domingo, 29 de outubro de 2023

Agressividade excessiva dos EUA gera conflitos globais e preocupa aliados, diz mídia

A Bloomberg ressaltou as preocupações crescentes dos aliados da administração Biden devido ao fato de os EUA estarem sobrecarregados com a escalada de conflitos no Oriente Médio, na Ucrânia e com as tensões na China.

A mídia destaca os receios de que os norte-americanos possam estar "forçando demais" suas investidas em uma tentativa de garantir sua influência e envolvimento nestas regiões, resultando em consequências catastróficas e maior desestabilização.

O Oriente Médio tem sido foco de tensões geopolíticas há tempos, com conflitos contínuos em países como a Síria, o Iraque e o Iêmen.

De acordo com a Bloomberg, os EUA estão fortemente envolvidos nestes conflitos, principalmente através de intervenções militares e apoio a aliados regionais.

Contudo, os críticos argumentam que esse envolvimento americano não obteve qualquer resultado positivo, provocando apenas a desestabilização e o aumento da violência e do sofrimento nas regiões.

O artigo destaca que a participação dos EUA no conflito na Ucrânia também está preocupando cada vez mais seus aliados, uma vez que há um grande risco de agravar o conflito e potencialmente levar os americanos a um confronto direto com os russos.

Em seguida, a mídia aborda as crescentes tensões entre os EUA e a China, principalmente no contexto das disputas comerciais, preocupações com os direitos humanos e disputas territoriais no mar do Sul da China, onde o envolvimento dos americanos pode provocar uma escalada perigosa e potencialmente desencadear um conflito militar entre as duas superpotências.

As ações exageradas da administração Biden preocupam os aliados, que acreditam que possam provocar consequências desastrosas e uma grande desestabilização global, e que, por isso, os EUA deveriam adotar uma abordagem mais cautelosa e diplomática, focada na cooperação e no diálogo multilateral, em vez de intervenções militares.

·         EUA suspendem exportações de armas de fogo por 90 dias; envio para Ucrânia e Israel será exceção

Estados Unidos pararam de emitir licenças de exportação para a maioria das armas de fogo e munições civis por 90 dias para todos os usuários não governamentais. No entanto, envio de armas para Tel Aviv e Kiev ficará isento de suspensão temporária das exportações

O anúncio foi feito pelo Departamento de Comércio nesta sexta-feira (27), citando interesses de segurança nacional e de política externa.

A suspensão abrange a maior parte das armas e munições que poderiam ser compradas em lojas de armas dos EUA, disse Johanna Reeves, advogada especializada em controles de exportação e armas de fogo, acrescentando que nunca viu o departamento tomar uma ação tão abrangente como essa antes.

“É claro que eles têm políticas nacionais individuais – mas nada como isto”, reforçou a advogada.

O órgão norte-americano não forneceu mais detalhes sobre a pausa, que também inclui espingardas e miras ópticas, mas disse que uma revisão urgente avaliará o "risco de armas de fogo serem desviadas para entidades ou atividades que promovem a instabilidade regional, violam os direitos humanos ou alimentam atividades criminosas atividades", relata a Bloomberg.

No entanto, licenças para exportação internacionais para a Ucrânia e Israel, bem como para alguns outros aliados próximos, ficarão isentas da suspensão temporária das exportações.

Para remessas para clientes governamentais, os exportadores devem nomear usuários finais específicos, enquanto as aplicações com usuários governamentais, militares e policiais não identificados serão "devolvidas sem ação".

A ação do órgão possivelmente foi influenciada pelo último tiroteio ocorrido nesta semana, no qual 18 pessoas foram mortas e 13 ficaram feridas no estado de Maine. Ontem (27), o principal suspeito por ter atirado nas pessoas, Robert Card, foi encontrado morto, conforme noticiado.

·         UE critica EUA por negociarem minerais críticos de 'forma distinta' com bloco europeu e o Japão

Washington e o bloco europeu não conseguiram chegar a um acordo sobre minerais críticos porque os Estados Unidos fizeram pedidos adicionais para além dos feitos em um outro acordo assinado entre Japão e EUA no início deste ano.

De acordo com o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, o acordo EUA-UE "já teria sido concluído" se fosse baseado no modelo do pacto Japão-EUA assinado em março.

"A dificuldade é que os EUA apresentam pedidos de maior alcance em relação à UE do que em relação ao Japão", disse ele à margem da reunião dos ministros do Comércio do G7, segundo a Bloomberg.

O acordo sobre minerais críticos foi um dos dois acordos que não foram fechados na semana passada antes da cimeira EUA-UE, junto ao acordo sobre aço e alumínio.

Na semana passada, Dombrovskis afirmou que a "falta de clareza e compromisso dos EUA" no âmbito do pacto comercial sobre aço e alumínio não deixaram a negociação ser concluída.

A corrida para garantir um acesso fiável a minerais críticos aumentou rapidamente de importância, especialmente com as recentes medidas chinesas para controlar e restringir as exportações de gálio, germânio e grafite, todos eles utilizados em produtos de alta tecnologia, como semicondutores ou baterias.

O bloco europeu discute no momento uma proposta para um "clube de minerais críticos" que garantiria "acesso sustentado a minerais críticos para a 'ecologização' e digitalização das nossas economias" e "apoiaria os países ricos em recursos também no desenvolvimento de certas capacidades de processamento e na obtenção de mais valor acrescentado a partir dos recursos naturais" que possuem, acrescentou Dombrovskis.

 

Ø  Corte do Irã ordena que os EUA paguem US$ 420 milhões por operação de 1980 no país

 

O país norte-americano deve pagar ao Irã por um ataque cometido em 1980 contra civis iranianos, concluiu uma corte em uma decisão de quinta-feira (26).

Uma corte no Irã ordenou na quinta-feira (26) que o governo dos EUA pague US$ 420 milhões (R$ 2,11 bilhões) em indenização às vítimas de uma operação falha de 1980 para liberar os reféns mantidos na Embaixada dos EUA, informou a agência francesa AFP.

Pouco depois que a Revolução Islâmica de 1979 derrubou o xá apoiado pelo Ocidente, estudantes iranianos invadiram a embaixada norte-americana em Teerã e tomaram mais de 50 cidadãos dos EUA como reféns por 444 dias, exigindo a extradição do xá deposto, que estava recebendo tratamento médico nos Estados Unidos.

Em abril de 1980, Washington tentou liberar os reféns na ultrassecreta Operação Garra de Águia, que terminou em desastre após enfrentar tempestades de areia e problemas mecânicos. Quando a força de resgate se retirou, duas aeronaves dos EUA colidiram, matando oito militares.

A mídia iraniana relatou na quinta-feira (26) que, durante a operação, as forças dos EUA atacaram um ônibus que transportava passageiros iranianos.

"Após a queixa apresentada pelas famílias das vítimas da Operação Garra de Águia dos EUA, uma corte ordenou que o governo dos EUA pagasse US$ 420 milhões", indicou a agência iraniana Mizan Online, sem especificar o número de vítimas. A mídia iraniana relatou que um comandante local do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) foi acidentalmente baleado e morto pelas forças iranianas enquanto vigiava o equipamento militar dos EUA abandonado durante a operação.

Os reféns foram liberados em janeiro de 1981, e poucos meses depois Washington rompeu relações diplomáticas e impôs um embargo a Teerã.

Em agosto, uma corte de Teerã ordenou que o governo dos EUA pagasse US$ 330 milhões (R$ 1,61 bilhão) em indenizações por "planejar um golpe" em 1980 contra a então nova República Islâmica do Irã.

 

Ø  Ocidente 'fecha os olhos' para corrupção da Ucrânia, diz representante da Rússia na ONU

 

Vice-representante permanente da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), Dmitry Polyansky, afirmou nesta sexta-feira (27) que o Ocidente faz vista grossa à corrupção na Ucrânia e à incapacidade de Kiev de controlar as armas que lhe são fornecidas.

"As elites ocidentais, que estão a expandir tão ativamente a sua cooperação com o regime de Kiev e continuam a investir nele enormes quantias de dinheiro, seguem fechando os olhos a níveis colossais de corrupção na Ucrânia", disse Polyansky em reunião do Conselho de Segurança da ONU.

O representante acrescentou que o Ocidente também ignora a incapacidade das autoridades ucranianas de controlar o arsenal de armas à sua disposição e enfatizou que até 20% de todo o fornecimento de armas a Kiev nas primeiras semanas vai para os mercados "cinza" e "negro".

Anteriormente, a Rússia enviou uma nota aos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre o fornecimento de armas aos ucranianos. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) da Rússia já afirmou que os países ocidentais estavam "brincando com fogo" ao fornecer armas à Ucrânia, e que os EUA e a OTAN estão diretamente envolvidos no conflito com o fornecimento de armas e pessoas da Grã-Bretanha, Alemanha, Itália e outros.

O secretário de imprensa do presidente russo, Dmitry Peskov, enfatizou que bombardear a Ucrânia com armas do Ocidente não contribui para o sucesso das negociações russo-ucranianas e terá um efeito negativo.

 

Ø  Kiev começa a perceber que Ucrânia não é mais de interesse da UE ou dos EUA, diz conselheiro da RPD

 

As perdas terríveis das Forças Armadas ucranianas no front fizeram as autoridades ucranianas começarem a perceber a falta de sentido da guerra, e a Ucrânia não é mais de interesse dos EUA ou da Europa, afirmou o conselheiro do chefe da República Popular de Donetsk (RPD), Yan Gagin, à Sputnik.

Assim, ele comentou as palavras do ex-conselheiro de Leonid Kuchma (ex-presidente da Ucrânia, de 1994 a 2005), Oleg Soskin, pedindo para as autoridades ucranianas pusessem um fim ao conflito com a Rússia e aceitassem a perda de terras.

As "perdas colossais" de Kiev durante a contraofensiva levaram à atual percepção da falta de sentido da guerra, tanto por parte das autoridades ucranianas quanto dos civis, destacou Gagin.

Agora a Ucrânia está em segundo ou até mesmo em terceiro lugar — depois de Israel e de outros acontecimentos mundiais, e as autoridades ucranianas não têm outra opção a não ser negociar, de acordo com o conselheiro.

"É hora de fazer a paz com a Rússia, nas condições dos russos", disse Yan Gagin.

"A Ucrânia não é mais de interesse da Europa ou dos Estados Unidos. É como uma mala sem alça, que é difícil de carregar e ruim de largar. Portanto, acho que a mala será descartada em breve", disse o conselheiro.

Ao contrário de muitas outras autoridades ucranianas, Vladimir Zelensky "tem um avião no aeroporto, no qual ele e sua família partirão em um momento difícil, quando o povo ucraniano for perguntar a ele o que aconteceu na Ucrânia nos últimos anos", lembrou Gagin.

 

Ø  Alemanha, França e Itália querem que a Sérvia 'faça o reconhecimento de fato' do Kosovo

 

Os líderes dos três países sugeriram que Belgrado e Pristina cheguem a um acordo. No entanto, a Sérvia nunca reconheceu a independência do Kosovo.

Os líderes da Alemanha, França e Itália instaram na sexta-feira (27) a Sérvia a que "faça o reconhecimento de fato" de Kosovo, que declarou independência em 2008, mas que Belgrado e dezenas de países pelo mundo afora nunca reconheceram, cita a agência britânica Reuters.

Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, Emmanuel Macron, presidente da França, e Giorgia Meloni, primeira-ministra de Itália, disseram em uma declaração no dia seguinte à realização de conversas com ambos os lados que era hora de Belgrado e Pristina cumprirem os compromissos anteriores.

"Pedimos que o Kosovo inicie o procedimento para estabelecer a Associação de Municípios de Maioria Sérvia no Kosovo, conforme previsto no projeto de Estatuto, e que a Sérvia faça o reconhecimento de fato", diz a declaração. A medida prevê que os moradores sérvios no norte do Kosovo recebam um grau de autogoverno.

A Sérvia e o Kosovo passaram anos em negociações mediadas pela União Europeia para normalizar suas relações. No entanto, o processo não tem avançado, levando a um cada vez maior envolvimento dos líderes dos três maiores países da União Europeia.

Aleksandar Vucic, presidente da Sérvia, já disse anteriormente que não reconhecerá o Kosovo nem formal nem informalmente.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

 

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