Michelle Bolsonaro atribui a si dogma relacionado a Maria, mãe de
Jesus, para atacar jornalista
Presidenta nacional do PL Mulher, instância
partidária que comanda com mão de ferro, Michelle Bolsonaro usou um termo
bíblico, relacionado a Maria, mãe de Jesus, para atacar a jornalista Juliana
Dal Piva, do portal Uol, que revelou em reportagem neste domingo (1º) que a
ex-primeira-dama já pediu a demissão de ao menos 3 subordinados e é considerada
"de difícil trato no cotidiano interno do partido".
Em resposta nas redes sociais, a esposa de Jair
Bolsonaro (PL) atacou a reportagem da jornalista, classificando como
"matéria especulativa publicada em portal da internet com posicionamento
ideológico bastante conhecido da sociedade" e usou o termo
"assunção" para explicar sua ascensão política.
O termo assunção é um dogma usado pelos católicos
para definir a crença de que Maria, mãe de Jesus, subiu ao céu de corpo e alma.
Maria, no entanto, é minimizada pelos evangélicos, que creem que a salvação vem
somente através de Jesus e que não há necessidade de "intercessão" de
Nossa Senhora, como é chamada pelos Católicos.
"Assim como ocorre normalmente em qualquer
instituição (pública ou privada) quando da assunção de uma nova liderança é
comum que mudanças e adequações ocorram a fim de que haja o estabelecimento de
uma harmoniosa atuação profissional em prol do alcance dos objetivos
institucionais", diz Michelle na nota divulgada em seu perfil no
Instagram.
Mais adiante, a ex-primeira-dama busca humilhar o
trabalho de Juliana Dal Piva, uma das jornalistas mais conceituadas e que ficou
conhecido principalmente pelas reportagens sobre o esquema de corrupção das
rachadinhas do clã Bolsonaro.
"Surpreende-nos uma matéria com tal teor. Ela
parece ter sido baseada em ilações e fofocas", diz Michelle, reclamando da
"seletividade jornalística de alguns veículos e de alguns profissionais da
área".
Na reportagem, Juliana Dal Piva diz ter procurado a
ex-primeira-dama que "não retornou à coluna". Com base em relatos de
próprios integrantes do PL, a reportagem diz que Michelle "gosta de
atenção exclusiva" e "prefere manter um grupo muito restrito para
atendimento de suas demandas para evitar vazamentos de informações".
"A cúpula do PL trata o potencial político da
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro com tanta preocupação que atende a todos os
pedidos da esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Inclusive, demissões",
diz a reportagem.
LEIA A REPORTAGEM COMPLETA
·
Michelle Bolsonaro já pediu demissão de 3
funcionários da direção do PL. Por Juliana Dal Piva
A cúpula do PL trata o potencial político da
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro com tanta preocupação que atende a todos os
pedidos da esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Inclusive, demissões. Desde
que assumiu a presidência do PL Mulher, em março, Michelle já solicitou o
desligamento de ao menos três funcionários que trabalhavam na direção da
legenda: duas mulheres e um homem.
A coluna apurou que, publicamente, os dirigentes do
PL elogiam a ex-primeira-dama, mas Michelle é considerada de difícil trato no
cotidiano interno do partido. Nos relatos feitos à coluna, a presidente do PL Mulher
gosta de atenção exclusiva em detrimento de outras áreas da legenda.
Michelle também prefere manter um grupo muito
restrito para atendimento de suas demandas para evitar vazamentos de
informação.
Procurada, a ex-primeira-dama não retornou à
coluna.
Desde o início do ano, o PL vem investindo na
presença do casal Bolsonaro para tentar crescer no número de filiados e fazer
uma nova votação expressiva nas eleições municipais do ano que vem.
Com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, as
atenções recaem ainda mais sobre Michelle. O ex-presidente, porém, já
manifestou que não quer a esposa na disputa presidencial de 2026. O PL avalia
prepará-la para uma vaga ao Senado ou ao governo do DF.
Michelle, porém, pode ser imprevisível e oscila com
frequência a maneira como trata as pessoas que a rodeiam desde o período em que
já colecionava conflitos no Palácio da Alvorada. Alguns com funcionários e
outros com os enteados. No segundo turno da eleição, ela chegou a expulsar o
vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) do palácio.
Naquela época, pessoas próximas a Bolsonaro
relataram que Michelle queixava-se de estar alijada nos espaços de poder, sem a
atenção que ela acreditava merecer. Por isso, por vezes, cancelava compromissos
e agendas públicas em cima da hora. Também não é incomum verificar reclamações
públicas de Michelle em relação ao espaço dela em eventos em que Bolsonaro
também está.
Agora, na presidência do PL Mulher, ela cobra mais
espaço e estrutura a cada dia dentro do partido. O partido aluga salas para uso
de Michelle e Jair no mesmo local onde funciona a sede do PL em Brasília.
Na cabeça do casal Bolsonaro, o partido só ganhou o
espaço que possui no Congresso Nacional por causa da votação do ex-presidente
e, por isso, a legenda precisa atendê-los em todas as solicitações.
<><> Bolsonaro muda para SP para eleger
Nunes
Eleito sete vezes deputado federal pelo Rio de
Janeiro entre 1990 e 2018, Jair Bolsonaro vem ignorando o antigo reduto após
deixar a Presidência da República. Desde que retornou ao Brasil de um
autoexílio na Flórida (EUA), ele passou pelo menos 25 dias em terras paulistas
em 11 viagens. No Rio, esteve três vezes.
Exames, consultas e procedimentos cirúrgicos no
Hospital Vila Nova Star, em razão da facada que levou durante a campanha de
2018, e as articulações para as eleições municipais de 2024 são as principais
razões para as visitas constantes a São Paulo.
Em setembro, Bolsonaro passou nove dias no estado,
entre uma internação e o repouso no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo
paulista, liderado por seu aliado Tarcísio de Freitas. A residência oficial do
governador tem sido uma espécie de “Airbnb de luxo” do ex-presidente.
Segundo aliados, as estadas na casa de Tarcísio são
organizadas por Diego Torres, assessor especial do governador e cunhado de
Bolsonaro. Ali, o ex-presidente goza de conforto, segurança e liberdade. Além
de conversar com seu ex-ministro e governador, ele se reúne com lideranças do
PL, incluindo o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto.
Nesses encontros, Bolsonaro discute questões
partidárias, ouve demandas dos deputados da base da Assembleia Legislativa de
São Paulo (Alesp) e avalia o cenário das próximas eleições municipais.
Correligionários entendem que a vitória na maior cidade do país é fundamental
para a direita recuperar a Presidência em 2026
— A eleição na capital é o principal pilar para o
retorno da direita na eleição nacional. Precisamos evitar que o governador
Tarcísio fique “ensanduichado” entre Lula e uma indesejável vitória da esquerda
com Guilherme Boulos — afirma Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e
ex-secretário especial de Comunicação de seu governo.
• Possível
apoio a Nunes
Isso explica a distância cautelar do Rio, onde o
ex-presidente considera improvável uma vitória frente ao prefeito Eduardo Paes,
aliado do PT. Por isso, ele vetou a candidatura do senador Flávio Bolsonaro
(PL), seu filho, e não deve se empenhar na eleição.
Em São Paulo, Bolsonaro aposta na reeleição do
atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Nas últimas semanas, porém, há um mal-estar
entre o emedebista e aliados do ex-presidente. As insatisfações incluem o
distanciamento do prefeito da pauta bolsonarista e a falta de espaço do grupo
na gestão.
O ex-presidente deve decidir sobre a aliança em
março. Para apaziguar os ânimos, o prefeito visitou Bolsonaro no Hospital Vila
Nova Star, no mês passado, após este passar por mais um procedimento cirúrgico.
Integrantes da pré-campanha de Nunes minimizam.
Dizem que não há risco de ruptura e que prefeito e ex-presidente se falam
normalmente.
Em terras paulistas, Bolsonaro tem ido a eventos
que atraem seu perfil de eleitorado, principalmente o agronegócio. Já esteve na
Agrishow (Ribeirão Preto) e na Festa do Peão de Barretos. Semana passada, foi
ao SP Boat Show, na capital. Participações em agendas do PL, principalmente do
setorial feminino, presidido por sua mulher, Michelle, também são frequentes.
Aliados e apoiadores relatam que Bolsonaro está
diferente da figura beligerante dos anos de Câmara dos Deputados e Presidência.
Acossado por investigações da Polícia Federal e fora da máquina pública pela
primeira vez em quase 35 anos, está “mais leve” e “menos ofensivo”, dizem.
Bolsonaro foi indagado sobre a fase “zen” ao chegar
ao Rio, em junho, em meio ao julgamento da Justiça Eleitoral que o condenou à
inelegiblidade:
— A gente muda, pessoal. Se você achar que não pode
se aperfeiçoar, tá errado, tá certo? Eu não respondo mais provocação — declarou
na ocasião.
Além de São Paulo, Rio e Brasília, onde vive, ele
esteve em Florianópolis, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre, todas cidades
em que venceu Lula em 2022, com exceção da capital gaúcha.
Janja:
pesquisa comprova que ataques da mídia liberal e de bolsonaristas são
"puro suco da misoginia"
Pesquisa DataPorder divulgada nesta segunda-feira
(2) mostra que os ataques contra a socióloga Rosângela Silva, a Janja, fazem
parte de uma orquestração misógina que une extremistas radicais, aliados de
Jair Bolsonaro (PL), e parte da mídia conservadora.
A própria Janja, em maio, respondeu ao texto do
colunista Lauro Jardim, d'O Globo, que afirmava que a socióloga
"monopoliza os almoços de Lula".
"Bom dia!!!!! Depois do final de semana regado
a puro suco de misoginia, que a semana comece com muita energia boa pra todo
mundo", escreveu Janja na rede X, antigo Twitter, após a publicação do
texto.
A própria divulgação do estudo, realizado pelo
PoderData - braço de pesquisas do site Poder 360 -, mostra a aversão que parte
da mídia liberal conservadora tem a Janja.
"Entre quem conhece Janja, só 22% acham sua
atuação positiva", diz a manchete escolhida pelo site.
No entanto, a pesquisa revela que junto com os 22%
dos entrevistados que avaliam que a participação de Janja no governo "é
boa para o Brasil", há outros 41% que dizem que "não afeta o
Brasil".
Trocando em miúdos, 63% dos pesquisados não fazem
eco aos ataques misóginos contra a socióloga, que desde o início do governo
rechaçou o título machista de "primeira-dama".
Segundo a pesquisa, no universo de 74% dos
entrevistados que conhecem a socióloga, apenas 28% acreditam que a atuação dela
"é ruim para o Brasil".
O discurso machista não encontra eco nem mesmo
entre eleitores declarados de Jair Bolsonaro (PL). Apenas 28% deles acham que a
atuação de Janja prejudica o Brasil - entre os eleitores de Lula são 24%.
Entre os bolsonaristas, 18% acham a atuação da
socióloga "boa para o Brasil" e 45% dizem que é indiferente. Entre os
lulistas, o apoio a Janja é de 28% e outros 39% dizem que não afeta o país.
A "reprovação" de Janja é menor até mesmo
que a rejeição a Lula. O mesmo PoderData mostra que 35% classificam o trabalho
de Lula como "ruim ou péssimo".
O PoderData ouviu 2,5 mil em perguntas gravadas por
telefone entre os dias 24 e 26 de setembro em 212 municípios. A margem de erro
é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é
de 95%.
<><> MACHISMO E FOFOCA: Folha quer
transformar Janja na Yoko Ono do governo Lula. Por Antonio Mello
Não é só ela, mas é principalmente ela: a Folha
tenta desde o início do governo Lula alimentar futrica, intriga, tudo para
criar um clima de mal-estar entre Janja e o PT e ministros do governo Lula. O
objetivo é transformá-la numa espécie de Yoko Ono, que sofria ataques terríveis
dos beatlemaníacos, como se fosse uma bruxa que estava acabando com os Beatles,
quando a realidade era bem diversa, como publiquei aqui numa entrevista com
John Lennon.
A mais recente intriga dá a entender que Lula
desmarcou a ida de vários ministros do governo ao Rio Grande do Sul nesta terça
(26) para que Janja possa ir junto com eles representando o governo.
Curioso é que a intriga vendida no título e nas
chamadas é desmentida na própria reportagem, que reproduz tweet de Lula:
"A viagem, que é dos ministros, foi adiada
porque recebo na quarta-feira o governador Eduardo Leite, para discutir o apoio
ao estado e seria deselegante os ministros visitarem o estado com o governador
gaúcho em Brasília", escreveu.
Claro e cristalino. Como ministros iriam ao RS no
mesmo momento em que o governador daquele estado visitava o governo em
Brasília?
Isso bastaria para derrubar a matéria. Mas como o
objetivo é intrigar, o texto segue cheio de ilações:
"os membros do governo foram pegos de surpresa
com a ordem de Lula para que viagem fosse adiada porque havia decidido que a
primeira-dama iria acompanhar a comitiva (sic)"
"O protagonismo de Janja no governo é alvo
recorrente de críticas de aliados do mandatário"
"Agora, na leitura de integrantes do Palácio
do Planalto, o petista mandou mais um recado aos correligionários de que sua
mulher seguirá no centro dos principais acontecimentos do governo"
Esse tipo de comportamento da Folha vem do início
do governo, quando ao que parece a direção do jornal, que publica matéria paga
da prefeitura de São Paulo como se fosse reportagem própria, decidiu que
deveria usar Janja como uma Yoo Ono para dividir o governo Lula.
Em fevereiro, a Folha publicou uma matéria com o
seguinte título:
"Janja não comparece a aniversário do PT, se
recolhe nas redes sociais e alimenta rumores"
Assim como na de agora, no corpo da matéria da época
estava desmentida a intriga:
Segundo sua assessoria, Janja está fazendo um
tratamento oftalmológico. Na segunda [dia do evento de aniversário do PT
(sic)], fez exames que exigiram dilatação de pupila e não se recuperou a tempo
de chegar ao evento. Ainda segundo a assessoria, foi recomendado um repouso de
48 horas em decorrência do tratamento.
Essa informação derrubaria título e matéria, mas,
aí, como alimentar rumores, especialmente em quem só lê os títulos das matérias
e/ou postagens?
Mas a Folha da ditabranda, dos carros emprestados
para a ditadura, da ficha falsa de Dilma na primeira página; a Folha que
demitiu uma jornalista, Rose Nogueira, por abandono de emprego, quando sabia
que ela estava presa pela ditadura; a Folha segue tentando.
Porque a Folha e a mídia corporativa não querem um
governo popular, que trabalhe para combater as desigualdades e a fome. Querem
um governo do mercado, para o mercado, pelo mercado.
Os ataques a Janja visam atingir Lula e o coração
(no sentido mais amplo) de seu governo.
Fonte: Fórum/UOL/O Globo
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