Ozempic: o que acontece quando a pessoa para de tomar a medicação?
O
Ozempic é um dos poucos medicamentos que pode ser descrito como “badalado”. O
remédio injetável, indicado para diabetes tipo 2, começou a ser usado “off
label” para a perda de peso e, desde então, se converteu em um sucesso de
vendas.
A
endocrinologista Érika Fernanda de Faria, do hospital Santa Lúcia, de Brasília,
explica que o princípio ativo do Ozempic é a semaglutida, uma
substância análoga à proteína GLP-1. Ela age no nosso organismo estimulando a
liberação de hormônios que induzem a saciedade e diminuem a fome.
A
semaglutida também deixa o trânsito gastrointestinal mais lento, dando aquela
sensação de inchaço. Por isso, quem toma a medicação se sente mais cheio,
segundo a médica.
E
se a pessoa parar de tomar Ozempic?
O
Ozempic é recomendado para doenças crônicas, como diabetes e obesidade e, se
uma doença é crônica, o uso do medicamento que a controla não pode ser
interrompido.
“O
nosso corpo memoriza o peso máximo que já chegou, e ele tem mecanismos de se
manter naquele peso. Então, caso o paciente que esteja tratando a obesidade
interrompa o uso do Ozempic, ele vai recuperar o peso que tinha antes do
medicamento”, explica Érika.
A
endocrinologista acrescenta que, como o Ozempic age diminuindo a saciedade, ao
parar de tomá-lo, a fome volta ao normal e o paciente recupera o apetite.
Ela
reforça que é importante buscar uma mudança de hábitos de vida durante o
tratamento para prevenir o efeito rebote. “Reeducação alimentar e exercícios
físicos são parte do tratamento com Ozempic, não dá para achar que o remédio
sozinho vai resolver”, afirma a médica.
A
endocrinologista destaca ainda a importância do medicamento ser usado sob a
supervisão de um profissional de saúde. “A interrupção de uso não pode ser
feita de qualquer jeito, precisa ser gradual”, orienta a médica.
Ø
Gordura
no fígado: quais são os sintomas da condição de saúde perigosa
A
gordura no fígado, também conhecida como esteatose
hepática,
é um problema de saúde que acontece quando as células do fígado são infiltradas
por células de gordura, causando uma inflamação do órgão. Na maioria dos casos,
o problema é desencadeado pelo consumo excessivo de álcool, hepatite viral,
diabetes, obesidade, colesterol alto ou uso prolongado de alguns medicamentos.
De
acordo com o Ministério da Saúde, a estimativa é que 30% da população tenha a
condição e metade dos portadores acaba evoluindo para quadros mais graves da
doença. “Acredito que 70% das pessoas que têm esteatose hepática não sabe que
está doente. Ficar muito tempo com a inflamação pode se
tornar algo crônico e causar cicatrizes no fígado e outros problemas”, alerta o
clínico Marcos Pontes, da Clínica Evoluccy, em Brasília.
A
presença de gordura no fígado é normal, mas o índice deve se manter menor que
5% para ser considerado saudável. Sem tratamento, a inflamação causada pela
esteatose hepática pode desencadear quadros graves de hepatite gordurosa,
cirrose hepática e até câncer no fígado.
“Mesmo
sem beber uma gota de
álcool,
o paciente com gordura no fígado pode desenvolver uma cirrose por esteatose
hepática. A condição, por sua vez, é um fator de risco para hepatocarcinoma,
que é o câncer que acomete o fígado. É importante tratar o quadro inicial para
evitar doenças mais graves”, alerta o clínico.
Nos
casos mais avançados, o fígado aumenta de tamanho e fica amarelado — em algumas
situações, o paciente pode precisar de um transplante de órgão.
A
doença é silenciosa de início. Então, como identificá-la?
A gordura no fígado pode ser
considerada leve, moderada ou grave. No início, a condição não costuma
apresentar sintomas específicos. De acordo com o Ministério da Saúde, com a
evolução do quadro, o paciente pode apresentar:
- Dores
abdominais, principalmente na parte superior direita do abdômen, que é
onde fica o fígado;
- Cansaço e
fraqueza;
- Diminuição do
apetite;
- Aumento do
fígado, que é identificado em exame físico de palpação feito pelo médico;
- Inchaço na
barriga;
- Dor de cabeça
constante;
- Dificuldade em
perder peso.
Em
casos mais graves, quando o fígado já está em estado de insuficiência, o
indivíduo pode apresentar acúmulo anormal de líquido no abdômen, encefalopatia,
confusão mental, hemorragia, queda no número de plaquetas do sangue e icterícia
(pele e olhos amarelados).
“O paciente deve estar atento a qualquer um
dos sinais e procurar um especialista. A esteatose é diagnosticada através da
ecografia, que vai apontar a gordura depositada no
fígado”, explica Pontes.
Fatores
de risco
A
esteatose hepática é mais comum em mulheres sedentárias, com obesidade, e que
fazem consumo de álcool — além dos fatores, o estrógeno, hormônio feminino,
estimula o acúmulo deste tipo de gordura.
Porém,
pessoas magras, abstêmias e sem problemas de colesterol ou diabetes podem
desenvolver a doença, assim como crianças nos primeiros anos de vida. Os
principais fatores de risco são síndrome do ovário policístico,
hipotireoidismo, síndrome metabólica, apneia do sono e acúmulo de gordura
abdominal.
O
tratamento para eliminar a gordura do fígado no início se apoia basicamente em
três pilares: estilo de vida
saudável,
alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos. Raramente é
preciso incluir medicamentos para lidar com a condição.
Fonte:Metropoles
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