quarta-feira, 4 de outubro de 2023

'Bidenomia' e fracasso: EUA estão rumo à recessão com 'Joe Dorminhoco' ao volante, diz analista

Joe Biden elogiou o suposto sucesso do "Bidenomia" como uma justificativa de sua controversa presidência. O comentarista e economista Mitch Roschelle alertou que se as finanças americanas piorarem, isso vai afundar as suas esperanças de reeleição.

O presidente dos EUA, Joe Biden, está conduzindo o seu país para uma recessão – e para um desastre eleitoral para o seu Partido Democrata – disse o economista.

O residente da Casa Branca, de 80 anos, tem-se concentrado cada vez mais nos discursos públicos em cantar louvores às suas políticas econômicas que ele mesmo apelidou de "Bidenomia". Mas o economista Mitch Roschelle disse à Sputnik que Biden é um mentiroso habitual.

"Este é um homem que mentiu sobre a classificação de sua turma na Faculdade de Direito de Syracuse. Este é um homem que foi expulso de uma corrida presidencial, das primárias dos anos 1980, porque roubou um discurso", ressaltou. "Então acho que mentir é uma de suas principais competências", afirmou.

"É muito interessante quando o presidente fala, quando quer acentuar um ponto, ele sussurra", observou Roschelle. "Quando ele fala sobre 'Bidenomia', ele sempre sussurra: 'Está funcionando!' Acho que ele está sussurrando por uma razão, porque não é [a realidade]", observou. "Bidenomia não está funcionando e é por isso que temos inflação", sublinhou Roschelle.

O comentarista destacou os números otimistas divulgados pelo Banco da Reserva Federal de Atlanta no mês passado, alegando um crescimento do produto interno bruto (PIB) de 4,9%. Mas alertou que isso simplesmente levaria a mais subidas das taxas de juro por parte da Reserva Federal dos EUA (Fed), na sua tentativa de abrandar o mercado e reduzir a inflação.

"O problema é que isso significa que a economia ainda está aquecida. E lembre-se, a razão pela qual o Fed aumenta as taxas de juro é para esfriar a economia e começar a tentar esfriar a procura, que é o que impulsiona a economia", disse Roschelle. "Portanto, tenho a sensação de que eles continuarão a aumentar as taxas. E é isso que está assustando todo mundo, porque os mercados de capitais querem que isso acabe. E não acho que isso vá acabar."

Uma sondagem recente da CNN mostrou que mais da metade dos americanos esperava que a economia entrasse em recessão até 2024 – o ano da próxima eleição presidencial. Mas isso prejudicaria as esperanças de reeleição de Biden?

"Isso pressupõe que Joe Biden é o candidato democrata ou o candidato do Partido Democrata em 2024", arriscou Roschelle. "Digamos que seja [o governador da Califórnia] Gavin Newsom. Gavin Newsom poderia facilmente passar a perna em Biden e culpá-lo por tudo e tentar dizer: 'Ouça, vote em mim, vou consertar isso na Califórnia'", acrescentou ele com uma pitada de ironia.

Para o comentarista, "será muito difícil para qualquer candidato em 2024 ignorar o elefante na sala, que é a economia". "Esqueça todas as pesquisas, sejam elas de Trump ou de Biden. 90% dos americanos acham que o problema número um que este país enfrenta é a economia", seguido pelo tráfico de pessoas através da fronteira mexicana.

Ao se referir à questão econômica, Roschelle diz achar "que teremos uma pluralidade de mais dados econômicos ruins em 2024 do que bons dados econômicos", como o do Fed de Atlanta, "e é muito, muito difícil contornar esses dados econômicos", acrescentou.

<><> 'Perda de poder dos Estados Unidos', diz especialista sobre adesão de Arábia Saudita e Irã ao BRICS

A presença dos rivais geopolíticos de longa data, Arábia Saudita e Irã, dentro do BRICS a partir de 1º de janeiro de 2024, pode finalmente pôr os países para conversar em contextos amigáveis. Se isso de fato acontecer, o cenário geopolítico global está suscetível a uma recalibragem, apontam analistas.

Historicamente, os governos de Riad e Teerã disputam a hegemonia política e religiosa regional.

A inimizade, que se tornou mais forte a partir da Revolução Iraniana de 1979, quando o regime monárquico pró-EUA do país se tornou uma república islâmica, tem estado em um dos seus períodos mais negativos dos últimos tempos.

A situação, contudo, pode ver uma virada a partir de 2024, com a entrada de ambas as nações no BRICS, apontou Fernando Brancoli, professor do Instituto de Relações Internacionais e Defesa (IRID) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), à Sputnik Brasil.

A coligação, que já aplaca desavenças geopolíticas locais, como a disputa fronteiriça entre a China e a Índia, pode ter um papel fundamental no "descongelamento" das relações entre os países muçulmanos, afirmou Brancoli.

"Teremos uma plataforma extra com países considerados aliados no entorno, com encontros regulares, na qual tanto Riad quanto Teerã conseguem sentar, chegar a meios-termos e reduzir riscos."

·         Uma derrota para os Estados Unidos?

A aproximação dos dois países do golfo Pérsico sinaliza um abraço a uma ordem mundial multipolar, que vê um afastamento dos Estados Unidos enquanto poder hegemônico do globo.

Para o acadêmico, Washington não vai deixar sua influência no Oriente Médio diminuir tão facilmente. Mohammed bin Salman, líder de fato da Arábia Saudita e aliado dos EUA, também está normalizando suas relações com outro antigo inimigo regional, Israel, maior aliado dos norte-americanos na região.

A aproximação, que vem sendo mediada pelos Estados Unidos, é uma tentativa estadunidense de garantir sua permanência naquele espaço, apontou Brancoli. "Digo permanência como um ator, no caso dos EUA, que dita os rumos daquele espaço."

O pesquisador ainda ressalta que Riad mantém boas relações com Washington, funcionando como um dos principais entrepostos comerciais e financeiros, além de ser um grande receptor de armas estadunidenses.

"Acho que a Arábia Saudita está querendo colocar tanto um pé lá quanto um pé aqui. O que, em relações internacionais, a gente chama literalmente de ficar em cima do muro."

Nesse contexto, o reate entre o regime saudita de Bin Salman e o Irã, liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, é "uma perda relativa de poder dos Estados Unidos, já que vemos um dos principais aliados desse país expandindo os debates com outras nações", disse o acadêmico.

"Eu não diria que é um rearranjo completo do sistema, mas sim uma recalibragem", concluiu.

 

Ø  Hunter Biden se declara inocente em caso de posse de arma

 

Hunter Biden, filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se declarou inocente nesta terça-feira (03/10) no âmbito de um processo por posse ilegal de arma. O Departamento de Justiça o acusa de ter fornecido informações sabidamente falsas no ato de compra e licenciamento de uma arma de fogo em 2018 – um revólver Colt Cobra 38SPL –, ao omitir que era "usuário ilegal ou dependente de substância controlada", informação que impossibilitaria a aquisição e posse do objeto.

Esta é a primeira declaração de Hunter a um juiz desde que ele indiciado no dia 14 de setembro por três acusações de compra e posse ilegal de armas, que acarretam uma pena máxima de 25 anos de prisão.

A sentença, no entanto, é geralmente menor para aqueles que, como no caso de Hunter, não têm antecedentes criminais.

Seu depoimento, que durou cerca de meia hora, aconteceu em um tribunal federal no centro de Wilmington, estado de Delaware, que amanheceu hoje cercado de repórteres, holofotes e câmeras de televisão, além de um forte esquema de segurança.

Dentro do prédio, foi realizada uma breve audiência no tribunal, na qual o juiz Christopher Burke garantiu que o filho de Biden entendesse seus direitos e os crimes dos quais é acusado e, em seguida, permitiu que ele se declarasse culpado ou inocente.

Burke também leu para Hunter Biden as condições sob as quais lhe é concedida liberdade condicional enquanto o julgamento ocorre, o que inclui permanecer sob a supervisão de um oficial de justiça, procurar emprego de forma ativa, não ter armas em sua posse ou usar drogas ou álcool.

Seus advogados haviam solicitado que ele prestasse depoimento por videoconferência para poupar o governo do custo de levar ele e os agentes do Serviço Secreto de sua casa na Califórnia para Delaware, na costa oposta do país. No entanto, o juiz decidiu que Hunter não deveria receber "tratamento especial" e ordenou que fosse pessoalmente ao tribunal.

Hunter é acusado de mentir em um formulário que deveria preencher quando, em outubro de 2018, comprou um revólver Colt Cobra calibre 38 em uma loja de Wilmington.

Especificamente, ele é acusado de fazer declarações falsas, a primeira por marcar uma opção no formulário alegando que não era consumidor de drogas e a segunda por entregar essa informação à loja sabendo que era falsa.

A terceira acusação é de que ele ficou de posse irregular dessa arma por 11 dias.

·         Passado turbulento

Hunter, 53 anos, reconheceu publicamente que vem lutando há décadas contra o vício em álcool e drogas, que foi agravado após a morte de seu irmão Beau, em 2015, em decorrência de um tumor cerebral.

Quando comprou a arma em 2018, ele estava em uma espiral de depressão depois de se divorciar de Kathleen Buhle, com quem teve três filhos, e também estava passando por um momento particularmente difícil com seu vício em crack, como ele contou em seu livro de memórias Beautiful Things, publicado em 2021.

As acusações contra Hunter são o resultado de uma investigação que foi aberta em 2018 durante o governo de Donald Trump (2017-2021) e que o próprio ex-presidente, agora candidato à indicação republicana para concorrer à presidência, usou para atacar Biden, com quem poderia disputar as eleições de 2024.

A investigação, que já dura cinco anos, levou a um acordo entre a defesa de Hunter e a equipe de acusação, liderada pelo promotor nomeado por Trump, David Weiss, que poderia ter colocado um fim a essa novela judicial.

No entanto, o acordo fracassou e agora Hunter enfrenta um julgamento que provavelmente vai acontecer em meio à campanha para as eleições de novembro de 2024.

Como parte dessa nova fase judicial, Weiss foi nomeado promotor especial para esse caso pelo procurador geral, Merrick Garland, dando-lhe maior independência e autoridade para redigir um relatório sobre sua investigação que poderá ser divulgado durante a campanha eleitoral.

 

Ø  Chefe da Câmara dos EUA perde cargo após rebelião interna

 

Em uma votação histórica, o republicano Kevin McCarthy foi destituído do posto de presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos nesta terça-feira (03/10), após um pedido apresentado por integrantes do seu próprio partido.

É a primeira vez na história dos EUA que a Câmara decide pela remoção do seu líder. Também foi a primeira vez desde 1910 que um pedido do tipo foi votado. 

O placar final foi de 216 votos "sim" pela destituição, sendo oito de deputados republicanos, contra 210 votos "não". McCarthy ocupava o cargo desde 7 de janeiro deste ano. A Casa agora está sem presidente. Um interino, o deputado republicano Patrick McHenry, vai assumir o posto até uma nova eleição - até lá, todos os trabalhos da Casa devem ser paralisados. O processo não deve ser simples. Em janeiro, a eleição de McCarthy já havia se estendido por inéditas 15 sessões - marcando a votação mais longa para o cargo em mais de 160 anos.

Para obter o cargo de presidente da Câmara em janeiro, McCarthy já havia sido obrigado a fazer concessões ao bloco extremista do partido, incluindo uma mudança que acabou permitindo que membros pudessem apresentar uma "moção de vacância".

No final, foi justamente a insatisfação dessa ala republicana extremista que se provou fatal para McCarthy. Seu período na liderança da Casa já vinha sendo tumultuado, mas no último sábado ele desencadeou nova insatisfação entre os membros ultraconservadores do Partido Republicano ao aprovar uma medida bipartidária provisória de financiamento apoiada pela Casa Branca para evitar uma paralisia do governo.

Essa medida frustrou especialmente o deputado Matt Gaetz, um antigo antagonista de McCarthy que, em retaliação, apresentou na segunda-feira uma "moção para deixar vacante a presidência", forçando a votação decisiva desta terça.

McCarthy ainda contou com o apoio da maioria dos deputados republicanos, mas as dissidências de oito radicais acabaram sendo decisivas. Além de ter despertado a fúria dos ultraconservadores, ele também não encontrou simpatia entre os democratas, que votaram em peso pela sua destituição. Na liderança da Casa, McCarthy pediu recentemente a abertura de uma investigação de impeachment contra o presidente democrata Joe Biden

Com potencialmente todos os 212 deputados democratas dispostos a votar contra McCarthy, a única chance do presidente da Câmara para se manter no cargo era assegurar quase todos os 221 votos republicanos. No entanto, os oito votos "sim" pela destituição dentro das fileiras republicanas acabaram selando seu destino. O movimento foi articulado por Matt Gaetz, representante do Estado da Flórida e uma figura proeminente dentro do pequeno grupo de legisladores republicanos de extrema direita que levou o governo dos EUA à beira da paralisação com sua recusa em aprovar um novo financiamento federal sem cortes profundos nos gastos.

Esse bloco também se opõe ao envio de ajuda adicional à Ucrânia na sua defesa contra a agressão da Rússia, alegando que o dinheiro seria melhor utilizado nos EUA na luta contra a imigração ilegal.

Os legisladores republicanos mais conservadores têm um poder de veto de fato sobre a aprovação de leis na Câmara, dada a magra vitória do partido nas eleições de meio de mandato em novembro passado.

 

Ø  Suprema Corte dos EUA rejeita pedido de desqualificação de Trump por candidato republicano do Texas

 

Um candidato improvável do Texas tentou impedir o ex-presidente de buscar a reeleição por causa de sua posição sobre a "insurreição" de 6 de janeiro no Capitólio.

A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou a tentativa de um republicano do Texas de impedir que o ex-presidente Donald Trump se candidatasse novamente ao cargo em 2024 por causa de seu suposto papel nos distúrbios de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio.

O caso foi arquivado sem qualquer comentário pelo tribunal na segunda-feira (2). A questão foi apresentada pelo consultor fiscal baseado no Texas, John Anthony Castro, que alegou em um tribunal da Flórida que a 14ª Emenda da Constituição dos EUA — que proíbe aqueles que "se envolveram em insurreição ou rebelião" ou "deram ajuda ou conforto" aos rebeldes de manterem o cargo — proíbe Trump de disputar as eleições presidenciais de 2024.

Castro afirmou que as declarações de apoio de Trump aos manifestantes que perturbaram a certificação da vitória de Joe Biden em 2020 no Capitólio, em janeiro de 2021, representaram uma violação desta disposição.

Castro está atualmente tentando a nomeação do Partido Republicano para as eleições do próximo ano, embora seja pouco conhecido e o seu nome raramente apareça em quaisquer sondagens.

O seu argumento jurídico é partilhado por vários grupos de ativistas democratas que estão atualmente tentando manter o nome de Trump fora das urnas nos seus estados, invocando a 14ª Emenda. Casos foram abertos em Colorado, Michigan e Minnesota, com os casos de Colorado e Minnesota programados para ir a julgamento já nos próximos meses, de acordo com a CNN.

Embora Trump enfrente dezenas de acusações criminais em quatro casos estaduais e federais distintos, ele não foi acusado de insurreição. Além disso, embora o protesto de 6 de janeiro tenha sido apelidado de "insurreição" por políticos e especialistas liberais, nenhum dos mais de mil participantes que foram acusados em relação à manifestação foi indiciado por rebelião ou insurreição, o que exigiria que o Departamento de Justiça provasse que os participantes foram ao Capitólio com a intenção de derrubar o governo.

 

       Conflitos internos em Washington ameaçam apoio dos EUA à Ucrânia, diz mídia

 

Funcionários americanos, incluindo o presidente Joe Biden, há tempo que estão confiantes de que o Congresso manteria o fornecimento de bilhões de dólares em apoio à Ucrânia, mesmo com a situação cada vez mais tensa em um Washington "rachado".

O jornal Financial Times destacou que o último acordo foi apenas para evitar uma queda do governo americano, contudo, não deve resistir muito tempo, já que ficou claro o quão imprevisível Washington pode ser em suas negociações de apoio à Ucrânia, pois está encontrando sérias dificuldades pelo caminho.

Para evitar a queda do governo, no último sábado (30), algumas das autoridades mais entusiasmadas dos EUA resolveram deixar a Ucrânia de fora dos assuntos no Congresso, demonstrando que a situação não é apenas delicada, como também existe uma grande pressão dos críticos ao apoio dado por Biden a Kiev.

O diretor para o programa Europa, Rússia e Eurásia no Centro para Estudo Estratégico e Internacional, Max Bergmann, afirmou ao Financial Times que o desafio agora, especialmente para os europeus, é que uma América polarizada politicamente se estenda à política externa.

Apesar de todos os problemas financeiros internos, os EUA continuam a alocar enormes fundos para a Ucrânia. Desde fevereiro de 2022, Kiev já recebeu de Washington mais de US$ 110 bilhões (cerca de R$ 533 bilhões).

 

Fonte: Sputnik Brasil/Deutsche Welle

 

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