domingo, 24 de setembro de 2023

Pastor Zé Barbosa Jr.: A Igreja Invisível de Jesus!

Numa das últimas sessões da CPI dos atos terroristas do 8 de Janeiro, o deputado-moleque Nikolas Ferreira quis ofender o Pastor Henrique Vieira, deputado federal pelo PSOL do RJ, chamando-o de “pastor de uma igreja invisível”. Como o infante congressista arroga-se evangélico, achou que com esse termo estava diminuindo o trabalho do seu “oponente” na Câmara. Ledo engano.

Em primeiro lugar, partindo da cabeça doentia do púbere deputado, igreja “visível” deve fazer referência aos megatemplos e às igrejas midiáticas, principalmente neopentecostais e empresas/igrejas fascistas como a Universal do Reino de Deus, Igreja Batista da Lagoinha (empresa da família Valadão), Assembleia de Deus Vitória em Cristo (a empresa do Malafaia) e outras aliadas às causas da extrema direita no Brasil. Esses conglomerados religiosos estão sempre na mídia, logo, são “visíveis”.

Se é esse o conceito de “igreja visível”, talvez seja bem melhor realmente fazer parte de uma “igreja invisível” que, diga-se de passagem, é na verdade invisibilizada. Sim! Há um projeto de invisibilização e negação das Comunidades Cristãs que resistem ao fundamentalismo que parece dominar a maior parte da cristandade brasileira. Igrejas, padres, pastores e lideranças religiosas progressistas são, o tempo todo, atacados pelos que se consideram “donos do império religioso”. Nada diferente do que aconteceu ao pobre carpinteiro de Nazaré, Jesus Cristo. Os donos da religião odeiam e tentam apagar (às vezes literalmente) os que se levantam com uma proposta humana, afetuosa e baseada no amor ao invés do ódio e do medo.

A “Igreja invisível” talvez seja aquela anunciada por Cristo, que compara o seu “reinado” com figuras ínfimas, diminutas, “invisíveis”. O reino é como o fermento na massa, o sal na comida, uma semente de mostarda. Na subversão do “reinado de Deus”, as figuras de “poder” são as figuras de serviço, fazer crescer a massa, dar sabor ao alimento, dar sombra aos homens e pássaros. É sempre uma proposta de apoio e sensibilidade, de sustento e apoio. É a massa do pão o mais importante, é o alimento saboroso o resultado esperado, é a sombra e refrigério a “missão” da árvore. Sempre por e para o outro. A igreja é coadjuvante. Nunca é a protagonista da história. Pelo menos não deveria ser.

A “igreja invisível” também é aquela que acolhe, abraça e caminha com os outros “invisibilizados”. É a igreja que é espaço de afeto aos sem teto, como a “igreja invisível” do Padre Júlio Lancellotti. É a igreja que compra a briga dos bairros fantasmas e invisibilizados de Maceió, como a “invisível” Igreja Batista do Pinheiro. São as muitas “igrejas invisíveis” que lutam contra o pecado do racismo, da LGBTFobia, do machismo, da misoginia, da aporofobia. As “igrejas invisíveis” são as que caminham ao lado de outras confissões de fé numa ciranda libertadora e digna de inter-religiosidade.

A “igreja invisível”, portanto, é exatamente aquela que anda no caminho de Jesus Cristo, que seria invisibilizado pelas igrejas que exalam ódio, preconceito, que fazem arminhas com a mão, que lutam para tirar direitos de grupos marginalizados pela sociedade, que celebram a morte dos inimigos e espalham violência “em nome de deus”. A “igreja invisível” resiste, exatamente por ser “invisível” e, por isso mesmo, se mostra em toda a terra, num beijo de um casal gay que se ama, numa Mãe de Santo que dá a vida por sua terra quilombola e não se dobra à sanha capitalista imobiliária, num pastor que enfrenta a “bancada evangélica” perversa e pervertida, num padre que encarna o amor mesmo em meio às ameaças dos “cristãos terrivelmente visíveis”.

Graças a Deus faço parte dessa “igreja invisível”!

 

       Justiça de MG aceita denúncia contra Nikolas Ferreira por transfobia

 

O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) aceitou denúncia contra o deputado federal Nikolas Oliveira (PL-MG) por incentivar o preconceito e a discriminação contra uma adolescente transexual. O caso ocorreu em junho de 2022, quando o político era vereador na capital do estado.

A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) depois que o parlamentar compartilhou um vídeo no YouTube com o título: “Travesti no banheiro da escola da minha irmã”.

Na última terça-feira (19/9), a juíza Kenea Marcia Damato de Moura Gomes, da 5ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, aceitou a denúncia apresentada pelo MP. Assim, o deputado responderá sobre o caso na Justiça, como réu.

No vídeo, a irmã do parlamentar aborda uma menina transexual dentro do banheiro feminino de uma escola de Belo Horizonte e “externa aversão odiosa à identidade de gênero da adolescente”, segundo o MP. A denúncia contra o deputado se dá tanto pela exposição da menor de 18 anos quanto pelos comentário feitos por Nikolas no vídeo.

O Ministério Público observa que Nikolas teria se referido à adolescente como um menino e sugerido que ela seria um “estuprador em potencial”, chamando de “ousadia” o fato de ela frequentar o banheiro do gênero com o qual se identifica”.

Além de pedir a condenação do deputado federal e demandar indenização à vítima, o órgão ministerial requereu à Justiça a perda do mandato de deputado e dos direitos políticos.

O MPMG alega que a publicação do parlamentar “causou irreparável dano à sua autoestima e identidade (da vítima), querendo fazê-la crer que a sociedade não a reconhece em seu gênero autodeclarado, que ignora sua narrativa de gênero e que a denomina de forma que não condiz com suas vivência. ”

•        Jornalista detona Nikolas Ferreira ao vivo: "Nojento"

A jornalista Daniela Lima, da GloboNews, subiu o tom contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) em comentário ao vivo feito na edição do programa "Conexão GloboNews" desta sexta-feira (22).

A crítica a Nikolas veio no momento em que jornalistas da emissora repercutiam a notícia de que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) tornou o parlamentar bolsonarista réu por divulgar um vídeo expondo uma adolescente trans que utilizou o banheiro feminino de uma escola particular de Belo Horizonte.

Na denúncia feita pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), aceita pela Justiça, Nikolas Ferreira é acusado de incitar ódio às pessoas transexuais "na medida em que se caracteriza como verdadeiro ataque à dignidade dessas pessoas".

Ao comentar o assunto, Daniela Lima disse que o deputado "sobe em cima de cadáver para fazer palanque político", classificando o ato de expor a adolescente trans como "nojento".

"O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Fazer o que ele fez com uma menor de idade é subir em cima de cadáver para fazer palanque político. É nojento, isso é covarde", disparou a jornalista.

O vídeo com o comentário de Daniela Lima viralizou nas redes sociais.

 

       Nikolas Ferreira ataca Rosa Weber e acusa a ministra de "defesa do genocídio"

 

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) usou as redes sociais para atacar a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber. Como sempre, o parlamentar, conhecido por suas posições fundamentalistas, usou a agressividade para criticar a postura da magistrada.

Na manhã desta sexta-feira (22), a ministra Rosa Weber liberou o seu voto no plenário da Corte sobre a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, o qual foi a favor da matéria.

Fundamentalista, Nikolas Ferreira foi às redes para criticar o voto da ministra e a classificou como "defensora do genocídio" por ser a favor do aborto.

"Rosa Weber não teve coragem nem de sustentar oralmente a defesa da morte de crianças inocentes no ventre. Registrou voto escrito. Imagino que não deve ser fácil verbalizar a defesa do genocídio. Covarde!", declarou Nikolas Ferreira.

•        Rosa Weber vota a favor da descriminalização do aborto

Na iminência de sua aposentadoria, a ministra Rosa Weber, que preside o Supremo Tribunal Federal (STF), expressou seu voto a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação na madrugada desta sexta-feira (22). Seu voto foi o primeiro e até agora o único a ser contabilizado no julgamento, que teve início no ambiente virtual do plenário.

Um pedido de destaque apresentado pelo ministro Luís Roberto Barroso interrompeu a discussão e transferiu o julgamento virtual para as sessões presenciais do tribunal. A data para a retomada da discussão ainda não foi definida. Durante seu voto, Rosa Weber destacou a importância histórica do julgamento sobre a legalização do aborto.

“Fomos silenciadas! Não tivemos como participar ativamente da deliberação sobre questão que nos é particular, que diz respeito ao fato comum da vida reprodutiva da mulher, mais que isso, que fala sobre o aspecto nuclear da conformação da sua autodeterminação, que é o projeto da maternidade e sua conciliação com todos as outras dimensões do projeto de vida digna”, Rosa Weber, presidente do STF.

Ela enfatizou que, por décadas, as mulheres foram “subjugadas” e “excluídas do espaço público”. Em sua fala, reforçou que essas mulheres eram tratadas como se estivessem à margem da sociedade. Rosa ressaltou ainda em um voto de 103 páginas, que a criminalização da decisão de uma mulher de interromper a gravidez tem persistido por mais de 70 anos no país.

•        Ilegalidade do aborto gera mais problemas

A criminalização "perpetua o quadro de discriminação com base no gênero", visto que nenhum homem é reprovado pela sua conduta sexual. Weber também enfatizou a importância de implementar políticas públicas que possam prevenir a ocorrência de gravidez indesejada.  De acordo com a ministra, não se é debatido sobre a responsabilidade dos homens nessa questão.

"Tanto que pouco - ou nada - se fala na responsabilidade masculina na abordagem do tema. E mesmo nas situações de aborto legal as mulheres sofrem discriminações e juízos de reprovação moral tanto do corpo social quanto sanitário de sua comunidade”, Rosa Weber, presidente do STF.

“A criminalização do ato não se mostra como política estatal adequada para dirimir os problemas que envolvem o aborto, como apontam as estatísticas e corroboraram os aportes informacionais produzidos na audiência pública”, disse ela.

Iniciada pelo PSOL, a ação está em andamento no Supremo desde 2017 e tem progredido de forma gradual desde então. O partido argumenta que a criminalização do aborto até a 12ª semana de gestação infringe os direitos fundamentais à vida, à liberdade e à integridade física das mulheres.

O caso seria julgado pelo STF em plenário virtual, com os ministros votando da meia-noite de hoje. No entanto, devido ao pedido de destaque feito por Barroso, a ação será transferida para as sessões presenciais da Corte.

       'Covarde', diz Michelle após ministra votar a favor do aborto

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) compartilhou uma publicação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) nas redes sociais, em que critica o voto da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, que se posicionou a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez.

Na publicação, o parlamentar bolsonarista afirmou que a titular da Suprema Corte "não teve coragem de sustentar a defesa de morte de crianças inocentes", em referência a sustentação da tese da magistrada sobre a matéria.

“Rosa Weber não teve coragem nem de sustentar oralmente a defesa de morte de crianças inocentes no ventre. Registrou voto escrito. Imagino que não deve ser fácil verbalizar defesa de genocídio”, diz o texto do político.

Corroborando com a mensagem, a mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que a presidente do STF é "covarde".

O caso é julgado em plenário virtual do STF e tem relatoria da ministra Rosa Weber.

•        Ministro aciona AGU contra Nikolas por fake sobre banheiro unissex

Após a repercussão das fake news sobre implantação de banheiros unissex no país, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para adotar medidas cabíveis em âmbito administrativo, cível e criminal contra os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Felipe Barros (PL-PA). As informações são da coluna Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Nikolas Ferreira afirma que o ministro instituiu o banheiro unissex no Brasil, usando como fundo a Resolução de n°2, do dia 19 deste mês. Para Almeida, as declarações do deputado bolsonarista distorcem a Resolução do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, órgão autônomo em suas decisões.

Enquanto o deputado Felipe Barros afirma que o Ministério dos Direitos Humanos “instituiu” o banheiro unissex nas escolas brasileiras.

O ofício encaminhado pela AGU, através do ministro Silvio Almeida, esclarece que, diferentemente do que afirmam os deputados, nem o ministro nem o presidente tiveram qualquer participação ou influência na produção da resolução e consideram ainda os comentários ofensivos e crimes contra a honra e de dano moral cometido em face do ministro e do presidente.

 

Fonte: Fórum/A Tarde

 

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