Chris Hedges: Linchando os deploráveis
Há pouco que me una àqueles que ocuparam o prédio do Capitólio (Congresso dos EUA) em 6 de janeiro de 2021. A visão deles para os EUA, o nacionalismo cristão, a supremacia branca e o seu apoio cego a Trump e a adoção das teorias reacionárias de conspiração sem fatos criam um abismo muito largo entre as crenças deles e as minhas. Mas isto não significa que eu apoie o linchamento judicial contra muitos daqueles que participaram dos eventos de 6 de janeiro de 2021, um linchamento que está demandando anos em detenção pré-julgamento e prisão por contravenções. Uma vez que direitos se tornam privilégios, nenhum de nós está a salvo.
O
sistema legal dos EUA tem uma história muito sórdida. Ele foi usado para fazer
aplicar a segregação e legitimar o reino do terror contra as pessoas pretas.
Foi o martelo que quebrou as costas de movimentos sindicais militantes.
Perseguiu radicais e reformistas em nome do anticomunismo. Após o 11/9/2001
(atentado contra as torres gêmeas em Nova York), perseguiu implacavelmente
líderes e ativistas muçulmanos com as ‘Special Administrative Measures’ (SAMs —
Medidas Administrativas Especiais). As SAMs, estabelecidas pelo governo
Clinton, originalmente aplicavam-se apenas a pessoas que ordenavam assassinatos
das prisões ou estavam condenadas por assassinatos em massa. Porém, agora são
usadas para isolar todos os tipos de detidos, antes e após os seus julgamentos.
Elas restringem severamente as comunicações do prisioneiro com o mundo
exterior; proibindo chamadas telefônicas, cartas e visitas com/de qualquer
pessoa, à exceção de advogados, e limitando o contato com membros da família.
As condições similares ao confinamento solitário associadas com as SAMs minam
qualquer direito a um julgamento justo, segundo análises feitas por grupos como
o ‘Center for Constitutional Rights’ (Centro pelos Direitos Constitucionais) e
podem ser consideradas tortura segundo as Nações Unidas. Julian Assange
enfrenta as SAMs ou condições similares, caso ele seja extraditado para os EUA.
O ‘Classified Information Procedures Act’, ou CIPA, iniciado no governo Reagan,
também permite que evidências de um julgamento sejam classificadas e retida dos
réus. Em toda a história dos EUA, os tribunais têm servido abjetamente aos
interesses das grandes empresas e da classe bilionária. A atual Suprema Corte é
a mais retrógrada das últimas décadas, anulando as proteções aos grupos
vulneráveis e negando aos trabalhadores a proteção contra o abuso corporativo
predatório.
Até
agora, pelo menos 1.003 pessoas foram aprisionadas e indiciadas pela
participação em 6 de janeiro de 2021, com 476 declarando-se culpadas, naquilo
que foi a maior investigação criminal singular na história dos EUA, segundo a
análise do Business Insider. As acusações e as sentenças variam, com muitos
recebendo sentenças de contravenções — como multas, liberdade condicional,
alguns meses na prisão ou uma combinação das três. Dos 394 réus federais que
tiveram os seus casos julgados e sentenciados até 6 de fevereiro de 2023,
aproximadamente 220 “foram sentenciados a períodos de encarceramento”, com mais
100 réus “sentenciados a um período de detenção doméstica, incluindo
aproximadamente 15 que também foram sentenciados a um período de
encarceramento”, segundo o Escritório do Procurador-Geral dos EUA em
Washington, D.C. Há seis convicções e quatro confissões de culpa sob acusações
de “conspiração sediciosa”. Esta ofensa está tão amplamente definida que inclui
a conspiração de guerra de impostos contra o governo, por um lado, e atrasos na
execução de qualquer lei, por outro lado. Aqueles que foram acusados e
condenados por “conspiração sediciosa” foram acusados de colaboração para se
oporem “à transferência legal do poder presidencial pela força” por evitar ou
atrasar a Certificação do voto do Colégio Eleitoral. Enquanto alguns poucos dos
organizadores do protesto de 6 de janeiro de 2021 — como Stewart Rhodes, que
fundou o Oath Keepers — possam concebivelmente serem culpados de sedição. E
mesmo isto fica em dúvida. A vasta maioria daqueles que foram pegos na incursão
ao Capitólio não cometeram crimes sérios, não se engajaram em violências, nem
sabiam o que eles fariam em Washington a não ser protestar contra os resultados
das eleições.
Joseph
D. McBride estudou na faculdade de direito porque o seu irmão estava cumprindo
uma sentença de 15 anos por um crime que ele não cometeu. Ele proveu conselhos
legais grátis, enquanto era estudante de direito, para queles que estavam
acampados no Parque Zuccotti na cidade de Nova York durante o movimento
‘Occupy’. Após terminar o curso de direito, ele trabalhou como defensor público
e na Sociedade de Assistência Legal. Ele representa vários daqueles acusados na
incursão de 6 de janeiro de 2021, incluindo Richard Barnett. Barnett foi
fotografado no escritório de Nancy Pelosi [então presidente da Câmara Federal]
com a sua perna apoiada na mesa dela. Barnett foi condenado por um júri federal
que deliberou por duas horas, sobre oito acusações, incluindo conduta
desordeira no prédio do Capitólio. Ele está enfrentando uma pena de até 47 anos
na prisão. Ele está agendado para ser sentenciado no próximo 3 de maio.
“O modelo de pós-11 de setembro de 2001 está
sendo aplicado a cidadãos estadunidenses”, McBride me contou quando eu consegui
contatá-lo por telefone. “Aquele modelo é o dos 19 sequestradores. Todos que
são muçulmanos religiosos são suspeitos para os próximos 20 anos. Eles devem
passar por tortura de afogamento. Eles devem ser postos na porra da prisão e
deixados na Baia de Guantánamo. Tranque-os lá, jogue fora a chave, porque eles
são extremistas psicopatas que acreditam em Alá e nós não temos tempo para
isso. Eles são uma ameaça baseada em quem eles são, que aparência eles têm, no
que eles acreditam. A verdade é que a vasta maioria destes caras não usam
drogas, não bebem álcool, eles têm cinco filhos e têm vidas bastante boas. Mas,
devido ao rótulo de ‘Terrorismo’ e ‘Osama Bin Laden’ e ‘al-Qaeda’, agora todos
os muçulmanos são alvos. Caso estejamos ao lado de uma destas pessoas num
avião, nós ficamos nervosos, porque é assim que isto é enraizado em nós. O
mesmo está acontecendo, exceto que está sendo aplicado a um novo grupo de
pessoas, por ora basicamente cristãos brancos e apoiadores de Trump”.
“O
poder vai mudar de mãos”, ele advertiu. “Os democratas não ficarão no poder
para sempre. Quando o poder mudar de mãos, aquele precedente viajará com ele.
Se outra pessoa do outro lado assume o poder e começa a visar as pessoas que
estão no poder agora, as suas famílias, as suas empresas, as suas vidas, a sua
liberdade, então tudo acaba. Os EUA passam de ser uma democracia livre a um
estado Tribalista partidário. Talvez não haja limpeza étnica nas ruas, mas as
pessoas estão cancelando umas às outras nos lugares de trabalho, nas mídias
sociais, no sistema bancário e estão pondo pessoas na cadeia. É para lá que
estamos indo. Eu não sei por que as pessoas não conseguem ver o que está no
horizonte”.
Os
manifestantes de 6 de janeiro de 2021 não foram os primeiros a ocupar os
escritórios do Congresso — incluindo o escritório de Nancy Pelosi. Jovens
ativistas ambientalistas do Sunrise Movement, ativistas contra a guerra do Code
Pink e até funcionários do Congresso engajaram-se em numerosas ocupações de
escritórios do Congresso e interromperam audiências congressuais. O que
acontecerá com grupos como o Code Pink se eles ocuparem os escritórios do
Congresso com os Republicanos no controle da Casa Branca, o Congresso e os
tribunais? Será que eles ficarão presos durante anos em detenção
pré-julgamento? Eles receberão longos termos de prisão baseados em
interpretações dúbias da lei? Serão considerados terroristas domésticos? Será
que os protestos e a desobediência civil se tornarão impossíveis?
McBride
disse que aqueles que caminharam até o Capitólio não sabiam que o Departamento
de Justiça havia criado sinalizações arbitrárias, aquilo que McBride chamou de
“uma linha vermelha imaginária em volta da área externa do Capitólio”. Qualquer
pessoa que cruzou aquela linha invisível foi acusada de violar a área do
Capitólio.
Ele
protestou contra a descrição negativa dos manifestantes nas mídias, na Casa
Branca e na liderança do Partido Democrata, bem como a reserva contaminada de
candidatos ao júri em Washington, composta de pessoas com laços próximos ao
governo federal. Ele disse que as moções para transferência do julgamento
apresentadas pelos advogados de defesa foram negadas.
“A
reserva de pessoas disponíveis para o júri na capital está envenenada para além
de qualquer reparo”, disse McBride. “Quando você vê só o que o Comitê sobre o 6
de janeiro de 2021 fez, não importando os discursos do presidente Biden sobre
‘insurgentes’, ‘extremistas republicanos do MAGA’ [Make America Great Again] e
todas estas coisas… E você considera apenas que Washington, D.C. é muito
pequena, que as pessoas que trabalham no governo federal são todas, por
definição, tipo de vítimas do 6 de janeiro de 2021 e o que ocorreu naquele dia,
as suas instituições e colegas estavam ‘sob ataque’. Como alguém daquela cidade
pode servir num júri? Eles não podem. O viés é espantoso”.
Jacob
Chansley — o chamado “xamã do QAnon”, que foi adornado em 6 de janeiro de 2021
com pinturas de rosto em vermelho, branco e azul, carregava uma bandeira dos
EUA numa vara com ponta-de-lança e vestia uma pele de coiote e um adereço de
cabeça com chifres — confessou-se culpado de obstrução. Ele foi sentenciado a
mais de três anos de prisão. Chansley, que diz ser um praticante de ahimsa — um
antigo princípio indiano de não-violência para todos os seres vivos — não foi
acusado de atacar ninguém. Ele foi diagnosticado na prisão com esquizofrenia
transitória, disfunção bipolar, depressão e ansiedade.
Guy
Wesley Reffitt, que não entrou no prédio do Capitólio, mesmo assim foi
sentenciado, após três horas de deliberação, a sete anos e três meses na prisão
sob cinco acusações, incluindo “duas acusações de desordem civil e uma acusação
de cada de obstrução de um procedimento oficial, de entrar ou permanecer em um
prédio, ou área restrita com uma arma de fogo e de obstrução da justiça”. A sua
acusação de obstrução da justiça deriva de haver “ameaçado” os seus dois filhos
adolescentes para evitar que eles o denunciassem aos agentes da lei.
Daniel
Ray Caldwell, um veterano do Corpo de Marines que pulverizou um irritante
químico num grupo de policiais do lado de fora do Capitólio e entrou através
das portas da Ala do Senado, permanecendo dentro durante aproximadamente dois
minutos, foi sentenciado a mais de cinco anos na prisão. Como muitos que foram
acusados, ele passou quase dois anos em detenção pré-julgamento.
Mesmo
as acusações contra Rhodes — que enfrenta 20 anos na prisão — e outros líderes
de grupos milicianos, como os ‘Proud Boys’, são problemáticas. O The New York
Times reportou que, “apesar da vasta quantidade de evidências que o governo
coletou neste caso — incluindo mais de 500 mil mensagens de texto
criptografadas —, os investigadores jamais encontraram uma ‘arma fumegante’ que
mostrasse conclusivamente que os Proud Boys conspiraram para ajudar o
presidente Donald J. Trump a permanecer no poder”. O governo se apoiou no
testemunho de um ex-Proud Boy, Jeremy Bertino, que está cooperando com os
procuradores para montar um “caso inferencial” contra Enrique Tarrio, Ethan
Nordean, Joseph Biggs, Zachary Rehl e Dominic Pezzola — os cinco réus no caso
atual contra os Proud Boys. Durante o interrogatório, Bertino admitiu que, em
entrevistas anteriores com o governo, ele contou repetidas vezes aos
investigadores que os Proud Boys não tinham um plano explícito para impedir a
certificação da eleição e que ele não previu que ocorressem atos de violência
em 6 de janeiro de 2021. O FBI tem oito informantes dos Proud Boys que
incluíram o seu líder, Enrique Tarrio, durante o ataque ao Capitólio,
levantando uma possibilidade muito real de armadilha.
“Eles
estão mudando as leis”, disse McBride. “Veja a acusação 1512, a acusação de
obstrução. Esta foi usada para a trituração de documentos no caso Enron. Ela
não se aplica de maneira alguma ao 6 de janeiro de 2021. Eles a usaram, a
reaproveitaram, como uma arma contra estas pessoas e impossibilitaram que eles
se defendam. Quando se observa a acusação de desordem civil, eles estão dizendo
que, se o 6 de janeiro de 2021 foi uma grande desordem civil, e se você teve
qualquer tipo de interação com um policial naquele dia, isso pode, ou não, ter causado
que o policial tenha se afastado por um momento dos seus deveres, e você pode
ser acusado de promover desordens civis e ser sentenciado a cinco anos de
prisão”.
Ryan
Nichols, um veterano do Corpo de Marines, está vivendo em prisão domiciliar no
Texas, após ter passado por quase dois anos em detenção pré-julgamento, muito
deste tempo passado em confinamento solitário, em prisões de Washington, D.C. e
do estado da Virgínia. Ele enfrenta cinco acusações de crimes e três de
contravenções. Os procuradores dizem que Nichols atacou policiais e obstruiu um
procedimento oficial. Lhe foi ordenado que “permaneça fora de Washington,
D.C.”, exceto para tratar de assuntos relacionados com este caso, segundo os
documentos do tribunal. Ele teve que se submeter a “tecnologia de monitoramento
de localização” e lhe é negado acesso à internet e ao seu telefone, exceto para
desempenhar funções relacionadas com o seu caso. Ele não pode ter contato com
ninguém envolvido nos eventos de 6 de janeiro de 2021, incluindo os seus
corréus. Nichols deve permanecer na sua casa 24 horas, exceto em caso de
compromissos médicos ou com o tribunal. É-lhe permitido comparecer aos serviços
de domingo na igreja Mobberly Baptist Church em Longview, no estado do Texas.
Ele está enfrentando 20 anos de prisão. Ele deve ser julgado em 27 de março de
2023.
Eu
falei com Bonnie Nichols, esposa de Ryan, por telefone, da casa deles em
Longview, Texas.
Ryan
foi preso em 18 de janeiro de 2021. O FBI cercou a casa deles às 5:30h da manhã
com veículos blindados. Eles desaparafusaram as lâmpadas das luzes externas e
cortaram os fios das câmeras de segurança do casal antes de arrombarem a porta
da frente. O casal e os seus dois filhos, então com 4 e 6 anos idade, estavam
na casa dos pais de Bonnie durante o ataque. O FBI confiscou as suas armas,
aparelhos eletrônicos e documentos, incluindo as suas carteiras de Segurança
Social.
“Nós
queríamos cooperar”, disse ela. “Nós não sabíamos que havia algo de errado.
Eles chamaram o Ryan para questionamentos. Ryan foi e se entregou. Eles o
prenderam e eu não o vi mais por mais de um ano e meio”.
Ryan,
que não tinha antecedentes criminais, operava uma ONG chamada ‘Rescue the
Universe’ [Salve o Universo], onde ele realizava operações de busca e
salvamento após desastres naturais. Lhe foi negada a fiança. Ele foi enviado
para uma instalação de detenção no Condado de Grady, no estado de Oklahoma, por
dois meses até ser levado de avião para Washington, D.C., onde ele foi recebido
por duas dúzias de policiais federais. Os pés dele foram algemados. Os seus
braços foram algemados a uma corrente em torno da sua cintura. Ele foi colocado
em confinamento solitário de longo prazo e lhe negaram fazer chamadas de vídeo
e visitas da sua família, incluindo as suas crianças. Lhe negaram acesso aos
documentos do seu julgamento por quase um ano e ele foi proibido de participar
de serviços religiosos na prisão.
Ryan,
cujo delito mais grave parece ser a retórica incendiária clamando por um
“segunda revolução americana”, passou quase 22 meses em confinamento solitário.
Deprimido, lutando para lidar com a pressão física e psicológica do isolamento
prolongado, ele acabou sendo colocado no plantão de suicídios. Ele foi amarrado
num banco numa sala na qual a luz jamais era apagada. Os guardas periodicamente
berravam por uma janela: “Você sente vontade de se matar?” Aqueles que estavam
no plantão de suicídios que dissessem “sim” permaneciam amarrados ao banco.
Aqueles que dissessem “não” eram enviados de vota às suas celas. Ryan foi
frequentemente proibido de usar um corta-unhas — os guardas lhe disseram que
ele podia mastigar as suas unhas dos pés — ou de ter um corte de cabelo, exceto
caso ele concordasse em ser vacinado contra o COVID-19. Quando Ryan
apresentou-se em frente ao juiz Thomas Hogan, que finalmente o liberou em 23 de
novembro de 2022, ele disse a Ryan, com os longos cabelo despenteado e longas
unhas, que ele parecia como Tom Hanks no filme ‘Cast Away’.
Durante
os dois anos em que Ryan ficou detido no confinamento solitário, todas as noites
Bonnie e os seus dois meninos pequenos rezavam para que um dia Ryan voltasse
para casa. Ela disse que ela e a sua família receberam numerosas ameaças de
morte.
“Ryan
tem insônia”, Bonnie disse sobre o seu marido. “Ele sofre de extrema ansiedade,
depressão e paranoia. Ele sequer sai para fora do seu quintal dos fundos,
porque ele teme que, se for para fora, eles irão levá-lo de volta para a
prisão. Ele tem problemas de fígado devido à comida que ele comeu, porque eles
o alimentavam com sanduíches de mortadela e lixo enquanto ele esteve em D.C.
Está tendo um monte de problemas médicos. Ele também tem testosterona mais
baixa do que um homem de 60 anos, porque ele não podia ter acesso à luz do sol.
Os seus níveis de vitamina D são baixos. E a lista continua, sem fim. Este
homem não dorme à noite. Ele tem pesadelos. Ele choraminga à noite no seu sono,
porque ele tem sonhos de que voltou à D.C. Quer dizer, ele está bagunçado. Este
é o resultado daquilo que aconteceu com ele. Ele tem perda e visão. Ele não
enxerga tão bem como antes”.
Como
muitas famílias dos acusados, a família de Ryan está lutando com dificuldades
financeiras. Bonnie disse que as economia deles se acabaram. Ela e Ryan têm
dívidas pesadas. Ela montou uma página web para levantar fundos.
“Nós
somos patriotas e amamos Deus”, ela disse. “Quem serão os próximos? Isso não se
trata de ser Republicanos ou Democratas, ou brancos, ou negros, ou cristãos, ou
muçulmanos. Nós todos somos filhos de Deus. Somos cidadãos dos EUA. Todos temos
direito aos nossos direitos constitucionais e à liberdade de expressão. Todos
podemos nos unir e concordar sobre isso, certo?”
A
animação de torcidas, ou no máximo a indiferença, dos apoiadores do Partido
Democrata e boa parte da esquerda para assistir a estes julgamentos-espetáculos
voltarão para assombrá-los. Estamos exacerbando o crescente tribalismo e
antagonismos políticos que se expressarão cada vez mais através da violência.
Somos cúmplices, mais uma vez, de usar os tribunais para executar vinganças.
Estamos corroendo as instituições democráticas. Estamos endurecendo a ideologia
e a ira da extrema-direita. Nós estamos transformando aqueles que estão sendo
assombrados na prisão em prisioneiros políticos e mártires. Estamos nos
aproximando cada vez mais à tirania.
Fonte:
Substack. Traduzido por Rubens Turkienicz para o Brasil 247
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