'Massacres e destruição': ataques israelenses impedem que Hamas liberte
civis, diz representante
O movimento palestino Hamas está pronto para
libertar todos os civis capturados, mas o bombardeio intensivo da Faixa de Gaza
impossibilita a retirada dos reféns sem um cessar-fogo de Israel, afirmou à
Sputnik Mousa Mohammed Abu Marzook, membro do politburo e chefe do Departamento
de Relações Exteriores do Hamas.
"Estamos prontos para libertar os civis, mas
dissemos-lhes bastante claramente que as condições no lugar impossibilitam a
libertação. Estão acontecendo bombardeios intensos, massacres e destruição.
Estamos falando da destruição de 250 mil residências, da morte de mais de sete
mil pessoas, de cerca de três mil crianças. Eles bombardeiam tudo, pessoas e
infraestrutura, e o movimento é simplesmente impossível, não podemos garantir
salvar as vidas dos reféns", disse Abu Marzook.
Segundo ele, o movimento desde o início da escalada
indicou relutância em manter civis, mas precisava de "condições adequadas
para sua libertação e retorno seguro, e Israel se recusou a responder a esse
apelo humanitário e continuou a bombardear até que cerca de 50 desses reféns
tivessem morrido".
Na quinta-feira (26), o porta-voz das Brigadas
Al-Qassam (a ala militar do movimento Hamas), Abu Ubeida, disse que o movimento
estima que cerca de 50 reféns israelenses morreram como resultado do bombardeio
israelense da Faixa de Gaza.
O movimento já havia relatado que como resultado
dos bombardeios israelenses morreram pelo menos 21 reféns, incluindo quatro
estrangeiros.
Em 7 de outubro, o Hamas lançou milhares de
foguetes a partir da Faixa de Gaza em um ataque sem precedentes que driblou o
sistema de defesa de Israel. Além de atingir várias cidades, o movimento
invadiu o país por meio das fronteiras na porção sul. Na sequência, o
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país estava em
guerra.
Em resposta, o Exército israelense mobilizou 360
mil reservistas, iniciou ataques aéreos diários e também se prepara para uma
ofensiva terrestre. Segundo a Autoridade Nacional Palestina, a operação pode
deixar entre dez mil a 15 mil pessoas mortas.
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ONU: punição coletiva do povo de Gaza é crime de
guerra segundo lei humanitária internacional
A punição coletiva de Israel ao povo de Gaza, com a
imposição de um bloqueio e o bombardeio de áreas densamente povoadas, é um
crime de guerra, afirmou nesta sexta-feira (27) a porta-voz do Escritório de
Direitos Humanos da ONU, Ravina Shamdasani, em uma reunião em Genebra.
"A punição coletiva do povo de Gaza, a
privação de produtos básicos, do acesso a energia e água e o bombardeio de
áreas densamente povoadas são crimes de guerra de acordo com a lei humanitária
internacional", afirmou Ravina Shamdasani.
Fornecimento de combustível
Além disso, a Organização das Nações Unidas (ONU)
ainda não conseguiu chegar a um acordo com Israel para fornecer combustível à
Faixa de Gaza, disse a representante da ONU para a Coordenação Humanitária nos
Territórios Ocupados da Palestina, Lynn Hastings, nesse briefing em Genebra.
"No que diz respeito a combustível, ainda não
temos um acordo com Israel para poder fornecê-lo", disse Lynn Hastings.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos
Refugiados da Palestina também tem acesso muito limitado ao combustível
necessário. A única fonte de combustível da agência é a estação no posto de
controle de Rafah, onde o combustível pago pelo Catar é entregue pelo Egito, de
acordo com o comunicado de Lynn Hastings.
No entanto, a agência nem sempre tem acesso a essa
fonte devido a dificuldades de coordenação com o governo israelense, e
combustível está acabando e não há informações sobre outros suprimentos,
resumiu a representante da ONU para a Coordenação Humanitária nos Territórios
Ocupados da Palestina.
Em 7 de setembro, o Hamas lançou um ataque sem
precedentes contra Israel a partir da Faixa de Gaza. O Exército israelense
relatou mais de três mil foguetes disparados do enclave e a incursão de dezenas
de palestinos armados nas áreas da fronteira sul de Israel. Civis e militares
israelenses foram tomados como reféns pelo Hamas e levados para Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu,
disse que Israel está em estado de guerra e ordenou uma convocação recorde de
360 mil reservistas.
Ø Países europeus ignoram cessar-fogo ao pedir corredor humanitário na
Faixa de Gaza
Saúde em colapso, estoques de alimentos no fim e
relatos de pessoas recorrendo a fontes de água poluídas. A crise sem
precedentes que atinge a Faixa de Gaza, por conta dos bombardeios constantes de
Israel, fez a União Europeia pedir a criação de corredores humanitários. Apesar
disso, não há nenhuma defesa ao cessar-fogo no documento.
"O Conselho Europeu expressa profunda
preocupação com a deterioração da situação humanitária em Gaza, solicitando um
acesso humanitário contínuo, rápido, seguro e sem obstáculos, que assegure a
entrega de ajuda àqueles que dela necessitam, utilizando todas as medidas
necessárias, incluindo corredores humanitários e pausas por motivos
humanitários", informa em comunicado.
O documento da entidade, que é aliada histórica de
Israel, foi divulgado nesta quinta-feira (26) após discussões intensas sobre o
conflito entre Israel e Hamas. O número de mortes já ultrapassa 8,5 mil, sendo
mais de 7 mil só na Faixa de Gaza. Mais de 18 mil pessoas também ficaram
feridas, o que deixou os hospitais em situação de colapso.
Apesar de não defender o cessar-fogo, a União
Europeia elogiou "iniciativas diplomáticas de paz" e pediu a
realização de uma conferência internacional sobre a crise no Oriente Médio
"em um futuro próximo".
Com o aumento das tensões com o Hezbollah, na
fronteira entre Israel e Líbano e, também, na Síria, os líderes europeus
destacaram a necessidade de "evitar uma escalada do conflito na
região". Para isso, defendeu a necessidade de incluir a Autoridade
Nacional Palestina nas conversas.
"O Conselho Europeu sublinha veementemente o
direito de Israel de se defender, em conformidade com o direito internacional e
o direito humanitário internacional. Reitera o seu apelo ao Hamas para que
liberte imediatamente todos os reféns, sem qualquer condição prévia",
acrescentou.
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Conflito já dura quase 20 dias
Em 7 de outubro, o Hamas lançou milhares de
foguetes a partir da Faixa de Gaza em um ataque sem precedentes que driblou o
sistema de defesa de Israel. Além de atingir várias cidades, o movimento
invadiu o país por meio das fronteiras na porção sul. Na sequência, o
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país estava em
guerra.
Em resposta, o Exército israelense mobilizou 360
mil reservistas, iniciou ataques aéreos diários e também se prepara para uma
ofensiva terrestre. Segundo a Autoridade Nacional Palestina, a operação pode
deixar entre 10 mil a 15 mil pessoas mortas.
Desde 9 de outubro, Israel mantém o enclave
palestino sem suprimentos básicos, apesar de ter retomado no dia 16 de outubro
o fornecimento de água para o sul de Gaza. A ajuda humanitária com comida e
medicamentos só começou a chegar no sábado (21).
Israel ainda lançou uma ordem de evacuação para que
metade da população de Gaza, que tem 2,3 milhões de habitantes, se desloque
para a região sul. Apesar disso, os bombardeios aumentaram nessa porção do
território. Pelo menos 200 pessoas ainda são mantidas reféns pelo Hamas.
Países como Rússia e Brasil apelaram a Israel e ao
Hamas para que cessem as hostilidades e negociem um cessar-fogo. Ademais,
aumentam as vozes a favor da solução de dois Estados como a única via possível
para alcançar uma paz duradoura na região.
Ø Forças israelenses expandem
manobras terrestres na Faixa de Gaza, diz porta-voz
Segundo Israel, os militares começaram a operação
no território palestino nesta sexta-feira (27), dando início a uma nova
escalada do conflito que já deixou mais de oito mil pessoas mortas.
A informação foi confirmada pelo porta-voz das
Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, sobre a incursão na Faixa de Gaza,
onde o número de mortos pelos bombardeios já ultrapassa sete mil pessoas. O
conflito, que dura 20 dias, estava restrito aos ataques aéreos e a entrada do
Exército no território era temida pela comunidade internacional.
Imagens da agência AFP também chegaram a capturar
intensos bombardeios na região Norte do território, que Israel chegou a ordenar
uma evacuação.
"Continuaremos a atacar na Cidade de Gaza e
arredores", disse o porta-voz em discurso televisionado. Hagari também
declarou que Israel está "pronto para defender a segurança do país"
em todas as frentes. Além da operação terrestre, devem continuar os bombardeios
aéreos e também estão previstos combates no mar.
Apesar do início do ataque por terra, os Estados
Unidos disseram que as negociações com o Hamas para a libertação dos mais de
220 reféns seguem em andamento. O grupo foi capturado pelo movimento no dia 7
de outubro, quando ataques driblaram os sistemas de segurança e atingiram
várias cidades de Israel. Também houve invasão pelas fronteiras do Sul do país.
O diretor do Departamento de Operações da Cruz
Vermelha declarou que a situação na Faixa de Gaza, onde vivem cerca de 2,3
milhões de pessoas, é para além de "desesperadora".
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Israel corta todo acesso à internet e telefonia em
Gaza enquanto bombardeia região
Diante do que pode ser o maior bombardeio à região
até o momento, serviços de internet e telefonia móvel foram totalmente
suprimidos, cortando a comunicação de Gaza com o mundo.
Segundo relato da mídia Al Jazeera, praticamente
todos os serviços de internet e telefonia móvel colapsaram em Gaza,
impossibilitando a comunicação entre cidadãos de diversas regiões da zona de
guerra. A informação foi confirmada pela provedora de internet palestina
Jawwal.
Além da comunicação interna, cidadãos não conseguem
contatar pessoas no exterior, enquanto supostamente o maior número de
bombardeios desde o início do conflito está acontecendo em regiões diversas da
Faixa, incluindo zonas residenciais.
Já o sistema de rádios locais, que também fornecia
comunicação para a população local, foram "interceptadas pelos porta-vozes
do exército israelense, que continuam a enviar avisos de evacuação ao
povo", relatou a mídia.
Fontes locais dizem, ainda, que a invasão terrestre
de Gaza começará nas próximas 24 a 72 horas. Nos últimos dias, Israel já
recebeu tropas norte-americanas com cerca de 900 soldados, que auxiliarão nas
operações.
Ø Americanos assumem comando dos combates contra Faixa de Gaza para
cercar Hamas, diz membro do grupo
Os Estados Unidos assumiram a liderança das
hostilidades contra a Faixa de Gaza após o colapso das Forças de Defesa de
Israel no início da guerra, disse o chefe do Departamento de Relações
Exteriores do Hamas, Mousa Abu Marzouk, à Sputnik
"Atualmente, os americanos estão liderando os
combates. Após o colapso do Exército israelense no confronto com as Brigadas
Al-Qassam [braço militar do Hamas], os americanos assumiram o comando dos
combates", disse Abu Marzouk, que está visitando Moscou.
Foi isso que determinou o fato de os Estados Unidos
terem enviado dois grupos de ataque de porta-aviões para a região, bem como o
apoio de países ocidentais, como a França e o Reino Unido e, posteriormente, a
Alemanha, a Israel, explicou o membro do politburo do Hamas.
"Agora os militares da Holanda, Itália,
França, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos estão se reunindo no Chipre e
estabelecendo centros de comando na ilha de Creta [...] e com quem todas essas
tropas vão lutar?", ressaltou Abu Marzouk.
"Acredito que essa é uma tentativa de intimidação
para evitar que o conflito se torne um conflito regional ou mundial. Eles
querem cercar o Hamas, mas acredito que não conseguirão", acrescentou.
Em 7 de setembro, o Hamas lançou um ataque sem
precedentes contra Israel a partir da Faixa de Gaza. O Exército israelense
relatou mais de três mil foguetes disparados do enclave e a incursão de dezenas
de palestinos armados nas áreas da fronteira sul de Israel. Civis e militares
israelenses foram tomados como reféns pelo Hamas e levados para Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu,
disse que Israel está em estado de guerra e ordenou uma convocação recorde de
360 mil reservistas.
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EUA realizam ataques aéreos em alvos iranianos na
Síria
Os Estados Unidos realizaram ataques aéreos em dois
locais na Síria que eram usados pelo Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica
(IRGC, na sigla em inglês) e por grupos pró-iranianos, disse o chefe do
Pentágono, Lloyd Austin.
"Por ordem do presidente [americano Joe]
Biden, as forças dos EUA conduziram um ataque de autodefesa contra dois locais
no oeste da Síria que estavam sendo usados pelo IRGC e seus grupos
afiliados", disse Austin em um comunicado.
O chefe do Pentágono afirmou que se tratou de uma
resposta aos ataques contra bases americanas no Iraque e na Síria, que
começaram em 17 de outubro, e deixaram um empreiteiro do Pentágono morto e
outros 21 levemente feridos.
Segundo a Reuters, citando fontes do Pentágono, os
alvos dos ataques, realizados por caças F-16, eram armazéns com armas e
munições. Os ataques, segundo Austin, não estão relacionados com o conflito
palestino-israelense e não significam uma mudança na política de Washington.
Austin disse que a ordem de Biden demonstra que os
EUA não tolerarão tais ataques e defenderão a si mesmos e aos seus interesses.
"Os Estados Unidos não procuram conflito e não pretendem envolver-se em
novas hostilidades, mas estes ataques apoiados pelo Irã devem parar",
disse ele.
Anteriormente, o porta-voz do Pentágono, Patrick
Ryder, disse que os militares dos EUA sofreram 16 ataques no Iraque e na Síria
entre 17 e 26 de outubro.
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Irã inicia exercícios militares para 'confrontar
possíveis ameaças’
Um oficial iraniano afirmou que as manobras, que
incluem uma divisão aerotransportada da Força Terrestre, unidades de drones e
de guerra eletrônica, são necessárias ante a situação atual.
As forças terrestres do Irã iniciaram na
sexta-feira (27) exercícios para testar a prontidão de voo de mais de 200
helicópteros, informou a agência britânica Reuters, citando a mídia iraniana.
Os exercícios, que devem durar dois dias, têm como
objetivo "confrontar possíveis ameaças" enfrentadas por Teerã, disse
o general de brigada Amir Cheshak, e porta-voz militar.
Tropas e equipamentos militares de sete províncias
do Irã participam dos exercícios em Nasr Abad, na província central de Isfahan,
disse o porta-voz, citado pela Tasnim.
O Irã iniciou exercícios militares em larga escala
envolvendo todos os ramos do Artesh, que é o exército nacional convencional do
Irã, encarregado da defesa territorial e da luta em guerras totais. Isso porque
o MRE do Irã alertou que, se o genocídio palestino continuar, os EUA não serão
poupados ao fogo.
As manobras incluem regimentos de infantaria,
divisões blindadas, unidades de mísseis e artilharia, uma divisão aerotransportada
da Força Terrestre, unidades de drones, unidades de guerra eletrônica e as
equipes de apoio da Força Aérea, de acordo com a agência iraniana Tasnim.
Ainda segundo a Tasnim, foram disparadas versões
modernizadas dos mísseis Shafaq, Almas e Dehlaviye contra alvos localizados de
oito a 20 km de distância.
Fonte: Sputnik Brasil
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