Gengibre, alecrim, frutas cítricas: alimentos que previnem as doenças
que podem aparecer com o envelhecimento
Certamente você já escutou a expressão: “Começamos
a envelhecer no momento em que nascemos”.
Se você acredita que esse argumento deva ser dito somente por pessoas com
mais de 60 anos, se enganou; isso porque a partir dos 40 anos o nosso corpo já
inicia um processo contínuo (embora discreto) de transformações e alterações
hormonais que influenciarão diretamente em nosso envelhecimento. Logo, quanto
antes nos prepararmos para isso, melhor chegaremos lá.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo
indivíduo com 60 anos ou mais e o Brasil tem um pouco mais de 31 milhões de
pessoas nessa faixa etária, número que representa 14,7% da população do país.
Ao observarmos as projeções divulgadas anualmente,
esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, o que justifica uma tomada
de decisão inteligente, prevenindo as alterações decorrentes do passar dos
anos. Estamos falando de um processo chamado de senescência, que é totalmente
natural e fisiológico do envelhecimento, porém, dependendo de nossa genética,
mas também de nosso planejamento para envelhecer, a senescência pode vir
acompanhada pela senilidade, caracterizada por perdas funcionais em decorrência
de doenças.
Envelhecer de forma ativa é um conceito muito
discutido pela OMS e define-se como o processo de otimizar as oportunidades de
saúde, participação na sociedade e segurança com a finalidade de melhorar a
qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem.
Ao observarmos pessoas próximas, como nossos pais,
avós ou amigos, poderemos perceber que o processo de envelhecimento muitas
vezes vem acompanhado pelo uso recorrente de medicamentos e doenças crônicas,
como diabetes, doenças autoimunes, hipertensão e obesidade. Toda essa mistura
favorece a condição de inflamação de baixo grau (Inflammaging), impactando
negativamente este momento da vida que atualmente vem quebrando barreiras, mostrando
que não associa-se com queda de produtividade e perda de autonomia.
A nutrição pode ser uma das soluções na estratégia
de prevenir ao invés de remediar estas mudanças, então, conheça alguns
alimentos que podem ser muito positivos para a prevenção desta condição,
evitando ou controlando as doenças crônicas, o que significa que, uma vez
adquiridas, nos acompanharão por toda a vida.
• Peixes
gordos, como atum, salmão e sardinha em lata são excelentes fontes de ômega 3,
gordura poli-insaturada com função anti-inflamatória, cujo consumo é
incentivado em dietas associadas com a longevidade, como a do Mediterrâneo e a
dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension);
• Morango,
amora, framboesa, uva, mirtilo, frutas cítricas e açaí. Alimentos frescos e ricos
em nutrientes e compostos bioativos que combatem os efeitos deletérios dos
radicais livres, compostos que aceleram o envelhecimento celular;
• Alecrim
(Rosmarinus officinalis L). Pode ser utilizado na forma de extrato, pó e
rasuras, mas nessas formas, o seu uso precisa de uma análise criteriosa e
profissional, porém cotidianamente o alecrim pode ser utilizado como tempero de
nossas refeições e até na elaboração de azeites conhecidos como terapêuticos –
experimente adicionar com alho e outras especiarias. Seus princípios ativos
trabalham como analgésico, anti-inflamatório e antineoplásico. Alguns estudos
em laboratório e com seres vivos demonstraram efeitos relacionados à inibição
de morte celular neuronal, o que parece ser promissor na terapia da doença de
Alzheimer e Parkinson.
• Gengibre
(Zingiber officinale). Na culinária e em infusões utilizamos a parte conhecida
como rizoma e tem efeito cientificamente comprovado em atividades
anti-inflamatórias, anti náusea, antibacteriana na melhora da glicemia, entre
outras. Use em infusões, temperando os alimentos e preparando molhos e caldas.
• Prebióticos.
Definidos como ingredientes nutricionais não digeríveis, atuam diretamente,
estimulando seletivamente o crescimento e atividade de uma ou mais bactérias
benéficas do cólon; são descritos também como carboidratos não-digeríveis e
associam-se diretamente com a melhora da flora intestinal, regulação da
saciedade, dos níveis de açúcar sanguíneo, entre outros benefícios metabólicos.
Estão presentes em alimentos como legumes, leguminosas, aveia, cebola e frutas
como banana, maçã e pêra.
Tenha em mente que ações preventivas trazem sempre
mais benefícios do que estratégias terapêuticas ou de tratamento, quando a
doença ou disfunções já estão presentes. Mais uma vez a mudança no estilo de
vida, buscando a alimentação equilibrada, a prática regular de exercícios e a
saúde mental são determinantes para se tornar um idoso jovem, produtivo, ativo
e independente física e mentalmente.
Fonte: IstoÉ
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