quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Grupo nacionalista brasileiro diz avaliar medidas legais após acusação 'descabida' dos EUA

A Nova Resistência, organização política brasileira de orientação nacional-revolucionária, disse em declarações à Sputnik Brasil que está estudando as melhores medidas legais para reagir às "difamações" do Departamento de Estado norte-americano, que, entre outras coisas, acusou o grupo de promover campanha de desinformação pró-Rússia.

Na última semana, autoridades dos Estados Unidos divulgaram um relatório citando a Nova Resistência como parte de uma grande rede internacional que trabalharia difundindo informações falsas e fazendo "propaganda do Kremlin", com o objetivo de "subverter a ordem internacional".

No documento de 28 páginas, o Departamento de Estado dos EUA acusa a organização brasileira de pertencer a um grupo maior de orientação neofascista e atuação quase paramilitar, com operações nas Américas e na Europa e "profundas conexões com pessoas físicas e jurídicas no âmbito do ecossistema de desinformação e propaganda da Rússia". Segundo Washington, "juntamente com o site de propaganda em inglês Fort Russ News (FRN) e o pseudo-think tank autoritário Centro de Estudos Sincréticos (CSS) — ambos inativos desde fevereiro de 2022 —, a New Resistance foi formada por uma rede de desinformação e propaganda pró-Kremlin", inspirada nas ideias do filósofo russo Aleksandr Dugin.

"A rede, doravante denominada Rede Sincrética de Desinformação (SDN), promove agressivamente a Quarta Teoria Política (4PT) de Dugin, que procura unir os movimentos de extrema-direita e de extrema-esquerda, com o objetivo de destruir a ordem pós-Segunda Guerra Mundial. A New Resistance apoia ativamente regimes autoritários tanto à esquerda como à direita na esfera mundial e promove os objetivos geopolíticos do Kremlin de desestabilizar democracias e minar a ordem internacional baseada em regras", afirma o relatório.

Rebatendo as acusações, a Nova Resistência afirmou ser "uma organização brasileira focada no jornalismo político que trabalha há nove anos na divulgação de notícias e análises sobre os principais acontecimentos mundiais, combatendo o terrorismo de informação dos meios de comunicação de massa".

O grupo alegou trabalhar basicamente na frente de informação para "fortalecer um movimento soberanista brasileiro em um mundo multipolar", refutou as alegações de simpatia ao neofascismo — descrita como uma ideologia anti-humana — e confirmou a inspiração na filosofia de Dugin, cujo pensamento, segundo o membro-fundador, Lucas Leiroz, seria interpretado de maneira distorcida pelo Ocidente, com a intenção de difamar o filósofo.

"Além disso, associam-nos a outros movimentos que utilizam o nome 'Nova Resistência' em todo o mundo, sem levar em conta que essa é uma nomenclatura genérica e comum entre diferentes grupos políticos."

Em entrevista à Sputnik Brasil, Leiroz, que atua como jornalista e analista geopolítico, explicou que, ao contrário do que afirmou o Departamento de Estado, a Nova Resistência não apoia regimes totalitários, até porque não divide o mundo entre "democracias e ditaduras", conforme a visão americana.

De acordo com ele, a organização defende radicalmente a multipolaridade e o direito dos povos à livre escolha do regime político e sistema econômico que mais condizem com sua realidade histórica e seus valores culturais.

"Sobre as acusações de 'neofascismo', são todas absolutamente descabidas. Decorrem de uma interpretação equivocada ou má intencionada da obra de Aleksandr Dugin, filósofo russo que nos influencia bastante. O autor russo propõe a construção de uma nova teoria política para além do liberalismo, do comunismo e do fascismo, mas muitos detratores insistem em interpretações cujo único intuito é a difamação. Aliás, nós fomos a única organização política brasileira convidada pelo Ministério da Defesa de Belarus para o Congresso Mundial Antifascista, o que mostra o que pensamos sobre [o] fascismo. O que o Departamento [de Estado] faz é nos acusar do que eles mesmos praticam. Afinal, são os Estados Unidos que financiam grupos neonazistas no exterior", disse o ativista.

Apesar das acusações recentes, Lucas Leiroz destaca que ele e seus colegas não sofreram "ainda" um ataque mais direto por parte das autoridades norte-americanas, mas suspeitam terem sido alvos de "ações de sabotagem" relacionadas à sua atuação.

"Por exemplo, no ano passado, todos os membros da organização foram banidos das redes sociais da Meta [conglomerado de tecnologia dos EUA cujas atividades são proibidas na Rússia por serem consideradas extremistas]. Depois, foi revelado que houve uma operação do FBI [Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos] com o SBU [Serviço de Segurança da Ucrânia] para banir perfis pró-Rússia. Certamente, caímos por isso."

A perseguição on-line por parte do Ocidente, segundo o analista, foi justamente o que levou a Nova Resistência a decidir basear o site na Rússia.

"De fato, nosso site é hospedado na Rússia. Há muitos motivos para isso, tais como questões de cibersegurança. Já imaginávamos que nosso conteúdo poderia desagradar redes ocidentais. E, considerando o que aconteceu, nossa decisão foi correta. Do contrário, já teriam derrubado nosso site."

Leiroz lamenta que, até o momento, não viu nenhuma represália por parte das autoridades brasileiras. Ele acredita que o relatório tenha relação com um modo de pensar norte-americano. "Para os EUA, as coisas mencionadas ali podem ser preocupantes. Mas o Brasil nada tem [a] ver com isso", afirma.

"Somos um país independente com relações amigáveis com a Rússia."

Para a Nova Resistência, a divulgação do polêmico relatório do Departamento de Estado prova que os Estados Unidos estão preocupados com a possibilidade de crescimento do nacionalismo no Brasil e, por isso, veem a organização "como ameaça a seus interesses no continente". Ainda assim, o grupo avalia buscar medidas legais em decorrência das alegações falsas feitas pelas autoridades norte-americanas.

"Ainda estamos cogitando as melhores medidas legais. Há diversos advogados na organização e vamos reagir às difamações sofridas. No mesmo sentido, a Embaixada americana será notificada, e pediremos posição das autoridades brasileiras", revelou Lucas Leiroz.

 

       Crise no Congresso americano se aprofunda com desistência do 3º candidato à presidência

 

Tom Emmer, terceiro candidato do Partido Republicano ao cargo de presidente do Congresso, falhou em angariar suporte necessário para ocupar a posição e desistiu de sua candidatura, piorando ainda mais a crise política em que se encontra o Legislativo estadunidense.

Desde o impeachment de Kevin McCarthy, cuja própria eleição foi apertada, o Partido Republicano está com dificuldade de encontrar em suas fileiras um candidato que agrade a todos os deputados, especialmente aqueles da ala mais conservadora do partido, que se aliam ao ex-presidente Donald Trump.

Sem um presidente, a câmera baixa do Legislativo norte-americano fica limitada em suas atividades, sem conseguir colocar leis para votação ou conduzir outros assuntos legislativos costumeiros. Essa paralisação coloca em risco a ajuda financeira pedida pelo presidente dos EUA, Joe Biden, à Ucrânia e a Israel.

Para tentar aprovar a matéria com urgência, Biden uniu o auxílio aos países aliados a recursos para a vigilância da fronteira sul dos Estados Unidos, tema de grande importância para os deputados mais à direita.

Além de Tom Emmer, Steve Scalise e Jim Jordan foram cotados para o cargo de presidente do Congresso, mas ambos falharam em conseguir apoio da ala mais radical dos republicanos, que veem com maus olhos os gastos no exterior do governo Biden.

Alguns deputados querem empoderar temporariamente o presidente interino, Patrick McHenry, com poderes para dirigir a casa. No entanto, como a situação é inédita nos Estados Unidos, alguns legisladores questionam a constitucionalidade da ação.

 

Ø  'Zelensky verá a Crimeia de dentro do camburão e, depois, de uma cela', diz deputado russo

 

Em discurso na Duma, a câmara baixa do Parlamento russo, o deputado Mikhail Sheremet afirmou que o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, aposta em mentiras para mobilizar aliados, já que não conta com o apoio dos moradores da Crimeia.

Sheremet relatou que, em uma reunião da conferência parlamentar internacional chamada "Plataforma da Crimeia" — iniciativa criada por Zelensky para discutir a possível anexação da Crimeia à Ucrânia —, o líder ucraniano teria dito que o objetivo do país era a "libertação completa da terra, incluindo a Crimeia", onde cresciam, segundo o presidente, "sentimentos pró-ucranianos".

Porém, para o deputado, Zelensky mentiu.

"Percebendo que ninguém poderia se opor a ele, já que em seu grupo, chamado de 'Plataforma da Crimeia', não havia ninguém que tivesse uma conexão real com a Crimeia e seus cidadãos, [Zelensky] começou a produzir mentiras hipócritas e revelar suas ameaças insignificantes. Mas se ele quer tanto ver a Crimeia russa, organizaremos uma viagem para ele, mas dentro de um camburão especial", disse Sheremet à Sputnik.

Ainda segundo o parlamentar da Duma, Zelensky está destinado a ver a Crimeia não somente "de dentro de um camburão especial", mas, depois, do interior da "cela de uma prisão".

A Crimeia foi reintegrada à Rússia em março de 2014, após um referendo realizado em decorrência do golpe de Estado realizado na Ucrânia com apoio ocidental, que desagradou boa parte da população. As regiões de Kherson e Zaporozhie, bem como a República Popular de Donetsk (RPD) e a República Popular de Lugansk (RPL), tornaram-se russas na sequência dos resultados de um plebiscito realizado em setembro de 2022.

·         Escassez de munições nas tropas ucranianas está ligada à corrupção, afirma fonte

A falta das munições na Ucrânia tem a ver com a corrupção, que é muito alta no país, afirmou uma fonte da Sputnik em entrevista à agência.

"A escassez de munições e armas nas tropas ucranianas se deve não apenas às operações de combate ativo, mas também ao crescente nível de corrupção na Ucrânia e à falta de controle sobre o uso das armas ocidentais", disse o interlocutor da agência.

De acordo com ele, muitos produtos militares entram no mercado negro, acabam nas mãos de grupos criminosos e radicais e aparecem em outras regiões, o que afeta a situação da segurança.

Anteriormente, o primeiro-ministro ucraniano Denis Shmygal disse, em uma entrevista ao Financial Times, que Kiev está enfrentando uma escassez de munição. Ele reclamou que o mundo inteiro ficou sem projéteis e o lado ucraniano precisou implementar sua própria produção.

Ao mesmo tempo, a publicação observa, citando um funcionário anônimo, que a Ucrânia não será capaz de mudar rapidamente a produção de projéteis, inclusive por causa da "falta de pólvora" a nível global.

 

Ø  Países ocidentais têm receio de assinar acordos com Kiev para produção militar, relata mídia

 

Alguns países ocidentais têm receio de assinar acordos com Kiev para cooperação e produção conjunta no campo da defesa por temerem que seus cidadãos acabem na mira de ataques, escreve o jornal Financial Times.

Assim, segundo a publicação, "alguns governos ocidentais receiam assinar tais acordos, temendo que seus cidadãos possam ser mortos" como resultado de ataque.

De acordo com informação do jornal, agora a prioridade para Kiev é a organização de joint ventures com empresas de defesa europeias e americanas.

Assim, o primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmygal, disse em entrevista à publicação que Kiev assinou "cerca de 20 acordos" com várias empresas ocidentais sobre cooperação e produção conjuntas, mas não revelou mais detalhes disso.

Anteriormente, foi relatado que em setembro o órgão regulador da Alemanha aprovou o lançamento de uma joint venture entre Ukroboronprom e a empresa alemã Rheinmetall para reparo e produção de tanques na Ucrânia.

Por sua vez, a Rússia enviou uma nota aos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. O chanceler russo, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia.

O Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que os países da OTAN "estão brincando com fogo" ao fornecerem armas à Ucrânia. O porta-voz do presidente da Rússia, Dmitry Peskov, observou que o bombeamento da Ucrânia com armas pelo Ocidente não contribui para o sucesso das negociações entre a Rússia e a Ucrânia e terá um efeito negativo.

 

Ø  Kiev precisa admitir a perda de territórios e iniciar negociações de paz, diz jornalista americano

 

Segundo Ted Welsh, jornalista do Hartford Courant, Kiev terá de engolir a pílula amarga que será desistir de territórios de língua russa que são lar de muitos apoiadores de Moscou.

É hora de a Ucrânia aceitar a perda de territórios e iniciar negociações de paz com a Rússia antes que seja tarde demais, escreveu Ted Welsh, colunista do Hartford Courant.

"Desistir de territórios seria uma pílula amarga que a Ucrânia teria de engolir. Muitos destes territórios são de língua russa e abrigam grande número de apoiadores de Moscou", observou.

Quanto à Crimeia, o Ocidente "há muito que aceitou calmamente o seu destino como território russo", escreveu o jornalista.

Segundo Welsh, já não se vislumbra um momento mais favorável para o início das negociações entre a Rússia e a Ucrânia. "Agora é a hora de agir", concluiu o jornalista.

Como enfatizou Vladimir Putin, Moscou não pretende girar o volante do conflito ucraniano, mas sim acabar com ele. Ao mesmo tempo, os países ocidentais falam constantemente sobre a necessidade de continuar com as hostilidades, aumentar o fornecimento de armas a Kiev e treinar combatentes das Forças Armadas Ucranianas nos seus territórios. O líder russo observou que se Kiev quiser iniciar um diálogo, terá de cancelar o decreto que proíbe as negociações de paz com a Rússia, assinado pelo presidente ucraniano, Vladimir Zelensky.

O Kremlin indicou que não existem no momento pré-requisitos para a transição da situação na Ucrânia para uma direção pacífica; a prioridade absoluta para a Rússia continua a ser alcançar os objetivos da operação especial, que até agora só é possível através de meios militares.

A Crimeia tornou-se uma região russa em março de 2014, após um referendo realizado em decorrência do golpe de Estado na Ucrânia. As regiões de Kherson e Zaporozhie, bem como a República Popular de Donetsk (RPD) e a República Popular de Lugansk (RPL) tornaram-se russas na sequência dos resultados de um plebiscito realizado em setembro de 2022.

 

Ø  Espera pela entrada antecipada da Ucrânia na UE só vai levar à decepção, diz político alemão

 

A Ucrânia não deve acalentar esperanças ilusórias sobre iminente adesão à União Europeia (UE), afirmou o ex-presidente da Conferência de Segurança de Munique, Wolfgang Ischinger, em entrevista para Die Welt.

Até agora, as declarações de Bruxelas levantam esperanças em Kiev de que o processo de adesão à UE será rápido e simples, acrescentou Ischinger. Mas receia que, tal como no caso dos países dos Balcãs Ocidentais, aos quais foi oferecida a perspectiva de adesão em 2003, isso só vá levar à desilusão.

A suposição de que a Ucrânia será parte da união até 2030 é demasiada otimista, mesmo que fosse uma democracia absolutamente ideal, sem quaisquer problemas.

Na verdade, ela tem problemas com corrupção, economia fraca e guerra, que representam a maior ameaça à segurança da Europa, apontou Ischinger.

Além disso, o processo de adesão à UE é bastante trabalhoso devido às dificuldades jurídicas, porque dezenas de milhares de leis e regulamentos devem ser implementados.

Ao mesmo tempo, nas condições atuais, se a Ucrânia entrar na união, tornar-se-á a única beneficiária da ajuda dos doadores, e todos os outros 27 países-membros se tornariam seus doadores, sublinhou o político alemão.

Ele também observou que tudo o que está acontecendo agora ao redor da Europa constata uma "mudança de época, que não é de modo algum uma técnica retórica, que ainda não é bem compreendida na sociedade alemã. Estamos vendo uma mudança de época de primeira classe – uma transição de uma era de paz para uma situação muito perigosa e crescente".

A esse respeito, a Europa deve procurar resolver os conflitos nas suas regiões vizinhas e envolver os países no processo de tomada de decisões através de outras formas de cooperação mais flexíveis e livres.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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