quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Problemas de sono estão associados a maior risco de AVC

Problemas de sono – desde o ronco até dormir demais ou pouco – podem estar associados a um risco elevado de acidente vascular cerebral (AVC), dizem os pesquisadores da Universidade de Galway, na Irlanda. Bufar durante o sono, ter má qualidade do sono e apneia do sono também podem estar associados a um maior risco de AVC.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram cerca de 4.500 pessoas, incluindo mais de 2.200 sobreviventes de derrame. Eles foram pareados com mais de 2.200 pessoas que não tiveram um AVC. Os participantes tinham idade média de 62 anos. Eles foram questionados sobre seus comportamentos de sono, incluindo cochilos e problemas respiratórios durante o sono.

Dos que tiveram um AVC, 162 tiveram menos de cinco horas de sono noturno, em comparação com 43 daqueles que não tiveram um AVC. Aqueles com menos de cinco horas de sono eram três vezes mais propensos a ter um derrame do que aqueles que dormiam em média sete horas.

Outros 151 sobreviventes de AVC dormiram mais de nove horas por noite, em comparação com 84 dos que não tiveram AVC. Os que dormiam muito tinham duas vezes mais chances de sofrer um derrame do que aqueles que dormiam sete horas. Além disso, as pessoas que tiraram sonecas por mais de uma hora tiveram 88% mais chances de sofrer um derrame do que aquelas que não tiraram.

Os pesquisadores também relataram que as pessoas que roncam durante o sono têm 91% mais chances de sofrer um derrame do que aquelas que não roncam. Aqueles que bufam têm quase três vezes mais chances de sofrer um derrame do que aqueles que não o fazem. Os participantes com apneia do sono são quase três vezes mais propensos a ter um acidente vascular cerebral do que aqueles sem interrupções respiratórias durante o sono.

O estudo foi ajustado para outros fatores que afetam o risco de AVC - incluindo tabagismo, atividade física, depressão e consumo de álcool - mas obteve resultados semelhantes. No entanto, não pode provar uma relação de causa e efeito, apenas uma associação.

 

       Poluição do ar pode aumentar o risco de demência

 

A exposição à poluição do ar pode aumentar o risco de desenvolver demência, de acordo com uma revisão realizada na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores examinaram mais de 2.000 estudos em sua revisão, encontrando 51 que analisavam uma associação entre a poluição do ar ambiente e a demência clínica publicados nos últimos dez anos, e encontraram evidências consistentes de uma associação entre PM2.5 e demência.

A revisão apontou para um aumento de 17% no risco de desenvolver demência para cada aumento de 2µg/m3 na exposição média anual a PM2,5. Também existiam associações entre dióxido de nitrogênio e óxido de nitrogênio e demência. Para o óxido de nitrogênio, houve um aumento de 5% no risco para cada 10µg/m3 na exposição anual. Para o dióxido de nitrogênio, houve um aumento de 2% no risco para cada aumento de 10µg/m3 na exposição anual.

Segundo os autores, existem muitas teorias sobre o motivo de o ar sujo pode aumentar o risco de demência. Pode ser simplesmente porque a poluição afeta a saúde cardiovascular e isso, por sua vez, afeta a saúde do cérebro. Outra teoria envolve o impacto da inflamação. A poluição pode atuar diretamente nas células nervosas ou em outras células do cérebro, interferindo em sua função geral.

 

       Problemas de sono podem acelerar declínio cognitivo em mulheres com esclerose múltipla

 

Embora o declínio do pensamento possa ser um sintoma comum da esclerose múltipla em mulheres, uma nova pesquisa sugere que o sono, ou a falta dele, pode estar piorando as coisas.

Estudo realizado na University of Michigan Health, nos Estados Unidos, usou dados de mais de 60.000 mulheres nas ondas de 2013 e 2017 do Nurses Health Study, e mostrou que mulheres com esclerose múltipla eram mais propensas do que aquelas sem a condição a relatar distúrbios do sono, como apneia obstrutiva do sono, insônia e sonolência.

Os distúrbios do sono identificados em 2013 contribuíram para problemas de pensamento relatados por mulheres com esclerose múltipla em 2017, incluindo memória e capacidade de seguir instruções e conversas. A apneia do sono foi responsável por 34% do efeito total entre a esclerose múltipla e a capacidade de seguir instruções.

 

       Ioga em casa reduz a ansiedade e melhora a memória de curto prazo

 

 A ioga é uma prática frequente entre os adultos nas sociedades ocidentais, onde muitas vezes é percebida como uma forma complementar de exercício. De acordo com uma pesquisa nacionalmente representativa de adultos americanos em 2017, 14,5% praticaram ioga nos últimos 12 meses. Há um consenso crescente entre os pesquisadores sobre a necessidade de explorar os efeitos de diferentes estilos de ioga. Alguns fatores que diferenciam esses estilos de ioga são a velocidade do movimento, a dificuldade das posturas, o foco no fluxo e nas transições entre os movimentos e o tempo que as posturas são mantidas. Há evidências preliminares sugerindo que os benefícios físicos e fisiológicos da ioga diferem de acordo com o estilo.

Recente estudo controlado randomizado avaliou a viabilidade e a eficácia preliminar de uma intervenção de ioga de intensidade moderada de 8 semanas (3 vezes por semana, 50 minutos por dia) disponibilizada remotamente (vs. um braço de controle em lista de espera), no estresse e no funcionamento cognitivo. Os participantes (n?=?86) eram adultos pouco ativos e trabalhadores em tempo integral (81,40% do sexo feminino; média de idade?=?41 anos) com sintomas de estresse.

A viabilidade foi avaliada por adesão, diversão e segurança; estresse e ansiedade por meio de questionários de autorrelato; e funcionamento executivo por meio de testes neuropsicológicos.

No acompanhamento, o grupo de ioga apresentou estresse e ansiedade significativamente menores e maior precisão nas tarefas de memória de trabalho. A prática remota de ioga de intensidade moderada provou ser segura, agradável e pode reduzir o estresse e melhorar o funcionamento cognitivo.

 

Fonte: Neurology/The BMJ/Multiple Sclerosis Journal/Journal of Behavioral Medicine

 

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