segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Ocidente está empurrando a Rússia para 3ª guerra mundial, alerta ex-presidente Medvedev

O alto funcionário russo condenou as novas propostas da Alemanha e do Reino Unido, que defendem um envolvimento ainda mais direto de seus militares no conflito ucraniano.

Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, chamou de "imbecis" os políticos ocidentais que apresentaram novas iniciativas para apoiar a Ucrânia no conflito.

Em comentários a duas novas propostas da Alemanha e do Reino Unido, Medvedev disse em uma postagem no seu canal do Telegram que na OTAN cresce o "número de imbecis que governam".

A primeira iniciativa foi a decisão do Reino Unido de enviar seus militares para a Ucrânia para treinar os soldados ucranianos. Medvedev chamou o novo ministro da Defesa do Reino Unido de "cretino novato", afirmando que os instrutores britânicos que vão para a Ucrânia serão um alvo legítimo para as Forças Armadas da Rússia.

A recente iniciativa de Marie-Agnes Strack-Zimmermann, presidente do Comitê de Defesa do parlamento da Alemanha, também mereceu críticas de Medvedev. A legisladora alemã propôs a entrega de mísseis de cruzeiro Taurus a Kiev o mais rápido possível.

De acordo com Medvedev, se esses mísseis forem entregues para atingir o território russo, ataques retaliatórios às fábricas alemãs onde os mísseis são fabricados estariam de acordo com a lei internacional.

O também ex-presidente da Rússia (2008-2012) vê tais decisões como empurrando a Rússia para uma terceira guerra mundial.

<><> Rússia reabastece estoques de munições mais rápido que o esperado, diz Canadá

A Rússia mostra uma grande capacidade de reabastecer suas munições, de acordo com o chefe do Estado-Maior de Defesa do Canadá.

A Rússia está reabastecendo seus estoques de munição mais rápido do que o esperado, causando preocupação não apenas na Ucrânia, mas também nos países ocidentais, disse o general Wayne Eyre, chefe do Estado-Maior de Defesa do Canadá.

"Se olharmos para a capacidade da Rússia de reconstituir seus estoques de munição, isso está acontecendo mais rápido do que o esperado", disse na sexta-feira (29) Eyre, citado pela agência canadense Radio-Canada.

O Canadá não produz muita munição e, se fosse usar munição no mesmo ritmo que a Ucrânia, seus estoques se esgotariam em poucos dias, disse ele, considerando a situação muito preocupante.

Depois que a Rússia lançou sua operação militar na Ucrânia em fevereiro de 2022, o Canadá, como muitos outros países ocidentais, tem fornecido ajuda militar a Kiev, que inclui munições.

Em 17 de setembro a emissora norte-americana CNN relatou que a Rússia produz várias vezes mais munições de artilharia que os países ocidentais em conjunto, o que dificulta a missão de "contraofensiva" da Ucrânia.

•        Contrariando Defesa britânica, Sunak diz que soldados do Reino Unido não serão enviados à Ucrânia

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, disse neste domingo (1º) que soldados britânicos não seriam enviados para participar no conflito na Ucrânia e que o treinamento dos militares ucranianos por instrutores do Reino Unido no território ucraniano estava atualmente fora de questão.

No sábado (30), o ministro da Defesa do Reino Unido, Grant Shapps, disse que Londres estava ponderando a possibilidade de enviar os seus militares para a Ucrânia para treinar as Forças Armadas ucranianas.

"Não há soldados britânicos a serem enviados para lutar no conflito atual. Não é isso que está acontecendo", disse Sunak, citado pela emissora Sky News.

Embora o treinamento de soldados ucranianos por instrutores do Reino Unido seja possível em teoria, é "algo para o longo prazo, não para o aqui e agora", acrescentou o primeiro-ministro.

"O que o ministro da Defesa estava dizendo era que um dia, no futuro, talvez fosse possível fazermos parte desse treinamento na Ucrânia", afirmou Sunak.

No dia 24 de setembro, o novo ministro da Defesa britânico disse que o comando o país informou que Londres planejava aumentar o número de militares ucranianos capacitados para 30 mil até o final de 2023, considerando que o treinamento pudesse ocorrer próximo ao território ucraniano ou dentro dele.

O Kremlin já se manifestou diversas vezes sobre o assunto alertando para o risco de uma escalada ainda maior no conflito, salientando que está aberto para uma saída diplomática.

 

       Cooperação com Rússia mostra que América Latina não é 'vassala' do Ocidente, dizem analistas

 

Em um recente discurso, o presidente Vladimir Putin enfatizou a importância da América Latina como região prioritária na política externa da Rússia.

As suas palavras indicam o compromisso da Rússia em fortalecer os laços com os países latino-americanos.

"Os países latino-americanos mostram um padrão de sucesso na formação progressiva de um sistema multipolar de relações internacionais baseado na igualdade, na justiça, no respeito ao direito internacional e nos interesses legítimos de cada um", afirmou o presidente na abertura da reunião de parlamentares de toda a América Latina com seus colegas da Duma russa.

Durante o discurso, Putin reconheceu as ligações históricas e culturais entre a Rússia e a América Latina, enfatizando os valores e interesses partilhados que unem as duas regiões.

"O presidente Putin se referiu às visões partilhadas e aos desafios comuns que a Rússia e a América Latina têm, tanto em questões econômicas como em questões geopolíticas e culturais, mas ressaltando que a união de forças será a forma mais eficaz de alcançar o bem-estar dos cidadãos. Isso é algo que considero muito importante, já que tanto os latino-americanos como os russos enfrentam um gigante que historicamente nos condicionou e saqueou, que é, claro, os EUA", afirmou à Sputnik Valeria Flores, dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT), uma das integrantes da comitiva mexicana que viajou a Moscou.

Além disso, Putin expressou o compromisso da Rússia em promover a cooperação e aprofundar parcerias em vários setores, incluindo na política, economia e cultura.

O líder russo também destacou a importância de melhorar as relações comerciais entre a Rússia e os países latino-americanos, enfatizando o potencial para expandir o comércio bilateral, o investimento e a colaboração tecnológica.

Ele falou da necessidade de diversificar os fluxos comerciais e reduzir a dependência dos parceiros tradicionais, sinalizando o interesse da Rússia em ampliar sua participação econômica na região.

O presidente russo também ressaltou a importância de manter a estabilidade e promover o diálogo na América Latina, manifestando o apoio às soluções pacíficas dos conflitos regionais e sua vontade de facilitar as negociações, respeitando o direito e a soberania internacionais, além de destacar o compromisso da Rússia com uma ordem mundial multipolar.

"As palavras do presidente Putin são um apelo para que o continente continue a se afastar, como tem feito desde o início do novo século na grande maioria dos países, da hegemonia de Washington e das suas imposições, explicando que esta aproximação com a Rússia, mas também com organizações como o BRICS, dará frutos e é o verdadeiro caminho para alcançar a soberania", explicou à Sputnik o professor Juan Daniel Garay, da Universidade Nacional Autônoma do México.

Além disso, Daniel Garay ressaltou que a América Latina tem demonstrado que não segue as ordens dos EUA e da Europa, e que suas relações com a Rússia estão cada vez mais fortes.

"Há diversos caminhos para fazer avançar a política externa, não apenas aquele indicado por Washington, e a América Latina está mostrando isso", destacou.

<><> Erdogan diz que Turquia não espera nada da UE e bloco 'perderá o direito de esperar algo do país'

A Turquia cumpriu todas as promessas que fez à União Europeia (UE), enquanto espera à sua porta há 60 anos, declarou neste domingo (1º) o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em seu discurso na Grande Assembleia Nacional por ocasião da abertura do novo ano legislativo, disse a mídia local.

"Se a UE não corrigir os seus erros", especialmente no que diz respeito aos vistos, que utiliza como uma "sanção velada" contra o país, o bloco "perderá o direito de esperar algo da Turquia", declarou o presidente turco durante seu discurso.

"Quero expressar aqui mais uma vez que não toleramos [...] novas condições ao nosso processo de adesão total, que temos levado a cabo pacientemente até hoje, apesar [das ações] da União Europeia", disse Erdogan.

O líder turco sublinhou que "as recentes decisões do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos foram a gota d’água". "Os membros das organizações terroristas e os seus apoiadores, que se sentem encorajados por esta decisão, não devem se regozijar em vão", alertou.

No final de setembro, o tribunal internacional acusou a Turquia de violar vários artigos da Convenção Europeia dos Direitos Humanos e apelou à república para reformar a sua legislação antiterrorismo.

•        'Último golpe do terrorismo'

Entretanto, neste domingo dois polícias ficaram feridos em um ataque perto da sede do Ministério do Interior em Ancara.

Em relação a estes acontecimentos, Erdogan observou que "os terroristas que tentam destruir a paz e a segurança na Turquia nunca terão sucesso", relata a mídia local.

O presidente indicou que o ataque deste domingo, em que dois suspeitos foram neutralizados graças à intervenção oportuna da polícia, foi "o último golpe do terrorismo".

•        Nova Constituição

Entre outros temas, Erdogan abordou em seu discurso a promulgação de uma nova Constituição para a república. Segundo o presidente, esta medida deveria ser uma prioridade do Parlamento turco.

"Convido todos os partidos, [...] todos os parlamentares, todas as camadas sociais, todos os que têm uma opinião e uma proposta sobre esta questão, a participarem ao nosso apelo a uma nova Constituição com um entendimento construtivo", declarou.

A atual Constituição da Turquia foi aprovada após o golpe militar de 1980. Desde então, sofreu inúmeras alterações. Segundo o presidente turco, a atual Carta Magna não pode refletir a realidade atual da república.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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