64% das
crises alérgicas acontecem após mudança de temperatura, diz pesquisa
A mudança brusca de
temperatura é o gatilho para crises alérgicas de 64% das pessoas que lidam com
doenças respiratórias como rinite, sinusite, asma e bronquite, segundo pesquisa
encomendada pela marca Claritin, da multinacional alemã Bayer. Entre os
sintomas mais comuns estão: nariz escorrendo, congestão nasal e coceiras na
garganta, no nariz e no ouvido.
Segundo o levantamento,
feito de forma online com 702 pessoas que sofreram com alergia no último ano,
76% passaram por uma crise
alérgica no último mês. Além disso, metade dos
entrevistados afirma que as crises acontecem com muita frequência. Rinite (82%) e sinusite (65%) foram considerados os quadros mais
recorrentes, enquanto bronquite (17%) e asma (16%) foram considerados mais
raros.
“Quando acontece uma mudança
brusca de temperatura, principalmente no inverno, o ar frio consegue
aumentar o ressecamento da mucosa e das vias aéreas, podendo desencadear uma
série de sintomas, como espirros, congestão e corrimento nasal, coceira na
garganta, olhos e nariz, entre outros”, explica Augusto Vieira, médico da
divisão de Consumer Health da Bayer Brasil, à CNN.
“Além disso, o tempo que
passamos em ambientes fechados na estação é maior. Muitos desses locais podem
ter poeira, mofo e ácaros, que são outros agentes que irritam as vias aéreas e
causam alergias”, completa.
Esses fatores,
inclusive, foram levantados também como gatilhos para as crises alérgicas.
Segundo o levantamento, 79% dos entrevistados atribuíram ao pó o surgimento dos
sintomas, enquanto 63% relacionaram ao mofo e 50% aos ácaros.
Como se proteger das
crises alérgicas decorrentes da mudança no tempo?
Os respondentes da
pesquisa acreditam que, para se proteger das crises alérgicas, é necessário
manter uma boa hidratação com água (64%), deixar os cômodos da casa ventilados
(62%) e limpar com frequência o ambiente (60%).
De acordo com Maria
Leticia Freitas Silva Chavarria, coordenadora do Departamento Científico de
Rinite da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), além dessas
medidas, também é preciso se proteger das quedas bruscas de temperatura.
“É importante se
agasalhar da forma adequada, mantando-se hidratado, tomando água ao longo do
dia, usando soro fisiológico nasal e colírio nos olhos”, afirma, à CNN.
<><> Como é
feito o tratamento de alergias?
A primeira orientação ao
ter sintomas de crise alérgica é evitar a exposição ao causador da alergia,
como pó, mofo e ácaro, conforme explica Vieira.
“Se ainda assim a crise
estiver forte, tentar a lavagem nasal. Seguindo orientação médica, a ingestão
de anti-histamínicos reduz a coceira e a resposta imune produzidas pela
histamina, que é uma substância química liberadas pelas células imunes quando
em contato com um alérgeno”, orienta o especialista.
Chavarria acrescenta,
ainda, que os medicamentos devem ser utilizados assim que os sinais e os
sintomas começam a surgir. “Os mais adequados são os anti-histamínicos e os
corticosteroides tópicos nasais, mantendo sempre a higiene nasal com soro
fisiológico”, afirma. Mas a especialista ressalta: é fundamental buscar o
tratamento adequado por meio de consultas médicas.
¨ Sangramento
nasal e cansaço: veja como tempo seco afeta corpo humano
Para além das questões
climáticas, o tempo seco e as altas temperaturas decorrentes das ondas de calor podem
desencadear problemas respiratórios, de acordo com o médico
otorrinolaringologista Bruno Borges de Carvalho Barros, especialista pela
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia.
Queimadas, como as que
atingem a região amazônica e cidades do interior de São Paulo, também podem causar riscos à saúde.
“Isso acontece porque o
tempo fica ainda mais seco com a fumaça liberada pelas queimadas recentes, que
ainda são compostas por uma mistura de gases tóxicos e partículas finas que,
quando inaladas, podem penetrar profundamente nas vias respiratórias”, explica
o médico.
<><> O que o
tempo seco causa no organismo?
O tempo seco pode
ressecar as mucosas do nariz, garganta e pulmões, causando sintomas como
dificuldade para respirar e tosse, além de aumentar crises de asma e bronquite, de
acordo com Tatiana Buainain, clínica geral do Hospital Santa Paula. Além disso,
a rinite alérgica costuma ganhar força diante da baixa umidade do ar, causando
coceira frequente no nariz e/ou nos olhos, espirros frequentes, coriza e
obstrução nasal.
Sangramentos nasais
espontâneos também podem ocorrer em alguns casos. Isso acontece porque o tempo
seco torna as paredes internas do nariz mais frágeis, deixando-as mais
suscetíveis a fissuras e sangramentos, segundo Barros.
Além dos sintomas
respiratórios, a baixa umidade do ar pode deixar os lábios e pele ressecada, olhos
irritados e causar dor de cabeça. “A
desidratação também é comum se não houver ingestão adequada de líquidos”,
alerta Buainain.
<><> Cansaço
e baixa produtividade também podem ser comuns no tempo seco
O calor em excesso faz o
corpo trabalhar mais para manter a temperatura interna equilibrada, conforme
explica Buainain. Consequentemente, o corpo gasta mais energia, causando maior
sensação de cansaço e reduzindo a capacidade de concentração e produtividade.
Calor extremo também
pode causar a queda da pressão arterial. “Isso acontece devido a um fenômeno de
vasodilatação, que faz a nossa pressão abaixar e leva à sensação de fadiga.
Então, é muito importante em casos de calor extremo ficar em ambientes
refrigerados, de preferência, com ar-condicionado, e caprichar na hidratação,
além de utilizar umidificadores”, acrescenta Sara Mohrbacher, clínica médica e
nefrologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Além disso, o ar seco e
o calor podem atrapalhar o sono, o
que leva ao maior cansaço durante o dia, já que não houve descanso o suficiente
à noite. “O ar seco e o calor podem deixar o ambiente desconfortável,
dificultando a respiração e provocando noites mal dormidas, afetando, assim, a
qualidade do sono”, afirma a especialista.
<><> Como
evitar efeitos negativos do tempo seco?
Para evitar crises
alérgicas e irritação na mucosa nasal, é importante usar soro fisiológico em
forma de spray nasal durante o dia ou realizar lavagem nasal, pelo
menos, à noite e pela manhã. Também é fundamental usar umidificadores de ar em
ambientes internos, principalmente durante a noite, de acordo com Barros. “Isso
pode ajudar a manter a umidade relativa do ar em níveis confortáveis”, afirma o
especialista.
<<<< Outras
medidas incluem:
- Beber
bastante água ao longo do dia;
- Evitar exposição
a substâncias irritantes, como fumaça de cigarro;
- No caso
de quem mora próximo aos focos de queimadas, é importante permanecer
dentro de casa, evitando exposição às fumaças, e, se possível, manter
janelas e portas fechadas e usar ar-condicionado e purificador de ar;
- Evitar
atividades físicas em horários de elevadas concentrações de poluentes
(entre 12h e 16h);
- Hidratar
a pele com cremes;
- Usar
umidificadores de ar;
- Manter
janelas abertas para ventilação (em locais não afetados pelas fumaças de
queimadas).
¨ Veja
como melhorar a imunidade diante de mudanças de temperatura
As mudanças bruscas de temperatura, típicas de ondas de calor seguidas por períodos de frio, são cada
vez mais comuns em várias regiões do Brasil. Esse cenário afeta diretamente a
saúde, especialmente de indivíduos mais vulneráveis, como idosos, crianças e
aqueles com condições respiratórias pré-existentes. Com a chegada de dias
imprevisíveis, surge a dúvida: como garantir uma boa imunidade e preservar a
saúde diante dessas variações extremas?
Manter o corpo adaptado
a essas mudanças não é tarefa fácil. Enquanto mecanismos naturais — como suar
no calor e tremer no frio — ajudam a regular a temperatura interna, oscilações
abruptas podem sobrecarregar essas funções, levando a um estresse térmico que fragiliza o organismo.
Além disso, o impacto na
imunidade é significativo, especialmente para quem já sofre com alergias ou
doenças respiratórias. A CNN ouviu especialistas para entender melhor
como o corpo reage a essas variações e quais medidas podem ser adotadas para
minimizar os riscos.
<><> Como o
corpo reage às oscilações térmicas
Segundo Vitor Dominato,
clínico geral do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), no Rio de Janeiro, o
corpo humano possui mecanismos eficazes para manter uma temperatura interna
constante, mas as oscilações rápidas entre calor e frio podem enfraquecer o
sistema imunológico.
“Mudanças bruscas de temperatura podem
desencadear resfriados, gripes ou agravar condições respiratórias como asma e
rinite”, explica.
Para pessoas que já
convivem com essas condições, o impacto é ainda maior. “O ar frio e seco irrita
as vias respiratórias, enquanto as mudanças de temperatura podem intensificar
crises alérgicas.”
Andrea Almeida,
infectologista do Hospital do Servidor Público Estadual
(HSPE), complementa que essas oscilações afetam também a pressão arterial
e a frequência cardíaca, especialmente em pessoas com hipertensão e problemas
cardíacos.
“Tanto no frio intenso
quanto no calor, essas condições podem se desestabilizar, por isso é
fundamental monitorar a pressão regularmente e seguir as orientações médicas
rigorosamente.”
<><> Dicas
práticas para proteger a saúde
Proteger-se das
oscilações de temperatura requer uma combinação de cuidados básicos e medidas
preventivas. Dominato recomenda a hidratação constante, especialmente em
ambientes secos ou frios, para manter as mucosas úmidas.
“Lavar o nariz com soro
fisiológico ajuda a limpar as vias nasais e prevenir irritações. Além disso, a
vitamina C, encontrada em frutas cítricas ou por meio de suplementação, pode
fortalecer o sistema imunológico.”
Também é importante usar
roupas adequadas e de proteção das extremidades, como luvas e meias,
especialmente para pacientes com problemas circulatórios.
“No frio, é essencial
manter as extremidades aquecidas para evitar complicações. Além disso, a
lavagem das narinas com soro é uma medida eficaz para descongestionar o nariz e
eliminar o excesso de secreções, especialmente em períodos de ar seco e
poluído”, diz Almeida.
<><> Complexos
vitamínicos e outros suplementos
Embora a suplementação
vitamínica possa ser benéfica em casos de deficiência nutricional, os
especialistas alertam que o uso indiscriminado de vitaminas não previne ou cura
doenças relacionadas às oscilações de temperatura.
“Suplementos devem ser utilizados apenas sob
orientação médica, conforme a necessidade
específica de cada indivíduo”, diz a infectologista.
Além disso, o consumo de
mel também pode trazer benefícios para a saúde respiratória, ajudando a reduzir
sintomas como tosse e irritação na garganta.
“O mel possui
propriedades antioxidantes e pode atuar como um expectorante natural,
facilitando a eliminação do muco. No entanto, é importante consumi-lo com
moderação e sempre buscar orientação médica em casos de alergias ou problemas
mais graves”, diz Dominato.
<><> A
importância dos bons hábitos
Ambos os especialistas
concordam que a prevenção é a melhor estratégia. Manter uma dieta equilibrada,
rica em vitaminas e minerais, praticar exercícios físicos regularmente e
garantir boas noites de sono são fundamentais para fortalecer o sistema
imunológico.
“Evitar o estresse
também é crucial, pois altos níveis de estresse podem enfraquecer a imunidade.
Técnicas de relaxamento, como meditação e yoga, podem ser grandes aliadas”,
destaca Dominato.
Com essas orientações, é
possível atravessar as mudanças de temperatura com mais segurança e menor risco
à saúde, mantendo o corpo preparado para enfrentar as oscilações climáticas que
ocorrem rapidamente.
Fonte: CNN Brasil
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