domingo, 29 de outubro de 2023

PGR investiga pastor Isidório por falas transfóbicas e ofensa a Erika Hilton

A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu uma investigação contra o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) por falas de teor transfóbico feitas no dia 19 de setembro, na reunião da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara. Na ocasião, o colegiado discutia um projeto de lei que proíbe o casamento homoafetivo - e que foi aprovado pela Comissão no dia 10 de outubro.

Durante a discussão, Isidório disse: "Homem nasce como homem, com 'binga', portanto, com 'pinto', com pênis, mulher nasce com sua cocota, sua 'tcheca', portanto sua vagina. Mesmo com as suas fantasias, homem, mesmo cortando a 'binga', não vai ser mulher. Mulher, tapando a cocota, se for possível, não será homem".

Além disso, ele chamou a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) de "meu amigo". Ela representou contra Isidório no Ministério Público Federal (MPF), pedindo a responsabilização criminal do parlamentar por violência política de gênero, crime cuja pena é de um a quatro anos de reclusão e multa.

A investigação aberta pela PGR contempla tanto as falas de tom transfóbico quanto a referência à Erika Hilton. O despacho, assinado pela vice-procuradora-geral da República, Ana Borges Coêlho Santos, afirma que há, no caso, o "binômio viabilidade e utilidade da investigação".

"A formalização de investigação demanda um suporte mínimo de justa causa, que se refere à verossimilhança dos fatos supostamente ilícitos apontados e à probabilidade de que haja meios eficazes de apuração", disse a vice-procuradora-geral da República. Ana Borges Coêlho Santos, portanto, analisou que há indícios que podem levar à responsabilização penal de Isidório.

Na mesma sessão do dia 19, o deputado federal disse que "Deus criou naturalmente homem e mulher". "Não adianta, pode botar dois homens em uma ilha, duas mulheres na próxima ilha, que você chegando lá vai encontrar a mesma coisa. Coloque-se homem e mulher numa ilha separada que, ao chegar, vai encontrar a procriação, vai encontrar a família. Então, homem com homem não procria, essa é a nossa constituição (...)."

Ministério Público Eleitoral também pediu investigação de Isidório

A decisão da PGR de investigar criminalmente Isidório atende tanto à representação de Hilton quanto a outra, apresentada pelo Ministério Público Eleitoral no dia 25 de setembro e encaminhada à Procuradoria. Como o pastor é deputado federal, o foro competente para julgá-lo é o Supremo Tribunal Federal (STF).

O Estadão procurou o deputado Pastor Isidório, mas não houve retorno até a publicação da reportagem.

•        Mudança de discurso e 'cura' pela Bíblia

Dias depois da sessão do dia 19 de setembro da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara, Isidório voltou a atacar a população LGBTQIA+, mas mudou de posição a respeito do direito ao casamento civil.

Primeiro, o parlamentar defendeu que as entidades religiosas não sejam obrigadas a realizar uniões homoafetivas. "(Quero) que povo cristão tenha o direito de não ser obrigado a fazer cerimônia do casamento que agrida nossa fé."

Instantes depois, ele defendeu a união civil. "É direito deles, são cidadãos. Não vou, por hipocrisia, votar contra direitos de garantia social, pois sei que, se Jesus estivesse aqui, não faria isso!", disse o deputado, que foi aplaudido pelos pares.

Isidório se apresenta como ex-gay. Na campanha de 2018, dizia que a homossexualidade é um pecado equivalente ao assassinato e ao roubo. O deputado afirma que foi "curado" através da Bíblia.

 

       MP denuncia vereador por homofobia contra a própria afilhada

 

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu a suspensão do mandato do vereador de Petrópolis, Domingos Galante Neto, conhecido como “Domingos Protetor”. Ele foi denunciado por crimes de homofobia caracterizada como injúria racial, concussão [utilização de cargo público para obter vantagem indevida] e usurpação de função pública.

Segundo a denúncia, uma afilhada de Domingos que trabalhava em seu gabinete costumava ser chamada pelo vereador de de “sapatão” e “homenzinho”, na frente de outros funcionários.

Clarice Medeiros é irmã, por parte de mãe, de uma irmã do vereador. Ela foi criada na mesma casa que Domingos morava quando solteiro. A relação entre os dois era próxima. A pedido da irmã em comum, Clarice chegou a trabalhar com Domingos em um restaurante antes que o vereador ingressasse na carreira política.

As referências de Domingos à orientação sexual de Clarice, porém, sempre foram frequentes. O apelido dado pelo vereador à afilhada era “Claretão”. De forma debochada, o vereador costumava dizer, diante de outros assessores, que Clarice “é mais macho que eu”. Os comentários causavam constrangimento na afilhada.

Um dos últimos casos registrados aconteceu durante uma reunião convocada pelo vereador para discutir as eleições de 2024. Domingos pediu à Clarice, na frente de todos, que criasse um “grupo de sapatão” para pedir votos para ele no ano que vem.

•        Despesas pessoais

O comportamento de Domingos Galante Neto com outros assessores também foi alvo da denúncia do MPRJ. O vereador é acusado de comandar um esquema de enriquecimento ilícito em seu gabinete obrigando servidores a pagarem suas despesas pessoais com dinheiro próprio, sob ameaça de demissão.

Segundo o MPRJ, o vereador causou um prejuízo de R$ 26 mil a um servidor, obrigando que ele fizesse transferências para sua irmã sob ameaça de demissão.

Em ligações telefônicas e mensagens enviadas para seus servidores, o vereador cobra o pagamento de contas pessoais e outras despesas, como créditos de celular e dados móveis. O principal alvo dos pedidos é um servidor identificado como Rafael.

“Ô Rafael, coloca 10 conto na Claro para mim aí”, era um pedido recorrente feito pelo vereador. Em outro momento, Domingos pede que Rafael e outros assessores paguem pela cirurgia de um animal atendido em uma clínica veterinária vinculada à Coordenadoria de Bem-estar Animal (Cobea) de Petrópolis.

 “Tem que ver esse negócio da cirurgia da cachorra. Eu não tenho cheque, não tenho cartão. A menina está me ligando aqui, me infernizando, estou com esse negócio da Covid aqui correndo atrás. Está um inferno isso, cara. Maldita hora que vocês não pegaram essa porra dessa mulher e não levaram junto, cara. Agora tem que ver. Cartão, cheque, tem que resolver isso”, disse Domingos.

O vereador também obrigou servidores a comprarem bilhetes de uma rifa com o próprio dinheiro, inclusive se referindo ao 13º salário. “É simples, cara. É fazer 100 números, sei lá, dá 10 para cada um vender. Se não vender, bota do bolso. Foda-se. Aproveitar que a galera vai receber 13º pra vender essa rifa aí”, disse.

•        Comando da Cobea

Domingos também foi denunciado pelo MPRJ por usurpação de função pública, comandando a Cobea sem nomeação para o cargo. Em várias situações, ele orienta servidores, determina vistorias, horários de funcionamento e prioridades de atendimento. Domingos também usava veículos do órgão para atividades pessoais.

“Tem que fazer uma ação, levar a corrocinha da Cobea, filmar tudo pra mandar para o MP. Tem que ser uma ação coordenada”, afirma o vereador antes do atendimento a uma denúncia de criação irregular de cavalos. “Se não tiver documentação, se não tiver vacina, esses cavalos têm que ser recolhidos. Não adianta fazer trabalho nas coxas. Tem que ir e mostrar serviço”, determina.

Em nota, a defesa de Domingos afirmou estar à disposição da Justiça para esclarecer as denúncias.

“O vereador Domingos Galante Neto, homem público de ilibada e inquestionável postura política, se coloca à inteira disposição do Poder Judiciário para que, como maior interessado e do modo mais breve possível, sejam finalmente esclarecidas as intempéries às quais seu nome se viu, injustamente, envolvido”, diz a nota.

 

       PP só decidirá sobre deputado acusado de agredir mulher após Justiça

 

O PP decidiu que aguardará a manifestação da Justiça antes de discutir o futuro partidário do deputado Delegado Da Cunha. O parlamentar foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo, na terça-feira (24/10), por violência doméstica e ameaça contra a esposa.

A nutricionista Betina Raísa Grusiecki Marques, de 28 anos, afirma que o deputado a espancou no apartamento em que o casal vivia em Santos, no litoral paulista, na noite de 14 de outubro. Da Cunha teria batido a cabeça da esposa na parede até ela desmaiar.

O PP entende que só poderá aplicar alguma punição ao deputado após a Justiça decidir se ele é culpado ou não. Da Cunha nega os crimes.

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O partido é presidido nacionalmente pelo senador Ciro Nogueira e tem entre os seus filiados o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

•        Defesa

A versão do Delegado Da Cunha foi apresentada em depoimento para a Polícia Civil, obtido pelo Metrópoles, e rejeitada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). Nesta semana, a Promotoria denunciou o deputado federal pelos crimes de dano, ameaça e lesão corporal decorrente de violência doméstica.

O caso aconteceu no apartamento do casal em Santos, no litoral paulista, na noite de 14 de outubro. A nutricionista Betina Raísa Grusiecki Marques, de 28 anos, relata ter sido ameaçada de morte e acusa Da Cunha de bater a cabeça dela na parede até desmaiar.

Como o denunciado é deputado federal, os autos foram remetidos ao Supremo Tribunal Federal (STF). No processo, ele alega inocência e diz ter sido vítima de agressões por parte de Betina. O casal estava junto há três anos.

Depoimento

Na delegacia, Da Cunha relatou que viajou com Betina para Santos para o feriado de 12 de outubro. No dia 14, aniversário do deputado, o casal passou o dia em um clube e depois voltou para casa.

“Quando retornaram para o apartamento, Betina entrou de modo enfurecido na suíte do casal, e bateu a porta”, diz trecho do depoimento do deputado. Em seguida, ela teria começado a “provocá-lo, dizendo de forma desafiadora: “Você vai me bater?’.”

Da Cunha alega que tentou “conversar com calma”, mas a mulher, “de forma provocadora”, repetia: “Você vai vir para cima?”. Ainda segundo o deputado, ela seria “lutadora profissional de muay thai e fisiculturista”.

“Subitamente, Betina começou a empurrá-lo com força para sair e, com o fim de se proteger, esticou o braço na altura do pescoço de Betina, sem apertá-lo”, relata. “Esta começou a simular que estava desmaiando, e se projetou ao solo.”

O deputado diz, ainda, que ao se levantar a mulher o golpeou com um secador de cabelo, motivo pelo qual ficou “atordoado” e sofreu um corte no supercílio esquerdo. Seu filho de 15 anos teria o afastado de perto de Betina e chamado a Polícia Militar.

•        Legítima defesa

A perícia do Instituto Médico Legal (IML), no entanto, confirmou que Betina sofreu lesões e apontou “escoriação recente do couro cabeludo em região occiptal (nuca)”. Já o parlamentar levou dois pontos por causa do corte.

Ao analisar o caso, o promotor Rogério da Luz Ferreira, da Promotoria de Justiça de Santos, concluiu que o ferimento que Da Cunha sofreu foi “justificado pela legítima defesa” e afastou a hipótese de acusá-la de agressão.

Segundo o MPSP, Da Cunha começou uma discussão com Betina e “logo passou a agredi-la”. “Ele agarrou a ofendida e, com violência, bateu a cabeça dela contra uma das paredes do imóvel”, relata o promotor, na denúncia.

“O denunciado também apertou o pescoço da vítima (esganadura), fazendo com que ela perdesse a consciência. Quando ela voltou a si, o denunciado bateu mais uma vez a cabeça dela contra a parede”, diz o documento. “O denunciado queria ferir a vítima e conseguiu seu objetivo.”

Vídeo apresentado à Justiça paulista (veja acima) também mostra que Da Cunha jogou água sanitária para destruir roupas, calçados e utensílios da esposa na noite.

“Logo após a agressão e a ameaça, ainda tendo a vítima sob sua mercê, intimidada e impossibilitada de resistir, o denunciado destruiu os óculos de sol da vítima”, afirma o promotor. “Ele assim agiu para ridicularizar e menosprezar a vítima, desdenhando de seus pertences pessoais. Ele buscou humilhar a vítima fazendo isso na presença dela.”

 

       Preso, marido de cantora gospel morta na Bahia confessa, diz polícia

 

A busca pelo suspeito de matar a cantora gospel Sara Mariano, em Salvador, Bahia, chegou ao fim na madrugada deste sábado (28/10). O marido da religiosa, Ederlan Mariano, foi levado para a delegacia após ter o pedido de prisão decretado pela Justiça.

De acordo com o G1, a Polícia Civil revelou que ele confessou o crime e foi levado para a carceragem da 25ª Delegacia Territorial (DT/Dias D’Ávila), que investiga o caso.

Antes de ter o pedido de prisão decretado, Ederlan Mariano fez um vídeo ao lado da filha de 11 anos, aos prantos, pedindo ajuda para localizar Sara, que era considerada desaparecida desde terça-feira (24/10). Além disso, ele publicou um áudio chorando nas redes sociais (clique aqui para ouvir). Quando os agentes encontraram o corpo, Ederlan fez o reconhecimento após encontrar um anel e uma sandália usados por ela.

•        Corpo carbonizado

Na última sexta-feira (27/10), Sara Mariano foi encontrada morta e carbonizada em Salvador, na Bahia. A cantora gospel estava desaparecida desde terça-feira (24/10), quando saiu para um encontro religioso de mulheres. Ederlan Mariano, marido da artista, fez o reconhecimento do corpo após encontrar um anel e uma sandália usados por ela, porém, o Departamento de Polícia Técnica ainda fará a identificação oficial. As informações são do G1.

A irmã de Sara, Soraya Freitas, se manifestou nas redes sociais logo após a notícia, mesmo sem a confirmação da polícia. “Por que, meu Deus? Tão linda, amava tanto a filha”, disse. A moça questiona a versão de Ederlan, que informou não saber o nome nem qual evento a cantora havia ido antes de sumir.

“Ela sempre teve agenda cheia pra sair de Salvador e louvar. O esposo dela não me contou nada, disse que não sabe qual é a igreja, não tem o endereço, só a cidade”, falou Soraya, ressaltando que as informações “não batem”. Ainda segundo Soraya, Sara teria dito para a mãe, Dolores Freitas, que tomaria uma decisão importante no dia que desapareceu, mas sem dar maiores detalhes.

“A gente sempre tinha contato, ela era bem vaidosa. Além da distância, a gente tinha uma comunicação pelo WhatsApp. E ela falava sobre o que vinha acontecendo, mas têm muitas coisas que estão erradas, que não batem”, lembrou.

Dolores, que mora no Maranhão, relatou que a filha tinha confidenciado algumas brigas que estava tendo com o marido. “O que eu sabia do relacionamento da Sara com o Ederlan é que não estava bom. Ela chegou a falar para mim que não estava mais aguentando”.

E completou: “Ela até me disse: ‘Mãe, vou tomar uma decisão, que não queria tomar porque falei perante a Deus até que a morte nos separe, mas ele está muito impossível’”.

•        Quem era Sara Mariano

A pastora e cantora gospel Sara Mariano estava desaparecida desde terça-feira (24/10), quando saiu para participar de um encontro entre mulheres em Salvador. Com mais de 50 mil seguidores no Instagram, ela costuma mostrar sua rotina e a vida na igreja.

Marido e produtor de Sara, Ederlan Mariano contou à TV Bahia que a esposa foi vista a última vez na noite de terça. Segundo ele, uma câmera de segurança pegou o momento em que ela sai da casa do casal e entra no carro – ele, no entanto, não sabe quem dirigia o veículo.

O homem ainda afirma que a esposa chegou a comparecer ao encontro de mulheres, mas não sabe dizer se ela esteve em outro local de Salvador.

Apesar de atuar como produtor da esposa, Ederlan alega que os eventos foram fechados pela própria Sara, e, por isso, ele não sabe quem são os responsáveis pelos encontros. O chip do celular da pastora foi desativado, conforme afirma a TV Bahia.

Sara tinha 35 anos e era casada com Ederlan. Os dois são pais de uma menina de 11 anos, e usam as redes sociais para mostrar a rotina na igreja, com postagens de frases bíblicas e encontros de mulheres.

O casal, que mora em um bairro da capital baiana, comanda a TV Shalom e conta com um canal, criado em 2015, em que postam conteúdos evangélicos. A página tem mais de 258 mil inscritos.

A cantora gospel é responsável por duas músicas, intituladas Eu Vou Fazer Você Sorrir e Desperta.

•        Mãe da cantora pediu ajuda

Soraya Correia, mãe de Sara, apareceu em um vídeo postado pela irmã da cantora, no qual pede ajuda para encontrar a filha. Ela revelou que a pastora havia dito ter algo sério para contar à mãe, mas as duas não tiveram chance de conversar antes de seu desaparecimento:

“Estou muito aflita porque minha filha está sumida desde terça. Ela falou na segunda comigo e disse que ia me falar algo muito sério, e até hoje não me deu mais resposta”.

Sobre Ederlan, Soraya disse: “Eu fico preocupada, sem saber e sem acreditar em uma coisa dessa. Como um marido não sabe o nome da igreja que a esposa foi, não sabe o nome da igreja?”.

 

Fonte: Agencia Estado/Metrópoles

 

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