quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Brasil e China realizam operação completa em yuan e real pela 1ª vez: 'Marco na história', diz banco

De acordo com o Banco da China Brasil SA uma operação em moedas locais, com transações financiadas e liquidadas completamente, foi realizada entre os dois países entre agosto e setembro.

O motivo da transação foi uma exportação de celulose da Eldorado Brasil, empresa de São Paulo com representação em Xangai. O produto foi enviado em agosto do porto de Santos para o de Qingdao.

As transações financeiras ocorreram no mês seguinte, até a finalização em moeda brasileira, no dia 28 de setembro, relata a Folha de São Paulo.

Segundo a mídia, a operação repercutiu amplamente na China, inclusive na rede de televisão CCTV e no Weibo, ao mesmo tempo que gerou manchetes na imprensa de Cingapura e Taiwan.

A negociação em moedas locais foi apontada como "marco na história do comércio sino-brasileiro, que fornecerá os caminhos para mais empresas".

O comentarista da CGTN, canal de notícias em inglês criado pela CCTV, Shen Shiwei, saudou a operação como uma "boa notícia para o mundo multipolar", escreve a Folha.

Entre outros grandes exportadores brasileiros que vêm levantando a possibilidade de negociar em moeda local com a China estão a Suzano, também de celulose, e a Petrobras. Segundo executivos de ambas, tem sido uma demanda dos próprios importadores chineses.

Em abril, quando foi a Xangai e visitou o Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do BRICS, para a posse oficial de Dilma Rousseff, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva defendeu transações em moedas locais.

"Por que não podemos fazer o nosso comércio lastreado na nossa moeda? Quem é que decidiu que era o dólar? Nós precisamos ter uma moeda que transforme os países numa situação um pouco mais tranquila, porque hoje um país precisa correr atrás de dólar para exportar", afirmou Lula conforme noticiado.

O processo de desdolarização da economia mundial acontece com certa rapidez, uma vez que países querem cada vez mais ter liberdade para negociar em suas moedas ou em uma que não perpetue a dependência dos Estados Unidos na agenda econômica.

       Controle de áreas críticas pela China na América do Sul causa temor nos EUA, diz mídia

Os Estados Unidos voltaram a expressar sua preocupação com a China, dessa vez, pelo fato de o gigante asiático controlar boa parte das áreas críticas das infraestruturas dos países sul-americanos.

De acordo com o Financial Times (FT), a preocupação dos EUA está aumentando à medida que os chineses elevam seus investimentos no Peru, considerado uma posição estratégica pelas autoridades americanas.

Em mais uma investida para se intrometer nos assuntos internos de outros países, um oficial americano, citado pelo FT, afirmou que o governo peruano não é autossuficiente o bastante para analisar os benefícios e as ameaças para o país, em uma cooperação com a China.

O oficial ainda deixou claro que o fato de a China estar controlando as empresas de energia, mineração e outras, está preocupando os norte-americanos.

Outro fator preocupante para os EUA, é o fato de a empresa chinesa de logística Cosco estar construindo um porto de águas profundas em Chancay, 70 quilômetros ao norte de Lima, o que permitirá que a China envie alguns dos maiores navios de carga do mundo para navegar por Chile, Equador e Colômbia.

Conforme a mídia, os norte-americanos ainda temem que o porto gigante de Chancay, que está sendo construído pelos chineses, seja usado como uma estrutura naval na costa do Pacífico das Américas, o que daria uma vantagem ao gigante asiático em caso de hostilidades.

O fato de infraestruturas críticas estarem nas mãos de uma potência estrangeira, que não seja os Estados Unidos, está causando um alvoroço entre as autoridades americanas, que já não sabem mais o que fazer para manter sua "soberania" e doutrina nessas regiões.

Anteriormente, Washington sugeriu a diversos países da América Latina que seguissem um modelo de investimento estrangeiro e de segurança nacional usado pelos EUA, em uma investida para manter suas doutrinas na região.

•        Com ameaça chinesa, Taiwan pede para EUA acelerarem envio de armas, diz mídia

Na segunda-feira (2), em uma conferência anual do setor de defesa entre os Estados Unidos e Taiwan, o vice-ministro da Defesa de Taiwan, Hsu Yen-pu, pediu para os EUA acelerarem o fornecimento de armas para combater a crescente ameaça militar do Exército de Libertação Popular (ELP) da China, segundo artigo do jornal South China Morning Post.

Hsu Yen-pu também pediu para Washington ajudar a ilha a estabelecer seu próprio sistema de gerenciamento e apoiar o ciclo de vida total de algumas armas compradas dos Estados Unidos.

É importante que Taiwan possa adquirir rapidamente armas dos Estados Unidos para fortalecer sua capacidade de defesa e autossuficiência militar diante da pressão constante do ELP, disse o vice-ministro taiwanês.

Hsu Yen-pu agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por aprovar 11 rodadas de vendas de armas desde que assumiu o cargo em 2021 e apoiar um pacote de ajuda militar de US$ 345 milhões (cerca de R$ 1,749 bilhão) sob a autoridade do presidente para reduzir o número de militares.

Isso mostra que os Estados Unidos levam em conta as necessidades de defesa e a capacidade de autodefesa da ilha, segundo o vice-ministro.

No entanto, desde o ano passado Taiwan vem reclamando com os Estados Unidos sobre atrasos na entrega de armas, incluindo mísseis antiaéreos portáteis Stinger.

Washington poderia melhorar significativamente a capacidade de defesa da ilha ajudando as tropas taiwanesas a implementar a gestão do ciclo de vida total dos sistemas, disse Hsu Yen-pu.

A gestão do ciclo de vida total dos sistemas é um programa militar dos EUA que implementa, gerencia e controla todas as atividades relacionadas a aquisição, desenvolvimento, produção, implantação, manutenção e disposição de armas ao longo do seu ciclo de vida.

Esse mecanismo "ajudaria a integrar a cadeia de suprimentos de defesa entre os Estados Unidos e Taiwan" e "aumentaria a autonomia e a resiliência da defesa de Taiwan".

Pequim vê Taiwan como uma província renegada que pertence por direito à China, de acordo com a política de Uma Só China. A ilha autogovernada não declarou formalmente a independência, mas afirma já ser independente e, entretanto, mantém laços próximos com os EUA. Estes, por sua vez, expressaram nos últimos anos a vontade de "conter" a China e o seu desenvolvimento.

Os laços oficiais entre a China e a ilha de Taiwan foram rompidos em 1949, depois que as forças do partido nacionalista Kuomintang sofreram uma derrota na guerra civil contra o Partido Comunista e se mudaram para aquele arquipélago. As relações foram restauradas apenas no nível comercial e informal no final dos anos 1980. Desde o início da década de 1990, as partes têm estado em contato através de organizações não governamentais.

•        De olho na China, UE promete tomar medidas para mitigar 'riscos' de tecnologias críticas

A Comissão Europeia pretende avaliar os riscos de quatro tecnologias críticas, incluindo semicondutores e inteligência artificial, de serem transformadas em armas por países que não seguem suas doutrinas e valores.

Além disso, a Comissão Europeia pretende tomar medidas para resolver os problemas relacionados ao assunto, afirmou um funcionário da União Europeia, citado pelo jornal South China Morning Post.

Medidas semelhantes foram tomadas pelos EUA, Austrália e outros países que se dizem preocupados com o avanço e o papel da China no setor.

Possíveis medidas para mitigar os supostos riscos podem incluir o controle de exportação e parceria com aliados que concordam com as doutrinas ocidentais.

Vale ressaltar que, nos últimos anos, a União Europeia está tentando reduzir sua dependência da China e outros países em produtos-chave.

 

       Políticos brasileiros destacam agenda multipolar em na conferência parlamentar Rússia-América Latina

 

Iniciado na última sexta-feira (29), em Moscou, o encontro reuniu centenas de membros de parlamentos latino-americanos, do Caribe e da Rússia e terminou nesta segunda-feira (2). Para deputadas, deputados e senadores brasileiros, as trocas e debates apontam para cooperações que devem fortalecer o multipolarismo como base do sistema internacional.

A primeira Conferência Parlamentar Internacional "Rússia-América Latina", na capital russa, foi o pontapé inicial para a consolidação de um mundo multipolar e mais equitativo por meio da cooperação entre os órgãos legislativos russos, latino-americanos e caribenhos. Essa é a avaliação de deputadas, deputados e senadores brasileiros ouvidos pela Sputnik Brasil que participaram do evento.

A reunião plenária encerrou o encontro e teve a participação do vice-presidente do Senado Federal brasileiro, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), que agradeceu ao presidente da Duma (câmara baixa do Parlamento russo), Vyacheslav Volodin, pela iniciativa:

"Quando você se senta à mesa com vários países e se permite identificar particularidades, potencialidades, carências e criar laços para superar os obstáculos, essa boa relação multilateral pode colaborar para um mundo socialmente justo, mais participativo e humano. Essa iniciativa tem esse condão", disse o senador.

Rêgo se reuniu com Volodin na sexta-feira passada para tratar de agendas comuns, como comércio de fertilizantes e grãos, e comemorou o novo momento da política externa brasileira, de fortalecimento de parcerias antigas e benéficas para o país:

"Passamos por um período difícil, em que nossa chancelaria acabou prejudicada pela visão do governo anterior, mas a orientação atual, do novo governo, é de ampliar os laços e a boa diplomacia", ponderou.

Integrante da delegação brasileira que participou do encontro, a deputada estadual Laura Sito (PT-RS) elogiou o encontro por dar concretude a uma geopolítica mais equilibrada:

"A Rússia é um dos nossos maiores parceiros comerciais do BRICS e também um ator muito importante do ponto de vista do fortalecimento de uma agenda política multipolar. Fortalecer esses eixos comerciais e ampliar a política do BRICS e essa agenda que defende a autodeterminação dos povos e o multilateralismo como resolução de conflitos e construção da paz", comentou a deputada.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, abriu o evento e afirmou que a América Latina segue uma "política independente" e terá um "papel fundamental na política mundial".

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) destacou o papel estratégico da cooperação econômica do Brasil com a Rússia no protagonismo de fazer valer as demandas do Sul Global: "Não apenas no comércio de grãos e matérias-primas, mas, sobretudo, em temas ligados à tecnologia, por exemplo, que permitam ao Brasil acessar caminhos que a Rússia já desbravou", opinou ele. Silva também parabenizou a sinalização de Putin, em seu discurso no evento, de estreitamento de laços culturais e de cooperação em assuntos de interesse mútuo para reequilibrar a disputa de poder na ordem mundial.

O deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) destacou que o evento possibilitou oportunidade inédita de troca de experiências e visões de mundo entre parlamentares da região e da Rússia. "É um primeiro passo importantíssimo para estreitar as relações entre os parlamentos, que ampliará muito a cooperação", declarou.

Uma grande variedade de temas foi debatida em mesas redondas durante os quatro dias do evento, como: intercâmbios educativos e científicos; uso de plataformas digitais russas para educação à distância; sistema mundial multipolar; fortalecimento das instituições multilaterais; reforma da ONU; as perspectivas da Organização para Cooperação de Xangai (OCX) e do BRICS; Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) e o G20; terrorismo e narcotráfico; e cibersegurança e luta contra a desinformação, entre outros.

 

       Sanções unilaterais são como 'praga' contra humanidade, diz Venezuela

 

As sanções unilaterais, ou medidas coercitivas, impostas pelos Estados Unidos, "são uma verdadeira praga contra a humanidade", afirmou o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, citado pelo jornal Xinhua.

Durante um discurso para a Conferência Parlamentar Internacional Rússia-América Latina em Moscou, Rodríguez denunciou as medidas coercitivas unilaterais como "erroneamente" chamadas de sanções, quando na verdade são instrumentos de guerra.

O representante venezuelano afirmou que as sanções estão sendo usadas para atacar o bem-estar das pessoas, bem como a área da saúde, tecnologia, desenvolvimento, alimentação, cultura e educação.

Sendo assim, estas sanções têm o objetivo de pressionar as pessoas e privá-las de seus direitos de escolher o governo que desejarem, ressaltou.

Rodríguez também destacou que pelo menos 30 países, ou cerca de 28% da população mundial, "sofrem os rigores" das 26.162 sanções impostas por um único país.

 

       'Políticos incompetentes': Ocidente subestimou muito a Rússia em conflito na Ucrânia, diz analista

 

O Ocidente cometeu um grande erro de cálculo ao subestimar a Rússia no conflito com a Ucrânia, declarou o analista sueco Lars Bern ao canal de TV SwebbTV.

"O Ocidente se viu em uma situação muito instável. Esta derrota da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e do Ocidente foi ocasionada por avaliação inteiramente errada da Rússia. Nós a subestimamos completamente. Os nossos funcionários – tanto políticos como militares – se mostraram inúteis. De tal forma que eles não foram capazes de avaliar corretamente a Rússia", afirma o especialista.

Bern observou que os países ocidentais queriam quebrar a Rússia, apostando na vitória de Kiev no conflito na Ucrânia e tentando pressionar Moscou por meio de sanções, mas, no final aconteceu que as Forças Armadas da Ucrânia não conseguem obter sucesso, e as restrições impostas a Moscou só prejudicaram a própria Europa.

"Nós juntamos à OTAN, percorremos todo esse caminho e enviamos muitas armas para a Ucrânia. Entretanto, todos esses canhões foram destruídos. Os russos estão destruindo os nossos tanques e veículos de combate. Alguns meses atrás, todo o mundo estava falando sobre os sistemas Patriot, que supostamente protegeriam o espaço aéreo da Ucrânia. Mas agora ninguém fala dos sistemas Patriot, porque os russos destruíram tudo", concluiu Bern.

Anteriormente, o presidente da Rússia Vladimir Putin havia dito que a política de contenção e enfraquecimento da Rússia é uma estratégia de longo prazo do Ocidente, e as restrições causaram um duro golpe em toda a economia mundial.

 

       Crise migratória: Polônia chama pacto de migração proposto pela União Europeia de 'suicídio'

 

O ministro da Defesa da Polônia, Mariusz Blaszczak, descreveu como "uma política de suicídio" o renovado Pacto sobre Migração e Asilo que a União Europeia (UE) pretende aprovar. Ele acrescentou que o plano vai provocar novas ondas de imigrantes que não querem se integrar na sociedade europeia, mas "querem impor a sua ordem à Europa".

"É uma política de suicídio que está sendo levada a cabo pelas elites da UE. É uma política relacionada com a engenharia social, uma tentativa de reordenar a próxima fase de evolução, ou seja, a mudança demográfica na Europa", declarou Mariusz Blaszczak à Polskie Radio.

Segundo Blaszczak, o plano proposto pela UE vai provocar novas ondas de imigrantes que não querem se integrar na sociedade europeia, mas "querem impor a sua ordem à Europa", o que o próprio Blaszczak descreveu como "extremamente perigoso". No entanto, o ministro afirmou que o partido conservador polonês Lei e Justiça (PiS) vai conseguir gerir a questão da imigração, com firmeza e rigidez, se permanecer no poder após as eleições legislativas que vão ser realizadas no próximo dia 15 de outubro.

Em 2020, a Comissão Europeia apresentou um novo plano sobre migração e asilo baseado no sistema de cotas. O plano rapidamente estagnou após críticas da Hungria, Polônia e outros países, que se opuseram aos planos de acolhimento de migrantes.

No dia 29 de setembro, a televisão Al Jazeera noticiou que o renovado Pacto da UE sobre Migração e Asilo procura aliviar a pressão sobre os países da linha de frente, como Itália e Grécia, e realocar alguns migrantes para outros Estados-membros do bloco europeu. Os países-membros da UE que se oponham a acolher migrantes vão ter de pagar aos Estados-membros que lhes concederem asilo.

•        Polônia retoma controle fronteiriço com a Eslováquia durante 10 dias

A Polônia vai retomar o controle fronteiriço na fronteira com a Eslováquia por um período de dez dias, com possibilidade de prorrogação, para evitar a migração ilegal, informou o ministro do Interior polonês, Mariusz Kaminski.

"O governo decidiu retomar provisoriamente o controle fronteiriço na fronteira com a Eslováquia a partir da meia-noite", disse Kaminski aos jornalistas.

O ministro polonês explicou que a decisão se deve ao aumento do número de imigrantes ilegais na chamada "rota dos Balcãs".

No final de setembro, a porta-voz da Guarda de Fronteira polonesa, Anna Michalska, anunciou que há mais de um mês que os guardas de fronteira poloneses observavam um aumento no fluxo de migrantes ilegais provenientes da Eslováquia. Segundo a responsável, a fronteira entre a Polônia e a Eslováquia fica no espaço Schengen e, por isso, os guardas de fronteira não podem realizar controles rigorosos.

•        Migrantes atacam patrulha polonesa na fronteira com Belarus

Um grupo de migrantes ilegais atacou com pedras uma patrulha polonesa na fronteira com Belarus, informou a Guarda de Fronteira da Polônia.

"Um grupo de dez estrangeiros atirou pedras contra uma patrulha", escreveu a organização na sua conta no X (anteriormente Twitter).

A agência indicou que ninguém ficou ferido e acrescentou que um total de 35 migrantes tentou atravessar a fronteira polonesa. Além disso, a Guarda de Fronteira publicou um vídeo que mostra dois patrulheiros se esquivando de pedras atiradas por migrantes por cima da cerca da fronteira.

A situação na fronteira de Belarus com a Letônia, a Lituânia e a Polônia piorou em novembro de 2021, depois de milhares de migrantes se reunirem, em sua maioria provenientes do Iraque e de outros países do Médio Oriente, na esperança de entrar na União Europeia (UE).

Os três países acusaram Belarus de orquestrar uma crise migratória para desestabilizar a UE em resposta às sanções. Belarus negou categoricamente o seu envolvimento na organização do fluxo de migrantes sem documentação. Os guardas de fronteira belarussos denunciaram em mais de uma ocasião que os seus homólogos europeus expulsam à força requerentes de asilo para Belarus.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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