quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Covid-19: pesquisa mostra aumento de 84% dos casos suspeitos em hospitais privados de São Paulo

Uma pesquisa feita pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) mostrou um aumento de 84% no número de casos suspeitos de covid-19 que chegam aos estabelecimentos privados de saúde para atendimento no pronto socorro. A análise levou em consideração dados de 81 hospitais da capital e do interior entre os dias 10 e 19.

Além do aumento no número de atendimentos suspeitos, a pesquisa mostra que 76% dos hospitais informaram ter tido crescimento no número de internações em decorrência da doença. A grande maioria deles afirma, no entanto, que esse aumento ficou na casa dos 5%. O levantamento do SindHosp foi antecipado pelo jornal O Globo e obtido pelo Estadão.

Neste mês, o boletim Infogripe, feito pela Fiocruz, já havia alertado para o aumento de casos de covid-19 no País, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. O relatório considerou dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) do Ministério da Saúde até 9 de outubro.

Os dados do SindHosp mostram ainda que a maioria dos hospitais (92%) indicou um aumento de até 5% no número de internações por covid-19 em leitos de UTI. Em média, esses pacientes permanecem internados por até quatro dias.

Uma das hipóteses levantadas pelo SindHosp para o aumento das hospitalizações nos estabelecimentos de São Paulo é a circulação de subvariantes do vírus. Em agosto, a nova variante Éris foi identificada no Brasil. O caso foi registrado em São Paulo. O Ministério da Saúde tem frisado a importância de manter a vacina contra a doença em dia. A medida é a principal estratégia para prevenção.

O Brasil acumula 706.276 mortes pela doença desde o início da pandemia, em 2020. Foram notificados em todo o País, no total, 37.858.614 de casos confirmados.

 

       Vírus nas mãos e superfícies contribui para a disseminação doméstica do Covid-19

 

Pesquisadores do National Institute of Health and Care Research (NIHR) Health Protection Research Unit (HPRU) in Respiratory Infections, uma parceria de pesquisa entre o Imperial College London e a UK Health Security Agency, no Reino Unido, descobriram que a disseminação do Covid-19 em ambientes domésticos está ligada à presença do vírus nas mãos e superfícies, não apenas no ar.

Os pesquisadores estudaram a transmissão do Covid-19 em 279 residências de Londres, recrutando 414 contatos domésticos que viviam com 279 pessoas recém-diagnosticadas com Covid-19 entre 1º de agosto de 2020 e 31 de março de 2021. Muito poucos dos contatos domiciliares já haviam sido vacinados ou infectados anteriormente, o que os tornava suscetíveis à infecção. Eles tinham idades entre 6 e 79 anos.

Os autores verificaram todos os contatos regularmente usando testes de PCR no nariz e na garganta, além de esfregar as mãos dos casos primários e de seus contatos e coletaram amostras de áreas comuns frequentemente tocadas, para medir a quantidade de material genético do vírus e o número de partículas.

Embora considerassem outros fatores potencialmente influentes, os pesquisadores ainda descobriram que, se o vírus fosse detectado nas mãos dos casos primários, os contatos em sua casa tinham 1,7 vezes mais chances de serem infectados do que aqueles em residências onde os casos primários não tinham o vírus nas mãos. A presença do vírus nas mãos dos casos primários também foi associada a um risco três vezes maior de contatos no domicílio com esfregaço de mão positivo. Os contatos com o vírus nas mãos tinham duas vezes mais chances de serem infectados com o Covid-19.

Se o vírus estivesse presente em superfícies tocadas com frequência na casa, os contatos tinham 3,8 vezes mais chances de ter vírus detectáveis em suas mãos e 1,7 vezes mais chances de serem infectados. Seis dos contatos que inicialmente não estavam infectados, mas foram infectados com Covid-19 durante o estudo, tiveram esfregaços positivos nas mãos ou nas superfícies domésticas antes de serem infectados. Para os pesquisadores, esses resultados confirmam que a transmissão veio de superfícies domésticas e das mãos dos contatos até o nariz e a garganta.

 

       Poluição do ar pode reduzir eficácia da vacina contra Covid-19

 

Pessoas expostas a níveis mais altos de poluição do ar antes da pandemia de Covid-19 tiveram respostas de anticorpos mais baixas das vacinas, tornando-as mais vulneráveis, indica estudo realizado pelo Barcelona Institute for GlobalHealth, na Espanha, e pelo Germans Trias i Pujol Research Institute, na Alemanha.

Os pesquisadores analisaram dados de 927 participantes com idades entre 40 e 65 anos que responderam a questionários e coletaram amostras de sangue no verão de 2020, logo após o primeiro bloqueio.

Em 2021, depois que os participantes receberam duas doses das vacinas Covid-19 produzidas pela AstraZeneca, Pfizer ou Moderna, a equipe de pesquisa mediu anticorpos para cinco antígenos virais. A exposição ao material particulado fino, ou PM2.5, carbono preto, ou BC, dióxido de nitrogênio, NO2 e ozônio, O3, foi estimada para cada participante com base em seu endereço antes da pandemia.

Os resultados do exame mostraram que, em indivíduos não infectados, a exposição pré-pandêmica ao poluente testado foi associada a uma redução de 5% a 10% nos picos de anticorpos induzidos pela vacina. Eles disseram que a diminuição da eficácia foi observada nas três vacinas.

De acordo com os pesquisadores, a pode induzir inflamação crônica, que tem sido relacionada a um efeito negativo na eficácia da vacina. Além disso, a poluição tem sido associada a uma ampla gama de problemas de saúde negativos, incluindo câncer de pulmão, doenças cardiovasculares e respiratórias e diabetes.

Os pesquisadores disseram que aqueles previamente infectados com Covid-19 tiveram respostas vacinais mais altas, o que poderia explicar por que o efeito dos poluentes foi observado apenas em pessoas sem infecção anterior. Eles disseram que investigações adicionais devem ser feitas sobre a exposição a longo prazo à poluição do ar na imunidade híbrida.

 

Fonte: Agencia Estado/The Lancet Microbe/ Environmental Health Perspectives

 

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