sábado, 28 de outubro de 2023

CKM: descoberta nova doença que aumenta risco de AVC

A American Heart Association (AHA) identificou uma nova condição médica para descrever uma mistura de problemas de saúde relacionados – doenças cardiovasculares, doenças renais, diabetes tipo 2 e obesidade, que podem se desenvolver ao mesmo tempo.

Juntas, essas condições aumentam os riscos de ataques cardíacos e AVC (acidente vascular cerebral).

O conhecimento acerca desta nova condição, chamada síndrome cardiovascular-rim-metabólica (CKM), pode ajudar os médicos a reconhecer indivíduos que apresentam alto risco de morrer de doença cardíaca em idades mais jovens.

Descoberta nova doença que exige mudanças no estilo de vida

Além de considerar os efeitos das doenças cardiovasculares (“C”) e das doenças renais (“K”), esse distúrbio leva em consideração o impacto do diabetes tipo 2 e da obesidade. Essas últimas conhecidas como condições metabólicas (“M”).

De acordo com a American Heart Association, a prevenção e o tratamento da síndrome CKM no início da vida podem contribuir ao máximo para evitar complicações graves de saúde no futuro.

“A triagem de doenças renais e metabólicas nos ajudará a iniciar terapias protetoras mais cedo para prevenir doenças cardíacas de maneira mais eficaz e gerenciar melhor as doenças cardíacas existentes”, disseram os pesquisadores em um comunicado publicado na revista Circulation.

·         Estágios da doença CKM

Para permitir o rastreio, a AHA também criou um sistema de quatro fases para identificar pacientes em risco de síndrome CKM:

·         Estágio 0

As pessoas não apresentam fatores de risco para a síndrome CKM. Elas devem seguir medidas preventivas como bons hábitos alimentares e de exercícios. Também precisam evitar a nicotina e manter um peso saudável, bem como níveis ideais de pressão arterialcolesterol e açúcar no sangue.

·         Fase 1

As pessoas têm excesso de peso, uma distribuição pouco saudável de gordura corporal (como excesso de gordura abdominal). Ou apresentam tolerância diminuída à glicose ou níveis ligeiramente elevados de açúcar no sangue, conhecidos como pré-diabetes.

Além das mudanças no estilo de vida, essas pessoas devem ter como objetivo reduzir o peso corporal em pelo menos 5%. Elas também devem tomar medicamentos para controlar o açúcar no sangue, se necessário.

·         Estágio 2

As pessoas têm diabetes tipo 2, pressão alta, triglicerídeos elevados ou doença renal.

Elas devem se concentrar em mudanças no estilo de vida, perda de peso e medicamentos para controlar o diabetes, a pressão arterial e os níveis de colesterol.

·         Estágio 3

As pessoas apresentam doença cardiovascular ou renal precoce, mas não apresentam sintomas.

Elas podem se beneficiar de intervenções usadas em estágios iniciais da síndrome CKM e também de testes para medir a saúde das artérias e tratamentos para ajudar a manter um bom fluxo sanguíneo.

·         Estágio 4

As pessoas têm doenças cardiovasculares ou renais e apresentam sintomas como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca ou insuficiência renal.

 

Ø  Descoberta nova doença genética ‘mascarada’ de alergia

 

Pesquisadores descobriram uma nova doença que se apresenta como uma forma grave de alergia, mas que, na verdade, é uma nova imunodeficiência primária de base genética.

A descoberta foi feita por um consórcio multicêntrico de pesquisadores internacionais coordenado pelo British Columbia Children’s Hospital, em Vancouver (Canadá).

O Consórcio nasceu da necessidade de compartilhar pacientes com características clínicas semelhantes, associado ao mesmo defeito genético.

Os resultados foram publicados na revista científica Journal of Experimental Medicine.

A identificação da doença e das suas causas genéticas específicas já permitiu a adoção com sucesso de novas estratégias terapêuticas para o tratamento.

Até o momento, cerca de 20 casos são conhecidos em todo o mundo. A nova doença está, portanto, entre as ultra-raras.

·         Detalhes do estudo

O estudo analisou 16 crianças/adultos jovens com um quadro clínico comum caracterizado por alergia grave, infecções recorrentes, dermatite atópica e asma.

A análise permitiu identificar mutações no gene STAT6, que desempenha um papel crucial na diferenciação de um tipo de células do sistema imunológico, os linfócitos T, envolvidos principalmente na resposta alérgica.

Embora os principais sintomas possam ser considerados de um quadro alérgico grave, a alteração do funcionamento deste gene leva a alterações na regulação do sistema imunológico (desregulação imunológica).

Segundo os pesquisadores, às vezes, as crianças que apresentam sintomas alérgicos podem ser afetadas por um erro congênito de imunidade de base genética.

·         Os efeitos presentes e futuros

Graças à compreensão do mecanismo envolvido nesta condição até então desconhecida, foi possível considerar tratamentos alternativos em pacientes com manifestações alérgicas graves.

Um exemplo é o Dupilumab, um anticorpo monoclonal que bloqueia o receptor da citocina IL-4, que está aumentado nestes pacientes, já utilizados com sucesso em pacientes com dermatite atópica.

A identificação das causas genéticas responsáveis ​​por determinados quadros clínicos permite um diagnóstico precoce e tratamento oportuno, reduzindo o uso de medicamentos à base de cortisona que causam efeitos colaterais importantes ao longo do tempo.

 

Ø  Estudo aponta relação entre morar em vias de tráfego e Alzheimer

 

Viver próximo a ruas e avenidas congestionadas pode interferir na saúde mental a longo prazo. Um estudo recente concluiu que a vida nessas áreas pode aumentar o risco de Alzheimer e outras doenças relacionadas à demência.

·         Estudo aponta relação entre morar em vias de tráfego e Alzheimer

A pesquisa foi conduzida por especialistas do Reino Unido e China e indica que a poluição do tráfego seria um dos principais fatores desencadeantes.

Este estudo profundo de mais de uma década reuniu informações de aproximadamente 460 mil pessoas. Analisando minunciosamente as variações de casos de demência informadas pelo UK Biobank, estas foram segregadas para entender melhor as diferentes manifestações da doença.

·         O que as ressonâncias magnéticas revelam?

Para complementar os dados, o estudo também realizou ressonâncias magnéticas cerebrais nos participantes. Esta abordagem ajudou a identificar as alterações estruturais no cérebro que poderiam estar relacionadas a estágios iniciais, pré-sintomáticos, de Alzheimer.

“Estudos anteriores nos deram pistas sobre os riscos neurológicos associados à vida perto de grandes estradas, mas os mecanismos subjacentes continuam um mistério. Nosso estudo aprofundou a compreensão da relação entre a proximidade residencial de estradas principais e o risco de demência, desvendando o papel dos poluentes relacionados ao trânsito,” declarou Fanfan Zheng, uma das autoras da pesquisa.

·         Poluição sonora e outros fatores genéticos são relevantes?

A pesquisa foi além e avaliou outros fatores como a poluição sonora. Nesta questão, no entanto, os dados coletados não indicaram qualquer relação entre a demência e a exposição prolongada à poluição sonora.

Também foram encontrados riscos genéticos e outros fatores importantes para o desenvolvimento da demência.

·         Quais são os próximos passos na luta contra a demência?

Apesar dos resultados alarmantes, a pesquisa tem como principal objetivo auxiliar na prevenção da demência. O próximo foco dos pesquisadores é trabalhar para evitar o surgimento de um número significativo de casos de demência ainda na fase pré-sintomática.

Este estudo evidencia a importância do planejamento urbano consciente e políticas de controle de poluição. É um chamado pertinente para ações que vão além da esfera individual e demandam medidas no nível de política pública para mitigar a exposição prolongada à poluição do ar e prevenir o surgimento de doenças relacionadas ao tráfego pesado.

 

Fonte: Catraca Livre

 

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