Grupo nacionalista brasileiro diz avaliar medidas
legais após acusação 'descabida' dos EUA
A Nova Resistência,
organização política brasileira de orientação nacional-revolucionária, disse em
declarações à Sputnik Brasil que está estudando as melhores medidas legais para
reagir às "difamações" do Departamento de Estado norte-americano,
que, entre outras coisas, acusou o grupo de promover campanha de desinformação
pró-Rússia.
Na última semana,
autoridades dos Estados Unidos divulgaram um relatório citando a Nova
Resistência como parte de uma grande rede internacional que trabalharia difundindo
informações falsas e fazendo "propaganda do Kremlin", com o objetivo
de "subverter a ordem internacional".
No documento de 28
páginas, o Departamento de Estado dos EUA acusa a organização brasileira de
pertencer a um grupo maior de orientação neofascista e atuação quase
paramilitar, com operações nas Américas e na Europa e "profundas conexões
com pessoas físicas e jurídicas no âmbito do ecossistema de desinformação e
propaganda da Rússia". Segundo Washington, "juntamente com o site de
propaganda em inglês Fort Russ News (FRN) e o pseudo-think tank autoritário
Centro de Estudos Sincréticos (CSS) — ambos inativos desde fevereiro de 2022 —,
a New Resistance foi formada por uma rede de desinformação e propaganda
pró-Kremlin", inspirada nas ideias do filósofo russo Aleksandr Dugin.
"A rede, doravante
denominada Rede Sincrética de Desinformação (SDN), promove agressivamente a
Quarta Teoria Política (4PT) de Dugin, que procura unir os movimentos de
extrema-direita e de extrema-esquerda, com o objetivo de destruir a ordem
pós-Segunda Guerra Mundial. A New Resistance apoia ativamente regimes
autoritários tanto à esquerda como à direita na esfera mundial e promove os
objetivos geopolíticos do Kremlin de desestabilizar democracias e minar a ordem
internacional baseada em regras", afirma o relatório.
Rebatendo as acusações, a
Nova Resistência afirmou ser "uma organização brasileira focada no
jornalismo político que trabalha há nove anos na divulgação de notícias e
análises sobre os principais acontecimentos mundiais, combatendo o terrorismo
de informação dos meios de comunicação de massa".
O grupo alegou trabalhar
basicamente na frente de informação para "fortalecer um movimento
soberanista brasileiro em um mundo multipolar", refutou as alegações de
simpatia ao neofascismo — descrita como uma ideologia anti-humana — e confirmou
a inspiração na filosofia de Dugin, cujo pensamento, segundo o membro-fundador,
Lucas Leiroz, seria interpretado de maneira distorcida pelo Ocidente, com a
intenção de difamar o filósofo.
"Além disso,
associam-nos a outros movimentos que utilizam o nome 'Nova Resistência' em todo
o mundo, sem levar em conta que essa é uma nomenclatura genérica e comum entre
diferentes grupos políticos."
Em entrevista à Sputnik
Brasil, Leiroz, que atua como jornalista e analista geopolítico, explicou que,
ao contrário do que afirmou o Departamento de Estado, a Nova Resistência não
apoia regimes totalitários, até porque não divide o mundo entre
"democracias e ditaduras", conforme a visão americana.
De acordo com ele, a
organização defende radicalmente a multipolaridade e o direito dos povos à
livre escolha do regime político e sistema econômico que mais condizem com sua
realidade histórica e seus valores culturais.
"Sobre as acusações
de 'neofascismo', são todas absolutamente descabidas. Decorrem de uma
interpretação equivocada ou má intencionada da obra de Aleksandr Dugin,
filósofo russo que nos influencia bastante. O autor russo propõe a construção
de uma nova teoria política para além do liberalismo, do comunismo e do
fascismo, mas muitos detratores insistem em interpretações cujo único intuito é
a difamação. Aliás, nós fomos a única organização política brasileira convidada
pelo Ministério da Defesa de Belarus para o Congresso Mundial Antifascista, o
que mostra o que pensamos sobre [o] fascismo. O que o Departamento [de Estado]
faz é nos acusar do que eles mesmos praticam. Afinal, são os Estados Unidos que
financiam grupos neonazistas no exterior", disse o ativista.
Apesar das acusações
recentes, Lucas Leiroz destaca que ele e seus colegas não sofreram
"ainda" um ataque mais direto por parte das autoridades
norte-americanas, mas suspeitam terem sido alvos de "ações de
sabotagem" relacionadas à sua atuação.
"Por exemplo, no ano
passado, todos os membros da organização foram banidos das redes sociais da
Meta [conglomerado de tecnologia dos EUA cujas atividades são proibidas na
Rússia por serem consideradas extremistas]. Depois, foi revelado que houve uma
operação do FBI [Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos] com o
SBU [Serviço de Segurança da Ucrânia] para banir perfis pró-Rússia. Certamente,
caímos por isso."
A perseguição on-line por
parte do Ocidente, segundo o analista, foi justamente o que levou a Nova
Resistência a decidir basear o site na Rússia.
"De fato, nosso site
é hospedado na Rússia. Há muitos motivos para isso, tais como questões de
cibersegurança. Já imaginávamos que nosso conteúdo poderia desagradar redes
ocidentais. E, considerando o que aconteceu, nossa decisão foi correta. Do contrário,
já teriam derrubado nosso site."
Leiroz lamenta que, até o
momento, não viu nenhuma represália por parte das autoridades brasileiras. Ele
acredita que o relatório tenha relação com um modo de pensar norte-americano.
"Para os EUA, as coisas mencionadas ali podem ser preocupantes. Mas o
Brasil nada tem [a] ver com isso", afirma.
"Somos um país
independente com relações amigáveis com a Rússia."
Para a Nova Resistência,
a divulgação do polêmico relatório do Departamento de Estado prova que os
Estados Unidos estão preocupados com a possibilidade de crescimento do
nacionalismo no Brasil e, por isso, veem a organização "como ameaça a seus
interesses no continente". Ainda assim, o grupo avalia buscar medidas
legais em decorrência das alegações falsas feitas pelas autoridades
norte-americanas.
"Ainda estamos
cogitando as melhores medidas legais. Há diversos advogados na organização e
vamos reagir às difamações sofridas. No mesmo sentido, a Embaixada americana
será notificada, e pediremos posição das autoridades brasileiras", revelou
Lucas Leiroz.
Crise no Congresso americano se aprofunda com desistência do
3º candidato à presidência
Tom Emmer, terceiro
candidato do Partido Republicano ao cargo de presidente do Congresso, falhou em
angariar suporte necessário para ocupar a posição e desistiu de sua
candidatura, piorando ainda mais a crise política em que se encontra o
Legislativo estadunidense.
Desde o impeachment de
Kevin McCarthy, cuja própria eleição foi apertada, o Partido Republicano está
com dificuldade de encontrar em suas fileiras um candidato que agrade a todos
os deputados, especialmente aqueles da ala mais conservadora do partido, que se
aliam ao ex-presidente Donald Trump.
Sem um presidente, a
câmera baixa do Legislativo norte-americano fica limitada em suas atividades,
sem conseguir colocar leis para votação ou conduzir outros assuntos
legislativos costumeiros. Essa paralisação coloca em risco a ajuda financeira
pedida pelo presidente dos EUA, Joe Biden, à Ucrânia e a Israel.
Para tentar aprovar a
matéria com urgência, Biden uniu o auxílio aos países aliados a recursos para a
vigilância da fronteira sul dos Estados Unidos, tema de grande importância para
os deputados mais à direita.
Além de Tom Emmer, Steve
Scalise e Jim Jordan foram cotados para o cargo de presidente do Congresso, mas
ambos falharam em conseguir apoio da ala mais radical dos republicanos, que
veem com maus olhos os gastos no exterior do governo Biden.
Alguns deputados querem
empoderar temporariamente o presidente interino, Patrick McHenry, com poderes
para dirigir a casa. No entanto, como a situação é inédita nos Estados Unidos,
alguns legisladores questionam a constitucionalidade da ação.
Ø 'Zelensky verá a Crimeia de dentro do camburão
e, depois, de uma cela', diz deputado russo
Em discurso na Duma, a
câmara baixa do Parlamento russo, o deputado Mikhail Sheremet afirmou que o
presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, aposta em mentiras para mobilizar
aliados, já que não conta com o apoio dos moradores da Crimeia.
Sheremet relatou que, em
uma reunião da conferência parlamentar internacional chamada "Plataforma
da Crimeia" — iniciativa criada por Zelensky para discutir a possível
anexação da Crimeia à Ucrânia —, o líder ucraniano teria dito que o objetivo do
país era a "libertação completa da terra, incluindo a Crimeia", onde
cresciam, segundo o presidente, "sentimentos pró-ucranianos".
Porém, para o deputado,
Zelensky mentiu.
"Percebendo que
ninguém poderia se opor a ele, já que em seu grupo, chamado de 'Plataforma da
Crimeia', não havia ninguém que tivesse uma conexão real com a Crimeia e seus
cidadãos, [Zelensky] começou a produzir mentiras hipócritas e revelar suas
ameaças insignificantes. Mas se ele quer tanto ver a Crimeia russa,
organizaremos uma viagem para ele, mas dentro de um camburão especial",
disse Sheremet à Sputnik.
Ainda segundo o
parlamentar da Duma, Zelensky está destinado a ver a Crimeia não somente
"de dentro de um camburão especial", mas, depois, do interior da
"cela de uma prisão".
A Crimeia foi reintegrada
à Rússia em março de 2014, após um referendo realizado em decorrência do golpe
de Estado realizado na Ucrânia com apoio ocidental, que desagradou boa parte da
população. As regiões de Kherson e Zaporozhie, bem como a República Popular de
Donetsk (RPD) e a República Popular de Lugansk (RPL), tornaram-se russas na
sequência dos resultados de um plebiscito realizado em setembro de 2022.
·
Escassez de munições nas
tropas ucranianas está ligada à corrupção, afirma fonte
A falta das munições na
Ucrânia tem a ver com a corrupção, que é muito alta no país, afirmou uma fonte
da Sputnik em entrevista à agência.
"A escassez de
munições e armas nas tropas ucranianas se deve não apenas às operações de
combate ativo, mas também ao crescente nível de corrupção na Ucrânia e à falta
de controle sobre o uso das armas ocidentais", disse o interlocutor da
agência.
De acordo com ele, muitos
produtos militares entram no mercado negro, acabam nas mãos de grupos
criminosos e radicais e aparecem em outras regiões, o que afeta a situação da
segurança.
Anteriormente, o
primeiro-ministro ucraniano Denis Shmygal disse, em uma entrevista ao Financial
Times, que Kiev está enfrentando uma escassez de munição. Ele reclamou que o
mundo inteiro ficou sem projéteis e o lado ucraniano precisou implementar sua própria
produção.
Ao mesmo tempo, a
publicação observa, citando um funcionário anônimo, que a Ucrânia não será
capaz de mudar rapidamente a produção de projéteis, inclusive por causa da
"falta de pólvora" a nível global.
Ø Países ocidentais têm receio de assinar
acordos com Kiev para produção militar, relata mídia
Alguns países ocidentais
têm receio de assinar acordos com Kiev para cooperação e produção conjunta no
campo da defesa por temerem que seus cidadãos acabem na mira de ataques,
escreve o jornal Financial Times.
Assim, segundo a
publicação, "alguns governos ocidentais receiam assinar tais acordos,
temendo que seus cidadãos possam ser mortos" como resultado de ataque.
De acordo com informação
do jornal, agora a prioridade para Kiev é a organização de joint ventures com
empresas de defesa europeias e americanas.
Assim, o
primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmygal, disse em entrevista à publicação
que Kiev assinou "cerca de 20 acordos" com várias empresas ocidentais
sobre cooperação e produção conjuntas, mas não revelou mais detalhes disso.
Anteriormente, foi
relatado que em setembro o órgão regulador da Alemanha aprovou o lançamento de
uma joint venture entre Ukroboronprom e a empresa alemã Rheinmetall para reparo
e produção de tanques na Ucrânia.
Por sua vez, a Rússia
enviou uma nota aos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)
sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. O chanceler russo, Sergei Lavrov,
observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará um
alvo legítimo para a Rússia.
O Ministério das Relações
Exteriores russo afirmou que os países da OTAN "estão brincando com
fogo" ao fornecerem armas à Ucrânia. O porta-voz do presidente da Rússia,
Dmitry Peskov, observou que o bombeamento da Ucrânia com armas pelo Ocidente
não contribui para o sucesso das negociações entre a Rússia e a Ucrânia e terá
um efeito negativo.
Ø Kiev precisa admitir a perda de territórios e
iniciar negociações de paz, diz jornalista americano
Segundo Ted Welsh,
jornalista do Hartford Courant, Kiev terá de engolir a pílula amarga que será
desistir de territórios de língua russa que são lar de muitos apoiadores de
Moscou.
É hora de a Ucrânia
aceitar a perda de territórios e iniciar negociações de paz com a Rússia antes
que seja tarde demais, escreveu Ted Welsh, colunista do Hartford Courant.
"Desistir de
territórios seria uma pílula amarga que a Ucrânia teria de engolir. Muitos
destes territórios são de língua russa e abrigam grande número de apoiadores de
Moscou", observou.
Quanto à Crimeia, o
Ocidente "há muito que aceitou calmamente o seu destino como território
russo", escreveu o jornalista.
Segundo Welsh, já não se
vislumbra um momento mais favorável para o início das negociações entre a
Rússia e a Ucrânia. "Agora é a hora de agir", concluiu o jornalista.
Como enfatizou Vladimir
Putin, Moscou não pretende girar o volante do conflito ucraniano, mas sim
acabar com ele. Ao mesmo tempo, os países ocidentais falam constantemente sobre
a necessidade de continuar com as hostilidades, aumentar o fornecimento de
armas a Kiev e treinar combatentes das Forças Armadas Ucranianas nos seus
territórios. O líder russo observou que se Kiev quiser iniciar um diálogo, terá
de cancelar o decreto que proíbe as negociações de paz com a Rússia, assinado
pelo presidente ucraniano, Vladimir Zelensky.
O Kremlin indicou que não
existem no momento pré-requisitos para a transição da situação na Ucrânia para
uma direção pacífica; a prioridade absoluta para a Rússia continua a ser
alcançar os objetivos da operação especial, que até agora só é possível através
de meios militares.
A Crimeia tornou-se uma
região russa em março de 2014, após um referendo realizado em decorrência do
golpe de Estado na Ucrânia. As regiões de Kherson e Zaporozhie, bem como a
República Popular de Donetsk (RPD) e a República Popular de Lugansk (RPL)
tornaram-se russas na sequência dos resultados de um plebiscito realizado em
setembro de 2022.
Ø Espera pela entrada antecipada da Ucrânia na
UE só vai levar à decepção, diz político alemão
A Ucrânia não deve
acalentar esperanças ilusórias sobre iminente adesão à União Europeia (UE),
afirmou o ex-presidente da Conferência de Segurança de Munique, Wolfgang
Ischinger, em entrevista para Die Welt.
Até agora, as declarações
de Bruxelas levantam esperanças em Kiev de que o processo de adesão à UE será
rápido e simples, acrescentou Ischinger. Mas receia que, tal como no caso dos
países dos Balcãs Ocidentais, aos quais foi oferecida a perspectiva de adesão
em 2003, isso só vá levar à desilusão.
A suposição de que a
Ucrânia será parte da união até 2030 é demasiada otimista, mesmo que fosse uma
democracia absolutamente ideal, sem quaisquer problemas.
Na verdade, ela tem
problemas com corrupção, economia fraca e guerra, que representam a maior
ameaça à segurança da Europa, apontou Ischinger.
Além disso, o processo de
adesão à UE é bastante trabalhoso devido às dificuldades jurídicas, porque
dezenas de milhares de leis e regulamentos devem ser implementados.
Ao mesmo tempo, nas
condições atuais, se a Ucrânia entrar na união, tornar-se-á a única
beneficiária da ajuda dos doadores, e todos os outros 27 países-membros se
tornariam seus doadores, sublinhou o político alemão.
Ele também observou que
tudo o que está acontecendo agora ao redor da Europa constata uma "mudança
de época, que não é de modo algum uma técnica retórica, que ainda não é bem
compreendida na sociedade alemã. Estamos vendo uma mudança de época de primeira
classe – uma transição de uma era de paz para uma situação muito perigosa e
crescente".
A esse respeito, a Europa
deve procurar resolver os conflitos nas suas regiões vizinhas e envolver os
países no processo de tomada de decisões através de outras formas de cooperação
mais flexíveis e livres.
Fonte: Sputnik Brasil
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