Relaxantes musculares, antiinflamatórios e
antibióticos: os medicamentos que podem afetar a sua rotina de exercícios
Muitas vezes parece que
estamos remando contra a maré e não sabemos porque treinamos tanto e os
resultados não aparecem ou até ficamos com a impressão de que nosso desempenho
está comprometido. Isso pode ocorrer por diversos motivos, como periodização
mal elaborada, dieta muito restritiva ou não planejada, fatores genéticos,
qualidade do sono, patologias e certos tipos de medicamentos podem interferir.
Para medicamentos
específicos, alguns especialistas recomendam que você faça exercícios antes de
ingerir o medicamento ou espere até que os efeitos do mesmo desapareçam (que
pode durar de 4 a 6 horas, mas, dependendo do tempo de vida do medicamento,
pode durar mais ou menos).
É importante informar o
seu médico se sentir falta de ar ou qualquer sintoma incomum com a mesma rotina
de exercícios ou hábitos de exercícios. Manter um nível consistente de
exercícios aeróbicos, treinamento de resistência e treinamento de força é
benéfico para o coração e para a saúde geral.
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Antidepressivos
Na maior parte dos casos,
é seguro e confortável fazer exercícios com antidepressivos. No entanto, há
algumas coisas que você deve ter em mente. Ocasionalmente, as medicações podem
gerar sonolência, e pode ser necessário adequar o horário de tomada ao treino.
Se o antidepressivo deixa você mais sonolento, você pode conversar com seu
médico e optar pela administração antes de dormir.
Vale lembrar que esse
processo pode ocorrer no início do tratamento, sendo que, a longo prazo, você
se adapta e, com acompanhamento, conseguirá superar esse obstáculo inicial. Com
o tempo você notará que ajudarão a aliviar a depressão e melhora sua motivação
para se exercitar e construir massa muscular —afinal, o treino é a última coisa
que uma pessoa que está sofrendo de depressão quer fazer, não é mesmo?
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Medicamentos para dormir e
para ansiedade
Medicamentos chamados
benzodiazepínicos são usados para tratar ansiedade e insônia. Exemplos de
benzodiazepínicos incluem alprazolam (Frontal), diazepam (Valium), clonazepam
(Rivotril) e lorazepam (Lorax). Estes medicamentos podem causar fadiga, baixos
níveis de energia, fraqueza, sonolência e má coordenação. Pílulas para dormir
também podem causar os mesmos efeitos colaterais, que são ainda potencializados
por medicamentos para dormir de ação prolongada. Isso pode afetar o desempenho
do exercício.
Tomar a medicação muitas
horas antes ou depois do treino pode ajudar a limitar esses efeitos. Se você
tomar benzodiazepínicos ou um comprimido para dormir para ajudá-lo a adormecer,
tente programar seu treino para a tarde, em vez de pela manhã.
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Estimulantes
Medicamentos para TDAH
como Concerta e Ritalina são estimulantes, ou seja, eles aumentam a taxa
metabólica a nível celular e afetam a regulação da temperatura, o que pode
levar ao aumento da transpiração e da desidratação. Os estimulantes também
causam tremores e agitação, o que pode aumentar o risco de lesões.
Manter-se bem hidratado
durante os treinos é especialmente importante se você estiver tomando remédios
para TDAH.
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Relaxantes musculares
Sem sombra de dúvidas
esse é o que mais a galera tem dúvida. Quem já não quis correr para tomar um
relaxante muscular depois de um treino de musculação?
Os relaxantes musculares
são um grupo de medicamentos mais comumente prescritos para espasmos e dores.
Isso pode ser devido a condições musculoesqueléticas, como distensões
musculares, dores de cabeça tensionais, fibromialgia e síndrome de dor
miofascial.
Os medicamentos funcionam
bloqueando neurotransmissores que transmitem sinais do cérebro para o corpo que
controlam os movimentos involuntários. Isso pode ajudar a aliviar espasmos
musculares dolorosos, mas também pode causar efeitos colaterais como boca seca
e visão turva. Como resultado, você se sentirá mais desidratado, o que pode
dificultar o esforço durante o treino. Ter dificuldade para enxergar também
pode prejudicar sua coordenação, aumentando a probabilidade de você tropeçar,
cair ou deixar cair um peso e se machucar. E como os relaxantes musculares
atuam rapidamente, você sentirá os efeitos poucas horas após tomá-los.
Embora haja pouca
literatura aconselhando a favor ou contra o uso de relaxantes musculares após o
treino ou durante o exercício, o bom senso deve prevalecer. O efeito colateral
mais comum dos relaxantes musculares é a sonolência. Praticar exercícios
enquanto se sente sonolento pode ser perigoso ao usar equipamentos de
ginástica, como esteiras, e pode causar lesões. A sonolência também pode
diminuir a eficácia do treino, causando fadiga precoce. Outros efeitos
colaterais dos relaxantes musculares, como tonturas e perda temporária de
visão, podem ser igualmente perigosos durante o exercício. Isso pode afetar seu
equilíbrio e potencialmente resultar em ferimentos na cabeça.
Você poderia tentar tomar
seus remédios à noite e malhar pela manhã. Os efeitos provavelmente já terão
passado, mas dependendo da extensão da sua lesão ou espasmo muscular, pode ser
melhor pular completamente o exercício até estar totalmente curado. Verifique
com seu médico para descobrir o que é melhor.
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Estatinas
As estatinas, como sinvastatina,
atorvastatina e fluvastatina, são utilizadas para tratar o colesterol alto
(LDL), o colesterol total e os triglicerídeos no sangue e, assim, evitar
doenças como AVC, aterosclerose, doenças cardiovasculares etc.
De acordo com a bula e
com relatos de pacientes, eles podem causar efeitos colaterais como fadiga,
dores musculares e cãibras musculares, que podem interferir na sua capacidade
de se exercitar. Se você sentir esse sintoma, consulte seu médico e veja se é
necessário evitar o treinamento de resistência para reduzir o estresse muscular
até que as dores cessem. Se persistir, converse com o profissional para avaliar
uma possível mudança para uma estatina diferente.
Em casos raros e graves,
as estatinas podem causar uma doença chamada rabdomiólise, que está associada a
danos musculares graves. Procure seu médico imediatamente se desenvolver sinais
e sintomas como urina de cor escura, dores musculares intensas e fadiga durante
o uso de estatinas.
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Anti-histamínicos
Os anti-histamínicos são
comumente utilizados para tratar sintomas de alergia, podendo causar efeitos
colaterais como boca seca, cansaço, tontura, tontura e sonolência. Eles também
podem relaxar os vasos sanguíneos e aumentar o risco de desmaios, o que pode
levar a acidentes durante seu treino.
Se um medicamento para
alergia esgota sua energia ou reduz o foco durante o exercício, converse com
seu médico sobre como tentar um medicamento diferente que seja menos sedativo.
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Betabloqueadores e
inibidores de ECA (medicamentos usados para tratar a pressão arterial elevada)
Se você estiver tomando
betabloqueadores ou inibidores da ECA para reduzir a pressão arterial, talvez
não consiga atingir o pico da frequência cardíaca. Converse com seu médico
sobre qual deve ser sua frequência cardíaca alvo ajustada e pressão arterial
quando você estiver tomando um betabloqueador ou medicamento inibidor da ECA
para hipertensão e fale com o Profissional de Educação Física que te acompanha
para utilizar a Escala de Borg (Escala de percepção de esforço) para avaliar de
forma subjetiva a intensidade e nível de exaustão do seu treino.
Além disso, algumas
pessoas podem sentir hipotensão pós-exercício (pressão arterial baixa). Se é o
seu caso, não levante abruptamente ou mude de posição muito rápido. Fale com
seu médico!
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Medicamento
antiinflamatórios não esteroides (AINEs)
O ibuprofeno é um
medicamento muito comum da classe de medicamentos antiinflamatórios não
esteróides, que são uma classe comum de medicamentos disponíveis sem receita. O
uso prolongado ou em altas doses pode levar a complicações como sangramento
gastrointestinal, que por sua vez pode causar anemia e sintomas como falta de
energia, fadiga, falta de ar e tontura. Isso pode levar a uma baixa capacidade
de exercício. Além disso, tomar um analgésico como o ibuprofeno pode mascarar
os sintomas da dor e aumentar o risco de lesões.
Atualmente, apenas dois
estudos relataram que o ibuprofeno tem efeito diferencial do placebo na
hipertrofia muscular. Um estudo relatou que 1.200 mg de ibuprofeno aumenta a
hipertrofia muscular em adultos idosos. Outro estudo descobriu que a mesma dose
de ibuprofeno atenuou a hipertrofia muscular em adultos jovens. Esses achados
contrastantes são provavelmente explicados pelas diferenças nos níveis
inflamatórios entre as faixas etárias. Isso porque pessoas idosas geralmente
apresentam níveis mais elevados de inflamação, razão pela qual um medicamento
antiinflamatório pode ter contribuído para a hipertrofia muscular. Estudos que
utilizaram doses mais baixas de ibuprofeno, como 400 mg, não relataram efeito
negativo ou positivo do uso de ibuprofeno.
Mais importante ainda, os
efeitos moduladores do ibuprofeno na hipertrofia muscular devem ser
considerados preliminares, uma vez que ainda não foram replicados. Dados
meta-analíticos também não encontraram diferença significativa entre os efeitos
do placebo e do ibuprofeno na hipertrofia muscular em adultos de meia-idade e
idosos. Dessa forma, o uso de ibuprofeno pode modular os efeitos do treinamento
resistido na hipertrofia muscular, mas são necessárias mais pesquisas sobre o
tema antes de fazer qualquer recomendação conclusiva.
Parto do princípio que,
se a sua dor é muscular e está passando por um processo de microlesão tendo
como objetivo a hipertrofia, por que vai tomar um antiinflamatório? Pelo sim e
pelo não, melhor colher os resultados.
Se você toma
antiinflamatórios regularmente, converse com seu médico sobre fazer exames de
deficiência de ferro e/ou tomar suplementos dietéticos.
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Descongestionantes nasais
Tomar descongestionantes
pode aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial. Combinada com os
efeitos do exercício, a pressão arterial elevada pode causar um estresse
considerável no sistema cardiovascular.
Converse com seu médico
sobre exercícios seguros enquanto toma descongestionantes, especialmente se
você tiver doença cardíaca ou histórico de evento cardíaco, como ataque
cardíaco.
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Diuréticos
Diuréticos ajudam o corpo
a eliminar o excesso de sal e água. Eles são usados para tratar doenças como
pressão alta, insuficiência cardíaca e edema (acúmulo de líquidos). Os
diuréticos podem causar efeitos colaterais como tonturas, desidratação e
hipocalemia (baixo teor de potássio), o que pode causar cãibras musculares e
redução da capacidade de exercício. Ingerir alimentos ricos em potássio pode
ajudar. Busque um acompanhamento com nutricionista, médico e profissional de
educação física.
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Inibidores de bomba de
prótons (IBPs)—tratamento de distúrbios gástricos
Medicamentos como
omeprazol, pantoprazol, lansoprazol e similares fazem parte do grupo dos
inibidores da bomba de próton (IBP), também chamados de anti-ulcerosos, muito
utilizados no tratamento de distúrbios do estômago e do esôfago, tais como
gastrites, úlcera péptica e refluxo gastroesofágico. Os IBPs afetam a absorção
de cálcio e magnésio, sendo que o uso prolongado desses medicamentos pode levar
à perda de cálcio dos ossos, podendo afetar o seu treino e aumentar o risco de
fraturas.
Converse com seu médico
sobre medidas de estilo de vida para tratar sua condição ou outros medicamentos,
se os IBPs causarem efeitos colaterais graves para você.
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Antibióticos e
corticosteróides
As fluoroquinolonas são
uma classe de antibióticos fortes que podem combater eficazmente infecções
complexas e podem causar efeitos colaterais indesejados, como tendões dolorosos
com ou sem rupturas.
Os corticosteróides, como
a prednisona, quando tomados cronicamente, podem causar fraqueza muscular. Se
você estiver tomando esses medicamentos por um curto período, pode valer a pena
fazer exercícios menos intensos e prestar atenção especial em exercícios que
evitem lesões.
Lembre-se que temos que
respeitar a individualidade biológica, pois você pode não ter o mesmo efeito
com a medicação que alguém que você conhece. Além disso, sua resposta à
medicação e seu efeito nos treinos podem mudar com o tempo. Se você suspeitar
que seus medicamentos estão afetando sua rotina de exercícios, converse com seu
médico sobre possíveis soluções ou outras opções de tratamento.
Fonte: IstoÉ
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