Fenagro: Governador tenta culpar setor agropecuário pela incompetência
do seu governo
Em conversa com a imprensa, o governador da Bahia,
Jerônimo Rodrigues (PT), se esquivou da responsabilidade pela não realização da
33ª edição da Feira Nacional da Agropecuária (Fenagro), que seria realizada no
Parque de Exposições de Salvador entre os dias 23 de novembro e 3 de dezembro
deste ano. O secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e
Aquicultura da Bahia (Seagri), Tum (Avante), tem sido alvo de críticas pelo
cancelamento, conforme já divulgado pela Tribuna da Bahia.
O governador baiano ressaltou que é o setor que
deve se responsabilizar pela realização da feira, que tinha como tema o
"Agrobusiness". Na ocasião, ele também descartou a possibilidade de
demissão de Tum após o desgaste que o titular da Seagri tem sofrido. A pasta
alegou "falta de tempo" para a realização do evento.
"Sou um governador que tem origem nos
movimentos sociais, mas respeito e sei da importância do agro, e de uma feira
agropecuária. Dialoguei com o secretário Tum no meu gabinete. A exposição não é
uma realização do Estado. O Estado é um parceiro", justificou Jerônimo
Rodrigues. "No que diz respeito à agricultura familiar, o Estado tem um
papel de poder bancar com orçamento, com alguma ajuda a mais, mas no caso do
Parque de Exposições, daquela feira, é uma atividade realizada pelos
seguimentos do agro", acrescentou o petista.
Jerônimo prometeu "tratar do assunto".
"A gente vai reverter e vamos ver se quem realiza de fato a feira está
disposto a dividir conosco essa responsabilidade. O que nós queremos é
fortalecer o agro", declarou. "No último prazo agora, quem está
puxando realmente o PIB do Estado brasileiro é o agro, e não dá para a gente
abrir mão de uma feira tão famosa. Vamos tratar, vamos dialogar sobre isso e
ajustar o que for preciso", continuou Jerônimo Rodrigues.
Ele comentou que é possível que as associações do
agronegócio apresentem propostas para que a Fenagro ocorra: "Não vamos
fazer guerra e batalha em cima de um tema tão importante. Já valeu aí um
chamado de que nós entendemos a importância do Parque de Exposições, que não é
só um local para realização de eventos, de cultura. Ele é também, mas quem
resolve a data não é a gente. É o movimento organizado".
Sobre uma eventual demissão de Tum, indicado pelo
deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante) para o posto, Jerônimo
respondeu que "essa coisa não é motivo de discutir reforma". "O
governo está bem estabilizado. As motivações que nós temos na relação com os
secretários não é relação particular, é uma relação de partido", contou.
"Vamos correr com o secretário Tum, que é quem está correndo com a gente
no Oeste, no Extremo Sul", completou Jerônimo.
Nos bastidores, a informação que tem circulado é
que Pablo Barrozo, ex-aliado do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União
Brasil), poderia assumir a Seagri no lugar de Tum. Ou seja, o posto
permaneceria com o Avante. A indicação partiria do ex-deputado federal Ronaldo
Carletto, presidente estadual do partido.
<><> Haja incompetência: Ex-deputado
Pablo Barrozo é cotado para assumir a Seagri
O cancelamento na Feira Nacional da Agropecuária
(Fenagro) deve ser o motivo crucial para a demissão do titular da Secretaria da
Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), Tum,
do Avante. E, segundo a reportagem apurou, a bolsa de apostas para o substituto
dele começa a circular no meio político.
O evento, que sempre "se pagou" e é uma
das principais vitrines do setor, estava previsto para acontecer entre os dias
23 de novembro e 3 de dezembro, no Parque de Exposições de Salvador e tinha
como tema o "Agrobusiness".
Nos bastidores, a saída de Tum já é dada como
certa. Faltaria só saber quando isso deve acontecer, já que o governador
Jerônimo Rodrigues também é cobrado para trocar outros membros da equipe, a
exemplo do titular da Secretaria de Cultura, Bruno Monteiro.
A pasta, contudo, deve continuar com o Avante. E,
nos bastidores, começa a circular o nome de Pablo Barrozo como um dos possíveis
cotados para o posto. O nome do ex-aliado de ACM Neto circulou fortemente na
abertura do VII Congresso Nacional da Central dos Movimentos Populares, na
noite desta quinta-feira (26).
O presidente do Avante Bahia, Ronaldo Carletto, é
quem deve indicar um nome para substituir o correligionário do partido. Durante
o evento, conforme já informado, Jerônimo disse que não há motivação para a
demissão de Tum.
Em comunicado, a Seagri disse que questões
administrativas pesaram na decisão pelo cancelamento da Fenagro. A pasta também
confirmou ter iniciado as tratativas para realizar o evento em 2024.
"A Seagri reforça seu compromisso em seguir
apoiando feiras e exposições agropecuárias por toda a Bahia, por entender a
importância dessas iniciativas para a agropecuária e a economia de nosso
estado. Nesse sentido, informa que já iniciou as tratativas para, no próximo
ano, entregar uma edição da Fenagro à altura da tradição do evento".
BAÍA
DE TODOS-OS-SANTOS MOVIMENTA 97% DAS CARGAS DO ESTADO
Segundo dados da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq), das pouco mais de 40 milhões de toneladas de cargas que
são movimentadas pela Bahia todos os anos – sejam elas petróleo e derivados,
contêineres, grãos ou outros produtos –, quase 97% foram movimentadas por
portos ou terminais nas margens da Baía de Todos-os-Santos (BTS).
Sozinha, a BTS praticamente iguala a movimentação
registrada nas outras duas grandes economias do Nordeste, Pernambuco e Ceará,
que, juntos, movimentaram 47 milhões de toneladas em seus portos no ano de
2022. Os números indicam ainda que no ano passado o volume de cargas
movimentadas na área cresceu 7,19%, com destaque para a movimentação de cargas
de longo curso, voltadas para o comércio exterior, cuja expansão foi de 15,1%.
Mais do que um belo cartão de visitas, ou pano de fundo para uma selfie, o
acidente geográfico oferece condições únicas para o transporte marítimo e é,
naturalmente, um trunfo do estado para a conquista de mercados no comércio
exterior.
Graças a uma série de investimentos realizados nos
portos públicos e em terminais privativos nos últimos anos, os pontos de
partida ou chegada de mercadorias deixaram, já há algum tempo, de ser um
gargalo e se tornaram impulsionadores do desenvolvimento da Bahia.
Fonte: Tribuna da Bahia/Bahia Econômica
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