domingo, 24 de setembro de 2023

Viagem aos EUA virou decepção para Zelensky e muitos objetivos não foram alcançados

A viagem aos EUA virou uma decepção para o presidente ucraniano Vladimir Zelensky, e seus discursos foram como se tivessem sido baseados em uma realidade alternativa, declarou à Sputnik Earl Rasmussen, tenente-coronel aposentado do Exército dos EUA e consultor internacional.

"À viagem de Zelensky faltou a pompa e hospitalidade que eram claramente esperadas. Muitos objetivos não foram alcançados: a tentativa de isolar a Rússia no Conselho de Segurança da ONU, [obter] maior apoio internacional, o recebimento no Congresso e a transferência de sistemas de longo alcance", disse Rasmussen em entrevista.

De acordo com ele, a visita de Zelensky não se tornou um acontecimento nos EUA. O especialista apontou para o artigo crítico do The New York Times, que foi publicado exatamente durante a viagem de Zelensky, o que não parece ser uma coincidência.

"O salão da ONU estava meio cheio na melhor das hipóteses durante o seu discurso, que parecia ser baseado em uma realidade alternativa", notou o tenente-coronel.

"Sim, ele recebeu um financiamento relativamente baixo e palavras de apoio do presidente Joe Biden e secretário de Estado Antony Blinken, mas, em geral, suas aventuras nos EUA podem ser avaliadas como contendo não entusiasmo, mas uma certa decepção", explicou Rasmussen.

Ele ressaltou que os EUA devem determinar se eles procuram acabar com o conflito ou sua escalada, aumentando também a probabilidade do seu envolvimento.

"É difícil entender como eles não notaram a mudança do vento. O apoio internacional, especialmente do Sul Global, não está do lado da Ucrânia, o apoio na Europa parece estar enfraquecendo, e o Congresso se cansou rapidamente de fornecer cheques ilimitados", concluiu Rasmussen.

<><> Zelensky fracassa em atingir metas durante sua visita aos EUA

O presidente ucraniano viajou para os EUA em meio à contraofensiva fracassada de Kiev, que já ceifou mais de 71 mil militares ucranianos.

A visita do líder ucraniano Vladimir Zelensky aos EUA, que ocorreu nesta semana, provou ser um fracasso e não um sucesso. Sputnik analisa o assunto.

Investigação do ataque de mísseis em Konstantinovka

A visita teve um início conturbado depois que The New York Times publicou os resultados de sua própria investigação sobre o ataque de mísseis de 6 de setembro em Konstantinovka, na República Popular de Donetsk, onde morreram 15 civis. Kiev culpou Moscou pelo ataque, no entanto, o jornal aponta que o lado ucraniano era o culpado.

"Evidências, […] incluindo fragmentos de mísseis, imagens de satélite, relatos de testemunhas e postagens na mídia social, sugerem fortemente que o ataque catastrófico foi o resultado de um míssil de defesa antiaérea ucraniana errante disparado por um sistema de lançamento Buk", escreveu o jornal.

·         Sem ATACMS de longo alcance

Outro meio de comunicação dos EUA Axios relatou sobre a "recepção gelada de Zelensky em Washington D.C.", se referindo a seis senadores republicanos e 22 membros da Câmara dos Representantes, que se opuseram ao pedido do presidente Joe Biden para fornecer US$ 24 bilhões em financiamento adicional para a Ucrânia.

Como resultado, Biden anunciou a entrega de um pacote de assistência militar de US$ 325 milhões para Kiev. Notavelmente, a administração Biden optou por não fornecer à Ucrânia os mísseis ATACMS de longo alcance que permitiriam a Kiev lançar ataques bem na retaguarda das linhas russas.

·         Pedido de Zelensky para discursar no Congresso é negado

O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, por sua vez, negou o pedido de Zelensky para discursar em uma reunião conjunta do Congresso, dizendo aos repórteres que os congressistas "simplesmente não tinham tempo".

Em 19 de setembro, o presidente ucraniano discursou em uma sessão da Assembleia Geral da ONU em Nova York. Os canais de televisão dos EUA mostraram muitos assentos vazios nas instalações onde Zelensky fez o discurso. Entretanto, as emissoras ucranianas tiveram que editar as imagens de modo a criar uma ilusão da presença de muita gente, onde se podia ver o próprio Zelensky entre os presentes.

A Ucrânia lançou a sua chamada contraofensiva no início de junho. Três meses depois, o presidente russo, Vladimir Putin, informou que a contraofensiva ucraniana falhou, com a Ucrânia sofrendo 71 mil baixas. Vários analistas ocidentais também admitiram que a contraofensiva ucraniana não obteve sucesso em nenhuma das frentes.

<><> Chefe de inteligência ucraniano admite que tanques americanos Abrams 'não viverão muito' na frente

Os tanques Abrams, que são esperados em Kiev, não durarão muito tempo na frente, e os mísseis de longo alcance ATACMS, em caso de sua entrega pelos EUA, "não mudarão a situação" na frente, admitiu o chefe da inteligência militar ucraniana, Kirill Budanov, em entrevista ao portal War Zone.

Kiev lançou uma contraofensiva em 4 de junho nas regiões a sul de Donetsk, Artyomovsk e Zaporozhie, lançando na batalha brigadas treinadas pela Aliança Atlântica e armadas com equipamentos estrangeiros.

"Eles [tanques Abrams] devem ser usados para operações muito específicas e bem preparadas, porque se forem usados na linha de frente e simplesmente em combates de armas combinadas, eles não viverão muito tempo no campo de batalha", disse Budanov.

Ao mesmo tempo, o chefe da inteligência ucraniana indicou que os mísseis de longo alcance ATACMS esperados pelo comando ucraniano também não vão "mudar a situação" na frente.

Em sua opinião, Washington deve fornecer "pelo menos centenas" dessas armas para alcançar um efeito positivo para Kiev.

Budanov admitiu também as vantagens óbvias do Exército russo, observando que a luta contra a aviação russa com ajuda de sistemas de defesa antiaérea "é muito dispendiosa e ineficaz".

А contraofensiva das Forças Armadas da Ucrânia não está apenas estagnada, mas falhou, notou o presidente russo Vladimir Putin. A Ucrânia perdeu 71.500 militares em suas tentativas de "alcançar resultados a qualquer custo" — como se "esse não fosse o seu povo", de acordo com Putin.

Entre as 18.000 peças de equipamento destruídas há tanques Leopard de produção alemã, tanques AMX franceses, pelo menos dois Challenger 2 de produção britânica e veículos de combate de infantaria Bradley americanos. Apenas tanques foram eliminados 543 — eles deveriam ser a principal força de ataque das Forças Armadas ucranianas, mas, como observou o presidente russo, agora estão "queimando lindamente".

<><> Ex-agente da CIA: próximo inverno deve forçar ucranianos a abandonar cidades por falta de água e luz

Em entrevista, Larry Johnson diz que o inverno será uma fase decisiva e afirma que o conflito terminará por exaustão da Ucrânia.

A Ucrânia enfrentará um inverno frio, sem aquecimento ou eletricidade, o que forçará os ucranianos a deixarem suas cidades. A declaração foi dada pelo ex-analista da CIA Larry Johnson, em entrevista ao canal do YouTube Through the Eyes of.

"Sem calor e eletricidade, [os ucranianos] serão forçados a abandonar grandes cidades como Kiev e Lvov", destacou o especialista.

O ex-agente da CIA observou que o próximo inverno será difícil para a Ucrânia: não haverá mais reservas para substituir os soldados mortos das Forças Armadas e as grandes cidades perderão calor e eletricidade.

Ele argumenta que o conflito terminará por exaustão da Ucrânia, uma vez que o país simplesmente não será capaz de continuar a lutar. "O inverno será uma fase decisiva", disse Johnson.

Anteriormente, o Wall Street Journal informou que as chuvas seguidas de nevascas impediriam o Exército ucraniano de romper as linhas de defesa dos militares russos.

As tropas ucranianas conduzem uma contraofensiva na região de Artyomovsk (Bakhmut, em ucraniano) e Zaporozhie há quatro meses, lançando para a frente de batalha tropas treinadas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), munidas com armas ocidentais.

Porém, os resultados têm sido inexpressivos, conforme reconheceu um artigo publicado na revista The Economist, que afirmou que a estratégia ocidental para a Ucrânia falhou.

Anteriormente, o presidente russo, Vladimir Putin, alertou que a contraofensiva ucraniana foi um fracasso, e chamou atenção para as perdas registradas pela Ucrânia, que já chega a 71 mil desde o início do conflito.

 

Ø  Congressista: Joe Biden falhou em sua estratégia ucraniana colocando Washington em beco sem saída

 

A era dos cheques em branco dos EUA para a Ucrânia acabou, disse à Fox News Mike Waltz, membro da Câmara dos Representantes pelo estado da Flórida.

De acordo com o congressista republicano que anteriormente apoiou os fundos militares para Kiev, o chefe da Casa Branca "falhou" em sua estratégia ucraniana, "levando" Washington para um beco sem saída e recusando-se a fornecer ao Congresso e ao "povo americano" um plano concreto sobre "quanto tempo estaremos envolvidos em tudo isso" e "quais são os nossos interesses".

Waltz reclamou que o presidente Joe Biden está exigindo que os americanos "esvaziem os bolsos" para a Ucrânia, enquanto não está exigindo isso dos europeus. Ele também expressou indignação por a Alemanha ter rejeitado a demanda da OTAN para aumentar os gastos militares para 2% do PIB.

Os EUA não controlam a situação em sua própria fronteira, os americanos veem nos postos de gasolina a influência da inflação "descontrolada", mas "Biden quer que seja o povo americano a carregar o fardo, e não os europeus nem a comunidade internacional", disse ele.

Anteriormente, o líder ucraniano Vladimir Zelensky, que esperava durante a visita aos EUA receber promessas de assistência no valor de US$ 24 bilhões (R$ 118,3 bilhões), acabou recebendo 70 vezes menos: pacotes de ajuda militar no total de US$ 325 milhões (R$ 1,6 bilhão).

 

Ø  EUA exigem à Polônia para explicar a retirada do apoio à Ucrânia, diz mídia

 

Os Estados Unidos solicitaram esclarecimentos à Polônia sobre a retirada do apoio à Ucrânia, relatou a agência Bloomberg com referência a um representante de alto nível do Pentágono, que desejou permanecer anônimo.

Como observou o interlocutor da agência, as divergências entre Kiev e Varsóvia ainda não levaram a "rachaduras na união que apoia a Ucrânia". No entanto, segundo ele, a posição específica da Polônia em apoio à Ucrânia permanece incerta.

A Bloomberg também cita um diplomata europeu não nomeado que contou como funcionários poloneses garantiram a seus colegas estrangeiros que seu país continuará o apoio militar à Ucrânia, mas em "volumes menores".

Além disso, ele observou que a cessação completa do apoio militar de Varsóvia poderia "minar a unidade da OTAN".

As relações entre Polônia e Ucrânia vêm se deteriorando nas últimas semanas. A rusga teve início quando a Polônia decidiu descumprir a decisão da Comissão Europeia de suspender o embargo aos grãos ucranianos.

Os governos de Polônia, Hungria e Eslováquia afirmaram que não vão cumprir a decisão, como forma de proteger a agricultura de seus países, afetados pela crise gerada pela entrada em massa de grãos ucranianos.

Dias depois, Mateusz Morawiecki anunciou que a Polônia suspenderia o envio de armas à Ucrânia, para priorizar o aparato bélico de seu país.

A situação piorou após Zelensky criticar a decisão da Polônia em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, quando afirmou que o apoio de seus aliados do leste não passava de um "teatro político".

Em resposta, o presidente da Polônia, Andrzej Duda, em entrevista a jornalistas em frente à sede da ONU, em Nova York, comparou a Ucrânia a um homem que se afoga, tenta se agarrar a tudo e ameaça afogar aqueles que tentam ajudá-lo.

Para alguns analistas, as rusgas com a Polônia, antes uma ferrenha aliada da Ucrânia, são um sinal de que o regime de Kiev começa a perder apoio no Ocidente.

 

Ø  Ajuda militar do Ocidente à Ucrânia deve diminuir no ano que vem, aponta imprensa inglesa

 

Artigo da revista The Economist destaca que a Rússia vem suplantando o Ocidente na capacidade de produção de armas, e aliados de Kiev começam a repensar a ajuda ao regime.

O envio de armas do Ocidente à Ucrânia deve diminuir no ano que vem, por falta de capacidade de produção e, também, por falta de boa vontade por parte de alguns aliados de Kiev em seguir apoiando um conflito sem perspectiva de vitória.

É o que afirma um artigo publicado nesta sexta-feira (22), na revista britânica The Economist.

O texto destaca que o Ocidente não vem conseguindo acompanhar a capacidade da indústria de produção de armas da Rússia.

Citando especialistas em economia russa, a publicação afirma que "a indústria de defesa da Rússia entrou em modo de guerra no último trimestre de 2022".

"As autoridades britânicas dizem que a Rússia pode, agora, produzir cerca de 200 tanques por ano, o dobro do que supunham anteriormente", diz o texto, acrescentando que "as sanções ocidentais não prejudicaram essa produção".

O artigo aponta ainda que a Rússia está disposta a investir mais em despesas militares do que os aliados de Kiev na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Em seguida, destaca que o apoio à Ucrânia nos Estados Unidos enfrenta problemas, uma vez que uma parte dos congressistas começou a se opor a aprovar mais ajuda financeira a Kiev.

"Em longo prazo, a ajuda à Ucrânia está se tornando rapidamente uma questão partidária, o que torna as suas perspectivas cada vez menos certas. Os eleitores republicanos, instigados pelo ceticismo de Donald Trump, o mais provável candidato do seu partido à presidência no próximo ano, começaram a questionar o envio de mais ajuda à Ucrânia."

As conclusões da reportagem da revista The Economist não são isoladas. Nesta semana, um artigo publicado na CNN alertou para a fadiga do Ocidente em relação ao conflito ucraniano.

O texto apontou que, há meses, governos ocidentais vêm se queixando dos altos custos para manter o apoio à Ucrânia, que não se traduzem em resultados concretos na frente de batalha, onde o avanço de Kiev é quase nulo.

 

Ø  Reino Unido admite que veículos blindados enviados à Ucrânia são 'venenosos'

 

Mais de 2.000 peças de equipamento militar de produção britânica podem estar repletas de materiais contendo amianto potencialmente mortais, afirmou o Ministério da Defesa do Reino Unido.

Os tanques Challenger 2, cujas versões foram enviadas à Ucrânia, os veículos de combate de infantaria Warrior e os veículos blindados de transporte de pessoal Bulldog estão entre os afetados, disse o ministério, citado pelo portal Daily Express.

A exposição ao amianto pode ser fatal e está associada ao mesotelioma, uma forma de câncer, e a cicatrizes graves nos pulmões. Aqueles que estão em contato com ele também podem sofrer anos após serem expostos.

O secretário de Defesa do gabinete paralelo, John Healey, descreveu a revelação como uma "preocupação séria". Acrescentou que o Partido Conservador estava falhando no seu "dever especial" para com as Forças Armadas.

Estão em andamento planos para eliminar quaisquer materiais contendo amianto potencialmente mortais, disse o Ministério da Defesa britânico.

Ao todo, 2.699 equipamentos pertencentes ao Exército contêm materiais contendo amianto, embora os números em serviço real na linha de frente sejam muito mais baixos, de acordo com o comunicado do ministério.

Eles foram confirmados em uma carta ao Partido Trabalhista de James Cartlidge, o ministro de Compras de Defesa. Os materiais contendo amianto, que ocorrem naturalmente, foram utilizados no século XX para a construção de tanques, navios e aviões.

Mas eles "quebram-se em pequenas fibras quando perturbados e a exposição prolongada pode levar a danos incuráveis nos pulmões", segundo o The Times.

Anteriormente, o Reino Unido entregou 14 tanques Challenger 2 a Kiev.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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