Guerras de hoje e as que virão serão projetadas na captura de petróleo
As guerras do passado, tal como as de hoje e as que
virão, serão projetadas na captura de petróleo, disse o diretor do curso em
Geopolítica do Petróleo, dr. Miguel Jaimes, à Sputnik.
Devido ao conflito armado no Oriente Médio, tensões
geopolíticas entre o Ocidente e a China, conflito ucraniano, mudanças
climáticas, a volatilidade está florescendo no mercado de petróleo e os lucros
brutos dos comerciantes de commodities estão aumentando enormemente, segundo o
artigo da revista The Economist.
Por exemplo, os lucros brutos dos participantes do
mercado de commodities aumentaram 60% em 2022, chegando a US$ 115 bilhões (R$
575,71 bilhões), de acordo com a empresa internacional líder em consultoria de
estratégia e gestão Oliver Wyman.
Em fevereiro, a ExxonMobil, a maior empresa
petrolífera norte-americana, que abandonou o comércio em larga escala há duas
décadas, anunciou que vai retomá-lo, escreve a mídia.
Enquanto isso, as gigantes petrolíferas dos países
do golfo Pérsico também estão aumentando a aposta, com a Saudi Aramco, a Abu
Dhabi National Oil Company e a Qatar Energy expandindo suas divisões comerciais
em uma tentativa de acompanhar as principais empresas.
No entanto, os gigantes europeus do petróleo são os
mais ambiciosos: BP, Shell e TotalEnergies vêm expandindo discretamente suas
divisões comerciais desde o início dos anos 2000, afirma o artigo.
O aumento dos preços do petróleo é um impacto
direto das tensões geopolíticas no Oriente Médio, de acordo com um comunicado
da chefe da empresa de seguros Allianz Trade e analista de Paris Ana Boata.
"Podemos esperar que os preços do petróleo
aumentem de US$ 90 [cerca de R$ 450] por barril para US$ 140 [cerca de R$ 700]
no pico e até mesmo para US$ 120 [cerca de R$ 600] em média no próximo
ano", afirmou Ana Boata.
Além disso, o motivo do aumento da volatilidade é a
intensificação da luta geopolítica, ou seja, o conflito ucraniano.
Quando a Rússia parou de fornecer seu gás para o
Ocidente no ano passado, depois que a União Europeia impôs sanções contra ela,
a demanda por gás natural liquefeito aumentou.
As divisões comerciais das gigantes europeias
estavam entre as que correram para preencher a lacuna, fazendo fortuna no
processo.
Elas ganharam US$ 15 bilhões (R$ 75,09 bilhões) com
o comércio de gás natural liquefeito no ano passado, o que representa cerca de
dois quintos de seus lucros comerciais, ressalta a publicação.
"O avanço das empresas petrolíferas e de seus
negócios no mundo acelerou e impôs eventos que, após a captura e processamento
dos mercados de petróleo, deixam deficiências e lacunas muito visíveis no
planeta", disse o diretor do curso em Geopolítica do Petróleo, dr. Miguel
Jaimes, à Sputnik.
"As guerras do passado, tal como as de hoje e
as que virão, serão projetadas na captura de petróleo", explicou o dr.
Miguel Jaimes.
Outro motivo para a volatilidade contínua é a
mudança climática. A combinação do aumento das temperaturas, aumento do nível
do mar e condições climáticas extremas levará a uma interrupção mais frequente
no fornecimento de combustíveis fósseis.
Em 2021, uma onda de frio no Texas interrompeu
cerca de 40% da produção de petróleo dos Estados Unidos por cerca de quinze
dias. De acordo com a Verisk Maplecroft, uma empresa de consultoria de risco,
cerca de 30% das reservas de petróleo e gás em todo o mundo estão sob
"alto risco" de tais mudanças climáticas.
Ø Poder dos EUA para impedir acordo nuclear entre Brasil e França
diminui, diz almirante
Brasil e França realizaram reunião sigilosa para
aprofundar acordo sobre submarino nuclear brasileiro. Depois de perder
influência na África e ter ficado às margens da aliança AUKUS, França pode
estar precisando tanto desse acordo quanto a Marinha brasileira, acredita
especialista ouvido pela Sputnik Brasil.
O Brasil realizou reuniões sigilosas com a França
para acelerar o processo de transferência de tecnologia para o submarino
nuclear brasileiro.
O chefe de Estado-Maior da França, brigadeiro
Fabien Mandon, se reuniu com o almirante de esquadra Petrônio Aguiar em
Brasília em 22 de setembro. O brasileiro deve viajar à França em breve para dar
prosseguimento às negociações, apurou a Folha de São Paulo.
As negociações têm como objetivo ampliar o acordo
assinado em 2008, que prevê a construção de quatro submarinos convencionais da
classe Scorpène e um submarino de propulsão nuclear.
"O acordo selado com a França em 2008 diz
claramente que deve haver transferência de tecnologia, tanto para a construção
dos submarinos convencionais, quanto para o de propulsão nuclear", disse o
almirante Antonio Ruy Silva, membro do Grupo de Análise da Conjuntura
Internacional (Gacint) da USP, à Sputnik Brasil. "O que se espera é que
esse novo acordo detalhe aspectos relacionados ao submarino nuclear, já que nos
primeiros anos houve um foco maior na construção dos submarinos
convencionais."
O texto do acordo prevê transferência de tecnologia
e assistência técnica em todas as fases da construção dos submarinos, desde sua
concepção inicial, passando pela construção até o comissionamento. No entanto,
o acordo não inclui a transferência de tecnologia nuclear ao Brasil.
Apesar dos avanços na construção do reator nuclear
para o submarino, a Marinha brasileira ainda encontra dificuldades no processo
de sua miniaturização e no desenvolvimento de peças e sistemas de acessórios.
"As questões centrais são o casco, ligas
especiais resistentes a vazamento de resíduos nucleares, e a questão da
miniaturização do reator", disse o professor de história contemporânea da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Francisco Carlos Teixeira, à
Sputnik Brasil. "O Brasil já consegue construir qualquer reator nuclear.
Mas a miniaturização, para que ele possa caber em uma nau e funcionar, ainda
não foi concluída."
·
França dá o troco
Os especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil estão
otimistas quanto às negociações e acreditam que a França tem interesse em
aprofundar a parceria para a construção do submarino nuclear Álvaro Alberto.
A indústria nuclear francesa será beneficiada pelos
pedidos de compra realizados pelo Brasil, uma vez que recentemente perdeu uma
importante cliente: a Austrália. Em 2011, a Austrália cancelou contratos
estimados em US$ 66 bilhões com a França para a construção de seu submarino
nuclear, em favor de uma parceria com EUA e Reino Unido, formalizada no âmbito
da AUKUS.
"Os franceses se sentiram traídos pelos seus
parceiros EUA e Reino Unido, uma vez que tinham tudo acertado com a
Austrália", relatou Ruy Silva. "Macron ficou enfurecido, e deixou
isso bem claro publicamente."
A negociação de novos contratos com o Brasil poderia
compensar os prejuízos econômicos – e políticos – gerados pela AUKUS à
indústria nuclear francesa.
"O acordo viabiliza a indústria nuclear e de
armamentos da França, que não pode ter somente o Estado francês como
cliente", considerou o professor Teixeira. "A venda da tecnologia dos
submarinos ao estrangeiro viabiliza o próprio complexo industrial militar
francês."
O almirante Ruy Silva concorda, e lembra que a
França poderá prestar serviços de manutenção e assistência técnica para o
Brasil durante toda a vida útil dos submarinos.
"Os contatos serão mantidos por décadas,
gerando uma considerável aproximação entre as Marinhas da França e do
Brasil", notou o almirante.
A França ainda estaria carente de projetos
bem-sucedidos de cooperação internacional, após uma série de revezes que sofreu
na África, onde "países que eram tutelados por ela de maneira neocolonial
sofreram golpes de Estado", lembrou Teixeira.
"Macron está sem política externa. A França
tomou um tombo na África e outro tombo no Pacífico, perdendo seu acordo com a
Austrália", disse o professor da UFRJ. "Nesse contexto, faz sentido
para a França voltar-se para a América Latina e para a sua maior economia, o
Brasil. A França precisa disso para poder continuar dizendo que é uma potência
internacional."
·
Estraga prazeres
Apesar de contexto favorável ao sucesso das
negociações entre Paris e Brasília, as partes devem lidar com pressões dos EUA
para que o acordo não prospere, disseram os especialistas à Sputnik Brasil.
"O maior obstáculo para a conclusão do acordo
é a pressão dos EUA. Eles não querem que a indústria nuclear francesa avance,
nem que o Brasil implante uma indústria nuclear viável", considerou o
Teixeira.
Além disso, Washington "não quer que o Brasil
esteja dotado de uma arma tão eficaz, como o submarino de propulsão
nuclear".
De fato, o submarino nuclear seria um passo
importante rumo à implementação da doutrina de negação do uso do Atlântico Sul
ao inimigo, prevista na Política de Defesa Nacional Brasileira. Atualmente, o
Reino Unido ainda mantém domínio colonial sobre ilhas no oceano Atlântico,
enquanto a 4ª Frota Naval dos EUA realiza patrulhas nas proximidades da costa
brasileira.
Por outro lado, a capacidade de Washington de
obstaculizar o acordo entre Brasil e França pode estar enfraquecida, acredita o
almirante Ruy Silva.
Para ele, o contexto internacional de transição
hegemônica, na qual o poder dos EUA cede em favor de outras potências, garante
maior margem de manobra aos países médios.
"A emergência de novos polos de poder confere
mais liberdade de ação para a França e Brasil. Então as pressões contrárias a
essa aproximação podem diminuir", concluiu o especialista.
O acordo para a transferência de tecnologia de
submarinos convencionais e nuclear entre Brasil e França assinado em 2008 tem
valor estimado em R$ 40 bilhões. Dois dos quatro submarinos convencionais
previstos já foram construídos. A expectativa atual da Marinha brasileira é que
o reator nuclear naval fique pronto em 2027 e o submarino nuclear Álvaro
Alberto em 2033.
Ø 'Munição desaparecida' da UE na Ucrânia pode dar vantagem à Rússia no
conflito, diz mídia americana
Aliados de Kiev esperavam que seu apoio combinado
se equiparasse à Rússia em volume e que a Ucrânia tivesse vantagem graças aos
padrões de projéteis e armas ocidentais, mas não é isso que vem acontecendo,
relata agência norte-americana.
A União Europeia (UE) ainda não foi capaz de
realizar pelo menos metade da entrega planejada de munições ao país do Leste
Europeu, e o atraso concede potencialmente às forças russas uma vantagem no
fornecimento de munições, escreve a Bloomberg.
O bloco europeu comprometeu-se a fornecer munições
a Kiev durante um período de 12 meses, primeiro recorrendo aos estoques já
existentes e depois através de contratos de aquisição conjunta, ao mesmo tempo
que tenta promover a capacidade industrial da Europa.
Cerca de uma dúzia de países, incluindo as nações
bálticas, a Alemanha, os Países Baixos e a Polônia, forneceram ou pretendem
entregar coletivamente cerca de 300 mil a 400 mil cartuchos de munições,
principalmente através da iniciativa da UE.
Porém, passado mais de metade desse tempo, a
iniciativa atingiu até agora cerca de 30% do objetivo e, com base no volume de
contratos assinados até a data, corre o risco de não alcançar a meta, diz a agência.
A mídia acrescenta que vários Estados-membros da UE
solicitaram privadamente ao bloco europeu que prorrogasse o prazo, enquanto os
Estados Unidos o instaram a intensificar os seus esforços.
Ao mesmo tempo, o preço das munições aumentou desde
o lançamento da iniciativa, o que significa que o orçamento atual pode não ser
suficientemente grande para cumprir os seus objetivos, disse uma das pessoas
familiarizadas com o tema, ouvida pela mídia.
Além disso, alguns países diminuíram ou pararam de
vez o envio de ajuda militar a Kiev, como a Eslováquia, que informou hoje (26)
o corte em seu orçamento para a Ucrânia, conforme anunciado pelo recém-eleito
primeiro-ministro, Robert Fico, segundo a Euronews.
"O apoio da Eslováquia passará a ser apenas da
ordem da ajuda humanitária e civil", afirmou o premiê.
Com a contraofensiva ucraniana registrando
progressos limitados e os aliados se preparando para um longo conflito, o
fornecimento de munições prometido pela UE é fundamental para ajudar a Ucrânia
a acompanhar o ritmo da produção da Rússia, escreve a Bloomberg.
Adicionalmente, o conflito entre Israel e Hamas
está ganhando todos os holofotes do mundo. O próprio presidente ucraniano,
Vladimir Zelensky, disse estar preocupado com o fato de a guerra no Oriente
Médio desviar a atenção dos norte-americanos e de seus aliados da luta da
Ucrânia.
Os líderes ucranianos já estavam inquietos depois
que o presidente Joe Biden, no início deste mês, teve que descartar um pacote
de ajuda a Kiev após os republicanos negarem a entrada da verba respectiva em
um orçamento de emergência que visava evitar uma paralisação do governo
estadunidense.
Embora atualmente não haja muita sobreposição entre
as necessidades gerais de munição de Israel e da Ucrânia, até mesmo o desvio de
um pequeno número de cartuchos de artilharia de 155 mm para longe de Kiev, caso
Israel precise, é importante quando os números são tão reduzidos, escreve a
mídia.
Apenas hoje (26) as Forças Armadas russas repeliram
cinco ataques na direção de Donetsk, eliminando até 295 militares ucranianos e
equipamentos.
Ø Senadores dos EUA apresentam projeto que destina bilhões de dólares a
Israel, e não à Ucrânia
De acordo com a imprensa estadunidense, um grupo de
senadores republicanos apresentou um projeto de lei independente nesta
quinta-feira (26), que destina bilhões de dólares a Israel, mas não à Ucrânia,
e altera a proposta enviada pelo presidente Joe Biden, de US$ 106 bilhões
(cerca de R$ 529 bilhões), que inclui mais financiamento para Kiev.
De acordo com o jornal norte-americano The Wall
Street Journal, o projeto de lei, encabeçado pelo senador Roger Marshall,
determina o fornecimento de US$ 14,3 bilhões (cerca de R$ 71,5 bilhões) para
Israel, separando o valor do pacote pedido pelo presidente Joe Biden à Casa
legislativa, que também inclui financiamento para a Ucrânia e outras ações
ligadas à segurança.
Cerca de US$ 10,6 bilhões (em torno de R$ 53
bilhões) seriam exclusivamente para a assistência militar a Israel por meio do
Departamento de Defesa.
A separação dos fundos destinados a Israel e à
Ucrânia tem sido tema de debate no interior do Partido Republicano.
"Meus colegas e eu acreditamos firmemente que
qualquer ajuda a Israel não deve ser usada como alavanca para enviar dezenas de
bilhões de dólares para a Ucrânia", afirmou o senador Marshall ao The Wall
Street Journal.
Em 20 de outubro, a Casa Branca solicitou ao
Congresso US$ 106 bilhões (cerca de R$ 529 bilhões) para financiar a Ucrânia no
conflito com a Rússia, e Israel no conflito com o grupo Hamas, além de investimentos
na segurança da fronteira dos Estados Unidos.
A Câmara, cujo controle foi conquistado pelos
republicanos em 2022, estava sem líder até ontem, quando foi eleito o
republicano Mike Johnson.
Mais cedo, o governo americano anunciou um novo
pacote de ajuda militar à Ucrânia de US$ 150 milhões (cerca de R$ 725 milhões)
para sistemas de defesa aérea, artilharia, armas anti-tanque, entre outros
equipamentos.
·
'É insuficiente': Ucrânia recebe armas obsoletas em
vez do financiamento prometido, diz militar
Os militares ucranianos expressam insatisfação com
o fato de que, em vez de recursos financeiros, eles recebem apenas equipamentos
obsoletos dos Estados Unidos, segundo artigo do Business Insider, que cita um
militar das Forças Armadas ucranianas.
"A ajuda financeira à Ucrânia não vai
diretamente para a Ucrânia", afirmou militar, citado pelo Business
Insider.
As autoridades ocidentais acham que deram muito
dinheiro à Ucrânia e depois ficam surpresos por não conseguirem descobrir onde
esse dinheiro está agora, de acordo com as palavras de militar ucraniano.
"Os fundos ainda estão nos Estados Unidos.
Somente equipamentos antigos são enviados diretamente para a Ucrânia, e isso é
insuficiente", ressaltou militar.
A Ucrânia não está recebendo ajuda suficiente para
uma linha de frente tão longa, resumiu ele.
Anteriormente, o presidente dos EUA, Joe Biden,
pediu à Câmara dos Deputados para aprovar um pacote de ajuda sem precedentes
para Israel e Ucrânia no valor de mais de US$ 75 bilhões (R$ 375,47 bilhões). O
pedido anterior de Biden ao Congresso para US$ 24 bilhões (R$ 120 bilhões)
quase causou uma paralisação quando os congressistas republicanos se recusaram
a aprovar um orçamento que incluía fundos para Kiev.
As Forças Armadas ucranianas conduzem uma
contraofensiva nas regiões a sul de Donetsk, Artyomovsk e Zaporozhie há cinco
meses, lançando nas batalhas brigadas treinadas pela OTAN e armadas com
equipamentos estrangeiros. Mas elas não conseguiram obter sucesso em nenhuma
das seções do front.
А contraofensiva das Forças Armadas da Ucrânia não
está apenas estagnada, ela falhou completamente, disse o presidente russo
Vladimir Putin. A Ucrânia perdeu 90 mil militares em suas tentativas de
"alcançar resultados a qualquer custo", como se "esse não fosse
o seu povo", de acordo com Putin.
Ø Borrell ameaça permanência da Hungria na União Europeia, e governo
responde
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep
Borrell, declarou nesta quinta-feira (26) que "ninguém obriga a Hungria a
ser membro da União Europeia", em reprovação às constantes dissidências
entre Budapeste e Bruxelas.
Gergely Gulyas, chefe do gabinete do
primeiro-ministro húngaro, respondeu à provocação, dizendo que a Hungria será
membro da UE por muito mais tempo do que Borrell. "Ser um alto
representante da UE para a política externa também não é obrigatório."
O premiê húngaro, Viktor Orbán, tem tecido críticas
ao bloco europeu durante sua campanha, criticando também Bruxelas.
Na capital belga, a desconfiança em relação a Orbán
tem aumentado, após desentendimentos, durante seus 13 anos no poder,
relacionados a pautas delicadas, como as identitárias e a de imigração na
Hungria.
Fonte: Sputnik Brasil
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