'Bidenomia' e fracasso: EUA estão rumo à recessão com 'Joe Dorminhoco'
ao volante, diz analista
Joe Biden elogiou o suposto sucesso do
"Bidenomia" como uma justificativa de sua controversa presidência. O
comentarista e economista Mitch Roschelle alertou que se as finanças americanas
piorarem, isso vai afundar as suas esperanças de reeleição.
O presidente dos EUA, Joe Biden, está conduzindo o
seu país para uma recessão – e para um desastre eleitoral para o seu Partido
Democrata – disse o economista.
O residente da Casa Branca, de 80 anos, tem-se
concentrado cada vez mais nos discursos públicos em cantar louvores às suas
políticas econômicas que ele mesmo apelidou de "Bidenomia". Mas o
economista Mitch Roschelle disse à Sputnik que Biden é um mentiroso habitual.
"Este é um homem que mentiu sobre a
classificação de sua turma na Faculdade de Direito de Syracuse. Este é um homem
que foi expulso de uma corrida presidencial, das primárias dos anos 1980,
porque roubou um discurso", ressaltou. "Então acho que mentir é uma
de suas principais competências", afirmou.
"É muito interessante quando o presidente
fala, quando quer acentuar um ponto, ele sussurra", observou Roschelle.
"Quando ele fala sobre 'Bidenomia', ele sempre sussurra: 'Está
funcionando!' Acho que ele está sussurrando por uma razão, porque não é [a
realidade]", observou. "Bidenomia não está funcionando e é por isso
que temos inflação", sublinhou Roschelle.
O comentarista destacou os números otimistas
divulgados pelo Banco da Reserva Federal de Atlanta no mês passado, alegando um
crescimento do produto interno bruto (PIB) de 4,9%. Mas alertou que isso
simplesmente levaria a mais subidas das taxas de juro por parte da Reserva
Federal dos EUA (Fed), na sua tentativa de abrandar o mercado e reduzir a
inflação.
"O problema é que isso significa que a
economia ainda está aquecida. E lembre-se, a razão pela qual o Fed aumenta as
taxas de juro é para esfriar a economia e começar a tentar esfriar a procura,
que é o que impulsiona a economia", disse Roschelle. "Portanto, tenho
a sensação de que eles continuarão a aumentar as taxas. E é isso que está
assustando todo mundo, porque os mercados de capitais querem que isso acabe. E
não acho que isso vá acabar."
Uma sondagem recente da CNN mostrou que mais da
metade dos americanos esperava que a economia entrasse em recessão até 2024 – o
ano da próxima eleição presidencial. Mas isso prejudicaria as esperanças de
reeleição de Biden?
"Isso pressupõe que Joe Biden é o candidato
democrata ou o candidato do Partido Democrata em 2024", arriscou
Roschelle. "Digamos que seja [o governador da Califórnia] Gavin Newsom.
Gavin Newsom poderia facilmente passar a perna em Biden e culpá-lo por tudo e
tentar dizer: 'Ouça, vote em mim, vou consertar isso na Califórnia'",
acrescentou ele com uma pitada de ironia.
Para o comentarista, "será muito difícil para
qualquer candidato em 2024 ignorar o elefante na sala, que é a economia".
"Esqueça todas as pesquisas, sejam elas de Trump ou de Biden. 90% dos
americanos acham que o problema número um que este país enfrenta é a
economia", seguido pelo tráfico de pessoas através da fronteira mexicana.
Ao se referir à questão econômica, Roschelle diz
achar "que teremos uma pluralidade de mais dados econômicos ruins em 2024
do que bons dados econômicos", como o do Fed de Atlanta, "e é muito,
muito difícil contornar esses dados econômicos", acrescentou.
<><> 'Perda de poder dos Estados
Unidos', diz especialista sobre adesão de Arábia Saudita e Irã ao BRICS
A presença dos rivais geopolíticos de longa data,
Arábia Saudita e Irã, dentro do BRICS a partir de 1º de janeiro de 2024, pode
finalmente pôr os países para conversar em contextos amigáveis. Se isso de fato
acontecer, o cenário geopolítico global está suscetível a uma recalibragem,
apontam analistas.
Historicamente, os governos de Riad e Teerã
disputam a hegemonia política e religiosa regional.
A inimizade, que se tornou mais forte a partir da
Revolução Iraniana de 1979, quando o regime monárquico pró-EUA do país se
tornou uma república islâmica, tem estado em um dos seus períodos mais
negativos dos últimos tempos.
A situação, contudo, pode ver uma virada a partir
de 2024, com a entrada de ambas as nações no BRICS, apontou Fernando Brancoli,
professor do Instituto de Relações Internacionais e Defesa (IRID) da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), à Sputnik Brasil.
A coligação, que já aplaca desavenças geopolíticas
locais, como a disputa fronteiriça entre a China e a Índia, pode ter um papel
fundamental no "descongelamento" das relações entre os países
muçulmanos, afirmou Brancoli.
"Teremos uma plataforma extra com países
considerados aliados no entorno, com encontros regulares, na qual tanto Riad
quanto Teerã conseguem sentar, chegar a meios-termos e reduzir riscos."
·
Uma derrota para os Estados Unidos?
A aproximação dos dois países do golfo Pérsico
sinaliza um abraço a uma ordem mundial multipolar, que vê um afastamento dos Estados
Unidos enquanto poder hegemônico do globo.
Para o acadêmico, Washington não vai deixar sua
influência no Oriente Médio diminuir tão facilmente. Mohammed bin Salman, líder
de fato da Arábia Saudita e aliado dos EUA, também está normalizando suas relações
com outro antigo inimigo regional, Israel, maior aliado dos norte-americanos na
região.
A aproximação, que vem sendo mediada pelos Estados
Unidos, é uma tentativa estadunidense de garantir sua permanência naquele
espaço, apontou Brancoli. "Digo permanência como um ator, no caso dos EUA,
que dita os rumos daquele espaço."
O pesquisador ainda ressalta que Riad mantém boas
relações com Washington, funcionando como um dos principais entrepostos
comerciais e financeiros, além de ser um grande receptor de armas
estadunidenses.
"Acho que a Arábia Saudita está querendo
colocar tanto um pé lá quanto um pé aqui. O que, em relações internacionais, a
gente chama literalmente de ficar em cima do muro."
Nesse contexto, o reate entre o regime saudita de
Bin Salman e o Irã, liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, é "uma perda
relativa de poder dos Estados Unidos, já que vemos um dos principais aliados
desse país expandindo os debates com outras nações", disse o acadêmico.
"Eu não diria que é um rearranjo completo do
sistema, mas sim uma recalibragem", concluiu.
Ø Hunter Biden se declara inocente em caso de posse de arma
Hunter Biden, filho do presidente dos Estados
Unidos, Joe Biden, se declarou inocente nesta terça-feira (03/10) no âmbito de um processo por posse ilegal de arma. O Departamento de Justiça o acusa de ter fornecido informações
sabidamente falsas no ato de compra e licenciamento de uma arma de fogo em 2018
– um revólver Colt Cobra 38SPL –, ao omitir que era "usuário ilegal ou
dependente de substância controlada", informação que impossibilitaria a
aquisição e posse do objeto.
Esta é a primeira declaração de Hunter a um juiz
desde que ele indiciado no dia 14 de setembro por três acusações de compra e
posse ilegal de armas, que acarretam uma pena máxima de 25 anos de prisão.
A sentença, no entanto, é geralmente menor para
aqueles que, como no caso de Hunter, não têm antecedentes criminais.
Seu depoimento, que durou cerca de meia hora,
aconteceu em um tribunal federal no centro de Wilmington, estado de Delaware,
que amanheceu hoje cercado de repórteres, holofotes e câmeras de televisão,
além de um forte esquema de segurança.
Dentro do prédio, foi realizada uma breve audiência
no tribunal, na qual o juiz Christopher Burke garantiu que o filho de Biden
entendesse seus direitos e os crimes dos quais é acusado e, em seguida,
permitiu que ele se declarasse culpado ou inocente.
Burke também leu para Hunter Biden as condições sob
as quais lhe é concedida liberdade condicional enquanto o julgamento ocorre, o
que inclui permanecer sob a supervisão de um oficial de justiça, procurar
emprego de forma ativa, não ter armas em sua posse ou usar drogas ou álcool.
Seus advogados haviam solicitado que ele prestasse
depoimento por videoconferência para poupar o governo do custo de levar ele e
os agentes do Serviço Secreto de sua casa na Califórnia para Delaware, na costa
oposta do país. No entanto, o juiz decidiu que Hunter não deveria receber
"tratamento especial" e ordenou que fosse pessoalmente ao tribunal.
Hunter é acusado de mentir em um formulário que
deveria preencher quando, em outubro de 2018, comprou um revólver Colt Cobra
calibre 38 em uma loja de Wilmington.
Especificamente, ele é acusado de fazer declarações
falsas, a primeira por marcar uma opção no formulário alegando que não era
consumidor de drogas e a segunda por entregar essa informação à loja sabendo
que era falsa.
A terceira acusação é de que ele ficou de posse irregular
dessa arma por 11 dias.
·
Passado turbulento
Hunter, 53 anos, reconheceu publicamente que vem
lutando há décadas contra o vício em álcool e drogas, que foi agravado após a
morte de seu irmão Beau, em 2015, em decorrência de um tumor cerebral.
Quando comprou a arma em 2018, ele estava em uma
espiral de depressão depois de se divorciar de Kathleen Buhle, com quem teve
três filhos, e também estava passando por um momento particularmente difícil
com seu vício em crack, como ele contou em seu livro de memórias Beautiful
Things, publicado em 2021.
As acusações contra Hunter são o resultado de uma
investigação que foi aberta em 2018 durante o governo de Donald Trump (2017-2021) e que o próprio ex-presidente, agora candidato à
indicação republicana para concorrer à presidência, usou para atacar Biden, com
quem poderia disputar as eleições de 2024.
A investigação, que já dura cinco anos, levou a um
acordo entre a defesa de Hunter e a equipe de acusação, liderada pelo promotor
nomeado por Trump, David Weiss, que poderia ter colocado um fim a essa novela
judicial.
No entanto, o acordo fracassou e agora Hunter
enfrenta um julgamento que provavelmente vai acontecer em meio à campanha para
as eleições de novembro de 2024.
Como parte dessa nova fase judicial, Weiss foi
nomeado promotor especial para esse caso pelo procurador geral, Merrick
Garland, dando-lhe maior independência e autoridade para redigir um relatório
sobre sua investigação que poderá ser divulgado durante a campanha eleitoral.
Ø Chefe da Câmara dos EUA perde cargo após rebelião interna
Em uma votação histórica, o republicano Kevin
McCarthy foi destituído do posto de presidente da Câmara dos Representantes dos
Estados Unidos nesta terça-feira (03/10), após um pedido apresentado por
integrantes do seu próprio partido.
É a primeira vez na história dos EUA que a Câmara
decide pela remoção do seu líder. Também foi a primeira vez desde 1910 que um
pedido do tipo foi votado.
O placar final foi de 216 votos "sim"
pela destituição, sendo oito de deputados republicanos, contra 210 votos
"não". McCarthy ocupava o cargo desde 7 de janeiro deste ano. A Casa agora está sem presidente. Um interino, o deputado republicano
Patrick McHenry, vai assumir o posto até uma nova eleição - até lá, todos os
trabalhos da Casa devem ser paralisados. O processo não deve ser simples. Em
janeiro, a eleição de McCarthy já havia se estendido por inéditas 15 sessões - marcando a votação mais longa para o cargo em mais de 160 anos.
Para obter o cargo de presidente da Câmara em
janeiro, McCarthy já havia sido obrigado a fazer concessões ao bloco extremista
do partido, incluindo uma mudança que acabou permitindo que membros pudessem
apresentar uma "moção de vacância".
No final, foi justamente a insatisfação dessa ala
republicana extremista que se provou fatal para McCarthy. Seu período na
liderança da Casa já vinha sendo tumultuado, mas no último sábado ele
desencadeou nova insatisfação entre os membros ultraconservadores do Partido
Republicano ao aprovar uma medida bipartidária provisória de financiamento
apoiada pela Casa Branca para evitar uma paralisia do governo.
Essa medida frustrou especialmente o deputado Matt
Gaetz, um antigo antagonista de McCarthy que, em retaliação, apresentou na
segunda-feira uma "moção para deixar vacante a presidência", forçando
a votação decisiva desta terça.
McCarthy ainda contou com o apoio da maioria dos
deputados republicanos, mas as dissidências de oito radicais acabaram sendo
decisivas. Além de ter despertado a fúria dos ultraconservadores, ele também
não encontrou simpatia entre os democratas, que votaram em peso pela sua
destituição. Na liderança da Casa, McCarthy pediu recentemente a abertura
de uma investigação de impeachment contra o presidente
democrata Joe Biden.
Com potencialmente todos os 212 deputados
democratas dispostos a votar contra McCarthy, a única chance do presidente da
Câmara para se manter no cargo era assegurar quase todos os 221 votos
republicanos. No entanto, os oito votos "sim" pela destituição dentro
das fileiras republicanas acabaram selando seu destino. O movimento foi
articulado por Matt Gaetz, representante do Estado da Flórida e uma figura
proeminente dentro do pequeno grupo de legisladores republicanos de extrema
direita que levou o governo dos EUA à beira da paralisação com sua recusa em
aprovar um novo financiamento federal sem cortes profundos nos gastos.
Esse bloco também se opõe ao envio de ajuda
adicional à Ucrânia na sua defesa contra a agressão da Rússia, alegando que o
dinheiro seria melhor utilizado nos EUA na luta contra a imigração ilegal.
Os legisladores republicanos mais conservadores têm
um poder de veto de fato sobre a aprovação de leis na Câmara, dada a magra
vitória do partido nas eleições de meio de mandato em novembro passado.
Ø Suprema Corte dos EUA rejeita pedido de desqualificação de Trump por
candidato republicano do Texas
Um candidato improvável do Texas tentou impedir o
ex-presidente de buscar a reeleição por causa de sua posição sobre a
"insurreição" de 6 de janeiro no Capitólio.
A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou a
tentativa de um republicano do Texas de impedir que o ex-presidente Donald
Trump se candidatasse novamente ao cargo em 2024 por causa de seu suposto papel
nos distúrbios de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio.
O caso foi arquivado sem qualquer comentário pelo
tribunal na segunda-feira (2). A questão foi apresentada pelo consultor fiscal
baseado no Texas, John Anthony Castro, que alegou em um tribunal da Flórida que
a 14ª Emenda da Constituição dos EUA — que proíbe aqueles que "se
envolveram em insurreição ou rebelião" ou "deram ajuda ou
conforto" aos rebeldes de manterem o cargo — proíbe Trump de disputar as
eleições presidenciais de 2024.
Castro afirmou que as declarações de apoio de Trump
aos manifestantes que perturbaram a certificação da vitória de Joe Biden em
2020 no Capitólio, em janeiro de 2021, representaram uma violação desta
disposição.
Castro está atualmente tentando a nomeação do
Partido Republicano para as eleições do próximo ano, embora seja pouco
conhecido e o seu nome raramente apareça em quaisquer sondagens.
O seu argumento jurídico é partilhado por vários
grupos de ativistas democratas que estão atualmente tentando manter o nome de
Trump fora das urnas nos seus estados, invocando a 14ª Emenda. Casos foram
abertos em Colorado, Michigan e Minnesota, com os casos de Colorado e Minnesota
programados para ir a julgamento já nos próximos meses, de acordo com a CNN.
Embora Trump enfrente dezenas de acusações
criminais em quatro casos estaduais e federais distintos, ele não foi acusado
de insurreição. Além disso, embora o protesto de 6 de janeiro tenha sido
apelidado de "insurreição" por políticos e especialistas liberais,
nenhum dos mais de mil participantes que foram acusados em relação à
manifestação foi indiciado por rebelião ou insurreição, o que exigiria que o
Departamento de Justiça provasse que os participantes foram ao Capitólio com a
intenção de derrubar o governo.
Conflitos
internos em Washington ameaçam apoio dos EUA à Ucrânia, diz mídia
Funcionários americanos, incluindo o presidente Joe
Biden, há tempo que estão confiantes de que o Congresso manteria o fornecimento
de bilhões de dólares em apoio à Ucrânia, mesmo com a situação cada vez mais
tensa em um Washington "rachado".
O jornal Financial Times destacou que o último
acordo foi apenas para evitar uma queda do governo americano, contudo, não deve
resistir muito tempo, já que ficou claro o quão imprevisível Washington pode
ser em suas negociações de apoio à Ucrânia, pois está encontrando sérias
dificuldades pelo caminho.
Para evitar a queda do governo, no último sábado
(30), algumas das autoridades mais entusiasmadas dos EUA resolveram deixar a
Ucrânia de fora dos assuntos no Congresso, demonstrando que a situação não é
apenas delicada, como também existe uma grande pressão dos críticos ao apoio
dado por Biden a Kiev.
O diretor para o programa Europa, Rússia e Eurásia
no Centro para Estudo Estratégico e Internacional, Max Bergmann, afirmou ao
Financial Times que o desafio agora, especialmente para os europeus, é que uma
América polarizada politicamente se estenda à política externa.
Apesar de todos os problemas financeiros internos,
os EUA continuam a alocar enormes fundos para a Ucrânia. Desde fevereiro de
2022, Kiev já recebeu de Washington mais de US$ 110 bilhões (cerca de R$ 533
bilhões).
Fonte: Sputnik Brasil/Deutsche Welle
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