PGR investiga pastor Isidório por falas transfóbicas e ofensa a Erika
Hilton
A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu uma
investigação contra o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) por
falas de teor transfóbico feitas no dia 19 de setembro, na reunião da Comissão
de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara.
Na ocasião, o colegiado discutia um projeto de lei que proíbe o casamento
homoafetivo - e que foi aprovado pela Comissão no dia 10 de outubro.
Durante a discussão, Isidório disse: "Homem
nasce como homem, com 'binga', portanto, com 'pinto', com pênis, mulher nasce
com sua cocota, sua 'tcheca', portanto sua vagina. Mesmo com as suas fantasias,
homem, mesmo cortando a 'binga', não vai ser mulher. Mulher, tapando a cocota,
se for possível, não será homem".
Além disso, ele chamou a deputada federal Erika
Hilton (PSOL-SP) de "meu amigo". Ela representou contra Isidório no
Ministério Público Federal (MPF), pedindo a responsabilização criminal do
parlamentar por violência política de gênero, crime cuja pena é de um a quatro
anos de reclusão e multa.
A investigação aberta pela PGR contempla tanto as
falas de tom transfóbico quanto a referência à Erika Hilton. O despacho,
assinado pela vice-procuradora-geral da República, Ana Borges Coêlho Santos,
afirma que há, no caso, o "binômio viabilidade e utilidade da
investigação".
"A formalização de investigação demanda um
suporte mínimo de justa causa, que se refere à verossimilhança dos fatos
supostamente ilícitos apontados e à probabilidade de que haja meios eficazes de
apuração", disse a vice-procuradora-geral da República. Ana Borges Coêlho
Santos, portanto, analisou que há indícios que podem levar à responsabilização
penal de Isidório.
Na mesma sessão do dia 19, o deputado federal disse
que "Deus criou naturalmente homem e mulher". "Não adianta, pode
botar dois homens em uma ilha, duas mulheres na próxima ilha, que você chegando
lá vai encontrar a mesma coisa. Coloque-se homem e mulher numa ilha separada
que, ao chegar, vai encontrar a procriação, vai encontrar a família. Então,
homem com homem não procria, essa é a nossa constituição (...)."
Ministério Público Eleitoral também pediu
investigação de Isidório
A decisão da PGR de investigar criminalmente
Isidório atende tanto à representação de Hilton quanto a outra, apresentada
pelo Ministério Público Eleitoral no dia 25 de setembro e encaminhada à
Procuradoria. Como o pastor é deputado federal, o foro competente para julgá-lo
é o Supremo Tribunal Federal (STF).
O Estadão procurou o deputado Pastor Isidório, mas
não houve retorno até a publicação da reportagem.
• Mudança
de discurso e 'cura' pela Bíblia
Dias depois da sessão do dia 19 de setembro da
Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família
da Câmara, Isidório voltou a atacar a população LGBTQIA+, mas mudou de posição
a respeito do direito ao casamento civil.
Primeiro, o parlamentar defendeu que as entidades
religiosas não sejam obrigadas a realizar uniões homoafetivas. "(Quero)
que povo cristão tenha o direito de não ser obrigado a fazer cerimônia do
casamento que agrida nossa fé."
Instantes depois, ele defendeu a união civil.
"É direito deles, são cidadãos. Não vou, por hipocrisia, votar contra
direitos de garantia social, pois sei que, se Jesus estivesse aqui, não faria
isso!", disse o deputado, que foi aplaudido pelos pares.
Isidório se apresenta como ex-gay. Na campanha de
2018, dizia que a homossexualidade é um pecado equivalente ao assassinato e ao
roubo. O deputado afirma que foi "curado" através da Bíblia.
MP
denuncia vereador por homofobia contra a própria afilhada
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu
a suspensão do mandato do vereador de Petrópolis, Domingos Galante Neto,
conhecido como “Domingos Protetor”. Ele foi denunciado por crimes de homofobia
caracterizada como injúria racial, concussão [utilização de cargo público para
obter vantagem indevida] e usurpação de função pública.
Segundo a denúncia, uma afilhada de Domingos que
trabalhava em seu gabinete costumava ser chamada pelo vereador de de “sapatão”
e “homenzinho”, na frente de outros funcionários.
Clarice Medeiros é irmã, por parte de mãe, de uma
irmã do vereador. Ela foi criada na mesma casa que Domingos morava quando
solteiro. A relação entre os dois era próxima. A pedido da irmã em comum,
Clarice chegou a trabalhar com Domingos em um restaurante antes que o vereador
ingressasse na carreira política.
As referências de Domingos à orientação sexual de
Clarice, porém, sempre foram frequentes. O apelido dado pelo vereador à
afilhada era “Claretão”. De forma debochada, o vereador costumava dizer, diante
de outros assessores, que Clarice “é mais macho que eu”. Os comentários causavam
constrangimento na afilhada.
Um dos últimos casos registrados aconteceu durante
uma reunião convocada pelo vereador para discutir as eleições de 2024. Domingos
pediu à Clarice, na frente de todos, que criasse um “grupo de sapatão” para
pedir votos para ele no ano que vem.
• Despesas
pessoais
O comportamento de Domingos Galante Neto com outros
assessores também foi alvo da denúncia do MPRJ. O vereador é acusado de
comandar um esquema de enriquecimento ilícito em seu gabinete obrigando
servidores a pagarem suas despesas pessoais com dinheiro próprio, sob ameaça de
demissão.
Segundo o MPRJ, o vereador causou um prejuízo de R$
26 mil a um servidor, obrigando que ele fizesse transferências para sua irmã
sob ameaça de demissão.
Em ligações telefônicas e mensagens enviadas para
seus servidores, o vereador cobra o pagamento de contas pessoais e outras
despesas, como créditos de celular e dados móveis. O principal alvo dos pedidos
é um servidor identificado como Rafael.
“Ô Rafael, coloca 10 conto na Claro para mim aí”,
era um pedido recorrente feito pelo vereador. Em outro momento, Domingos pede
que Rafael e outros assessores paguem pela cirurgia de um animal atendido em
uma clínica veterinária vinculada à Coordenadoria de Bem-estar Animal (Cobea)
de Petrópolis.
“Tem que ver
esse negócio da cirurgia da cachorra. Eu não tenho cheque, não tenho cartão. A
menina está me ligando aqui, me infernizando, estou com esse negócio da Covid
aqui correndo atrás. Está um inferno isso, cara. Maldita hora que vocês não
pegaram essa porra dessa mulher e não levaram junto, cara. Agora tem que ver.
Cartão, cheque, tem que resolver isso”, disse Domingos.
O vereador também obrigou servidores a comprarem
bilhetes de uma rifa com o próprio dinheiro, inclusive se referindo ao 13º
salário. “É simples, cara. É fazer 100 números, sei lá, dá 10 para cada um
vender. Se não vender, bota do bolso. Foda-se. Aproveitar que a galera vai
receber 13º pra vender essa rifa aí”, disse.
• Comando
da Cobea
Domingos também foi denunciado pelo MPRJ por usurpação
de função pública, comandando a Cobea sem nomeação para o cargo. Em várias
situações, ele orienta servidores, determina vistorias, horários de
funcionamento e prioridades de atendimento. Domingos também usava veículos do
órgão para atividades pessoais.
“Tem que fazer uma ação, levar a corrocinha da
Cobea, filmar tudo pra mandar para o MP. Tem que ser uma ação coordenada”,
afirma o vereador antes do atendimento a uma denúncia de criação irregular de
cavalos. “Se não tiver documentação, se não tiver vacina, esses cavalos têm que
ser recolhidos. Não adianta fazer trabalho nas coxas. Tem que ir e mostrar
serviço”, determina.
Em nota, a defesa de Domingos afirmou estar à
disposição da Justiça para esclarecer as denúncias.
“O vereador Domingos Galante Neto, homem público de
ilibada e inquestionável postura política, se coloca à inteira disposição do
Poder Judiciário para que, como maior interessado e do modo mais breve
possível, sejam finalmente esclarecidas as intempéries às quais seu nome se
viu, injustamente, envolvido”, diz a nota.
PP só
decidirá sobre deputado acusado de agredir mulher após Justiça
O PP decidiu que aguardará a manifestação da
Justiça antes de discutir o futuro partidário do deputado Delegado Da Cunha. O
parlamentar foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo, na terça-feira
(24/10), por violência doméstica e ameaça contra a esposa.
A nutricionista Betina Raísa Grusiecki Marques, de
28 anos, afirma que o deputado a espancou no apartamento em que o casal vivia
em Santos, no litoral paulista, na noite de 14 de outubro. Da Cunha teria
batido a cabeça da esposa na parede até ela desmaiar.
O PP entende que só poderá aplicar alguma punição
ao deputado após a Justiça decidir se ele é culpado ou não. Da Cunha nega os
crimes.
Play Video
O partido é presidido nacionalmente pelo senador
Ciro Nogueira e tem entre os seus filiados o presidente da Câmara dos
Deputados, Arthur Lira.
• Defesa
A versão do Delegado Da Cunha foi apresentada em
depoimento para a Polícia Civil, obtido pelo Metrópoles, e rejeitada pelo
Ministério Público de São Paulo (MPSP). Nesta semana, a Promotoria denunciou o
deputado federal pelos crimes de dano, ameaça e lesão corporal decorrente de
violência doméstica.
O caso aconteceu no apartamento do casal em Santos,
no litoral paulista, na noite de 14 de outubro. A nutricionista Betina Raísa
Grusiecki Marques, de 28 anos, relata ter sido ameaçada de morte e acusa Da
Cunha de bater a cabeça dela na parede até desmaiar.
Como o denunciado é deputado federal, os autos
foram remetidos ao Supremo Tribunal Federal (STF). No processo, ele alega
inocência e diz ter sido vítima de agressões por parte de Betina. O casal
estava junto há três anos.
Depoimento
Na delegacia, Da Cunha relatou que viajou com
Betina para Santos para o feriado de 12 de outubro. No dia 14, aniversário do
deputado, o casal passou o dia em um clube e depois voltou para casa.
“Quando retornaram para o apartamento, Betina
entrou de modo enfurecido na suíte do casal, e bateu a porta”, diz trecho do
depoimento do deputado. Em seguida, ela teria começado a “provocá-lo, dizendo
de forma desafiadora: “Você vai me bater?’.”
Da Cunha alega que tentou “conversar com calma”,
mas a mulher, “de forma provocadora”, repetia: “Você vai vir para cima?”. Ainda
segundo o deputado, ela seria “lutadora profissional de muay thai e
fisiculturista”.
“Subitamente, Betina começou a empurrá-lo com força
para sair e, com o fim de se proteger, esticou o braço na altura do pescoço de
Betina, sem apertá-lo”, relata. “Esta começou a simular que estava desmaiando,
e se projetou ao solo.”
O deputado diz, ainda, que ao se levantar a mulher
o golpeou com um secador de cabelo, motivo pelo qual ficou “atordoado” e sofreu
um corte no supercílio esquerdo. Seu filho de 15 anos teria o afastado de perto
de Betina e chamado a Polícia Militar.
• Legítima
defesa
A perícia do Instituto Médico Legal (IML), no
entanto, confirmou que Betina sofreu lesões e apontou “escoriação recente do
couro cabeludo em região occiptal (nuca)”. Já o parlamentar levou dois pontos
por causa do corte.
Ao analisar o caso, o promotor Rogério da Luz
Ferreira, da Promotoria de Justiça de Santos, concluiu que o ferimento que Da
Cunha sofreu foi “justificado pela legítima defesa” e afastou a hipótese de
acusá-la de agressão.
Segundo o MPSP, Da Cunha começou uma discussão com
Betina e “logo passou a agredi-la”. “Ele agarrou a ofendida e, com violência,
bateu a cabeça dela contra uma das paredes do imóvel”, relata o promotor, na
denúncia.
“O denunciado também apertou o pescoço da vítima
(esganadura), fazendo com que ela perdesse a consciência. Quando ela voltou a
si, o denunciado bateu mais uma vez a cabeça dela contra a parede”, diz o
documento. “O denunciado queria ferir a vítima e conseguiu seu objetivo.”
Vídeo apresentado à Justiça paulista (veja acima)
também mostra que Da Cunha jogou água sanitária para destruir roupas, calçados
e utensílios da esposa na noite.
“Logo após a agressão e a ameaça, ainda tendo a
vítima sob sua mercê, intimidada e impossibilitada de resistir, o denunciado
destruiu os óculos de sol da vítima”, afirma o promotor. “Ele assim agiu para
ridicularizar e menosprezar a vítima, desdenhando de seus pertences pessoais.
Ele buscou humilhar a vítima fazendo isso na presença dela.”
Preso,
marido de cantora gospel morta na Bahia confessa, diz polícia
A busca pelo suspeito de matar a cantora gospel
Sara Mariano, em Salvador, Bahia, chegou ao fim na madrugada deste sábado
(28/10). O marido da religiosa, Ederlan Mariano, foi levado para a delegacia
após ter o pedido de prisão decretado pela Justiça.
De acordo com o G1, a Polícia Civil revelou que ele
confessou o crime e foi levado para a carceragem da 25ª Delegacia Territorial
(DT/Dias D’Ávila), que investiga o caso.
Antes de ter o pedido de prisão decretado, Ederlan
Mariano fez um vídeo ao lado da filha de 11 anos, aos prantos, pedindo ajuda
para localizar Sara, que era considerada desaparecida desde terça-feira
(24/10). Além disso, ele publicou um áudio chorando nas redes sociais (clique
aqui para ouvir). Quando os agentes encontraram o corpo, Ederlan fez o
reconhecimento após encontrar um anel e uma sandália usados por ela.
• Corpo
carbonizado
Na última sexta-feira (27/10), Sara Mariano foi
encontrada morta e carbonizada em Salvador, na Bahia. A cantora gospel estava
desaparecida desde terça-feira (24/10), quando saiu para um encontro religioso
de mulheres. Ederlan Mariano, marido da artista, fez o reconhecimento do corpo
após encontrar um anel e uma sandália usados por ela, porém, o Departamento de
Polícia Técnica ainda fará a identificação oficial. As informações são do G1.
A irmã de Sara, Soraya Freitas, se manifestou nas
redes sociais logo após a notícia, mesmo sem a confirmação da polícia. “Por
que, meu Deus? Tão linda, amava tanto a filha”, disse. A moça questiona a
versão de Ederlan, que informou não saber o nome nem qual evento a cantora
havia ido antes de sumir.
“Ela sempre teve agenda cheia pra sair de Salvador
e louvar. O esposo dela não me contou nada, disse que não sabe qual é a igreja,
não tem o endereço, só a cidade”, falou Soraya, ressaltando que as informações
“não batem”. Ainda segundo Soraya, Sara teria dito para a mãe, Dolores Freitas,
que tomaria uma decisão importante no dia que desapareceu, mas sem dar maiores
detalhes.
“A gente sempre tinha contato, ela era bem vaidosa.
Além da distância, a gente tinha uma comunicação pelo WhatsApp. E ela falava
sobre o que vinha acontecendo, mas têm muitas coisas que estão erradas, que não
batem”, lembrou.
Dolores, que mora no Maranhão, relatou que a filha
tinha confidenciado algumas brigas que estava tendo com o marido. “O que eu
sabia do relacionamento da Sara com o Ederlan é que não estava bom. Ela chegou
a falar para mim que não estava mais aguentando”.
E completou: “Ela até me disse: ‘Mãe, vou tomar uma
decisão, que não queria tomar porque falei perante a Deus até que a morte nos
separe, mas ele está muito impossível’”.
• Quem
era Sara Mariano
A pastora e cantora gospel Sara Mariano estava
desaparecida desde terça-feira (24/10), quando saiu para participar de um
encontro entre mulheres em Salvador. Com mais de 50 mil seguidores no
Instagram, ela costuma mostrar sua rotina e a vida na igreja.
Marido e produtor de Sara, Ederlan Mariano contou à
TV Bahia que a esposa foi vista a última vez na noite de terça. Segundo ele,
uma câmera de segurança pegou o momento em que ela sai da casa do casal e entra
no carro – ele, no entanto, não sabe quem dirigia o veículo.
O homem ainda afirma que a esposa chegou a
comparecer ao encontro de mulheres, mas não sabe dizer se ela esteve em outro local
de Salvador.
Apesar de atuar como produtor da esposa, Ederlan
alega que os eventos foram fechados pela própria Sara, e, por isso, ele não
sabe quem são os responsáveis pelos encontros. O chip do celular da pastora foi
desativado, conforme afirma a TV Bahia.
Sara tinha 35 anos e era casada com Ederlan. Os
dois são pais de uma menina de 11 anos, e usam as redes sociais para mostrar a
rotina na igreja, com postagens de frases bíblicas e encontros de mulheres.
O casal, que mora em um bairro da capital baiana,
comanda a TV Shalom e conta com um canal, criado em 2015, em que postam
conteúdos evangélicos. A página tem mais de 258 mil inscritos.
A cantora gospel é responsável por duas músicas,
intituladas Eu Vou Fazer Você Sorrir e Desperta.
• Mãe
da cantora pediu ajuda
Soraya Correia, mãe de Sara, apareceu em um vídeo
postado pela irmã da cantora, no qual pede ajuda para encontrar a filha. Ela
revelou que a pastora havia dito ter algo sério para contar à mãe, mas as duas
não tiveram chance de conversar antes de seu desaparecimento:
“Estou muito aflita porque minha filha está sumida
desde terça. Ela falou na segunda comigo e disse que ia me falar algo muito
sério, e até hoje não me deu mais resposta”.
Sobre Ederlan, Soraya disse: “Eu fico preocupada,
sem saber e sem acreditar em uma coisa dessa. Como um marido não sabe o nome da
igreja que a esposa foi, não sabe o nome da igreja?”.
Fonte: Agencia Estado/Metrópoles
Nenhum comentário:
Postar um comentário