quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

PF e MP desarticulam rede criminosa de policiais de São Paulo ligados ao PCC

Uma operação conjunta entre a Polícia Federal (PF), o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a Corregedoria da Polícia Civil nesta terça-feira (17) resultou na desarticulação de uma rede de policiais suspeitos de colaborar com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o g1, a ação foi autorizada pela Justiça, que decretou prisões temporárias, buscas e apreensões, bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens dos investigados.

O caso ganhou destaque após o assassinato de Vinícius Gritzbach, delator executado em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Novas imagens de câmeras de segurança ajudaram a esclarecer o crime, que revelou uma teia complexa de corrupção envolvendo policiais e a cúpula do PCC.

De acordo com fontes ligadas às investigações, a organização criminosa usava a rede de policiais para vazar informações, manipular apurações e oferecer proteção em troca de subornos. O esquema facilitava a lavagem de dinheiro do PCC, movimentando mais de R$ 100 milhões desde 2018.

A operação foi batizada de Tacitus, termo de origem latina que significa “silencioso” ou “não dito”, uma referência ao modus operandi dos envolvidos. Estão sendo cumpridos oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na capital paulista e nas cidades de Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba, no interior do estado.

Cerca de 130 agentes participam da ação, que busca coletar provas adicionais e desmantelar a rede de corrupção. Os investigados responderão por crimes como organização criminosa, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, com penas que podem ultrapassar 30 anos de reclusão.

¨      Infiltrado do PCC na policia de SP é segurança de Gusttavo Lima e está foragido

O policial civil Rogério de Almeida Felício, popularmente conhecido como Rogerinho, é procurado pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (17), em uma operação que investiga a ligação de policiais com o Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do país. Segundo informações do G1a operação, realizada em conjunto com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), já prendeu sete pessoas, incluindo um delegado e três policiais civis.

Rogerinho, que também atuava como segurança do cantor sertanejo Gusttavo Lima, foi citado em uma delação feita por Vinícius Gritzbach, empresário executado com dez tiros no mês passado, na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Segundo o delator, o policial é suspeito de envolvimento em atividades ilegais, incluindo a apropriação de um relógio de luxo que pertencia a Gritzbach, item que teria sido exibido nas redes sociais pelo próprio policial.

<><> Esquema milionário e vida de luxo

As investigações apontam que Rogerinho, cujo salário na Polícia Civil é de pouco mais de R$ 7 mil, mantém uma vida incompatível com sua renda oficial. Ele seria sócio de uma clínica de estética, de uma empresa de segurança privada e de uma construtora em São Paulo, segundo os promotores. Além disso, o policial é suspeito de manipular investigações, vazar informações sigilosas e vender proteção a membros do PCC, facilitando esquemas de lavagem de dinheiro da facção.

A operação realizada pela PF, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), incluiu buscas em endereços ligados a Rogerinho, mas ele não foi localizado. A Justiça decretou a prisão temporária dos investigados, além de autorizar medidas como bloqueio de contas bancárias, sequestro de bens e apreensão de documentos e dispositivos eletrônicos.

<><> Ligação com o PCC e redes sociais

De acordo com os investigadores, a conexão de Rogerinho com o PCC ganhou notoriedade após a delação de Vinícius Gritzbach, que apresentou provas, como prints de redes sociais, sugerindo a relação entre o policial e o grupo criminoso. O empresário, que havia colaborado com a Justiça, foi morto em uma execução planejada, supostamente como retaliação.

Além de Rogerinho, outros agentes da Polícia Civil também são acusados de corrupção e de favorecer o PCC em esquemas complexos de lavagem de dinheiro e manipulação de investigações. A operação desta terça-feira reforça as suspeitas sobre a infiltração do crime organizado em órgãos de segurança pública.

<><> Avanços nas investigações

A PF e o MP-SP continuam trabalhando para localizar Rogerinho e aprofundar as investigações sobre sua rede de contatos. A ação é considerada um importante passo no combate à corrupção dentro das forças policiais e à influência do PCC em estruturas públicas.

Até o momento, os detalhes sobre o patrimônio do policial e as conexões financeiras ainda estão sendo analisados pelos investigadores. O bloqueio de bens e contas bancárias pode trazer mais elementos sobre a extensão do esquema criminoso.

¨      Policiais presos em São Paulo foram delatados por Gritzbach

 Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo prenderam nesta terça-feira (17) o delegado Fábio Baena Martin, os investigadores Eduardo Lopes Monteiro, Rogério de Almeida Felício, Ronald Martins e mais quatro pessoas, todos suspeitos de integrar uma organização criminosa que praticava lavagem de dinheiro e corrupção, informa o UOL. A ação foi batizada como operação Tacitus, que faz referência ao termo em latim que significa "silencioso" ou "não dito".

De acordo com informações do MP-SP e da Polícia Federal, a investigação teve início após denúncias feitas pelo empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, que também é conhecido como delator no caso do Primeiro Comando da Capital (PCC). Gritzbach relatou em seu depoimento que foi pressionado por policiais para pagar R$ 40 milhões em troca do arquivamento de seu nome em um inquérito que investigava seu envolvimento em um duplo assassinato. Ele foi assassinado a tiros de fuzil em 8 de novembro no aeroporto internacional de Guarulhos, apenas oito dias após denunciar as práticas criminosas à Corregedoria da Polícia Civil.

Segundo o empresário, as exigências de pagamento foram feitas pelo delegado Fábio Baena e o investigador Eduardo Lopes Monteiro, ambos atuando no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Gritzbach afirmou que, durante a investigação sobre as mortes de dois integrantes do PCC, Baena e Monteiro receberam R$1 milhão em suborno por meio de César Trujillo, empresário dono de uma loja no Jardim Anália Franco, zona leste da capital paulista. O dinheiro foi entregue em um restaurante chamado Sonora.

Além disso, o empresário detalhou que foi sequestrado pelo "tribunal do crime" do PCC em um cativeiro no Tatuapé, onde permaneciam outros sete criminosos. Segundo Gritzbach, o caso foi arquivado pelo DHPP após pagamentos de R$10 milhões realizados a Baena e Monteiro para evitar investigações. O pagamento teria beneficiado também o investigador Rafael Maeda Pires, encontrado morto em 2023 no mesmo bairro. O empresário afirmou que, desses R$10 milhões, R$5 milhões ficaram com cada policial.

Gritzbach acrescentou ainda que, durante sua detenção pela Polícia Civil, uma valise com 15 relógios de luxo foi levada por Baena e Monteiro. Embora tivessem prometido devolvê-los após sua libertação, apenas oito foram devolvidos. Os outros sete relógios, avaliados em R$ 714 mil, permaneceram com os agentes, e foram posteriormente associados a Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho, que teria sido visto em redes sociais utilizando os modelos Rolex Yacht Master, Rolex GMT Pepsi e Hublot King Power.

Além das prisões, a operação Tacitus cumpriu mandados de busca e apreensão e bloqueou contas e bens relacionados aos investigados. De acordo com promotores do Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os envolvidos movimentaram cerca de R$100 milhões desde 2018, com indícios de práticas criminosas que envolvem lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.

¨      Advogado ligado ao PCC é preso por lavagem de dinheiro e corrupção

O advogado Ahmed Hassan, conhecido como “Mude”, foi preso nesta terça-feira (17) durante a Operação Tacitus, acusado de operar um esquema de lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Hassan usava sua influência e empresas de fachada para ocultar recursos ilícitos da facção criminosa, destaca reportagem do Metrópoles.

Hassan era acionista da empresa de ônibus UpBus, que atua na zona leste de São Paulo, e utilizava a companhia para lavar dinheiro oriundo do tráfico de drogas. Ele já havia sido investigado pela Operação Decurio em agosto, por envolvimento na tentativa de infiltração do PCC nas eleições, e cumpria prisão domiciliar desde então.

De acordo com o acordo de delação de Vinícius Gritzbach, ex-integrante do PCC assassinado no início de novembro, Hassan gerenciava a compra de imóveis para líderes do tráfico. O delator apresentou contratos e fotos de grandes somas em dinheiro como provas.

Em uma gravação obtida pelo MPSP, Hassan sugere pagar R$ 3 milhões ao policial civil Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como “Xixo”, também preso por receber propinas da facção. “Você acha que três [milhões] vai?”, pergunta o advogado. O policial responde: “Tá fácil, facinho”.

Hassan ainda demonstra preocupação com os movimentos de Gritzbach, perguntando se “o passarinho tá voando direto” — expressão usada para saber se ele estava saindo de casa regularmente. O policial confirma, mas ressalta que o delator tinha segurança.

O envolvimento de Ahmed Hassan com o PCC remonta a várias investigações anteriores. Autoridades afirmam que sua posição como advogado era usada para disfarçar sua verdadeira função: operador financeiro da facção.

Com uma rede de contatos extensa, Hassan articulava negociações complexas envolvendo imóveis, empresas e pagamentos ilegais. Investigadores afirmam que ele era peça-chave na estrutura financeira do PCC, garantindo a circulação de recursos e a proteção de integrantes.

 

¨      Mafiosos italianos e integrantes do PCC são alvo de megaoperação da PF

Polícia Federal deflagrou a Operação Mafiusi, resultado de uma colaboração entre as autoridades brasileiras e italianas.

Foram deflagradas operações conjuntas, tanto no Brasil quanto na Itália, o que resultou em prisões em ambos os países, desmantelando dois grupos criminosos interligados responsáveis pelo tráfico de grandes quantidades de cocaína da América do Sul para a Europa.

As investigações envolveram uma rede complexa que operava principalmente por meio do Porto de Paranaguá, no Brasil, e por meio de aeronaves privadas.

Foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva no Brasil, um mandado de prisão na Espanha, 31 de busca e apreensão em endereços situados nos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Roraima.

Também foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de imóveis, bloqueio de bens e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, que totalizam um valor estimado de R$ 126 milhões.

<><> Histórico

O trabalho decorre de uma Equipe Conjunta de Investigação constituída entre Brasil e Itália, que foi instituída após a prisão de dois membros da máfia italiana em Praia Grande (SP), em 2019.

As operações realizadas nesta terça são um desdobramento da Operação Retis, que já havia desarticulado organizações criminosas responsáveis pela logística do tráfico de drogas no Porto de Paranaguá. Essas redes criminosas eram encarregadas de todo o aparato necessário para enviar cocaína da América do Sul para a Europa, utilizando esse ponto estratégico.

Durante a operação, foi identificado que os traficantes que contratavam essa logística eram indivíduos de São Paulo, ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), além de membros de uma organização mafiosa italiana que atuava no Brasil, sendo responsáveis pela intermediação da compra e envio da droga para o continente europeu.

“A Operação Mafiusi consiste no aprofundamento das investigações em face do núcleo de indivíduos provenientes do Estado de São Paulo, também associados aos mafiosos italianos e que, assim como estes, forneciam os carregamentos de cocaína que eram enviados para Europa através da logística mantida em Paranaguá pela organização criminosa”, informou a PF.

<><> Lavagem de dinheiro

As investigações também descobriram que, além do tráfico de drogas, o grupo estava envolvido em um complexo esquema de lavagem de dinheiro, movimentando bilhões de reais entre empresas e contas bancárias de fachada, além de adquirir bens e realizar transações fraudulentas. Durante o período de investigação, entre 2018 e 2022, a movimentação financeira dos investigados alcançou aproximadamente R$ 2 bilhões.

Diligências concluíram que o núcleo investigado fazia parte de uma organização criminosa internacional, dedicada ao tráfico de grandes quantidades de cocaína da América do Sul para a Europa. O Porto de Paranaguá, no Brasil, era o principal ponto de saída, e o Porto de Valência, na Espanha, o de chegada.

A droga era transportada principalmente pelo método “rip on – rip off”, ocultada em contêineres com cargas como cerâmica, louça sanitária ou madeira. Além do transporte marítimo, a organização também usava aeronaves privadas para enviar cocaína para a Bélgica, onde membros da organização retiravam a droga antes da fiscalização nos aeroportos.

 

Fonte: Brasil 247/Metróples

 

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