sábado, 11 de março de 2023


 Ozempic: o que acontece quando a pessoa para de tomar a medicação?

O Ozempic é um dos poucos medicamentos que pode ser descrito como “badalado”. O remédio injetável, indicado para diabetes tipo 2, começou a ser usado “off label” para a perda de peso e, desde então, se converteu em um sucesso de vendas.

A endocrinologista Érika Fernanda de Faria, do hospital Santa Lúcia, de Brasília, explica que o princípio ativo do Ozempic é a semaglutida, uma substância análoga à proteína GLP-1. Ela age no nosso organismo estimulando a liberação de hormônios que induzem a saciedade e diminuem a fome.

A semaglutida também deixa o trânsito gastrointestinal mais lento, dando aquela sensação de inchaço. Por isso, quem toma a medicação se sente mais cheio, segundo a médica.

E se a pessoa parar de tomar Ozempic?

O Ozempic é recomendado para doenças crônicas, como diabetes e obesidade e, se uma doença é crônica, o uso do medicamento que a controla não pode ser interrompido.

“O nosso corpo memoriza o peso máximo que já chegou, e ele tem mecanismos de se manter naquele peso. Então, caso o paciente que esteja tratando a obesidade interrompa o uso do Ozempic, ele vai recuperar o peso que tinha antes do medicamento”, explica Érika.

A endocrinologista acrescenta que, como o Ozempic age diminuindo a saciedade, ao parar de tomá-lo, a fome volta ao normal e o paciente recupera o apetite.

Ela reforça que é importante buscar uma mudança de hábitos de vida durante o tratamento para prevenir o efeito rebote. “Reeducação alimentar e exercícios físicos são parte do tratamento com Ozempic, não dá para achar que o remédio sozinho vai resolver”, afirma a médica.

A endocrinologista destaca ainda a importância do medicamento ser usado sob a supervisão de um profissional de saúde. “A interrupção de uso não pode ser feita de qualquer jeito, precisa ser gradual”, orienta a médica.

 

Ø  Gordura no fígado: quais são os sintomas da condição de saúde perigosa

 

A gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática, é um problema de saúde que acontece quando as células do fígado são infiltradas por células de gordura, causando uma inflamação do órgão. Na maioria dos casos, o problema é desencadeado pelo consumo excessivo de álcool, hepatite viral, diabetes, obesidade, colesterol alto ou uso prolongado de alguns medicamentos.

De acordo com o Ministério da Saúde, a estimativa é que 30% da população tenha a condição e metade dos portadores acaba evoluindo para quadros mais graves da doença. “Acredito que 70% das pessoas que têm esteatose hepática não sabe que está doente. Ficar muito tempo com a inflamação pode se tornar algo crônico e causar cicatrizes no fígado e outros problemas”, alerta o clínico Marcos Pontes, da Clínica Evoluccy, em Brasília.

A presença de gordura no fígado é normal, mas o índice deve se manter menor que 5% para ser considerado saudável. Sem tratamento, a inflamação causada pela esteatose hepática pode desencadear quadros graves de hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer no fígado.

“Mesmo sem beber uma gota de álcool, o paciente com gordura no fígado pode desenvolver uma cirrose por esteatose hepática. A condição, por sua vez, é um fator de risco para hepatocarcinoma, que é o câncer que acomete o fígado. É importante tratar o quadro inicial para evitar doenças mais graves”, alerta o clínico.

Nos casos mais avançados, o fígado aumenta de tamanho e fica amarelado — em algumas situações, o paciente pode precisar de um transplante de órgão.

A doença é silenciosa de início. Então, como identificá-la?

A gordura no fígado pode ser considerada leve, moderada ou grave. No início, a condição não costuma apresentar sintomas específicos. De acordo com o Ministério da Saúde, com a evolução do quadro, o paciente pode apresentar:

  • Dores abdominais, principalmente na parte superior direita do abdômen, que é onde fica o fígado;
  • Cansaço e fraqueza;
  • Diminuição do apetite;
  • Aumento do fígado, que é identificado em exame físico de palpação feito pelo médico;
  • Inchaço na barriga;
  • Dor de cabeça constante;
  • Dificuldade em perder peso.

Em casos mais graves, quando o fígado já está em estado de insuficiência, o indivíduo pode apresentar acúmulo anormal de líquido no abdômen, encefalopatia, confusão mental, hemorragia, queda no número de plaquetas do sangue e icterícia (pele e olhos amarelados).

 “O paciente deve estar atento a qualquer um dos sinais e procurar um especialista. A esteatose é diagnosticada através da ecografia, que vai apontar a gordura depositada no fígado”, explica Pontes.

Fatores de risco

A esteatose hepática é mais comum em mulheres sedentárias, com obesidade, e que fazem consumo de álcool — além dos fatores, o estrógeno, hormônio feminino, estimula o acúmulo deste tipo de gordura.

Porém, pessoas magras, abstêmias e sem problemas de colesterol ou diabetes podem desenvolver a doença, assim como crianças nos primeiros anos de vida. Os principais fatores de risco são síndrome do ovário policístico, hipotireoidismo, síndrome metabólica, apneia do sono e acúmulo de gordura abdominal.

O tratamento para eliminar a gordura do fígado no início se apoia basicamente em três pilares: estilo de vida saudável, alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos. Raramente é preciso incluir medicamentos para lidar com a condição.

 

 

Fonte:Metropoles

Nenhum comentário: