Brasil desconfia que Estados Unidos estão forçando
veto da Rússia na ONU, dizem fontes
Fontes da diplomacia
brasileira desconfiam que os Estados Unidos estão forçando o veto da Rússia no conselho de segurança na ONU ao propor uma nova resolução, conforme apurou a CNN.
Os americanos querem
focar no direito de defesa de Israel e estão fazendo consultas com os demais
países para saber se é possível votar a proposta. O direito de defesa de Israel
não constava da proposta anterior vetada pelos americanos.
Fontes diplomáticas
informam que Brasil, Rússia e Suíça já preparam comentários ao texto americano
buscando incluir aspectos humanitários de proteção à população civil palestina
e de uso desproporcional da força por Israel se ferir o direito internacional.
Se os americanos não
concordarem com esses adendos, dizem as fontes, os russos devem vetar. Os
diplomatas brasileiros acreditam que é exatamente esse o interesse americano:
dividir o custo do veto à resolução na guerra Hamas – Israel com a Rússia.
Vale lembrar que os
russos ressaltam a questão humanitária na Palestina, mas estão promovendo uma
guerra na Ucrânia com centenas de mortos e acusações de tortura.
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Biden e MBS conversam por
telefone e prometem voltar a discutir acordo com Israel
O presidente dos Estados
Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman
(MBS), discutiram nesta terça-feira (24) os esforços para evitar que o conflito
Israel-Hamas se amplie.
Os dois lados concordaram
em um apelo à prossecução de esforços diplomáticos mais amplos "para
manter a estabilidade em toda a região e evitar a expansão do conflito",
disse a Casa Branca, acrescentando que os dois líderes permanecerão em estreita
coordenação, segundo o The Times of Israel.
Biden e MBS afirmaram a
importância de trabalhar para uma "paz sustentável" entre israelenses
e palestinos e, assim que a crise diminuir, vão retornar e "construir o
trabalho que já estava em curso entre a Arábia Saudita e o Estados Unidos nos
últimos meses".
O trabalho em curso
referido é o esforço norte-americano para que os sauditas voltem a ter laços
diplomáticos com Israel. No entanto, após o ataque do Hamas no dia 7 de
outubro, as tratativas "subiram no telhado".
No fim de semana, Biden
chegou a declarar publicamente que, em partes, o ataque do grupo palestino
aconteceu "porque eles sabiam que eu estava prestes a me sentar com os
sauditas. [...] Porque os sauditas queriam reconhecer Israel, e isso uniria de
fato o Oriente Médio", afirmou o presidente, conforme noticiado.
Os norte-americanos
reconheceram que o esforço de normalização já não é a prioridade mais imediata
para Washington e Tel Aviv. No entanto, a Casa Branca insiste que ainda está
comprometida com o objetivo.
Ø Reputação da ONU depende da sua abordagem à
crise em curso, diz Mauro Vieira
Durante a reunião do
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada nesta
terça-feira (24), em Nova York, nos Estados Unidos, o ministro das Relações
Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, destacou que: ''Grande parte da reputação
das Nações Unidas depende da sua abordagem à crise em curso''.
"Este Conselho deve
estar à altura do desafio que temos pela frente. Provavelmente seremos julgados
– e considerados culpados – pelas gerações futuras pela nossa inação e
complacência", destacou o chanceler brasileiro.
O encontro discutiu a
escalada do conflito Israel-Hamas, no Oriente Médio, iniciada no último dia 7
de outubro, após um ataque do grupo palestino contra Israel. Atualmente, o
Conselho é presidido pelo Brasil, que, na última semana, viu a proposta
costurada pela diplomacia brasileira ser vetada pelos Estados Unidos.
"Estratégias
obstrutivas têm impedido a tomada de decisões cruciais sobre a paz e a
segurança internacionais. Como resultado, a situação no Oriente Médio é de
longe uma das questões mais frustradas no Conselho de Segurança", lamentou
o chanceler.
Durante fala, o chanceler
do Brasil afirmou que a escalada da violência em Gaza é inaceitável. Além
disso, citou o bombardeio de infraestruturas civis, que resultou na destruição
de 42% das habitações na Faixa de Gaza.
"Não podemos tolerar
a perda de mais de 2 mil crianças palestinas. Como potência ocupante, Israel
tem a obrigação legal e moral de proteger a população local ao abrigo do
direito humanitário internacional. Os recentes acontecimentos em Gaza são
particularmente preocupantes, incluindo a chamada 'ordem de evacuação', que
está conduzindo a níveis de miséria sem precedentes para pessoas inocentes'',
destacou.
Ø Rússia condena ordem de Israel para que
palestinos deixem Faixa de Gaza
A Rússia apresentou um
projeto de resolução ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas
(ONU) que pede cessar-fogo imediato e duradouro no Oriente Médio, conforme
documento acessado pela Sputnik, e solicita que Israel cancele a ordem de
evacuação para que civis deixem cidades que compõem a Faixa de Gaza.
O projeto também condena
o ataque de 7 de outubro do Hamas contra Israel, que matou mais de 1,4 mil
pessoas, conforme autoridades israelenses, e os "ataques
indiscriminados" feitos pelo Estado judaico contra Gaza, na esteira de
conflitos que se estendem desde 1948.
Pedimos um cessar-fogo
imediato, duradouro e totalmente respeitado em termos humanitários", diz o
texto da proposta, que também "condena veementemente todos os tipos de
violência e hostilidades contra civis".
Na segunda-feira (23), o
embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, já havia anunciado, durante reunião
do Conselho de Segurança, que a Rússia tinha preparado tal medida.
O texto "condena
inequivocamente os ataques indiscriminados contra civis […] na Faixa de Gaza,
em particular os hediondos ataques ao hospital Al-Ahli, em 17 de outubro, e à
Igreja Ortodoxa de São Porfírio, em 19 de outubro".
Por fim, a Rússia rejeita
as ações israelenses que visam impor um bloqueio total à Faixa de Gaza,
cortando o acesso de 2,3 milhões de palestinos a água, alimentos, medicamentos,
eletricidade e combustível.
Nesta terça-feira, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que está incapaz de fornecer
assistência humanitária aos hospitais no norte de Gaza, devido aos conflitos.
·
Guerra entre Israel e
Hamas
Em 7 de outubro, o grupo
palestino Hamas bombardeou áreas no sul de Israel, em ataque considerado sem
precedentes, atingindo centenas de civis em ruas, carros, casas e até mesmo uma
festa.
Em resposta, as Forças de
Defesa de Israel (FDI) lançaram inúmeros ataques aéreos sobre Gaza e o Estado
judeu bloqueou o fornecimento de água e energia à região, também planejando uma
ofensiva terrestre no norte do território e ordenando à população que evacue
para o sul.
Segundo a ONU, tal
deslocamento afetaria mais de 1 milhão de pessoas, metade da população de Gaza,
e poderia ter "consequências humanitárias devastadoras".
Vários países têm apelado
a Israel e ao Hamas para que negociem um cessar-fogo e viabilizem a solução da
criação de dois Estados como única forma de alcançar a paz.
Até o momento, mais de
1,4 mil israelenses morreram e quase 5,5 mil ficaram feridos. Por outro lado, o
conflito já deixou 5,8 mil palestinos mortos e 16,2 mil feridos. Atualmente,
conforme as FDI, há mais de 200 reféns detidos pelo Hamas.
Ø EUA não buscam guerra com o Irã, mas se
defenderiam “de forma decisiva e rápida” em caso de ataque, diz Blinken
O secretário de Estado
dos Estados Unidos, Anthony Blinken, disse na reunião do Conselho de Segurança
da ONU desta terça-feira (24) que o país “não busca um conflito” com o Irã.
“Não queremos que essa guerra se expanda. Mas
se o Irã atacar pessoas ou oficiais dos EUA, não se enganem, defenderemos
nossos cidadãos de forma decisiva e rápida.”
Blinken também falou que
“não é segredo para ninguém” que o Irã tem apoiado Hamas, Hezbollah e outros
grupos que atacam Israel por anos. Ele também acusou o Irã de atacar cidadãos
americanos no Oriente Médio.
“Se vocês, como os EUA,
querem evitar que esse conflito se expanda, digam ao Irã: ‘Não abram outra
frente de guerra contra Israel e não ataquem os parceiros de Israel'”,
acrescentou ele.
Ao se dirigir aos membros
do Conselho de Segurança, Blinken pediu para que todos enviem uma mensagem
firme para qualquer Estado que está considerando abrir uma nova frente de
guerra contra Israel ou outros países aliados: “Não coloquem gasolina no fogo”.
·
“Onde está a condenação
explícita dos atos de horror do Hamas?”
Em seu discurso, o
secretário de Estado reforçou dois pontos defendidos pelos EUA: o direito e o
dever dos países de se defenderem do terrorismo e a necessidade de proteger
civis. E defendeu a solução de “dois Estados para dois povos“.
“Temos que nos perguntar
onde está a revolta, a rejeição e a condenação explícita desses atos de
horror?”, questionou Blinken. “Nenhum membro desse Conselho e nenhuma nação
deveria tolerar a matança.”
E acrescentou: “Todos os
atos de terrorismo são ilegais e injustificados. Este Conselho tem uma
responsabilidade de denunciar os membros e Estados que treinam o Hamas ou
qualquer outro grupo terrorista.”
Ele também repetiu
diversos pontos levantados pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em discursos
anteriores, como a premissa de que “Israel tem o direito e a obrigação de se
defender, mas a forma como o faz é importante”. “O Hamas não representa os
palestinos e eles não devem ser responsabilizados”, disse.
Blinken também ressaltou
que Israel deve tomar as precauções necessárias para proteger os civis e que os
EUA trabalham com o Egito e com a ONU para estabelecer corredores humanitários
para a entrada de ajuda e suprimentos em Gaza.
“Toda vida civil é
igualmente válida, não há hierarquia quando se trata da proteção de civis”,
falou. “Os EUA estão de luto por todas as vidas perdidas nesse conflito.”
“A única forma de quebrar
esse ciclo de violência é através de dois Estados para dois povos. Sabemos da
dificuldade de atingir essa solução, mas como Biden disse: ‘Não podemos
desistir da paz'”, disse Blinken.
Ø Autoridade Palestina culpa Conselho de
Segurança da ONU por “não garantir acesso a necessidades humanitárias básicas”
O Ministério dos Negócios
Estrangeiros da Autoridade Palestina criticou duramente o Conselho de Segurança
da Organização das Nações Unidas por não ter conseguido enfrentar a “catástrofe
humanitária” em Gaza.
O ministério, que tem sede
na Cisjordânia ocupada, afirmou que “o Conselho de Segurança da ONU está se
afogando em dois pesos e duas medidas miseráveis e carece de consenso mínimo sobre os seus deveres e responsabilidades
relativos à catástrofe humanitária que se abateu sobre o nosso povo e que
equivale à nova Nakba. ”
A Nakba refere-se ao
deslocamento em massa de palestinos na década de 1940, quando o Estado de
Israel surgiu.
“O Ministério rejeita
veementemente a politização da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e
considera isso uma violação flagrante do direito internacional e dos direitos
humanos”, afirmou o comunicado.
A nota ainda apelou à
criação de corredores humanitários permanentes para fornecer ajuda e proteção
aos palestinos em Gaza.
Dois pequenos comboios de
caminhões entraram em Gaza através da passagem de Rafah, na fronteira com o
Egito, no fim de semana. No entanto, grupos de ajuda alertam que algumas
dezenas de caminhões não são suficientes para resolver a situação de crise
humanitária no território palestino com mais de 2 milhões de habitantes.
Na manhã de
segunda-feira, o Ministério da Saúde palestino em Gaza informou que 5.087
pessoas, incluindo 2.055 crianças e 1.119 mulheres, foram mortas desde 7 de
outubro.
Ø Israel cancela reunião com chefe da ONU após
críticas
O ministro das Relações
Exteriores de Israel, Eli Cohen, disse nesta terça-feira (24) que não vai se
reunir com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, depois que o
chefe da ONU criticou os bombardeios promovidos por Israel em Gaza.
“Não me reunirei com o Secretário-Geral da
ONU. Após o massacre de 7 de outubro, não há lugar para uma abordagem
equilibrada. O Hamas deve ser apagado da face do planeta!”, Cohen escreveu em
uma postagem nas redes sociais.
Na reunião do Conselho de
Segurança da ONU em Nova York nesta terça-feira, Guterres disse estar
“profundamente preocupado com as claras violações do direito humanitário
internacional que estamos testemunhando em Gaza”.
“Proteger os civis não
significa ordenar que mais de um milhão de pessoas se desloquem para o sul,
onde não há abrigo, nem comida, nem água, nem medicamentos, nem combustível – e
depois continuar bombardeando o próprio sul”, disse Guterres. “Deixe-me ser
claro: nenhuma parte num conflito armado está acima do direito humanitário
internacional.”
Cohen, que também esteve
presente na reunião, respondeu a Guterres: “Em que mundo você vive?
Definitivamente, este não é o nosso mundo”.
O Embaixador de Israel
nas Nações Unidas, Gilad Erdan, pediu a Guterres “que renunciasse imediatamente” após seus
comentários.
Nas redes sociais, Erdan
disse que Guterres “não está apto para liderar a ONU” e o acusou de demonstrar
compreensão e compaixão ao Hamas.
Ø Embaixador de Israel pede renúncia do
secretário-geral da ONU: “Demonstra compaixão por atrocidades”
O embaixador de Israel na
ONU, Gilad Erdan, pediu nesta terça-feira (24), que o secretário-geral da
organização, António Guterres, renuncie imediatamente.
Erdan afirmou que
Guterres distorce os ataques terroristas do grupo radical islâmico Hamas após a
fala do secretário-geral na reunião do Conselho de Segurança da ONU desta
terça-feira.
“O discurso chocante do secretário-geral da
ONU na reunião do Conselho de Segurança, enquanto foguetes são disparados
contra todo Israel, provou conclusivamente, sem qualquer dúvida, que o
secretário-geral está completamente desligado da realidade na nossa região e
que ele vê o massacre cometido pelos terroristas nazistas do Hamas de uma forma
distorcida e imoral”, escreveu Erdan.
“A sua declaração de que
‘os ataques do Hamas não aconteceram no vácuo’ expressou uma compreensão pelo
terrorismo e pelo assassinato. É realmente incompreensível. É verdadeiramente
triste que o chefe de uma organização que surgiu após o Holocausto tenha
opiniões tão horríveis. Uma tragédia!”, completou Erdan.
Erdan acusou Guterres de
demonstração compreensão e compaixão ao Hamas.
“Não há qualquer
justificação ou sentido em falar com aqueles que demonstram compaixão pelas
mais terríveis atrocidades cometidas contra os cidadãos de Israel e o povo
judeu. Simplesmente não há palavras”, afirmou Erdan em suas redes sociais.
Fonte: CNN Brasil/Sputnik
Brasil
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