quinta-feira, 5 de outubro de 2023

TCM SUSPENDE PAGAMENTOS COM PRECATÓRIOS DO FUNDEF EM BELO CAMPO

Na sessão desta quarta-feira (04/10), os conselheiros da 2ª Câmara de Julgamentos do Tribunal de Contas dos Municípios ratificaram medida cautelar deferida pelo conselheiro Fernando Vita e que determinou ao prefeito de Belo Campo, José Henrique Silva Tigre, que não utilize os valores originados dos precatórios do Fundef para o pagamento de serviços de infraestrutura. O termo de ocorrência – lavrado pela 5ª Inspetoria Regional de Controle Externo do TCM – apontou a utilização, em desvio de finalidade desses recursos destinados à educação, ao longo dos exercícios de 2022 e 2023.

De acordo com a 5ª IRCE, a Prefeitura de Belo Campo utilizou recursos oriundos dos precatórios do Fundef para finalidades diversas daquelas previstas em lei. Durante todo o ano de 2022 e, ainda, em 2023, foram gastos R$2.450.191,97 com o custeio de serviços de recuperação e manutenção de vias públicas, de atividades culturais e desportivas e de perfuração e revestimento de poços, o que indicaria – para a 5ª IRCE – um desvio de finalidade na aplicação desses recursos, vez que “estão em desconformidade com os preceitos fixados pela Lei n.º 9.424/96, 11.494/07 e 14.113/20, bem como das diretrizes e bases da educação apresentadas na Lei n.º 9.394/96”.

Os conselheiros do TCM consideraram que estavam presentes na denúncia o “fumus boni juris”, ou seja, a possibilidade que o direito pleiteado pelo denunciante exista no caso concreto, e também o “periculum in mora”, que se caracteriza pelo risco de decisão tardia

Para o conselheiro Fernando Vita, relator da matéria, os gastos apontados no termo indicam claramente o desvio de finalidade na utilização dos recursos, não sendo, desta forma, observado pelo gestor as orientações do TCM e demais órgãos de controle externo em torno do assunto, tendo sido flagrantemente descumprida a Legislação Federal que trata da matéria.

 

       AUDITORES DO TCM INSPECIONAM OBRA DE REQUALIFICAÇÃO EM SALVADOR

 

Auditores do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, que compõem o Núcleo de Auditoria Operacional e de Projetos Cofinanciados com Recursos Externos – NAOP, realizaram no dia 26 de setembro uma inspeção na execução da obra de requalificação urbano-ambiental na orla marítima de Salvador. A ação faz parte da 6ª auditoria do projeto “Prodetur Salvador” e tem o propósito de avaliar o estágio de execução e a qualidade das obras, a aderência ao cronograma estabelecido e a conformidade dos serviços prestados com as especificações constantes no projeto básico contratado.

Também foram observadas pelos técnicos as atividades realizadas pelo Escritório Socioambiental no cuidado com fauna e flora do local que está sofrendo intervenção e no atendimento às demandas da comunidade afetada pela obra. A atenção para as questões ambientais e sociais das intervenções são diretrizes obrigatórias no projeto do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O relatório com os apontamentos da equipe de inspeção será encaminhado à Unidade de Coordenação do Programa Prodetur Salvador.

O “Prodetur Salvador – Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo” é financiado pelo BID e executado pela Prefeitura de Salvador, com o objetivo de promover o desenvolvimento do turismo e o aumento da renda e do emprego formal da população. O projeto abrange trechos distintos da cidade.

Nesta etapa, a equipe de fiscalização do TCM atuou no trecho 02, localizado em Praia do Flamengo. Esse trecho possui mais de dois quilômetros de extensão –, incluindo praias e um viveiro de restinga – e deve ser concluído até 24 de dezembro deste ano. As intervenções terão um custo total de R$26.480.730,19. Os trechos 01 (Stella Maris) e 03 (Ipitanga), que somam um montante contratado de R$45.754.790,12, já haviam sido vistoriados em auditorias anteriores.

Ainda em 2023, a equipe técnica do TCM fará mais duas inspeções para monitorar o progresso das obras do projeto.

Avaliado em US$71.169.294,95, o Prodetur Salvador está em fase de finalização e tem o seu encerramento previsto para junho de 2024. Até o final de 2022, já havia sido executado o montante de US$50.424.995,22, que representa 70,85% do valor previsto, sendo US$31.768.040,27 financiados pelo BID e US$18.656.954,95 provenientes da contrapartida local do município.

 

       MAIS 11 CÂMARAS DE VEREADORES TÊM CONTAS APROVADAS

 

Nas primeiras sessões de outubro das duas Câmaras de julgamento do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, realizadas nesta quarta-feira (04/10), os conselheiros analisaram e consideraram regulares – mesmo que com ressalvas – as contas de mais 11 câmaras de vereadores de municípios baianos. Cinco referentes ao exercício financeiro de 2021 e outras seis relativas ao ano de 2022.

Na sessão da manhã, os conselheiros da 2ª Câmara do TCM, após exame dos relatórios anuais, emitiram acórdão considerando regulares – apenas com poucas ressalvas – as contas de 2022 das câmaras de Boa Vista do Tupim, na gestão do vereador João Itajair Alves de Aragão; de Itabela, de Pedro Antônio Ribeiro da Silva; de Itaguaçu da Bahia, de Ianca Adriane da Silva Miranda; de Mulungu do Morro, de Júlio Souza Santos; de São Miguel das Matas, de José Gomes Vieira, e, de Varzedo, de Antônio Vasconcelos Teixeira.

Já na sessão da tarde, a 1ª Câmara do TCM avaliou cinco contas referentes ao exercício financeiro de 2021, que foram aprovadas com ressalvas. Foram elas: as contas das câmaras de Barreiras, de responsabilidade do vereador Otoniel Nascimento Teixeira; de Brotas de Macaúbas, de Johnson Jonny Sodré Carvalho; de Inhambupe, de Jeovan Vieira da Silva; de Potiraguá, de Jefferson Silva Santos, e, de São Francisco do Conde, de Luis Carlos Dantas.

 

       Faroeste: Ação penal contra ex-desembargadora retorna definitivamente para o TJ-BA

 

A ação penal 965 que tramitava contra a ex-desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Maria da Graça Osório Pimentel Leal, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi enviada definitivamente para o TJ-BA. O processo está ligado à Operação Faroeste, que investiga esquema de venda de sentenças que favoreciam a grilagem de terras no oeste baiano.

No final da tarde desta terça-feira (3) foi dada a baixa definitiva do processo para que os autos sejam remetidos a uma das Varas Criminais Especializadas da comarca de Salvador.

No dia 25 de setembro o ministro Og Fernandes, então relator da ação penal no STJ, determinou o envio do processo para o primeiro grau do TJ-BA (veja aqui). A ordem foi expedida após o ministro ter decretado a perda de foro de Maria da Graça Osório Pimentel Leal, em virtude da sua aposentadoria compulsória. Ela foi aposentada compulsoriamente por idade pelo Tribunal de Justiça da Bahia no dia 16 de maio deste ano, quando completou 75 anos de idade (lembre aqui).

Nesta ação, a ex-desembargadora do TJ-BA é investigada por possíveis crimes de corrupção ativa e passiva, e lavagem dinheiro que teriam sido cometidos também por sua sobrinha, Karla Janayna Leal Vieira, o casal Adailton e Geciane Maturino, e produtor rural Dirceu Di Domênico (saiba mais). O grupo é acusado de integrar um esquema de venda de sentenças relacionado a 365 mil hectares - terreno avaliado em mais de R$ 1 bilhão, em valores atualizados - no Oeste da Bahia.

 

       Deputados da AL-BA convocam presidente da ViaBahia para prestar esclarecimento sobre estradas baianas

 

Os deputados da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) aprovaram, nesta terça-feira (3), a convocação do presidente da Via Bahia, José Bartolomeu, para prestar esclarecimento sobre o atual estado da BR -324 e BR-116, administradas pela concessionária.

A convocação foi aprovada por unanimidade nas Comissões de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo e de Agricultura, durante reunião.

De acordo com o parlamentar Eduardo Salles, é preciso cobrar do presidente da concessionária as promessas feitas em audiência anterior, realizada em abril, e saber o que a empresa tem feito para sanar os inúmeros problemas crônicos destas rodovias que têm causado danos à população baiana.

“Na época, foram duas horas de reunião e inúmeras promessas de investimentos, mas até agora nada foi feito. Todos os deputados estão mobilizados para que tenhamos uma solução. A população não tem como tolerar essa situação até 2034, quando encerra o prazo da concessão, e não aguenta mais trafegar por essas rodovias em péssimas condições, causando riscos de acidentes fatais”, disse Salles.

O deputado destacou ainda que não há mais justificativa para os motoristas enfrentarem tantos problemas de infraestrutura após mais de uma década de concessão do serviço à Via Bahia.

“Se a Via Bahia não tem condições de melhorar a qualidade do serviço, que entregue a concessão e o governo federal faça uma nova licitação. A luta não é de Eduardo Salles, mas é unânime entre os deputados da Assembleia Legislativa. Estamos ajustando também uma manifestação pacífica dos deputados sobre o assunto. É um grito da sociedade baiana que não aguenta mais pagar pedágio na BR-324 e na BR-116 e ter rodovias de péssima qualidade”, concluiu o deputado.

Ainda não há data prevista para a convocação do presidente da ViaBahia.

 

Fonte: Ascom TCM Bahia/BN

 

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