PT, PCdoB e PV aumentam pressão por candidatura em Salvador
O PT, PCdoB e PV de Salvador aumentaram a pressão
por uma candidatura da federação formada pelos três partidos em Salvador. Uma
reunião com lideranças dos partidos foi marcada para a próxima terça-feira, dia
3, a partir das 17h, na sede do PT municipal.
Segundo os dirigentes, cabe aos partidos
tradicionais da esquerda soteropolitana liderar o projeto político encabeçado
atualmente por Jerônimo Rodrigues (PT).
Uma reunião foi realizada na sede do PCdoB de
Salvador na manhã desta sexta-feira (29), com as presidentes do PT e PCdoB, Cema
Moura e Aladilce Souza; Jerônimo Júnior, tesoureiro do PCdoB e os vereadores:
Tiago Ferreira, líder do PT na Câmara Municipal, e Arnando Lessa.
Após análise da conjuntura política do município
para o próximo pleito eleitoral, foi sinalizado que a unidade da base do
governo Jerônimo passa por uma candidatura da Federação Brasil Esperança,
formada pelo PT, PCdoB e PV, e pode atrair todas as forças políticas da base do
governador em Salvador.
O movimento acontece após crescerem os rumores de
que o deputado Robinson Almeida (PT) deve desistir da candidatura diante da
falta de entusiasmo da militância com o seu nome. A informação que circula no
meio político é que o parlamentar está frustrado com a falta de entusiasmo do
PT com a sua pré-candidatura a prefeito de Salvador.
Em contrapartida, o vice-governador Geraldo Júnior,
do MDB, tem se articulado e crescido na bolsa de apostas para ser o candidato
da base de Jerônimo. Inclusive, uma ala do partido já dá como certa uma
composição da agremiação na vice em Salvador.
PT BAHIA SE PRONUNCIA
O presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia,
Éden Valadares, se pronunciou sobre as especulações de que o nome para disputar
a Prefeitura de Salvador em 2024 já estaria decidido pelo governador Jerônimo
Rodrigues e de que o PT indicaria, para a composição da chapa, uma vice
mulher.
Éden reiterou que o pré-candidato do grupo liderado
por Jerônimo ainda não foi definido, o que será feito após um processo de muito
diálogo, consenso e união, e reafirmou o nome do deputado estadual Robinson
Almeida como pré-candidato do PT à sucessão municipal na capital baiana.
“É natural que a ansiedade cresça e as especulações
também. Toda hora sai uma suposição aqui, outra acolá. Normal. Os jornalistas
consultam suas fontes e buscam acertar primeiro do que os outros”, disse Éden,
ao ressaltar o envolvimento de todos os partidos da base nas discussões.
PT
estabelece condições políticas para indicação de candidaturas
Com objetivo de criar condições políticas para a
consolidação das candidaturas e garantir o que chamou de “adequado
acompanhamento e o planejamento das candidaturas”, o PT, em resolução criada
para os diretórios municipais, divulgou ontem uma série de critérios para que
os diretórios estaduais aprovem o lançamento de chapas em municípios,
inclusive, os baianos.
De acordo com o documento divulgado à imprensa, “as
propostas de apoios a candidaturas de outros partidos deverão sempre obedecer à
política de alianças definidas pelo Diretório Nacional”. A resolução ainda traz
direcionamentos em caso de consenso nas candidaturas, bem como quando o Partido
dos Trabalhadores não for cabeça de chapa.
Já no caso daquelas que não houver consenso, o PT
indica que o Diretório Municipal deliberará até o dia 30 de novembro sobre as candidaturas
ou propostas de coligação e quando a decisão tiver o apoio de dois terços dos
membros.
Nos casos de divergência de apoio a outros
partidos, também serão realizados encontros municipais, que devem ser
realizados de 6 de novembro a 15 de abril do ano que vem. Entre as normas,
consta que, nos municípios com menos mil filiados, quem estiver apto poderá
participar do Encontro Municipal. Já nas cidades com mais de mil filiados, será
realizada a eleição de delegados e delegadas com votação em urna das 9h às 17h,
até sete dias antes do respectivo encontro.
Em relação à homologação pelas instâncias
partidárias para a posterior aprovação pela Federação Brasil da Esperança,
obedecerá aos seguintes critérios: pela Comissão Executiva Nacional nos municípios
com mais de 100 mil eleitores; pelas Comissões Executivas Estaduais nos
municípios com menos de 100 mil eleitores; nos municípios com menos de 100 mil
eleitores, as candidaturas ou coligações homologadas pelas Comissões Executivas
Estaduais poderão ser questionadas através de recurso, no prazo de três dias
corridos, para a Instância Nacional; por último, as decisões dos Encontros
Municipais também serão homologadas pelas instâncias superiores do PT, sempre
de acordo com os critérios previstos neste artigo.
Conforme o comunicado, a homologação das propostas
de candidaturas ou de apoio às candidaturas de outros partidos, se dará, sem
prejuízo de decisão final, a posteriori, pelo Diretório Nacional de tática
diferente em razão da conjuntura e da estratégia eleitoral nacional. Por fim, a
Comissão Executiva Nacional, "respeitando sua tradição de participação
militante, entende que o cenário político atual não é propício para a
realização de prévias, e recomenda às instâncias partidárias que priorizem o
diálogo e o consenso progressivo como forma de superar as divergências
internas".
Base
de Jerônimo está ‘atrasada’ para 2024, diz Wagner
Em entrevista concedida ontem à rádio Metrópole, o
senador Jaques Wagner (PT) voltou a cobrar celeridade por parte do grupo
encabeçado pelo governador Jerônimo Rodrigues, também do PT, na escolha do
candidato a prefeito de Salvador do próximo ano. “Nós vamos ter candidato. Não
tenho dúvida. Espero que afunile. Acho que é melhor entrar com uma chapa para
todas as energias se gastarem nela”, declarou o ex-governador. De acordo com a
sua avaliação, a definição em torno de um nome para impedir a reeleição do
prefeito Bruno Reis (União Brasil) está “atrasada”.
“Nós vamos disputar tudo. É óbvio que o estado é
muito grande. Em Salvador, eu acho que tem que resolver no mínimo, já
‘atrasadamente’, dentro desse ano. Tem um processo de discussão [acontecendo],
lançou Robinson Almeida, lançou Olívia Santana, lançou Pastor Isidório, lançou
Geraldinho [Júnior], e, na minha opinião, vai afunilar, tanto eu acho isso,
quanto o governador Jerônimo acha, quanto Rui também”, citou Wagner.
“As lideranças acham que é melhor concentrar. Em
Feira, a gente tem um candidato, que na última eleição bateu na porta, bateu na
trave, que é Zé Neto. Já deveríamos ter um candidato desde abril desse ano. É
natural que o prefeito [Bruno] leve vantagem. Mas eu ganhei de Paulo Souto na
primeira vez, e ele na reeleição”, lembrou.
Na ocasião, Jaques Wagner revelou que a base
petista tomou um “susto” com o resultado da eleição de 2022, que consagrou
Jerônimo no Palácio de Ondina diante do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil).
Apesar da vitória surpreendente, desbancando pesquisas, ele lembrou que o grupo
perdeu nas principais cidades do estado.
“A última eleição foi um susto ou um aviso. Das 20
maiores [cidades], nós ganhamos duas ou três cidades grandes. Isso chamou a
atenção. Creio que Jerônimo e a equipe dele estão mergulhando mais nesse
assunto para entender o que aconteceu”, contou Wagner.
“Se perdesse o Jerônimo e o Lula, eu diria que
era antipetismo. Só que não foi isso que aconteceu. O Lula ganhou e nós, aqui
na Bahia, como grupo, perdemos nessas cidades. Não dá para dizer que é
antipetismo. Se fosse antipetismo, não votaria em Lula”, analisou.
Por fim, Wagner sugeriu que o grupo perdeu nesses
colégios eleitorais por “não fazer política”, e deu uma cutucada no
ex-governador baiano e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). “Por que
aconteceu isso? Eu não tenho uma explicação razoável. Faltou política nas
grandes cidades? Às vezes, tem esse problema”, indagou e respondeu. “Não é só a
obra, porque a gente não é só gerente. Quem se elege governador é um líder
político do estado. Na minha opinião, não dá para ser gerente. Tem que ser
líder político”, continuou Wagner.
O senador adiantou que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) irá priorizar uma agenda nacional em 2024. Segundo ele, o
governo federal recuperou protagonismo internacional após o período de gestão
do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Sobre a primeira-dama Janja da Silva,
Wagner revelou que a relação dela com a política causa certos ciúmes em
integrantes do governo.
Fonte: Tribuna da Bahia
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