EQM: a ciência da experiência de quase-morte
O termo EQM, ou experiência de quase-morte, é usado para descrever um
padrão de eventos que muitas pessoas vivenciam quando enfrentam ameaças, estão
gravemente doentes ou quase morrem. Ele foi criado em 1975 por Raymond Moody em
seu livro “Life After Life” e tornou-se um termo comum para descrever o
fenômeno.
No entanto, os relatos de experiências de quase-morte são
anteriores à obra de Moody. De fato, a partir da invenção da ressuscitação
cardiopulmonar (RCP), em 1960, milhões de pessoas já afirmaram vivenciar esse
fenômeno.
Segundo Jeffrey Long, oncologista e fundador do
da Near-Death Experience Research Foundation, “uma experiência de quase-morte é
alguém que está em coma ou clinicamente morto, sem batimentos cardíacos, tendo
uma experiência lúcida onde vê, ouve, sente emoções e interage com outros
seres”. (1)
·
O que caracteriza uma
EQM?
Embora os relatos sobre experiências de quase morte (EQM) variem,
eles geralmente incluem recursos como:
- Sentimentos de paz;
- Sensação de deixar o corpo, às vezes sendo capaz de ver o corpo
físico de outro ponto de vista;
- Mente funcionando com mais clareza e rapidez do que o normal;
- Uma sensação de ser atraído para um túnel ou escuridão;
- Uma luz brilhante, às vezes no fim do túnel;
- Sensação de bem-estar, paz avassaladora ou amor absoluto e
incondicional;
- Uma sensação de ter acesso a conhecimento ilimitado;
- Passar por uma “revisão de vida” ou lembranças de eventos
importantes do passado;
- Prévia da vida após a morte ou da vida depois da vida;
- Encontros com entes queridos falecidos ou com outros seres que
possam ser identificados como figuras religiosas.
>>>> O que
causa a EQM?
Estima-se que as EQMs sejam relatadas por cerca de 17% das pessoas que quase
morrem. Entretanto, não existe um consenso sobre o que pode causar essas
experiências.
Crianças, adultos, cientistas, médicos, religiosos
e ateus de países de todo o mundo já relataram algo similar ao que se sabe
sobre o assunto. E, embora muitas vezes as experiências de quase-morte sejam descritas como uma parte
misteriosa, talvez religiosa, da vida, nem todos os indivíduos que as
vivenciaram partilham as mesmas crenças.
Além disso, nem toda experiência é compartilhada
por duas pessoas. Segundo Jeffrey Long, por exemplo, cerca de 45% das pessoas que têm
uma EQM relatam uma
experiência extracorpórea enquanto outros relatam diversas experiências
diferentes.
·
Existe ciência por trás
da EQM?
Ao longo dos anos, a experiência de quase-morte foi um assunto amplamente
discutido na comunidade científica. Profissionais da área de saúde intrigados
pelo misterioso fenômeno procuram respostas sobre a possibilidade de uma
explicação.
Cultivando essa dúvida, um estudo publicado pela revista científica Resuscitation,
tentou explicar a ciência por trás da EQM. O time de profissionais treinados liderado pelo Dr. Sam
Parnia, principal autor do estudo, seguiu médicos até salas onde os pacientes
estavam tecnicamente mortos em 25 hospitais nos Estados Unidos, Grã-Bretanha e
Bulgária para tentar entender o fenômeno.
Enquanto médicos realizavam a ressuscitação
cardiopulmonar, as equipes anexaram dispositivos que mediam o oxigênio e a
atividade elétrica na cabeça da pessoa que estava morrendo.
“Não houve movimento. Foi um silêncio. É quando
faríamos medições para ver o que está acontecendo. Descobrimos que os cérebros
das pessoas que estão passando pela morte estão estagnados, o que é o que seria
de esperar”, disse Parnia, “Mas, curiosamente, mesmo após uma hora de
reanimação, vimos picos – o surgimento de atividade elétrica cerebral, a mesma
que tenho quando falo ou me concentro profundamente”, acrescentou.
Esses picos incluem ondas gama, delta, teta, alfa e
beta, e se distanciam da atividade cerebral obtida por pessoas com alucinações e
ilusões.
Porém, de 567 pacientes, apenas 10% sobreviveram.
Além disso, apenas seis dos entrevistados relataram algum tipo de experiência de quase-morte e não
foi possível associar a atividade elétrica com a experiência no mesmo paciente.
Mesmo assim, os cientistas do estudo concluíram que
a EQM é real.
“Conseguimos concluir que a experiência de experiência de quase-morte é
real. Ocorre com a morte e há um marcador cerebral que identificamos. Esses sinais elétricos não estão sendo
produzidos como um truque de um cérebro moribundo, como muitos críticos
disseram”, afirmou Parna.
·
Outras opiniões sobre o
estudo
Após o estudo liderado por Parna, outros pesquisadores
levantaram algumas questões e opiniões sobre o assunto. Esse foi o caso do Dr.
Bruce Greyson, professor de psiquiatria e ciências neurocomportamentais
de Carlson na Escola de Medicina da Universidade da Virgínia,
em Charlottesville.
“Este último relatório de ondas cerebrais
persistentes após uma parada cardíaca foi exagerado pela mídia. Na verdade, sua
equipe não mostrou qualquer associação entre essas ondas cerebrais e a
atividade consciente”, disse Greyson.
“Ou seja, os pacientes que tiveram experiências de
quase morte não apresentaram as ondas cerebrais relatadas, e aqueles que
apresentaram as ondas cerebrais relatadas não relataram experiências de quase-morte”, disse
à CNN por e-mail.
“Tudo o que (o estudo) mostrou é que em alguns
pacientes há atividade elétrica contínua na cabeça que ocorre durante o mesmo
período em que outros pacientes relatam ter EQMs (experiências de quase-morte)”, concluiu Greyson.
·
O impacto da EQM
Bruce Greyson vem estudando a misteriosa experiência de quase-morte desde
1960. Segundo o especialista, mesmo que não existam
evidências científicas sobre a sua veracidade, é possível observar seu impacto
após a experiência.
De acordo com Greyson, algumas experiências são
capazes de mudar a vida de um indivíduo em segundos. Muitas vezes, as pessoas
que vivenciam EQMs passam
a ter outra visão sobre a vida, além de potencialmente mudarem seus pontos de
vista e crenças sobre a morte.
“Conversei com pessoas que eram policiais, ou
militares, que não conseguiam voltar ao trabalho, não suportavam a ideia de
violência. A ideia de machucar alguém torna-se repugnante para eles. Eles
acabam entrando em profissões de ajuda. Eles se tornam professores, ou
profissionais de saúde, ou assistentes sociais.”, disse ao The Guardian.
Adicionalmente, é possível observar que esses
indivíduos passam a perder o medo da morte e, consequentemente, o medo da vida
— eles começam a tomar riscos e chances, adotando uma visão mais despreocupada
sobre a vida.
Ø O que são sonhos lúcidos e como estimulá-los
Os sonhos
lúcidos acontecem quando permanecemos conscientes enquanto dormimos. Ou seja, você sabe que está dormindo durante o sonho. Eles
tipicamente ocorrem durante o sono REM, um estágio mais pesado de sono.
Embora a maioria desses sonhos pareçam vívidos e
reais, a pessoa experienciando-os sabe que se tratam de sonhos, e por isso são
considerados lúcidos.
Enquanto muitas pessoas acreditam que os sonhos lúcidos podem ser
controlados, isso nem sempre acontece. Acredita-se que a predisposição para
controlar os sonhos é mais frequente em certos indivíduos.
Estudos mostram que cerca de metade da população já
experienciou pelo menos um sonho
lúcido na vida.Em uma pesquisa realizada no Brasil, onde mais de 3 mil candidatos foram
entrevistados, 77% deles afirmaram que já tiveram sonhos lúcidos. Eles geralmente não são frequentes e podem
acontecer apenas algumas vezes durante o ano.
Algumas pesquisas sugerem que algumas pessoas são
mais propensas a ter sonhos
lúcidos — em 23% dos casos, eles podem acontecer mais de uma vez no
mesmo mês.
·
Sono REM e não REM
REM é uma sigla que significa “rapid eye
movement”, ou “movimento rápido dos olhos”. A primeira fase do sono,
contudo, é a não REM. Ela é caracterizada por conter quatro estágios
diferentes:
- Entre estar acordado e dormindo
- Sono leve, quando os batimentos cardíacos e a respiração são
reguladas e a temperatura corporal diminui
- e 4. Sono profundo
O sono não REM consiste em cerca de 75% a 80% de
cada ciclo.
Após passar por todos os estágios, entramos no sono
REM. O sono REM ocorre quando os olhos se movem rapidamente por trás das
pálpebras fechadas e a atividade do cérebro é similar ao que ocorre quando estamos acordados. A respiração
aumenta e o corpo fica temporariamente paralizado enquanto sonhamos.
Ele ocorre tipicamente 90 minutos depois que caímos
no sono e dura cerca de dez minutos, porém, enquanto você dorme, cada período
REM dura mais tempo, podendo alcançar uma hora.
Especialistas apontam que em uma noite de sono
passamos pelo ciclo de sono não REM e REM de quatro a cinco vezes. A maioria
dos ciclos duram entre 90 e 120 minutos.
·
Como ocorre
Existem diversos estudos sobre os sonhos lúcidos, porém, pouco se sabe
sobre suas causas. Alguns especialistas sugerem que eles são caracterizados
pela atividade no córtex pré-frontal do cérebro.
·
Como estimular
A maioria dos sonhos lúcidos acontecem espontaneamente, porém podem ser
estimulados com algumas técnicas. São elas:
·
Testes de realidade
Os testes de realidade são formas de treinamento
mental, que ajudam a distinguir o sonho da realidade e ajudam no
desenvolvimento de metacognição.
Para testar a realidade, tente:
- Se perguntar “eu estou dormindo?”
- Conferir o ambiente para ter certeza
- Ter noção da sua própria consciência e de como você está
interagindo com o ambiente ao seu redor
Coloque diversos alarmes para testar a sua
consciência, geralmente a cada duas ou três horas.
Alguns testes são se olhar no espelho para ver se o
seu reflexo continua normal, tampar o nariz para ver se você está respirando
(se você estiver dormindo, a respiração continua normalmente) e checar as horas
em um relógio — em sonhos, as horas em um relógio mudam rapidamente.
·
Acorde e volte para a
cama
Esse método inclui entrar no sono REM enquanto você
ainda está consciente. Para atingir esse estado:
- Coloque um despertador para cinco horas após dormir
- Acorde e permaneça acordado por meia hora lendo ou fazendo outra
atividade relaxante
- Volte a dormir
>>>> Indução
mnemônica de sonhos lúcidos
A técnica foi criada em 1980 com embasamento
científico a fim de induzir os sonhos
lúcidos. Tente:
- Ao dormir, pense em um sonho passado
- Identifique alguma coisa nesse sonho que só aconteceria em um
sonho, como a habilidade de voar
- Pense em voltar ao sonho e continue lembrando do que acontece nele
- Repita a frase “a próxima vez que eu sonhar, quero lembrar que
estou sonhando”
Você também pode realizar essas ações enquanto está
acordado.
·
Benefícios
Os sonhos
lúcidos podem ser benéficos e muitas vezes são usados para
interromper pesadelos frequentes, que podem resultar no estresse. Similarmente, a possibilidade de controlar os sonhos também pode
reduzir sintomas da ansiedade.
Por outro lado, especialistas acreditam que as
possibilidades dentro dos sonhos
lúcidos oferecem benefícios para as habilidades motoras, criatividade
e para melhorar a resolução de problemas.
·
Riscos
A técnica de sonho lúcido também pode oferecer alguns riscos.
Profissionais de saúde e especialistas, por exemplo, não recomendam o
experimento com métodos de indução para pacientes esquizofrênicos, que podem
alucinar com mais frequência e não saber distinguir sonhos da realidade.
Testar métodos para induzir sonhos lúcidos podem resultar em
problemas de sono, como a insônia ou dormir mal. A interrupção de sono também
pode agravar sintomas de depressão.
Além disso, é mais provável desenvolver episódios
de paralisia
do sono depois de sonhar lucidamente.
Fonte: eCycle
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