segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Direita continua dominando a internet no país

Nem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O político mais seguido no TikTok no Brasil é o deputado federal Tiririca (PL-SP). Levantamento feito pela Universidade Federal Fluminense (UFF) a pedido do Estadão mostra que, entre os dez políticos mais seguidos na plataforma de vídeos curtos, prevalecem os parlamentares que são de centro ou e de direita, e que defendem, no geral, a pauta da defesa dos animais e da segurança pública.

O Centrão tem seis do top 10 políticos brasileiros no aplicativo que tem 88,3 milhões de usuários apenas no Brasil. Bolsonaro (5,5 milhões) e Lula (4,3 milhões), ocupam, respectivamente, a segunda e terceira posições do ranking. Tiririca é seguido por 6,1 milhões de pessoas.

Diferente dos demais, Tiririca desponta no TikTok sem falar de política. Ele publica vídeos de humor, de dancinhas e de memes, seguindo uma tendência particular do uso da plataforma no Brasil: políticos que quiserem ter mais alcance precisam falar de algo além da política. O que não significa que não se beneficie disso para se eleger.

“O TikTok tem uma funcionalidade diferente das demais redes”, afirma Viktor Chagas, professor da UFF, responsável pelo levantamento. “Há, no TikTok, uma grande quantidade de políticos que atuam muito no sentido de trabalhar uma linguagem que simultaneamente despolitiza e politiza. Eles estão trabalhando com uma dimensão muito próxima do humor e da denúncia.”

Lula é o único político de esquerda entre os 10 políticos mais seguidos e está à frente do quarto colocado, o deputado Delegado Matheus Laiola (União-PR), por apenas 200 mil seguidores. Veja o resto da lista abaixo.

•        Na Argentina, Milei tem sete vezes mais seguidores que adversários

Enquanto a esquerda ignora o TikTok, a direita tem utilizado a ferramenta para atrair os jovens. Um levantamento do Núcleo de Tecnologia do Departamento de Comunicação da Pontifícia Universidade Católica (PUC) Rio mostra que, na Argentina, Javier Milei tem sete vezes mais presença no TikTok do que Patricia Bullrich e 34 vezes mais do que Sergio Massa, seus principais adversários, como revelou a jornalista Miriam Leitão em O Globo.

Lá, Milei usa da ferramenta do diálogo direto e espontâneo. Os vídeos costumam seguir um padrão. Uma voz faz uma pergunta e ele responde, de imediato, em imagens gravadas em ambientes públicos, fora de estúdios. No final de cada produção, o candidato presidencial grita um bordão que se tornou lema da sua candidatura na Argentina: “Viva la libertad carajo”.

“Javi (apelido do candidato), para quê você será presidente?”, pergunta uma voz. “Vou ser o presidente dos argentinos para terminar com a decadência que dura mais de dez anos”, afirmou. O vídeo tem 7 milhões de visualizações e repete um questionamento comumente feito no perfil dele na plataforma.

“O TikTok faz aflorar o tipo de conteúdo feito em linguagem descontraída, há um ambiente que favorece aquele que produz um conteúdo no calor do acontecimento, de uma forma direta ou coloquial, ainda que, na verdade, seja um conteúdo extremamente planejado”, afirma Viktor Chagas, pesquisador da UFF.

No Brasil, Lula é o único político de esquerda que tem mais de 1 millhão de seguidores no TikTok. A direita foi mais ágil e consolidou espaço enquanto o aplicativo crescia no País. Como mostrou o Estadão, estudo do Laboratório de Combate à Desinformação e ao Discurso de Ódio em Sistemas de Comunicação em Rede (DDosLAB) da UFF detectou 300 políticos com conta no TikTok, com 265 contas ativas que somam mais de 23 mil vídeos. Há quase duas vezes mais políticos de direita do que de esquerda na rede social. O primeiro grupo tende, estatisticamente, a acumular mais seguidores e mais curtidas.

•        União Brasil é o partido com mais políticos no top 10 mais seguidos

No Congresso, o deputado Matheus Laiola é totalmente desconhecido. Mas no TikTok ele fala com 4,1 milhões de pessoas. Na rede social, mostra suas ações como deputado, dá dicas de cuidados com pets e denuncia maus-tratos aos animais. Os conteúdos alcançam, em média, 20 mil a 30 mil pessoas. No primeiro mandato, foi eleito com 132 mil votos no rastro dos seus vídeos.

O número de seguidores de Laiola no TikTok é oito vezes superior à sua conta no Instagram, rede mais utilizada pelos políticos brasileiros.

O grande diferencial do aplicativo em relação a outras plataformas é a duração dos vídeos, com possibilidade de fazer edições, além de oferecer a opção de inserção de recursos interativos, que vão de enquetes a lives. Se antes a plataforma era de vídeos com “dança e coreografia”, hoje ela pode oferecer informação imediata.

Aos 27 anos, Kim Kataguiri (União-SP), é o mais jovem entre os políticos brasileiros mais influentes no Tiktok. “Hoje, no Brasil, a rede social elege presidente da República, como foi com Bolsonaro. Quem não souber usar as redes está politicamente morto”, sentencia.

Um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim usa a rede para publicar memes, provocações a Lula e à esquerda e divulgar o trabalho como deputado federal. Ele disse acreditar que os memes feitos pelo MBL no passado serviram como uma “vanguarda” que ajudou a criar um formato hoje também seguido por Lula, Bolsonaro e demais políticos.

Hoje, no Brasil, a rede social elege presidente da República, como foi com Bolsonaro. Quem não souber usar as redes está politicamente morto - Kim Kataguiri (União-SP)

São com os memes, aliás, que Kim tem mais facilidade de “hitar” e alcançar mais pessoas. Um vídeo publicado por ele, em que faz uma crítica social ao comparar desenhos atuais com os do passado, tem 5,3 milhões de visualizações.

“A principal função dessas redes, em especial o TikTok, é alcançar públicos novos, pessoas que não conhecem o seu trabalho. A pessoa vê um vídeo seu, vê outro, até que no terceiro quer saber quem é e segue o perfil”, afirma. “Eu gosto muito de fazer paródia de abertura de anime (desenho japonês). Onde mais viralizava é o TikTok. O público de 16 a 25 anos assiste em massa isso.”

Em uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) publicada no ano passado, o TikTok é a rede social mais usada por crianças e adolescentes. 34% do público brasileiro entre 9 e 17 anos afirmou acessar o aplicativo em 2021. O Brasil é o país com o terceiro maior grupo de usuários na plataforma, atrás apenas de Estados Unidos e Indonésia. Segundo o TSE, 13,74% dos eleitores brasileiros têm de 16 a 24 anos.

•        Deputado de cueca e memes de cachorros

No seu TikTok, Tiririca apresenta apenas o seu lado humorístico, deixando de lado as suas ações como parlamentar. Em um vídeo no dia 26 de agosto, o deputado ironiza a onda de calor no País jogando água na cabeça enquanto anda em uma rua apenas de camiseta e cueca. A postagem já conta com quase 5 milhões de visualizações até o fechamento desta reportagem. E não traz nada sobre o debate climático.

Grande parte das postagens feitas no perfil de Lula são para a divulgação de ações feitas pelo governo federal. Porém, no perfil do presidente também há espaço para a descontração. Um dos vídeos com maior engajamento do petista nos últimos meses foi um encontro com a atleta do Corinthians e da Seleção Feminina de Futebol, Tamires Cássia, onde ele disse “vai Corinthians”, em referência ao time de coração do chefe de Executivo e onde Tamires atua profissionalmente. O post teve mais de 400 mil visualizações, número superior aos de informações sobre projetos públicos.

O presidente entrou na rede na pré-campanha eleitoral de 2022. Bem depois que seu adversário Jair Bolsonaro já havia se instalado por lá. O ex-presidente abriu sua conta em junho de 2021.

O TikTok é uma das redes que o ex-presidente Jair Bolsonaro é mais ativo. Por lá, o ex-presidente faz publicações voltadas aos seus apoiadores, com críticas ao governo de Lula e lembranças do seu mandato na Presidência. Uma das postagens recentes com melhor desempenho no seu perfil é um vídeo do ex-chefe do Executivo tomando um café enquanto dava uma entrevista exclusiva ao Estadão.

O conteúdo da entrevista, quando Bolsonaro foi questionado sobre a sua atuação no esquema de venda ilegal de joias no exterior e sua convivência com o hacker Walter Delgatti Neto, foi ignorado pela postagem e substituído com uma música viral utilizada na plataforma. A publicação do ex-presidente alcançou 371 mil visualizações.

 

Ø  Em carta, militares defendem almirante golpista

 

O almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, recebeu o apoio de colegas que se formaram com ele em 1976 na Escola Naval. Em carta que circula entre militares, a turma diz que Garnier “enfrenta acusações lançadas ao vento” e dizem “acreditar em sua inocência.”

Em colaboração premiada, o tenente-coronel Mauro Cid disse à Polícia Federal que, após a derrota nas eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com os comandantes das Forças para discutir um plano para não deixar o poder.

 “As acusações contra o Almirante Garnier são lançadas aos ventos por estarem baseadas em assunto sob segredo de Justiça, o que torna impossível comprová-las ou, baseadas em assunto sob segredo de Justiça, contradizê-las. Pior, os envolvidos são tolhidos de se manifestar pelo mesmo segredo conferido aos seus depoimentos, enquanto a desinformação grassa solta”, diz o manifesto.

Na carta de nove parágrafos, os colegas de turma de Garnier dizem caber a eles dar “o testemunho sobre a pessoa por trás do título”. Dizem ainda que não faz sentido supor que o almirante “tenha conseguido enganar a todos”.

“Supor que um almirante-de-esquadra que passou pelo escrutínio de seus pares ao longo de toda a sua carreira, tenha conseguido enganar a todos e mudar seu comportamento de forma tão dramática, não faz sentido. Afinal, pessoas raramente mudam de fato, mas se aperfeiçoam em ser o que sempre foram. Queres julgar alguém, mira-te no seu passado. Lá a verdade reside.”

Por fim, o grupo escreve: “Por conhecermos o passado de Garnier, nós da associação da sua turma de Escola Naval acreditamos na sua inocência, formamos ao seu lado e lhe prestamos continência. É nosso dever de lealdade a um amigo, um irmão, um almirante.”

Como mostrou a CNN, aliados de Garnier veem uma blindagem ao Exército no depoimento de Cid.

Esses militares argumentam que Cid é um tenente-coronel da ativa do Exército e filho de um general da reserva. Portanto, na avaliação deles, seria “natural” que o ex-ajudante de ordens fizesse uma blindagem à Força à qual pertence.

Pessoas próximas a Garnier alegam que o ex-comandante, embora deixasse claro suas preferências políticas, jamais discutiu com a cúpula da Marinha uma proposta de golpe.

À CNN, um colega disse que o almirante “se expressava de maneira transparente sobre sua opinião, mas isso não quer dizer tentar um golpe”.

 

       Mais 5 réus por 8/1 têm penas de 10 a 17 anos

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a alcançar a maioria para condenar novo grupo de réus pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Com 5 a 0 no plenário virtual da Corte, falta apenas um voto para confirmar a prisão dos acusados em cinco ações penais diferentes — todas sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

A acusação segue a mesma linha que levou à condenação dos três primeiros réus do 8 de janeiro, em punição inédita por golpe de Estado. Tanto os três condenados quanto os cinco que estão em julgamento foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por cinco crimes: associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e deterioração de patrimônio tombado.

Em seu voto, Moraes defendeu penas que vão de 12 a 17 anos, além da indenização de R$ 30 milhões a ser paga por todos os condenados. Em quatro dos casos, o ministro acolheu a denúncia da PGR integralmente, enquanto no último defendeu absolvição pelos crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tomado por falta de provas.

Os ministros Edson Fachin, Dias Toffoli e Rosa Weber — que votou antes de aposentar-se do STF — acompanharam o voto do relator nos cinco casos, enquanto o ministro Cristiano Zanin seguiu Moraes com ressalvas.

As ações são analisadas pelo Supremo em sessão virtual que teve início na última terça-feira, 26, e tem previsão de terminar na segunda, 2. Ainda faltam depositar seus votos os ministros Luís Roberto Barroso, Kassio Nunes Marques, André Mendonça, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e Luix Fux.

Veja quem são os réus e como votaram os ministros para cada um:

•        Davis Baek, autônomo, preso na Praça dos Três Poderes com dois rojões não disparados, munições de gás lacrimogêneo, balas de borracha, uma faca e dois canivetes. Moraes sugeriu uma pena de 12 anos de reclusão e acolheu a argumentação da defesa pela absolvição pelos crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tomado. Zanin seguiu a mesma linha e votou por uma pena de 10 anos em regime fechado.

•        Nilma Lacerda Alves, técnica de enfermagem, presa no Senado Federal. Moraes sugeriu uma pena de 14 anos, sendo 12 anos e seis meses de prisão em regime fechado, por todos os cinco crimes; Zanin votou por uma pena de 11 anos, sendo 10 anos e seis meses em regime fechado.

•        Jupira Silvana da Cruz Rodrigues, dona de casa, presa no Palácio do Planalto. Moraes sugeriu uma pena de 14 anos, sendo 12 anos e seis meses de prisão em regime fechado, todos os cinco crimes; Zanin votou por uma pena de 11 anos, sendo 10 anos e seis meses em regime fechado.

•        João Lucas Vale Giffoni, psicólogo, preso no Senado Federal. Moraes sugeriu uma pena de 14 anos, sendo 12 anos e seis meses de prisão em regime fechado, por todos os cinco crimes; Zanin acolheu a condenação, mas votou por uma pena de 11 anos, sendo 10 anos e seis meses em regime fechado.

•        Moacir José dos Santos, entregador, preso no Palácio do Planalto. Ele fazia parte da primeira remessa de julgamentos, mas não chegou a ser julgado no plenário físico. A pena proposta por Moraes foi de 17 anos, sendo 15 anos e meio em regime fechado, por todos os cinco crimes; Zanin votou por uma pena de 15 anos, sendo 13 anos e seis meses em regime fechado.

Os julgamentos no plenário virtual são assíncronos, isto é, não há reunião ou debate em tempo real entre os ministros, que apenas registram os votos na plataforma online. A votação fica aberta até 2 de outubro.

A alternativa foi adotada para desafogar a pauta do plenário físico e cessar o palanque dos advogados defesa, já que nessa modalidade as sustentações orais são gravadas e enviadas em arquivo de vídeo. Nos primeiros três julgamentos, os defensores protagonizaram ataques aos ministros e ao Judiciário.

•        Audiências

Os réus foram ouvidos por juízes auxiliares do STF em audiências virtuais. Giffoni confirmou que esteve na Praça dos Três Poderes, mas alegou que acreditava ser um protesto pacífico e que seu objetivo era “fazer um estudo do comportamento humano coletivo”. Ele foi preso durante a invasão ao Senado.

Nilma negou ter participado de atos de vandalismo ou danificado qualquer bem na Praça dos Três Poderes. Ela alegou que chegou a arrumar cadeiras que estavam fora do lugar.

Jupira estava acampada no QG do Exército desde dezembro. Ela contou que ficou sabendo da mobilização pelas redes sociais e viajou de Minas ao Distrito Federal. A dona de casa alegou ainda que “estava na inocência” e foi sendo “empurrada” pela multidão até o Senado. A PF também encontrou material genético dela em uma garrafa deixada no Palácio do Planalto.

Moacir José dos Santos viajou a Brasília na véspera dos atos golpistas e também foi preso no Planalto. Ele saiu de Cascavel (PR), onde estava há dias acampado em frente ao QG do Exército. O entregador narrou que entrou no prédio da presidência depois que o edifício já tinha sido vandalizado. “Eu fiquei organizando. Tinham muitas cadeiras quebradas”, declarou.

Davis Baek afirmou que viajou para conhecer Brasília e aproveitou a viagem para “defender pautas que todo o cidadão de bem deveria defender em uma democracia”. Ele negou que os rojões fossem dele e afirmou que pegou as munições das bombas de gás no chão como “souvenir” e “lembrança do evento”. “Eu tenho mania de colecionar coisa”, declarou. Os canivetes, segundo o depoimento, estavam em uma mochila de camping que já estava pronta. “Não lembrava, se não eu teria tirado. De forma alguma eu iria usar”, disse.

•        STF já condenou três acusados dos ataques de 8 de Janeiro

A primeira remessa de julgamentos foi levada ao plenário físico do STF, com denúncia da PGR, espaço para argumentação da defesa e voto dos ministros ao vivo. Na ocasião, o Supremo teve maioria para condenar os três réus pelos cinco crimes: associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e deterioração de patrimônio tombado.

Aécio Pereira e Matheus Lima de Carvalho Lázaro foram condenado a 17 anos de prisão. Pelos mesmos crimes, eles tiveram pena superior ao segundo réu, Thiago Mathar, que foi sentenciado a uma pena 14 anos. Segundo o voto do relator, a redução da pena deu-se pelo réu não ter incitado outras pessoas por meio das redes sociais.

 

Ø  Grandes dúvidas: General alvo de operação da PF será processado? Pegará 17 anos?

 

Alvo da 18ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (29/9), o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes teve celular, arma e passaporte apreendidos. Mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e cumprido pela PF determina também o bloqueio de bens do militar.

Ridauto Fernandes é investigado na operação que visa identificar participantes dos atos golpista de 8 de janeiro, em Brasília (DF), quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por bolsonaristas que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos daquelas instituições.

O general da reserva aparece em um vídeo na Praça dos Três Poderes na ocasião, como participante dos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro.

Vestido com camisa do Brasil, Fernandes disse, na época, que estava “arrepiado” com a invasão e criticou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) por ter atirado bombas de gás lacrimogêneo nos participantes do movimento. O general também já defendeu, em suas redes sociais, um golpe de Estado e disse que “morreria e mataria” pelo Brasil.

Na investigação, Ridauto Fernandes é considerado executor e possivelmente um dos idealizadores dos atos golpistas.

Ele era conhecido ainda por fazer parte de um grupo específico dentro das Forças Especiais do Exército Brasileiro: os “kids pretos”. Nomes como o de Ridauto e Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, eram integrantes.

O termo é usado como apelido para referir-se aos militares (de ativa ou não) que se especializam em operações especiais do Exército, com foco nas ações de sabotagem e incentivo em revoltas populares (ou “insurgência popular”), que não chegam a se transformar em guerra civil. Investigações da PF apontam participação de Ridauto.

O apelido “kids pretos” também faz referência às Forças Especiais, que compõem a elite de combate do Exército.

A nova fase da Operação Lesa Pátria busca justamente identificar os militares que possivelmente integrariam as FE do Exército, cuja análise e apuração da revista Piauí afirmaram, no começo do ano, que teriam envolvimento no início da invasão às sedes da Praça dos Três Poderes, durante os ataques golpistas de 8 de janeiro.

Ridauto é ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde durante a gestão Eduardo Pazuello, de quem é próximo. Ele foi nomeado para o cargo em julho de 2021 e ficou até o fim do governo Jair Bolsonaro.

O general assumiu o cargo na pasta no lugar de Roberto Dias Ferreira, exonerado do posto após ser acusado de pedir propina para fechar um contrato para compra de vacina contra Covid-19 durante a pandemia.

 

Fonte: Agencia Estado/Metrópoles

 

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