputados vieram para ouvir o
briefing, Netanyahu, por sua vez, recusou se reunir com o chefe do Estado-Maior
das Forças Armadas, general Herzi Halevi, que também tentou transmitir esses
avisos ao primeiro-ministro.
Ao mesmo tempo, o jornal aponta que as autoridades
oficiais não avaliaram corretamente a ameaça representada pelo Hamas há anos,
especialmente na preparação para o ataque.
A inteligência militar acreditava desde maio de
2021 que o Hamas não estava interessado em um ataque desde Gaza que poderia
desencadear uma resposta israelense devastadora.
O site do Hamas, segundo os serviços de
inteligência, estava tentando incitar à violência contra israelenses na
Cisjordânia.
Além disso, Israel acreditava que o Irã e o
Hezbollah representavam uma ameaça mais séria. Isso desviou a atenção e os
recursos da luta contra o Hamas.
No geral, a arrogância dos políticos e funcionários
de segurança israelenses os convenceu de que a superioridade militar e
tecnológica do país sobre o Hamas manteria o grupo sob controle, conclui a
publicação.
·
Netanyahu está 'em maus lençóis' e não conseguirá
se manter no poder após ataque de Hamas, diz mídia
O partido Likud do premiê israelense, Benjamin
Netanyahu, acredita que ele está lutando por sua sobrevivência política e não
conseguirá se manter no poder no contexto da exacerbação do conflito
palestino-israelense, avança The Wall Street Journal com referência a
representantes do partido.
Netanyahu está na política há mais de 35 anos.
Segundo observa o artigo, durante esse tempo ele criou a imagem de um
"falcão da guerra" – que diante uma situação tensa opta por uma
retórica mais agressiva – pronto para se opor tanto à Palestina quanto ao Irã.
Ao mesmo tempo o jornal acrescenta que o ataque do movimento palestino Hamas em
7 de outubro destruiu essa imagem, porque em Israel chamam esse ataque de pior
fracasso no campo da segurança e inteligência em 75 anos.
De acordo com um membro sênior do partido Likud, a
escalada do conflito para Netanyahu significa "fim do jogo".
"Você encontrará muito poucas pessoas que pensam o contrário", disse
ele ao jornal.
Outro membro sênior do partido Likud disse ao WSJ
que o destino de Netanyahu depende do desenvolvimento do conflito em Gaza, mas
é improvável que ele permaneça como líder do partido e primeiro-ministro de
Israel. Destaca-se que, mesmo se Israel vencer o conflito, isso pode não salvar
a carreira política de Netanyahu.
Anteriormente, Netanyahu havia postado na rede
social X (antigo Twitter) uma mensagem alegando que ele não havia sido avisado
sobre as intenções militares do movimento palestino Hamas antes do ataque em 7
de outubro. Depois disso, o premiê foi fortemente criticado. O líder da oposição
israelense, Yair Lapid, disse que Netanyahu "cruzou a linha vermelha"
acusando o Exército e os serviços de segurança do país de fracasso. Netanyahu
apagou a mensagem e pediu desculpas.
ONU
não consegue trabalhar bem, porque 'EUA a fizeram refém', diz porta-voz do Irã
Os Estados Unidos fizeram o Conselho de Segurança
das Nações Unidas "refém" e estão impedindo-o de cumprir
"adequadamente" suas obrigações de manutenção de paz, inclusive no
Oriente Médio, disse nesta segunda-feira (30) o porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani.
"As assembleias internacionais, incluindo a
ONU [Organização das Nações Unidas], especialmente seu Conselho de Segurança,
demonstraram que, em tempo de crise, não foram bem-sucedidas no cumprimento de
sua função principal, sua responsabilidade e missão essenciais de acabar ou
prevenir crises", explicou o porta-voz da chancelaria do Irã.
"Um número significativo de países poderosos,
especialmente […] os Estados Unidos, fizeram o CSNU 'refém', impediram que ele
cumprisse adequadamente sua responsabilidade principal — manutenção da paz e
segurança internacional", destacou Nasser Kanaani.
"Se a ONU tivesse desempenhado eficientemente,
não tínhamos testemunhado anos de crise na Palestina e na região", resumiu
Kanaani.
Na manhã de 7 de outubro, Israel sofreu um ataque
com foguetes em escala sem precedentes a partir da Faixa de Gaza, perpetrado
pelo braço militar do movimento palestino Hamas. Depois disso, combatentes do
grupo entraram nas zonas fronteiriças no sul de Israel.
Por conta disso, Israel entrou em estado de guerra
e os ataques aéreos foram iniciados. Em poucos dias, os militares assumiram o
controle de todas as áreas povoadas perto da fronteira com Gaza e realizaram
bombardeios contra alvos, incluindo civis.
Ø Israel alterou seus planos de invadir Gaza por 'sugestões' dos Estados
Unidos
A decisão de Israel de adiar uma grande ofensiva
terrestre em Gaza após os ataques do Hamas em 7 de outubro coincide com
"sugestões" feitas pelo secretário de Defesa dos Estados Unidos
(EUA), Lloyd Austin, nos últimos dias, disseram funcionários do Pentágono ao
jornal The New York Times.
A reportagem publicada neste domingo (29) informa
que os planos iniciais de invasão por parte de Tel Aviv alarmaram os
funcionários dos Estados Unidos, que expressaram preocupação com o plano devido
à falta de "objetivos militares alcançáveis".
Segundo o jornal, Austin falou por telefone com seu
homólogo israelense, Yoav Gallant, sobre a necessidade de "analisar
cuidadosamente a forma" como as forças israelenses poderiam conduzir uma
invasão terrestre em Gaza, onde o grupo palestino Hamas mantém uma intrincada
rede de túneis sob uma das áreas mais densamente povoadas.
A reportagem afirma que os israelenses aprimoraram
o plano de invasão por terra após acordo com Austin e outros funcionários dos
EUA.
O impacto nas negociações de reféns e o fato de que
líderes políticos e militares israelenses estavam divididos sobre a invasão do
território palestino também pesaram na decisão de adiar qualquer entrada no
território por ora, de acordo com o jornal.
Neste domingo, Tel Aviv informou que 239 pessoas
estão em cativeiro pelo Hamas, após serem feitas reféns no ataque de 7 de
outubro. O grupo pretende trocar essas pessoas por prisioneiros palestinos.
Funcionários e ex-funcionários do Pentágono, bem
como ex-comandantes americanos que lideraram operações militares urbanas,
informaram ao jornal estadunidense que Israel parecia estar conduzindo uma
operação em fases, com unidades de reconhecimento menores avançando em direção
a Gaza, para localizar combatentes do Hamas e identificar seus pontos
vulneráveis.
As fontes da matéria comentaram sobre a dificuldade
de prever qual será a ação final de Israel, já que a intensificação dos ataques
aéreos e a ampliação das incursões terrestres nos últimos três dias indicavam
uma postura agressiva.
Ontem (28), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin
Netanyahu, anunciou que as forças israelenses haviam entrado na Faixa de Gaza
para iniciar a segunda fase da guerra.
• Cinco
mil militares dos EUA participam da operação terrestre de Israel na Faixa de
Gaza, diz mídia
A agência iraniana Tasnim afirmou que milhares de
militares norte-americanos estão ajudando as forças israelenses na sua atual
operação militar.
Cerca de 5.000 militares americanos estiveram
envolvidos na operação terrestre que o Exército de Israel lançou na Faixa de
Gaza na noite de sexta-feira (27), disse no sábado (28) a agência iraniana
Tasnim.
Segundo suas fontes, o ataque terrestre contra a
Faixa de Gaza envolveu três divisões e várias brigadas.
Em 16 de outubro a Tasnim escreveu que comandantes
dos EUA estavam participando do conflito Israel-Hamas do lado de Tel Aviv
devido ao "colapso mental e psicológico" que muitos de seus homólogos
israelenses sofreram em resultado do conflito.
Na manhã de 7 de outubro, Israel sofreu um ataque
com foguetes em uma escala sem precedentes a partir da Faixa de Gaza, anunciada
pelo braço militar do movimento palestino Hamas. Depois disso, combatentes da
organização entraram nas zonas fronteiriças no sul de Israel, com Tel Aviv
relatando mais de 1.000 mortos devido ao ataque e mais de 200 reféns.
Em resultado, Israel entrou em estado de guerra. Em
poucos dias, os militares israelenses assumiram o controle de todas as áreas
povoadas perto da fronteira com Gaza, com a realização de bombardeios contra
alvos no enclave, incluindo civis. O Hamas diz que quase 8.000 pessoas foram
mortas na Faixa de Gaza devido a esses ataques, e que o lado israelense tomou
reféns.
Rússia
condena ataques dos EUA à Síria, considerando essas ações 'violação da lei
internacional'
O recente ataque dos EUA ao território da Síria
viola a soberania síria e a lei internacional e ameaça criar uma escalada na
região, disse o embaixador russo na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasily
Nebenzya, em uma reunião do Conselho de Segurança. "Essas ações ilegítimas
de Washington não são nada mais que uma violação grosseira da soberania da Síria
e do direito internacional", afirmou Vasily Nebenzya.
Em meio à escalada acentuada do conflito
israelo-palestino, essas demonstrações de força "têm consequências
extremamente perigosas, pois podem provocar uma escalada armada em toda a
região", resumiu o embaixador russo na ONU.
Em 26 de outubro, os Estados Unidos realizaram
ataques aéreos em dois locais na Síria que eram usados pelo Corpo de Guardiões
da Revolução Islâmica e por grupos pró-iranianos.
O chefe do Pentágono Lloyd Austin afirmou que se
tratou de uma resposta aos ataques contra bases americanas no Iraque e na
Síria, que começaram em 17 de outubro, e deixaram um empreiteiro do Pentágono
morto e outros 21 levemente feridos.
Segundo a Reuters, citando fontes do Pentágono, os
alvos dos ataques, realizados por caças F-16, eram armazéns com armas e
munições. Os ataques, segundo Austin, não estão relacionados com o conflito
palestino-israelense e não significam uma mudança na política de Washington.
Austin disse que a ordem de Biden demonstra que os
EUA não tolerarão tais ataques e defenderão a si mesmos e aos seus interesses.
"Os Estados Unidos não procuram conflito e não
pretendem envolver-se em novas hostilidades, mas estes ataques apoiados pelo
Irã devem parar", disse ele.
Ø 'Missão impossível': tropas de Israel ficarão cercadas e sem vantagem
em Gaza, diz analista
A estratégia israelense de "varrer" a
Faixa de Gaza é considerada uma "missão impossível", uma vez que a
história sugere que um ataque como o planejado pelo governo israelense será
extremamente difícil de ser realizado.
De acordo com Scott Ritter, ex-oficial de
inteligência dos Estados Unidos, mais de 500 quilômetros de túneis escavados em
360 quilômetros quadrados ao longo da Faixa de Gaza, foram projetados para
servir como corredores de transporte, centros de comando, depósitos de
fornecimento, dormitórios e hospitais, bem como posições defensivas e centro de
apoio de ações ofensivas.
Ritter também ressaltou que uma operação militar
contra alvos desse tipo nunca foi realizada, e que não será nada fácil
exterminar o Hamas em Gaza.
De acordo com o especialista, Israel treinou um
pequeno número de suas forças especiais de elite para realizar operações
subterrâneas, um tipo de operação que exige muita experiência e cautela, e que
terá de ser passada às forças convencionais com rapidez.
"Tentar simplesmente navegar pelas ruas com
entulhos empilhados de Gaza será uma tarefa quase impossível para as tropas
israelenses. O deslocamento será lento, e a infantaria militar terá de operar
desmontada, expondo-se aos atiradores de elite e às emboscadas. Os veículos
israelenses estarão cercados e impedidos de realizarem manobras, estando
vulneráveis a minas, dispositivos explosivos improvisados e equipamentos
antitanque. Nessas circunstâncias, o apoio aéreo será muito difícil,
neutralizando qualquer vantagem de Israel", destacou.
Na manhã de 7 de outubro, Israel sofreu um ataque
com foguetes em escala sem precedentes a partir da Faixa de Gaza, perpetrado
pelo braço militar do movimento palestino Hamas. Depois disso, combatentes do
grupo entraram nas zonas fronteiriças no sul de Israel.
Por conta disso, Israel entrou em estado de guerra
e os ataques aéreos foram iniciados. Em poucos dias, os militares assumiram o
controle de todas as áreas povoadas perto da fronteira com Gaza e realizaram
bombardeios contra alvos, incluindo civis.
Ø Sem recursos e proteção, bases dos EUA ficam vulneráveis no Oriente
Médio, diz ex-Pentágono
O ex-funcionário do Pentágono, Stephen Bryen,
afirma que as bases dos EUA no Oriente Médio não têm capacidades de defesa
antiaérea suficientes e efetivas, sendo vulneráveis e com proteção limitada.
"Os EUA não forneceram armas eficazes para
proteger suas bases", afirmou o analista em seu artigo publicado pela
Weapons & Strategy.
Ele também assegura que, por muitos anos, expôs
publicamente seu descontentamento com a vulnerabilidade das bases americanas no
Iraque e na Síria, que não possuem defesas aéreas adequadas.
"As bases americanas contam com uma proteção
muito limitada, agravada pelo fato de que os EUA não lutam contra aqueles que
disparam contra nosso pessoal", enfatizou.
O sistema de proteção utilizado, o C-RAM, apresenta
limitações na detecção de ameaças noturnas, como os drones iranianos, ressalta.
O analista também criticou a falta de interesse da
administração Biden em proteger as tropas e observou que os fornecimentos de
equipamentos militares a Israel deixam o Pentágono sem recursos para proteger
suas bases na região.
Com isso, há o temor de que grupos armados
aproveitem a instabilidade na região para atacar as bases norte-americanas.
·
Jordânia pediu aos EUA que destacassem sistemas
Patriot no país, diz mídia
Segundo a Reuters, Amã quer um sistema de defesa
antiaérea em meio aos distúrbios vindos da guerra entre Israel e a Faixa de
Gaza.
A Jordânia pediu aos EUA que implantassem sistemas
de defesa antiaérea Patriot para reforçar a defesa de sua fronteira em um
momento de tensões e conflitos regionais intensos, disse no domingo (29) o
porta-voz do Exército do país árabe.
"Pedimos ao lado americano para ajudar a
reforçar nosso sistema de defesa com os sistemas de mísseis de defesa aérea
Patriot", disse o general de brigada Mustafa Hiyari, porta-voz do Exército
da Jordânia, citado no domingo (29) pela agência britânica Reuters.
Hiyari negou os relatos da mídia social de que o
Pentágono estava usando bases jordanianas para transportar alguns dos
equipamentos e armas de seus depósitos para Israel para reforçar suas defesas
na guerra em Gaza.
Os mísseis Patriot dos EUA foram instalados na
Jordânia em 2013, após uma revolta no norte da vizinha Síria, onde o reino
temia que uma guerra civil pudesse se alastrar e desencadear um conflito
regional.
O Pentágono utilizou instalações militares
jordanianas nos últimos meses, em meio ao fortalecimento da postura militar de
Washington na região, de acordo com diplomatas ocidentais.
Segundo a Reuters, a Jordânia está cada vez mais
nervosa com a possibilidade de que o bombardeio de Gaza por Israel, seguido
pelo violento ataque do Hamas em 7 de outubro, possa provocar uma conflagração
mais ampla, segundo autoridades.
Fonte: Sputnik Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário