Dinheiro público para manter vida de luxo de Bolsonaro, Michelle e
Braga Netto: PL já gastou R$ 870 mil
Mesmo longe da Presidência e cargos eletivos, que
ocupou durante quase 30 anos da vida política, Jair Bolsonaro (PL) segue dando
gastos exorbitantes aos cofres públicos para manter, ao lado de Michelle
Bolsonaro, uma vida de luxo - muito diferente da simplicidade que busca
transmitir aos seguidores radicais. Além de cerca de R$ 3,3 milhões que
receberá anualmente para manter a estrutura como ex-presidente da República,
Bolsonaro tem recebido mensalmente cerca de R$ 11,9 mil como capitão reformado
e outros R$ 30,2 mil da aposentadoria como ex-deputado federal. Isso sem contar
os cerca de R$ 17 milhões que o ex-presidente teria recebido via Pix de
apoiadores radicais.
O PL gastou ao menos R$ 870 mil em apenas seis
meses com o pagamento de salários ao ex-presidente Jair Bolsonaro, à
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ao ex-ministro Walter Braga Netto e a
outras dez pessoas ligadas a eles, conforme mostra levantamento feito pelo UOL
em dados da prestação de contas do partido ao TSE (Tribunal Superior
Eleitoral). Os custos de Bolsonaro e equipe no PL No total, Bolsonaro, Michelle
e cinco funcionários que trabalharam diretamente com ele na Presidência da
República ganharam R$ 353 mil líquidos (remuneração após descontos) entre
janeiro e junho. Esses gastos do PL são custeados pelo Fundo Partidário:
recursos públicos que bancam as despesas de funcionamento das estruturas das
siglas e, em anos eleitorais, campanhas.
Os salários variam entre R$ 30,4 mil —remuneração
de Bolsonaro e Michelle— e R$ 7.800. O ex-presidente recebeu esses valores nos
meses de maio e junho, e a esposa, entre março e junho. Até o momento, o PL não
prestou contas sobre os valores pagos a eles no segundo semestre. Bastidores,
opinião e análise dos fatos mais relevantes da política, na palma da sua mão.
Já Braga Netto —vice na chapa de Bolsonaro na
última eleição— e cinco aliados do general receberam no total R$ 416 mil no
primeiro semestre. Eles trabalharam com Braga Netto nos ministérios da Defesa e
da Casa Civil, na maioria dos casos em seu gabinete pessoal. Também integra a
lista o tesoureiro da campanha de Bolsonaro e Braga Netto em 2022. O coronel da
reserva Marcelo Lopes de Azevedo recebeu R$ 101 mil em salários. Bolsonaro foi
acolhido na função de presidente de honra do PL por Valdemar da Costa Neto,
presidente nacional da legenda, enquanto Michelle assumiu o comando do PL
Mulher –que administra cerca de R$ 10,6 milhões por ano, 5% dos recursos do
Fundo Partidário destinados ao PL.
Braga Netto foi contemplado com o cargo de
secretário nacional de Relações Institucionais. Quando negociaram os cargos, os
três receberam o compromisso de Valdemar de ganharem remunerações equiparadas a
cargos públicos: o salário de Bolsonaro é equivalente ao dos ministros do STF
(Supremo Tribunal Federal), enquanto para Braga Netto e Michelle, o compromisso
foi pagar o mesmo valor recebido por deputados federais. Além do pagamento
recebido do PL, Bolsonaro acumula aposentadorias como capitão do Exército da
reserva e deputado federal, que somam R$ 34 mil mensais, em valores líquidos.
Continua após a publicidade A renda familiar de Bolsonaro e Michelle chega a R$
95 mil mensais. Braga Netto, por sua vez, acumula o pagamento do PL com R$ 23,9
mil líquidos da aposentadoria como general.
Os gastos não são ilegais, mas o uso de dinheiro do
Fundo Partidário para custear assessores pessoais contradiz o que já falou
Bolsonaro. Em 2020, ele chegou a estimular a campanha “não vote em quem usa o
fundão [eleitoral]” —verba pública distribuída a partidos em anos de eleições
gerais ou municipais para financiar campanhas. O Fundo Partidário é um aporte
de recursos públicos para bancar as atividades dos partidos políticos. Também
entram na conta valores pagos em multas pelas legendas. No primeiro semestre deste
ano, foram distribuídos R$ 501,4 milhões. A distribuição reflete o tamanho das
siglas na Câmara dos Deputados. Dono da maior bancada, com 99 deputados, o PL
ficou com a maior fatia do bolo: R$ 77,4 milhões. Procurado, Fabio Wajngarten,
advogado e assessor de Bolsonaro, disse que o ex-presidente não se manifestaria
sobre os gastos, já que o PL responderia os questionamentos do UOL. Contudo, o
partido não respondeu às perguntas. O PL não informou as atividades realizadas
no partido pelos citados nesta reportagem tampouco explicou por que apenas os
salários até junho foram encaminhados ao TSE.
Pagamentos durante viagem aos EUA Os cinco
assessores de Bolsonaro receberam R$ 145,4 mil entre janeiro e junho. Mais de
70% desse valor (R$ 104,7 mil) foram pagos quando o ex-presidente estava nos
Estados Unidos —ele retornou ao Brasil em 30 de março. Bolsonaro passou exatos
três meses nos Estados Unidos, destino para o qual viajou no avião presidencial
em 30 de dezembro, deixando de passar a faixa a seu sucessor, Lula (PT). Entre
os contratados ligados a Bolsonaro, está Tércio Arnaud Tomaz, apontado como
chefe do Gabinete do Ódio e investigado no inquérito das milícias digitais, no
STF. Ele recebeu R$ 14.509,54 no mês de junho -não há informações se ele
continua contratado pelo PL. A mulher de Tércio, Bianca Diniz Arnaud, também
aparece na folha do PL. Ela exerceu diversos cargos na Presidência durante a
gestão de Bolsonaro. Outra assessora ligada diretamente ao ex-presidente na
folha de pagamento do PL é Patrícia Broetto Arantes. Ela é filha de um dos
assessores mais longevos de Bolsonaro, o ex-agente da Abin (Agência Brasileira
de Inteligência) Telmo Broetto —ele foi nomeado no gabinete de Jair Bolsonaro
na Câmara entre 2005 e 2018, ano em que ele se elegeu presidente.
Patrícia também trabalhou com Bolsonaro na Câmara
por dez anos e o acompanhou na ida ao Palácio do Planalto, recebendo um cargo
em seu gabinete pessoal. Braga Netto: gastos com equipe O PL contratou ao menos
cinco ex-assessores de Braga Netto no Ministério da Defesa —quatro são
militares. Os auxiliares custaram R$ 266 mil até junho, segundo os dados do
TSE. Três deles acumularam remunerações expressivas, de quase R$ 75 mil em
cinco meses: o coronel da reserva Flavio Botelho Peregrino, tido como braço-direito
do general; o tenente-coronel da reserva Vital Lima Santos, que integrou a
Comissão de Anistia no governo Bolsonaro; e a civil Adriana Mendes Fortes.
Em suas negociações para assumir o cargo de
secretário de Relações Institucionais após a derrota na eleição de 2022, Braga
Netto pediu ao partido que custeasse assessores. O UOL procurou o general por
meio de Flavio Peregrino, seu assessor, mas não obteve resposta aos
questionamentos enviados. O PL também não respondeu sobre os gastos com
salários ligados ao ex-ministro.
Carlos
Bolsonaro pergunta sobre os filhos do Lula e internet desaba sobre ele
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) resolveu
atacar novamente em suas redes nesta terça-feira (3), os filhos do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Carluxo não esperava, no entanto, a reação dos
internautas e acabou ouvindo poucas e boas.
O vereador perguntou “por onde andam os filhos do
Lula?”, e prosseguiu com o seu habitual jeito confuso de se expressar com as
palavras: “por que a mídia não tem o interesse que tem como quando relacionados
com as narrativas criadas quanto aos filhos dos outros? Eles sabem que atacar
os filhos de seus desafetos funciona e abre alas para os que não têm o mesmo
sentimento e têm outros interesses em relação ao último Presidente da
República.”
Ao final, choramingou novamente: “o sistema é muito
mais bruto do que imaginamos! Abramos os olhos!”
Internautas não perdoaram
Os internautas não perdoaram. Um deles respondeu:
Os filhos de Lula estão trabalhando, fora da política, que nem vocês todos da
família Bolsonaro deveriam ter feito. Filho de presidente não deve participar
de governo.
Outra disse ainda: “nunca levantaram nada sobre os
filhos do nine, as noras, a sogra, a mãe da sogra... Com vocês, teve até
jornalista se passando por paciente da nora psicóloga”.
“Eles não são políticos, não são pessoas públicas.
Talvez seja por isso”, comentou outro.
Outros dois ainda comentaram “eles devem estar
trabalhando. Filho vagabundo mamando dinheiro público é com um tal de Jair” e
“eles trabalham e não vivem na sombra do pai”.
A nova
suspeita da PF no caso das joias de Bolsonaro
Investigadores da Polícia Federal (PF) que atuam no
caso das joias atentaram para uma nova suspeita em relação aos presentes dados
por autoridades da Arábia Saudita a Jair Bolsonaro.
Embora esse não seja o foco central do referido
inquérito, já avançado para pedir o indiciamento do ex-presidente pelos
supostos crimes de peculato e formação de quadrilha, investigadores acreditam
que os presentes podem ter sido fruto de algum favorecimento ao governo saudita.
Nesse escopo, a suspeita é de negociações
envolvendo o segmento de armas e petróleo.
A hipótese se baseia no valor dos presentes,
considerados bem acima da média, e nas características deles. Isso porque
presentes de caráter diplomático costumam retratar as origens do país que
ofertou a lembrança.
As joias e armas dadas pelo governo saudita a
Bolsonaro, sustentam, diferem dessa condição.
Até o momento, contudo, não há evidências que
liguem o recebimento dos presentes a um suposto favorecimento aos árabes. E
tampouco há a expectativa de que autoridades estrangeiras colaborem com tal
apuração.
O ex-presidente Jair Bolsonaro nega qualquer
irregularidade no caso das joias. E sustenta que não haveria irregularidade em
permanecer com os presentes, uma vez que seriam itens de caráter
personalíssimo.
Moraes
manda PGR se manifestar sobre investigação dos R$ 17 mi em Pix a Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) informe se vê
elementos para investigar doações, via Pix, ao ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL) no primeiro semestre de 2023.
Moraes despachou no inquérito das milícias
digitais, que mira grupos organizados na internet para espalhar notícias falsas
e atacar as instituições democráticas. A PGR tem 15 dias para se manifestar.
O pedido para investigar as doações partiu dos
senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fábio Contarato (PT-ES) e Jorge Kajuru
(PSB-GO) e da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Os parlamentares pedem que Bolsonaro seja
investigado por crime contra a economia popular ou estelionato. Também
requisitaram o bloqueio do dinheiro. Moraes só vai decidir após o parecer da
PGR.
As doações alcançaram a marca de R$ 17 milhões, em
769 mil transferências. A campanha começou para ajudar o ex-presidente a pagar
multas impostas em condenações judiciais.
Campos
Neto detona Bolsonaro de maneira “diplomática” no Programa do Bial, da Globo
Em entrevista concedida ao programa "Conversa
com Bial", da TV Globo, apresentado por Pedro Bial, o presidente do Banco
Central, Roberto Campos Neto, abordou as diferenças em suas conversas com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL). Campos Neto observou que Lula demonstra maior disposição para ouvir e
paciência para as conversas, contrastando com Bolsonaro, a quem descreveu como
"disperso".
“O Lula gasta mais tempo prestando atenção no que
você fala. Ele dedica mais tempo, tem mais paciência para as conversas.
Bolsonaro era mais rápido. Eu sempre sabia que quando tinha uma conversa com
Bolsonaro, eu tinha três minutos para falar alguma coisa. Depois dos três
minutos ficaria mais difícil, porque ele ficava mais disperso”, afirmou.
Campos Neto teve duas conversas com Lula. Uma delas
no ano passado, durante o período de transição de um governo para o outro, e
outra de uma hora e meia neste ano, após um período de críticas do presidente e
aliados políticos à atuação do BC.
Ainda sobre a segunda conversa com Lula, ele
afirmou que "ouviu mais do que falou", diferentemente do primeiro
encontro. Por enquanto, não há um novo encontro agendado com Lula.
• Avaliação
diplomática
A avaliação foi vista como “diplomática” por Pedro
Bial, que a classificou como “elogiosa” ao presidente Lula e “nem tão elogiosa”
a Bolsonaro. O chefe da autarquia monetária respondeu fazendo menção à
autonomia da instituição defendida pelo governo anterior e disse que não era
“tão próximo” de Bolsonaro.
Campos Neto assumiu a chefia do Banco Central em
2019 e, dois anos depois, a autonomia operacional da instituição foi
regulamentada. Ele fica até 31 de dezembro de 2024.
Bolsonaro
identifica o “maior erro” que cometeu na relação com o STF
Jair Bolsonaro tem dito, em diferentes conversas,
que seu “maior erro” na relação com os ministros do Supremo Tribunal Federal
foi não designar o nome defendido por Gilmar Mendes para o Superior Tribunal de
Justiça no ano passado. Bolsonaro considera que isso foi fatal para sua relação
com Gilmar, que ele vê como o ministro que seria capaz de domar Alexandre de
Moraes contra ele.
Gilmar defendia a nomeação do desembargador Ney
Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, para uma das duas vagas
abertas em 2022 para magistrados da segunda instância federal. Os escolhidos
acabaram sendo os desembargadores Messod Azulay e Paulo Sérgio Domingues.
Bolsonaro tem dito que sabe que será condenado no
STF, e portanto preso, a partir de algum dos processos relatados por Alexandre
de Moraes.
Fonte: UOL/Fórum/Metrópoles
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