Alzheimer: o que fazer hoje para evitar a doença amanhã
A doença de Alzheimer, a
forma mais comum de demência. É uma doença progressiva que envolve partes do
cérebro que controlam o pensamento, a memória e a linguagem. Ela começa com uma
leve perda de memória e, muitas vezes, leva à perda da
capacidade de conversar e realizar atividades do dia a dia.
Os cientistas ainda não
entendem completamente o que causa a doença de Alzheimer. Provavelmente
não existe uma causa única, mas vários fatores que podem afetar cada pessoa de
maneira diferente.
O que se sabe, no
entanto, é que hábitos saudáveis podem ajudar a prevenir o
Alzheimer ou retardar sua progressão. Abaixo as orientações
de um médico inglês especialista na doença.
·
Exercícios físicos
De acordo com o diretor
médico de ensaios clínicos no Centro de Pesquisa e Tratamento de Alzheimer
do Brigham and Women’s Hospital, Gad Marshall, “a evidência mais convincente
é que o exercício físico ajuda a prevenir o desenvolvimento da doença de
Alzheimer ou retardar a progressão em pessoas que apresentam sintomas”.
A recomendação, segundo
ele, é de 30 minutos de exercícios aeróbicos moderadamente vigorosos, três a
quatro dias por semana.
·
Dieta mediterrânea
A dieta meditrrânea, de
acordo com Marshall é muito importante para impedir a doença de Alzheimer ou
retardar sua progressão. “Um estudo recente mostrou que mesmo a adesão parcial
a essa dieta é melhor do que nada, o que é relevante para pessoas que podem
achar difícil aderir totalmente a uma nova dieta”. diz.
Esse tipo de dieta inclui
frutas e legumes frescos; grãos integrais; azeite; nozes; leguminosas; peixe;
quantidades moderadas de aves, ovos e laticínios; quantidades moderadas de
vinho tinto; e carne vermelha apenas com moderação.
·
Descanso suficiente
Garantir as oito horas de
sono também entra no pacote de hábitos saudáveis para prevenir o Alzheimer.
“Evidências crescentes sugerem que a melhora do sono pode ajudar a prevenir a
doença de Alzheimer e está ligada a uma maior depuração de amilóide do
cérebro”, diz Marshall.
Ø Estudo descobre como frear a perda de memória
No estudo, mais de 3.500
adultos saudáveis com cerca de 71 anos tomaram um suplemento de flavonoides de 500 mg ou um placebo por três anos.
Eles passaram por testes
de memória naquela época e completaram pesquisas de dieta.
·
Resultados dos testes sobre
perda de memória
Os pesquisadores disseram
que a pontuação de memória melhorou ligeiramente para aqueles que tomaram
flavonoides – mas, nesse grupo, as pessoas com dieta pobre e baixo uso de
flavonoides no início tiveram melhorias maiores.
Esse subconjunto viu as
pontuações aumentarem em média 10,5% em comparação com o grupo do placebo e 16%
acima da memória inicial.
Os cientistas disseram
que os flavonoides não têm efeito em pessoas que não têm deficiência deles –
mas, para pessoas que têm baixa ingestão do composto, consumir alimentos ricos
em flavonoides pode melhorar a função da memória.
Os resultados, segundo o
autores do estudo, sugerem que há uma quantidade ideal de flavonoides na dieta
que é de cerca de 500 mg por dia. Isso seria o equivalente, por exemplo, a uma
caneca de chá de cacau, seis quadradinhos de chocolate amargo, algumas porções
de frutas vermelhas e maçãs.
Ø Pesquisas apontam Viagra como potencial redutor dos riscos de Alzheimer
O popularmente conhecido
“azulzinho”, o Viagra, muito utilizado no tratamento de disfunção erétil, parece
trazer outro benefício significativo: a redução dos riscos de desenvolver
Alzheimer.
Foi em Nova York, no renomado Centro Médico Monte Sinai, que
pesquisadores descobriram esta nova potencialidade do medicamento.
Segundo os cientistas, o
componente atuante no Viagra, o sildenafila, possui a habilidade de bloquear
uma proteína presente no cérebro dos portadores de Alzheimer, conhecida como
PDE5.
·
Viagra pode reduzir em 60% o
risco de Alzheimer, diz pesquisa
A pesquisa envolveu um
universo de mais de 27 mil pessoas, todas acima de 65 anos. O grupo foi
dividido em dois. Metade dos participantes recebeu prescrição do medicamento,
enquanto a outra metade não fez uso do fármaco.
A análise revelou que
aqueles que fizeram uso do Viagra exibiram uma supressão da proteína PDE5, que
tem sua presença aumentada nos cérebros dos portadores da doença pneumológica.
·
Viagra reduz em 60% o risco
de Alzheimer?
Segundo o autor principal
do estudo, Xingyue Huo, o sildenafil se mostrou poderosamente ligado a uma
diminuição de risco de desenvolver a doença de Alzheimer.
A redução é da ordem de
60% em relação ao grupo que não fez uso do medicamento. Além disso, o famoso
“azulzinho” tem a capacidade de aumentar o suprimento sanguíneo, o que pode
melhorar a saúde cerebral e tratar potencialmente a demência.
·
Qual a dimensão do Alzheimer
no Brasil?
Brasil aguarda a
publicação do 1º Relatório Nacional de Demências, encomendado pelo Ministério
da Saúde, até o fim de 2023. Estimativas iniciais apontam que o número de
pessoas com a doença pode estar por volta de 2,4 milhões.
Contudo, os pesquisadores
acreditam que o número de casos não diagnosticados pode variar entre 75% a 95%
do total. A doença é caracterizada pela perda progressiva de memória, dentre
outros sintomas.
Os resultados da pesquisa
sobre o Viagra e suas implicações no tratamento do Alzheimer são promissores,
apresentando uma nova esperança nos esforços para combater uma das doenças mais
devastadoras da atualidade.
No entanto, mais estudos
são necessários para confirmar essas descobertas e entender melhor como o
sildenafil pode ser usado efetivamente na prevenção e tratamento do Alzheimer.
Fonte: Catraca Livre
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