segunda-feira, 2 de outubro de 2023

PT, PCdoB e PV aumentam pressão por candidatura em Salvador

O PT, PCdoB e PV de Salvador aumentaram a pressão por uma candidatura da federação formada pelos três partidos em Salvador. Uma reunião com lideranças dos partidos foi marcada para a próxima terça-feira, dia 3, a partir das 17h, na sede do PT municipal.

Segundo os dirigentes, cabe aos partidos tradicionais da esquerda soteropolitana liderar o projeto político encabeçado atualmente por Jerônimo Rodrigues (PT).

Uma reunião foi realizada na sede do PCdoB de Salvador na manhã desta sexta-feira (29), com as presidentes do PT e PCdoB, Cema Moura e Aladilce Souza; Jerônimo Júnior, tesoureiro do PCdoB e os vereadores: Tiago Ferreira, líder do PT na Câmara Municipal, e Arnando Lessa.

Após análise da conjuntura política do município para o próximo pleito eleitoral, foi sinalizado que a unidade da base do governo Jerônimo passa por uma candidatura da Federação Brasil Esperança, formada pelo PT, PCdoB e PV, e pode atrair todas as forças políticas da base do governador em Salvador.

O movimento acontece após crescerem os rumores de que o deputado Robinson Almeida (PT) deve desistir da candidatura diante da falta de entusiasmo da militância com o seu nome. A informação que circula no meio político é que o parlamentar está frustrado com a falta de entusiasmo do PT com a sua pré-candidatura a prefeito de Salvador.

Em contrapartida, o vice-governador Geraldo Júnior, do MDB, tem se articulado e crescido na bolsa de apostas para ser o candidato da base de Jerônimo. Inclusive, uma ala do partido já dá como certa uma composição da agremiação na vice em Salvador.

PT BAHIA SE PRONUNCIA

O presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia, Éden Valadares, se pronunciou sobre as especulações de que o nome para disputar a Prefeitura de Salvador em 2024 já estaria decidido pelo governador Jerônimo Rodrigues e de que o PT indicaria, para a composição da chapa, uma vice mulher. 

Éden reiterou que o pré-candidato do grupo liderado por Jerônimo ainda não foi definido, o que será feito após um processo de muito diálogo, consenso e união, e reafirmou o nome do deputado estadual Robinson Almeida como pré-candidato do PT à sucessão municipal na capital baiana.

“É natural que a ansiedade cresça e as especulações também. Toda hora sai uma suposição aqui, outra acolá. Normal. Os jornalistas consultam suas fontes e buscam acertar primeiro do que os outros”, disse Éden, ao ressaltar o envolvimento de todos os partidos da base nas discussões. 

 

       PT estabelece condições políticas para indicação de candidaturas

 

Com objetivo de criar condições políticas para a consolidação das candidaturas e garantir o que chamou de “adequado acompanhamento e o planejamento das candidaturas”, o PT, em resolução criada para os diretórios municipais, divulgou ontem uma série de critérios para que os diretórios estaduais aprovem o lançamento de chapas em municípios, inclusive, os baianos. 

De acordo com o documento divulgado à imprensa, “as propostas de apoios a candidaturas de outros partidos deverão sempre obedecer à política de alianças definidas pelo Diretório Nacional”. A resolução ainda traz direcionamentos em caso de consenso nas candidaturas, bem como quando o Partido dos Trabalhadores não for cabeça de chapa.  

Já no caso daquelas que não houver consenso, o PT indica que o Diretório Municipal deliberará até o dia 30 de novembro sobre as candidaturas ou propostas de coligação e quando a decisão tiver o apoio de dois terços dos membros.  

Nos casos de divergência de apoio a outros partidos, também serão realizados encontros municipais, que devem ser realizados de 6 de novembro a 15 de abril do ano que vem. Entre as normas, consta que, nos municípios com menos mil filiados, quem estiver apto poderá participar do Encontro Municipal. Já nas cidades com mais de mil filiados, será realizada a eleição de delegados e delegadas com votação em urna das 9h às 17h, até sete dias antes do respectivo encontro. 

Em relação à homologação pelas instâncias partidárias para a posterior aprovação pela Federação Brasil da Esperança, obedecerá aos seguintes critérios: pela Comissão Executiva Nacional nos municípios com mais de 100 mil eleitores; pelas Comissões Executivas Estaduais nos municípios com menos de 100 mil eleitores; nos municípios com menos de 100 mil eleitores, as candidaturas ou coligações homologadas pelas Comissões Executivas Estaduais poderão ser questionadas através de recurso, no prazo de três dias corridos, para a Instância Nacional; por último, as decisões dos Encontros Municipais também serão homologadas pelas instâncias superiores do PT, sempre de acordo com os critérios previstos neste artigo. 

Conforme o comunicado, a homologação das propostas de candidaturas ou de apoio às candidaturas de outros partidos, se dará, sem prejuízo de decisão final, a posteriori, pelo Diretório Nacional de tática diferente em razão da conjuntura e da estratégia eleitoral nacional. Por fim, a Comissão Executiva Nacional, "respeitando sua tradição de participação militante, entende que o cenário político atual não é propício para a realização de prévias, e recomenda às instâncias partidárias que priorizem o diálogo e o consenso progressivo como forma de superar as divergências internas". 

 

       Base de Jerônimo está ‘atrasada’ para 2024, diz Wagner

 

Em entrevista concedida ontem à rádio Metrópole, o senador Jaques Wagner (PT) voltou a cobrar celeridade por parte do grupo encabeçado pelo governador Jerônimo Rodrigues, também do PT, na escolha do candidato a prefeito de Salvador do próximo ano. “Nós vamos ter candidato. Não tenho dúvida. Espero que afunile. Acho que é melhor entrar com uma chapa para todas as energias se gastarem nela”, declarou o ex-governador. De acordo com a sua avaliação, a definição em torno de um nome para impedir a reeleição do prefeito Bruno Reis (União Brasil) está “atrasada”. 

“Nós vamos disputar tudo. É óbvio que o estado é muito grande. Em Salvador, eu acho que tem que resolver no mínimo, já ‘atrasadamente’, dentro desse ano. Tem um processo de discussão [acontecendo], lançou Robinson Almeida, lançou Olívia Santana, lançou Pastor Isidório, lançou Geraldinho [Júnior], e, na minha opinião, vai afunilar, tanto eu acho isso, quanto o governador Jerônimo acha, quanto Rui também”, citou Wagner. 

“As lideranças acham que é melhor concentrar. Em Feira, a gente tem um candidato, que na última eleição bateu na porta, bateu na trave, que é Zé Neto. Já deveríamos ter um candidato desde abril desse ano. É natural que o prefeito [Bruno] leve vantagem. Mas eu ganhei de Paulo Souto na primeira vez, e ele na reeleição”, lembrou. 

Na ocasião, Jaques Wagner revelou que a base petista tomou um “susto” com o resultado da eleição de 2022, que consagrou Jerônimo no Palácio de Ondina diante do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil). Apesar da vitória surpreendente, desbancando pesquisas, ele lembrou que o grupo perdeu nas principais cidades do estado. 

“A última eleição foi um susto ou um aviso. Das 20 maiores [cidades], nós ganhamos duas ou três cidades grandes. Isso chamou a atenção. Creio que Jerônimo e a equipe dele estão mergulhando mais nesse assunto para entender o que aconteceu”, contou Wagner. 

“Se perdesse o Jerônimo e o Lula, eu diria que era antipetismo. Só que não foi isso que aconteceu. O Lula ganhou e nós, aqui na Bahia, como grupo, perdemos nessas cidades. Não dá para dizer que é antipetismo. Se fosse antipetismo, não votaria em Lula”, analisou. 

Por fim, Wagner sugeriu que o grupo perdeu nesses colégios eleitorais por “não fazer política”, e deu uma cutucada no ex-governador baiano e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). “Por que aconteceu isso? Eu não tenho uma explicação razoável. Faltou política nas grandes cidades? Às vezes, tem esse problema”, indagou e respondeu. “Não é só a obra, porque a gente não é só gerente. Quem se elege governador é um líder político do estado. Na minha opinião, não dá para ser gerente. Tem que ser líder político”, continuou Wagner. 

O senador adiantou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá priorizar uma agenda nacional em 2024. Segundo ele, o governo federal recuperou protagonismo internacional após o período de gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Sobre a primeira-dama Janja da Silva, Wagner revelou que a relação dela com a política causa certos ciúmes em integrantes do governo.

 

Fonte: Tribuna da Bahia

 

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