quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Lesa Pátria: Léo Índio é alvo da PF  em 19ª fase da operação

A 19ª fase da Operação Lesa Pátria foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (25/10). Desta vez, são 12 pessoas investigadas, além de cinco prisões preventivas e 13 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A operação ocorre em Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Léo Índio, primo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro por parte de mãe, é alvo de mandado de busca.

Além dos mandados de prisão preventiva, a PF também cumpre 13 ordens de busca e apreensão, visando 12 suspeitos em quatro estados. A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O bolsonarista Léo Índio, primo de três filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está entre os alvos das buscas.

Vale destacar que, no final de janeiro, a PF já havia conduzido buscas em residências associadas a Léo em Brasília e no Rio de Janeiro.

De acordo com informações divulgadas pela corporação, estão sendo cumpridos mandados em Cuiabá (MT), Cáceres (MT), Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e Brasília (DF).

Até o momento, não foram divulgadas informações sobre os alvos específicos dos mandados de prisão e busca e apreensão, fora o nome de Léo Índio.

•        As investigações

As investigações da PF abrangem uma série de crimes, incluindo a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido, bem como crimes definidos na lei de terrorismo.

A última fase da Lesa Pátria deflagrada pela PF havia sido no fim de setembro, quando foram cumpridas as fases 17ª e 18ª. Entre os alvos da 18ª fase, estava um general da reserva. Na 17ª, foram expedidos três mandados de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão.

O objetivo da operação é apurar os envolvidos de incitar, participar e fomentar os fatos ocorridos em 8 de janeiro deste ano, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por indivíduos que promoveram violência e dano generalizado contra imóveis, móveis e objetos das instituições. A estimativa é que os danos causados ao patrimônio público no dia em questão cheguem a R$ 40 milhões.

•        A participação de Léo Índio no 8 de janeiro

Após os atos que culminaram na destruição da Praça dos Três Poderes, em Brasília, Léo Índio compartilhou imagens nas redes sociais que o mostravam próximo ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal.

Em uma dessas postagens, inclusive, ele alegou ter olhos vermelhos devido ao gás lacrimogêneo utilizado pela Polícia Militar (PM) que tentava impedir a ação dos extremistas que destruíam tudo o que viam pela frente.

Em outro post, após a repercussão dos eventos e em um ambiente que aparentemente não estava no centro de Brasília, ele afirmou que “Patriotas não cometem vandalismo”.

Léo Índio, que se apresenta como sobrinho de Bolsonaro nas redes sociais, concorreu como candidato pelo Partido Liberal (PL) à Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2022, mas não obteve sucesso. Ele também atuou como assessor do senador Chico Rodrigues (União-RR).

•        Quem é Léo Índio, alvo da PF na nova fase da operação Lesa Pátria

Influenciador, aspirante a político, integrante da família Bolsonaro e golpista que esteve presente no 8 de Janeiro: Léo Índio, que se identifica como sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi um dos alvos da Polícia Federal (PF) na nova fase do Lesa Pátria.

Leonardo Rodrigues de Jesus se tornou alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Léo Índio é sobrinho da primeira esposa e mãe dos filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, Rogéria Nantes Braga. É também uma das pessoas mais próximas ao vereador Carlos Bolsonaro. Índio trabalhava na liderança do Partido Liberal (PL) no Senado Federal, mas foi exonerado em julho após ficar meses sem comparecer presencialmente.

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O bolsonarista tentou ainda se eleger deputado distrital em outubro, mas teve apenas 1.801 votos e não conseguiu um assento na Câmara Legislativa do DF.

Além disso, Léo Índio compareceu ao ato antidemocrático no dia 8 de janeiro, em Brasília (DF), e participou da invasão aos prédios dos Três Poderes. Na ocasião, postou fotos e vídeos no meio da invasão ao STF. Em uma das imagens, aparece em cima do prédio do Congresso com os olhos vermelhos — possivelmente uma reação às bombas de gás lacrimogêneo.

Ele é investigado pelo Inquérito dos Atos Antidemocráticos no STF, de relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A Procuradoria Geral da República (PGR) solicitou a inclusão de Léo Índio na investigação no dia 17 de abril.

•        Veja os alvos de mandado de prisão na 19ª fase da Lesa Pátria

A 19ª fase da Operação Lesa Pátria foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (25/10). Doze pessoas são investigadas, e 13 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão preventiva foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e cumpridos pela PF.

Léo Índio, primo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro por parte de mãe, é alvo de um dos 13 mandados de busca e apreensão.

Os mandados para prisão são para:

•        José Carlos da Silva

•        Walter Parreira

•        César Guimarães

•        Fabrízio Colombo

•        Luiz Antônio Vilarde

A operação acontece nos estados de Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Quem é quem

•        José Carlos da Silva

Conhecido como “Zé do Renascer”, é alvo dos mandados de busca e apreensão, e prisão preventiva expedidos pelo STF e cumpridos pela PF. Ele residia em Cuiabá, Mato Grosso. O homem aparece nas imagens veiculadas pela internet do 8 de janeiro, durante a invasão ao Congresso Nacional.

José Carlos também foi candidato a vereador nas eleições municipais de 2016 e 2020. Na última, o Zé do Renascer conseguiu ficar como suplente de vereador na Câmara Municipal de Cuiabá.

•        Walter Parreira

Walter, que tem 62 anos, aparece um vídeo de antes e durante dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro – no caso de 8/1, ele é filmado próximo as agressões a um policial da cavalaria. Ele morava em Santos (SP), e foi um dos organizadores das caravanas rumo a Brasília.

Ele teria sido um dos 35 organizadores de manifestações a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro na baixada santista.

•        César Guimarães – Morador de Cuiabá (MT)

•        Fabrízio Colombo

Mora em Cáceres (MT). É policial rodoviário federal (PRF). É, inclusive, alvo de um processo do ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, em novembro do ano passado.

•        Luiz Antônio Vilarde – Morador de Cuiabá (MT).

>>>> Os crimes investigados pela Lesa Pátria

Os investigados estão espalhados pelo país, nas cidades de Cuiabá (MT), Cáceres (MT), Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e em Brasília (DF). Os possíveis crimes são de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo.

O objetivo da operação é apurar os envolvidos de incitar, participar e fomentar os fatos ocorridos em 8 de janeiro deste ano, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por indivíduos que promoveram violência e dano generalizado contra imóveis, móveis e objetos das instituições. A estimativa é que os danos causados ao patrimônio público no dia em questão cheguem a R$ 40 milhões.

Em nota enviada ao Metrópoles, a defesa de Leo Índio informou que “no início do inquérito, já houve um mandado de busca e apreensão emitido em desfavor dele, e nada foi encontrado. Não é novidade alguma. O nome dele foi incluído no inquérito que apura os atos infracionais do dia 08/01, e até o presente momento, inobstante o pedido da defesa de acesso ao STF aos termos do inquérito, ainda não foi autorizado”.

•        Lesa Pátria permanente

De acordo com a instituição, as investigações seguem com a Operação Lesa Pátria, que se torna permanente. De tempos em tempos, há atualizações em relação ao número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.

A última fase da Lesa Pátria deflagrada pela PF havia sido no fim de setembro, quando foram cumpridas as fases 17ª e 18ª. Entre os alvos da 18ª fase, estava um general da reserva. Na 17ª, foram expedidos três mandados de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão.

•        Defesa de Léo Índio diz que mandado de busca “não é novidade”

Léo Índio, influenciador e militante de direita, conhecido por ser primo de três filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por parte de mãe, é um dos alvos da 19ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (25/10). De acordo com sua defesa, o cumprimento do mandado de busca e apreensão “não é novidade alguma”.

Em nota enviada ao Metrópoles, a defesa de Léo Índio informou que “no início do inquérito, já houve um mandado de busca e apreensão emitido em desfavor dele, e nada foi encontrado. Não é novidade alguma”.

O texto também ressalta que o nome do militante bolsonarista foi incluído no inquérito que apura os atos antidemocráticos do 8 de Janeiro, “e até o presente momento, inobstante o pedido da defesa de acesso ao STF [Supremo Tribunal Federal] aos termos do inquérito, ainda não foi autorizado”.

Léo Índio é sobrinho da primeira esposa e mãe dos filhos mais velhos de Jair Bolsonaro, Rogéria Nantes Braga. É também uma das pessoas mais próximas ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Índio trabalhava na liderança do Partido Liberal (PL) no Senado Federal, mas foi exonerado em julho após ficar meses sem comparecer presencialmente.

 

Ø  Como o sobrinho de Bolsonaro pode implicar o clã no 8/1

 

Alvo de busca e apreensão na 19ª fase da Operação Lesa Pátria, Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, tem estreita ligação com o primo, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), e pode levar definitivamente o clã para o centro das investigações sobre os atos golpistas de 8 de Janeiro.

Léo Índio foi incluído na investigação sobre os atos golpistas em abril pela Procuradoria-Geral da República. Ele já havia sido alvo de uma das primeiras fases da operação Lesa Pátria, no dia 27 de janeiro, por divulgar nas redes sociais uma foto em frente ao Congresso Nacional pouco antes do início das depredações, que atingiram ainda o Palácio do Planalto e o edifício-sede do STF.

Após a repercussão negativa da publicação, o sobrinho de Bolsonaro voltou às redes sociais para se explicar e disse que os olhos vermelhos eram por causa do gás lacrimogênio. Ele também iniciou a narrativa de que a depredação teria sido feita por "infiltrados" da esquerda, que foi propagada pelo clã e aliados do ex-presidente.

“Quem tem histórico de destruir patrimônio público é a esquerda. Focarão no vandalismo, certamente. Mas sabemos a verdade. Olhos vermelhos = gás lacrimogênio disparado pelas forças de segurança, que não focaram nos focos de destruição, jogaram em todos os manifestantes. Busquem os verdadeiros vândalos e também os covardes mascarados e fantasiados de patriotas”, escreveu após o 8 de janeiro.

A investigação de Léo Índio, principalmente das mensagens em seu aparelho, celular pode ligar diretamente o clã Bolsonaro nos atos do dia 8 de janeiro.

·         Assessor de Carlos Bolsonaro

Sem curso superior e profissão definida, Léo Índio disse em depoimento ao STF que era vendedor. Ele realmente vendia caças jeans antes da ascensão do clã na política, quando passou a orbitar principalmente a esfera do primo, Carlos, de quem chegou a ser assessor.

No início do governo Bolsonaro, ele atuava como uma espécie de olheiro do primo Carlos frequentando o Palácio do Planalto sem ter sido nomeado para cargo algum.

Flho de Rosemeire Nantes Braga Rodrigues, irmã de Rogéria Nantes, ex-mulher de Jair Bolsonaro e mãe dos três filhos mais velhos do ex-presidente, Léo Índio foi nomeado em abril de 2019 como assessor no gabinete do do vice-líder no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR), com salário de R$ 22 mil.

Ele deixou o cargo em outubro de 2020 quando o senador foi pego em flagrante pela PF (Polícia Federal) com dinheiro nas nádegas. Após a demissão, ele passou a pedir emprego, mas seguiu ajudando o tio presidente.

Em agosto de 2021, ele atuou na arrecadação de dinheiro para viabilizar o ato de 7 de Setembro na Avenida Paulista, em que Bolsonaro chamou Alexandre de Moraes de "canalha". 

Juntamente com o atual deputado Marcos Gomes, o Zé Trovão, Léo Índio foi articulador do movimento que tinha como "pauta principal" retirar os 11 ministros do Supremo. Um mês depois, ele passou a ser investigado pela atuação.

Léo Índio também atuou como assessor da liderança do PL no Senado, mas foi exonerado por não trabalhar. Ele tentou se eleger deputado distrital em 2022 com a alcunha de Léo Bolsonaro, mas não obteve sucesso, terminando a eleição com 1.801 votos.

 

       Representante comercial que contratou ônibus para atos golpistas em Brasília é preso

 

Walter Parreira, representante comercial de Santos, no litoral de São Paulo, foi preso nesta quarta-feira (25) por financiar o ato golpista em Brasília em 8 de janeiro, quando vândalos invadiram e danificaram os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto, em Brasília. Ele é formado em História e Publicidade e fundador do grupo Trincheira Patriótica de Santos, que esteve a frente das grandes mobilizações na Baixada Santista.

A prisão de Parreira aconteceu na manhã desta quarta-feira (25), durante a 19ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que investigava indivíduos que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos da instituição.

O representante estava na mira da Polícia Federal após aparecer como contratante de um ônibus que saiu de São Vicente, no litoral paulista, rumo ao centro de Brasília no dia 7 de janeiro. Em vídeos, ele não escondeu a participação em atos democráticos.

As promessas na convocação de golpistas incluíam “ônibus novos, superbons, sem custo. O passageiro só pagaria o que consumisse na estrada. Para quem tem disponibilidade para viajar, tudo pago. Tem que ficar acampado. E, se tiver mais pessoas, conseguiremos mais ônibus”. Já dentro do ônibus, a caminho da capital da República para participar dos atos terroristas, Parreira fez um apelo: “Está sobrando ônibus e faltando patriota”.

Em outro vídeo, que repercutiu na internet, ele revelou o alto valor da excursão. Ele falou sobre a viagem e o objetivo dos atos terroristas, além de pedir a ajuda de empresários para contribuírem com outras caravanas

•        O que diz Parreira?

Em janeiro de 2023, ao g1, Parreira afirmou ter ido à capital para um congresso Seicho-No-Ie [religião de origem japonesa]. Em nota, a instituição informou que não houve reunião na data citada.

•        O que diz a defesa

O g1 conversou com o advogado de defesa de Walter Parreira, Augusto Cesar Cardoso Migliori. Ele confirmou que Walter foi conduzido à Polícia Federal por conta dos atos de 8 de janeiro. "Ainda são objetos de investigação. O que temos de informação é que houve um mandado de busca a apreensão, expedido pelo ministro Alexandre de Morais, e ainda não tivemos acesso aos autos do processo", falou.

O advogado explicou que, o que consta para ele, é que houve de fato a presença de Walter no dia do ato. Porém, a participação dele ocorreu foi de forma ordeira e pacífica.

"Ele é um entusiasta do patriotismo nacional, com muitas ideias patrióticas no sentido mais puro da palavra. Ele nem teria tempo de ficar participando qualquer tipo de possibilidade de organizar e difundir essa prática pejorativa", falou o advogado.

Migliori esclareceu que ainda não teve contato com Walter Parreira. O representante comercial foi conduzido ao Centro de Detenção Provisória de São Vicente.

 

Fonte: DCM/Metrópoles/Fórum

 

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