A invasão por terra de Israel em Gaza começou?
Forças israelenses parecem estar se concentrando no
norte da Faixa de Gaza, em Beit Hanoun, e a partir dali avançando um pouco mais
ao sul.
Estou em Sderot, a cidade fronteiriça de Israel com
vista para Gaza.
A cidade em si está quase deserta, já que a maioria
dos civis partiu ou foi evacuada.
O fogo contínuo de artilharia pesada contra Gaza
continua. Perto de onde estou, o exército israelense dispara várias vezes por
minuto.
O exército israelense diz estar acelerando o ritmo
das operações.
A partir de vídeos que surgiram de Gaza nesta
manhã, e pelo que pudemos ver ontem à noite ao longo da zona de fronteira,
temos evidências de um bombardeio muito, muito grande.
Mas, com o apagão das comunicações em Gaza, é muito
difícil descobrir o que exatamente está acontecendo.
Por exemplo, eu conversei com a ONU, que conseguiu
se comunicar com seu escritório principal na região sul por meio de um telefone
via satélite.
Mas, como não há comunicação internamente, eles não
conseguem falar com os escritórios locais que cuidam das operações de ajuda
humanitária - atualmente completamente suspensas - para saber como estão.
Embora o bombardeio esteja muito concentrado no
norte, a Faixa de Gaza só tem cerca de 45 quilômetros de comprimento, o que faz
com que as explosões possam ser ouvidas a quilômetros de distância e certamente
por toda a área.
O exército israelense ainda está na área nesta
manhã, provavelmente tentando neutralizar túneis e identificando alvos para
ataques da força aérea. Mas tanques podem ficar mais vulneráveis à luz do dia,
então eles podem trazer alguns de volta ao lado israelense da fronteira.
Ao que parece até o momento, isso ainda está
acontecendo.
Trata-se de uma ofensiva terrestre? Não creio que
devamos ficar muito presos a esse tipo de definição.
Quando vimos o contingente militar aumentar e a
mobilização de mais de 300.000 reservistas, pensamos que assistiríamos a uma
invasão de Gaza por todas as frentes.
Mas eu acho que o que eles podem estar fazendo é
"limpar" áreas de Gaza, fatia por fatia.
Pelo tom dos comentários do exército israelense na
noite passada, senti que a ênfase era de que continuariam a pressionar e que se
tratava de "dar o troco" ao Hamas.
Acho que é possível chamar o que está acontecendo
de ataque muito prolongado ou ofensiva terrestre. Certamente é uma operação
militar muito grande.
A pressão de Israel no terreno também certamente
irá matar civis palestinos.
Quanto mais palestinos morrem, maior é a indignação
noutras partes do Oriente Médio, tanto entre países amigos de Israel como nos
seus inimigos.
Isso não garante que a guerra se espalhará. Mas
aumenta a volatilidade e a incerteza numa região que já é frágil.
Ø Israel diz que guerra em Gaza 'entra em nova fase' enquanto civis
seguem sem comunicações
Israel segue realizando ataques aéreos
ininterruptos na Faixa de Gaza neste sábado (28/10) após uma noite de incursões
por terra e bombardeios intensos "em escala nunca vista antes".
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse
que os militares do país "mudaram de fase na guerra" e que a operação
continuará "até novo aviso".
A situação é descrita como
"catastrófica", segundo moradores ouvidos pela BBC. De acordo com o
repórter da BBC no território, Rushdi Abualouf, o cenário é de "caos
total".
Civis permanecem isolados do mundo exterior, com
linhas telefônicas e internet fora do ar para a maioria das pessoas.
Israel tem bombardeado Gaza desde os ataques do
Hamas em 7 de outubro, que mataram 1.400 pessoas e tornaram 229 pessoas reféns.
O Ministério da Saúde administrado pelo Hamas em
Gaza afirma que mais de 7.500 pessoas foram mortas desde o início do bombardeio
retaliatório de Israel.
Com as telecomunicações fora do ar em Gaza, onde
vivem 2,3 milhões de palestinos, é difícil obter informações atualizadas sobre
o que está acontecendo dentro do território.
Segundo o jornalista da BBC Jeremy Bowen, que está
no sul de Israel, "o fogo contínuo de artilharia pesada contra Gaza
continua. A bateria israelense perto daqui dispara várias vezes por
minuto".
"Esta noite a terra em Gaza tremeu",
disse o ministro israelense Gallant à emissora Kan 11.
"Atacamos acima e abaixo do solo. Atacamos
agentes terroristas de todos os níveis, em todos os lugares. As diretrizes para
as forças são claras: a operação continuará até novo aviso."
·
Crise diplomática com a
Turquia
A comunidade internacional segue dividida. Segundo
a Casa Branca, Israel tem o direito de "levar a luta ao Hamas".
Na Assembleia Geral da ONU, na sexta-feira (27/10),
120 países votaram a favor de uma trégua, incluindo Brasil, França e Bélgica.
No total, 14 países votaram contra e houve 45 abstenções.
A resolução, apesar de aprovada em massa, não têm
cumprimento obrigatório.
Neste sábado (28/10), para uma multidão eufórica em
Istambul, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, chamou os ataques de
Israel em Gaza de “massacre” e disse que os aliados ocidentais do país eram “os
principais culpados” por trás do que classificou comde crimes de guerra
cometidos por Israel.
"Iremos declarar Israel como criminoso de
guerra para o mundo. Estamos nos preparando para isso e apresentaremos Israel
ao mundo como um criminoso de guerra."
Erdogan também manteve sua posição de não
considerar o Hamas uma “organização terrorista”. O grupo é descrito como tal em
países como EUA e Reino Unido.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli
Cohen, reagiu ordenando que diplomatas israelenses deixassem a Turquia depois
do que chamou de “declarações duras” de Istambul.
O presidente discursou em um grande palco para o
que ele disse ser uma multidão de 1,5 milhão de pessoas, que agitavam bandeiras
turcas e palestinas.
O evento, denominado Grande Comício da Palestina,
foi realizado no abandonado Aeroporto Ataturk, onde Erdogan já realizou
comícios.
No sábado, ele reiterou as suas críticas ao
Ocidente e a sua recusa em pedir um cessar-fogo em Gaza, e apelou à unidade no
mundo muçulmano.
·
Novos ataques
Neste sábado, o porta-voz das Forças de Defesa de
Israel, Daniel Hagari, emitiu um "apelo urgente" aos cidadãos do
norte de Gaza e da cidade de Gaza para que se deslocassem para o sul
"imediatamente".
Em uma postagem no X (antigo Twitter), Hagari
afirmou que eles poderão retornar para suas casas quando as "intensas
hostilidades terminarem".
Ele acrescentou que o Hamas coloca a vida dos
palestinos em perigo ao armazenar armas em áreas civis e que Israel não
esquecerá os ataques brutais do grupo em 7 de outubro.
"Sua janela para agir está se fechando",
alertou Hagari. "Vá para o sul para sua própria segurança."
As Forças de Defesa de Israel disseram à BBC que
foram utilizados vários métodos para transmitir esse último alerta à população
de Gaza, incluindo o lançamento de panfletos pelo ar, rádio, Internet e o que é
descrito como "métodos adicionais sobre os quais não podemos entrar em
detalhes".
Neste sábado, milhares de manifestantes
pró-Palestina protestam em Londres pedindo o fim dos ataques de Israel em Gaza.
No fim de semana passado, 100 mil pessoas saíram às
ruas da capital exigindo o fim dos bombardeios em Gaza.
Protestos também acontecem em outras cidades do
Reino Unido, incluindo Manchester (Inglaterra) e Glasgow (Escócia).
·
'Invasão limitada'
Cerca de 100 aviões de combate foram usados na
operação, descrita por Israel como "invasão limitada".
Mais cedo, o porta-voz Hagari afirmou que os
militares israelenses estavam "combatendo um inimigo mais fraco".
Ele confirmou que as tropas entraram no norte de
Gaza durante a noite, acrescentando que as forças "ainda estavam no
campo" neste sábado.
Segundo Hagari, vários comandantes do Hamas foram
mortos durante a noite como parte da "ofensiva ampliada".
Ele acrescentou que caminhões de ajuda humanitária
entrarão hoje em Gaza carregando alimentos e água.
Também informou que houve 311 mortes de militares
israelenses desde o ataque do Hamas em 7 de outubro e que baixas foram sofridas
durante as operações noturnas.
Hagari confirmou ainda que 229 pessoas são mantidas
como reféns em Gaza.
Segundo ele, "estamos trabalhando para atingir
os objetivos que estabelecemos para nós mesmos e que foram definidos para nós.
A dissolução do Hamas, a segurança das fronteiras e um esforço nacional para
trazer de volta os sequestrados."
Sobre o destino dos reféns, Hagari disse que
"trazer de volta os sequestrados para casa é um esforço nacional supremo.
E todas as nossas atividades, operacionais e de inteligência, visam atingir o
objetivo".
Num comunicado divulgado na manhã deste sábado, as
famílias dos reféns fizeram um apelo ao ministro da defesa israelense e aos
membros do gabinete de guerra para se reunirem com eles imediatamente.
"Esta noite foi a mais terrível de todas as
noites. Foi uma noite longa e sem dormir, tendo como pano de fundo a grande
operação das Forças de Defesa de Israel na faixa, e a absoluta incerteza quanto
ao destino dos reféns ali detidos, que também foram sujeitos aos pesados
bombardeios".
O comunicado acrescenta que a operação terrestre
põe em perigo o bem-estar dos 229 reféns em Gaza.
"As famílias estão preocupadas com o destino
de seus entes queridos e aguardam uma explicação. Cada minuto parece uma
eternidade. Exigimos que o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e os membros do
gabinete de guerra se reúnam conosco esta manhã!", diz a nota.
Gallant concordou em se encontrar com
representantes do grupo neste domingo (29/10).
Na noite de sexta-feira, questionado se os ataques
significavam a concretização do plano de invadir Gaza por terra, anunciado em
15 de outubro, o porta-voz do governo de Israel Eylon Levy tergiversou.
"Israel expandiu a operação terrestre na Faixa
de Gaza, mas, além disso, não vou comentar questões operacionais", disse
Levy.
Por volta de 2h da manhã deste sábado no horário de
Brasília, as forças israelenses afirmaram ter matado o líder das operações
aéreas do Hamas, Asem Abu Rakaba. Ele teria liderado o uso de drones e
parapentes no ataque a Israel em 7 de outubro.
Enquanto isso, antecipando uma possível expansão do
conflito para outros países, o Departamento de Estado dos EUA orientou na
sexta-feira os seus cidadãos a deixarem o Líbano enquanto há voos comerciais
disponíveis, "devido à situação de segurança imprevisível".
Disparos entre as forças israelenses e o poderoso grupo
xiita libanês Hezbollah têm se intensificado dia após dia. Israel colocou
soldados e equipamentos militares na região de sua fronteira com o Líbano e
evacuou dezenas de milhares de civis que ali viviam.
Na rede social X (antigo Twitter), o Departamento
de Estado afirmou: "Não há garantia de que o governo dos EUA irá evacuar
cidadãos americanos e seus familiares em uma situação de crise."
·
'Forças estão ampliando
atividades terrestres'
Na sexta-feira, Israel disse que expandiria as
atividades em terra.
"Nas últimas horas, aumentamos os ataques em
Gaza. A Força Aérea ataca amplamente alvos subterrâneos e infraestruturas
terroristas, de forma muito significativa", disse o porta-voz Hagari, das
Forças de Defesa de Israel.
"Na continuação da atividade ofensiva que
realizamos nos últimos dias, as forças terrestres estão expandindo a atividade
esta noite", acrescentou.
Na ocasião, Hagari pediu mais uma vez que a
população da Cidade de Gaza deixasse a região em direção ao sul do território.
Segundo ele, os moradores da Cidade de Gaza
deveriam buscar "condições mais seguras", já que as IDF
"persistiriam" com ataques à cidade e seus arredores.
Ele fez referência específica ao hospital Al Shifa,
que disse estar sendo usado para "atividades terroristas".
Anteriormente, em outro pronunciamento, Hagari
alegou que o Hamas estava utilizando o hospital como escudo para túneis
subterrâneos e centros de comando. O Hamas negou esta acusação.
Al Shifa é o maior hospital da Faixa de Gaza.
Milhares de pessoas desalojadas estão abrigadas em
hospitais de Gaza, incluindo no Al Shifa.
Segundo Jeremy Bowen, da BBC, as negociações
conduzidas pelo Catar entre Israel e o Hamas estavam progredindo,
"chegando perto de um acordo para a libertação de reféns e talvez para
algum tipo de cessar-fogo ou trégua humanitária".
Entretanto, a "expansão" das operações de
Israel na sexta-feira interrompeu o processo.
"Com tanques e soldados israelenses prontos
para entrar em Gaza, não parece haver muita esperança na retomada [das
negociações] enquanto essa ofensiva está acontecendo", afirmou Bowen.
·
Resolução da ONU
Na tarde de sexta-feira, a Assembleia Geral da ONU
aprovou uma resolução pedindo por uma trégua humanitária imediata em Gaza.
A resolução — apresentada pela Jordânia em nome do
grupo de países árabes — também condenou todos os atos de violência contra
civis palestinos e israelenses, incluindo todos os "ataques terroristas e
indiscriminados".
O texto também pediu a imediata libertação dos
reféns mantidos pelo Hamas em Gaza, mas não faz menção específica aos ataques
de 7 de outubro contra Israel
Foram 120 votos a favor, incluindo o do Brasil, 14
contra e 45 abstenções.
Israel reagiu fortemente à resolução.
"Hoje é um dia que será considerado infame.
Todos nós testemunhamos que a ONU já não detém nem um pingo de legitimidade ou
relevância", disse o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan,
acrescentando que seu país vai usar "todos os meios" para combater o
Hamas.
As resoluções da Assembleia Geral não têm
cumprimento obrigatório, mas têm peso moral devido à universalidade dos seus
membros.
O secretário-geral da ONU, António Gueterres,
também fez um apelo por um cessar-fogo no X, dizendo que "este é o momento
da verdade".
"Repito meu apelo por um cessar-fogo
humanitário no Oriente Médio, pela libertação incondicional de todos os reféns
e pela entrega de suprimentos vitais na escala necessária. Todos devem assumir
suas responsabilidades. Este é o momento da verdade. A história julgará todos
nós", escreveu.
Durante café da manhã com jornalistas, no Palácio
do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que é
"insanidade" do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu,
querer acabar com a Faixa de Gaza.
"O ato do Hamas foi terrorista, que não é
possível fazer um ataque, matar inocentes, sequestrar gente da forma que eles
fizeram, sem medir as consequências do que acontece depois. Porque, agora, o
que nós temos é a insanidade do primeiro-ministro de Israel querendo acabar com
a Faixa de Gaza, se esquecendo que lá não tem só soldado do Hamas, que lá tem
mulheres e crianças, que são as grandes vítimas dessa guerra", disse Lula.
O presidente explicou que o Brasil não reconhece o
Hamas como organização terrorista porque o país segue as avaliações do Conselho
de Segurança da ONU.
"A posição nossa é clara. Toda guerra não tem
apenas um culpado, ou um mais culpado."
·
Sem contato
Há diversos relatos sobre a dificuldade de
comunicação com as pessoas na Faixa de Gaza.
O Hamas afirmou que as telecomunicações no
território foram quase completamente cortadas.
A Paltel, a Empresa de Telecomunicações da
Palestina, divulgou um comunicado nas redes sociais confirmando a
"interrupção completa de todos os serviços de comunicação e internet com a
Faixa de Gaza".
Em nota, Deborah Brown, pesquisadora da ONG Human
Rights Watch, disse que o "apagão" nas telecomunicações "traz o
risco de acobertar atrocidades em massa e de contribuir para a impunidade de
violações de direitos humanos".
Os Médicos Sem Fronteiras e o Crescente Vermelho
Palestino divulgaram que perderam o contato com alguns membros de suas equipes
em Gaza.
"Estamos profundamente preocupados com a
capacidade das nossas equipes em continuar a prestar os seus serviços médicos
de emergência, especialmente porque este conflito afeta o número central de
emergência ‘101’ e dificulta a chegada de veículos e ambulâncias aos
feridos", disse o Crescente Vermelho Palestino em um comunicado.
A organização afirma estar também preocupada com a
segurança das suas equipes que trabalham na Faixa de Gaza e faz um apelo ao
mundo para “exercer pressão sobre as autoridades israelenses para fornecerem
proteção imediata a civis inocentes, instalações médicas e às nossas equipes”.
Outra organização humanitária, a ActionAid, também
disse perdeu contato com os seus funcionários em Gaza.
"O apagão isola a população, tornando quase
impossível que procurem ajuda, partilhem as suas histórias ou mantenham contato
com os seus entes queridos."
"Este isolamento aprofunda o sofrimento
daqueles que já enfrentam uma grave crise humanitária no meio de um aumento no
bombardeamento aéreo de civis", afirmou a ONG em um comunicado.
Baseada em Jerusalém, a repórter da BBC Alice Cuddy
afirmou que na sexta-feira conseguiu falar com contatos seus em Gaza mas, à
noite, suas ligações e mensagens não pareciam chegar ao território palestino.
A maioria das pessoas com quem Cuddy vinha falando
estava abrigada em Khan Yunis, após ter fugido de suas próprias casas em outros
lugares. Mas uma família que vive na parte central de Gaza contou à repórter
mais cedo que tinha optado por não deixar sua casa por enquanto.
"Continuaremos morando aqui até encontrarmos
uma maneira segura de sair", disse o pai pelo telefone de sua casa, cujas
janelas e portas foram destruídas após ataques a edifícios próximos.
"Estamos em uma situação muito miserável.
Principalmente as crianças, elas têm medo."
O repórter Mehdi Musawi, da BBC Árabe em Londres,
também afirma ter tido dificuldades de falar com suas fontes em Gaza durante
todo o dia.
"No início da noite, todas as linhas de comunicação
estavam fora do ar. E então, imagens ao vivo de Gaza mostraram escuridão total,
exceto por flashes e bolas de fogo à distância", diz Musawi.
"Enviei uma enxurrada de mensagens para as
pessoas com quem havia falado antes, mas nenhuma resposta veio, nem mesmo um
duplo visto para confirmar o recebimento."
·
O conflito
O grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de
Gaza, lançou em 7 de outubro um ataque surpresa a Israel, matando mais de 1.400
e capturando reféns.
Israel reagiu com bombardeios que já mataram mais
de 7.000 pessoas, segundo o Ministério da Saúde em Gaza controlado pelo Hamas.
Em 14 de outubro, as forças israelenses anunciaram
para breve uma ofensiva ainda maior por ar, terra e mar contra o território.
Israel também deu um ultimato aos moradores no
norte da Faixa de Gaza — cerca de 1,1 milhão de pessoas — para se deslocarem
para o sul do território.
Esse prazo, estendido algumas vezes, expirou no dia
15 de outubro.
O norte de Gaza — que inclui a Cidade de Gaza e
dois campos de refugiados — é uma das partes mais densamente povoadas do
território.
Na ocasião, o Hamas disse aos civis que ignorassem
a ordem de evacuação, descrevendo-a como "propaganda falsa".
No entanto, milhares de palestinos obedeceram à
ordem de Israel e abandonaram suas casas.
Apesar disso, Israel bombardeou e continua
bombardeando várias localidades no sul do território.
Segundo a agência da ONU para os refugiados
palestinos, a situação no sul de Gaza é tão ruim que alguns civis estão
voltando para o norte.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant,
disse que a campanha militar em Gaza "pode levar um mês, dois ou três, mas
no final não haverá mais Hamas".
Fonte: BBC News Mundo
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