A natureza das marés: seu funcionamento e quando
sobem
As águas dos oceanos têm
um ritmo que transcende o tempo e que sempre fascinou a humanidade. Esse ritmo,
que observamos nas praias e costas ao redor do mundo, é conhecido como maré.
Há algo mágico em
sentar-se à beira-mar e observar a água avançar e recuar. Mas, por trás dessa
dança natural, há ciência, gravidade e astronomia em ação. A Lua e o Sol, com
suas forças gravitacionais, são os maestros desta orquestra oceânica.
Compreender as marés não
é apenas uma questão de curiosidade, para muitos, saber quando a maré sobe ou
desce é crucial para a navegação, pesca e até mesmo para certos rituais e
tradições.
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O que são as marés?
As marés são flutuações
diárias no nível do mar causadas principalmente pela atração gravitacional da
Lua e do Sol sobre a Terra. Não é apenas o oceano que é afetado por essa
atração, mas o efeito é mais perceptível nas massas de água devido à sua
fluidez.
Existem basicamente dois
tipos de marés: maré alta (preamar) e maré baixa (baixamar), em muitos lugares,
existem duas marés altas e duas marés baixas por dia, conhecidas como marés
semidiurnas. Em outros, pode haver apenas uma de cada, chamadas de marés
diurnas.
Além da Lua e do Sol,
vários outros fatores podem influenciar as marés, como a posição geográfica, as
características da costa e os padrões climáticos. Todos esses elementos
interagem de maneiras complexas para determinar a amplitude e o timing das
marés.
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Como as marés funcionam?
A Lua, sendo o corpo
celeste mais próximo da Terra, exerce uma forte atração gravitacional sobre
nosso planeta. Essa atração puxa a água dos oceanos em sua direção, causando
uma protuberância. Há outra protuberância do lado oposto da Terra, devido à
força centrífuga do movimento da Terra em torno do centro de massa comum com a
Lua.
O Sol também desempenha
um papel nas marés, mas em menor grau que a Lua, quando o Sol, a Terra e a Lua
estão alinhados (durante as fases de lua nova e lua cheia), suas forças
gravitacionais combinadas criam marés mais altas, conhecidas como marés de
“sizígia”. Quando estão em ângulos retos (lua crescente e minguante), as marés
são mais moderadas, chamadas de marés de “quadratura”.
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A rotação da Terra também
é fundamental para o ciclo diário das marés, como a Terra gira em torno de seu
eixo, diferentes locais passam pelas protuberâncias de maré, experimentando
assim marés altas e baixas.
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Como saber quando as
marés sobem?
A maneira mais confiável
de saber quando as marés sobem ou descem é consultar as tabelas de maré. São
dados que fazem previsões precisas para cada localidade costeira, muitos
pescadores, marinheiros e entusiastas da praia as utilizam regularmente.
No mundo digital de hoje,
existem vários aplicativos e sites dedicados a fornecer informações atualizadas
sobre as marés. Estes recursos, muitas vezes, também incluem detalhes
adicionais como condições climáticas e fases da lua.
Embora os métodos
tecnológicos sejam mais precisos, observar certos sinais naturais também pode
ajudar a prever a maré. Por exemplo, se você notar aves de praia se alimentando
na linha de água, é provável que a maré esteja baixando.
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Marés e atividades
humanas
Desde os tempos antigos,
a humanidade tem usado o conhecimento das marés para navegar e pescar. Portos e
docas são construídos considerando os níveis das marés. Pescadores,
especialmente os de pequena escala, planejam suas atividades baseados no
movimento das marés para maximizar suas capturas.
Em alguns lugares, a
energia das marés está sendo explorada como uma forma sustentável de energia.
Usando turbinas e barragens especiais, o movimento das marés pode ser
convertido em eletricidade.
As marés, especialmente
quando combinadas com eventos climáticos, podem representar riscos. Marés de
tempestade, resultantes de condições climáticas extremas, podem causar
inundações em áreas costeiras.
Além disso, com as
mudanças climáticas e a elevação do nível do mar, a frequência e a intensidade
desses eventos podem aumentar, desafiando as comunidades costeiras a se
adaptarem.
·
Impacto das marés nos
ecossistemas costeiros
A alternância entre marés
altas e baixas cria uma série de microambientes únicos ao longo das costas.
Estas zonas, muitas vezes referidas como zonas intertidais, suportam uma
biodiversidade rica, desde moluscos e crustáceos até algas e pequenos peixes.
O movimento das marés
também influencia os padrões de alimentação de várias espécies. Quando a maré
sobe, os predadores, como os pássaros de praia, podem acessar os alimentos mais
facilmente. Por outro lado, durante a maré baixa, muitos animais se escondem ou
se enterram para evitar serem comidos.
Estuários, onde rios
encontram mares ou oceanos, são profundamente influenciados pelas marés. Estas
zonas são vitais para muitas espécies de peixes e pássaros, servindo como áreas
de reprodução e berçários.
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Curiosidades sobre as
marés
A Baía de Fundy, no
Canadá, é famosa por ter as maiores marés do mundo, com diferenças de até 16
metros entre a maré alta e a maré baixa. Este fenômeno extraordinário é devido
à forma única da baía e às ressonâncias oceânicas.
Embora não diretamente
relacionadas às marés gravitacionais, as “marés vermelhas” são um fenômeno onde
certas algas florescem em grande número, colorindo a água de vermelho. Estas
proliferações podem ser tóxicas para a vida marinha e para os humanos.
Enquanto a Terra tem a
Lua influenciando suas marés, outros planetas e suas luas também experimentam
fenômenos de maré. Por exemplo, as forças de maré entre Júpiter e sua lua Io
causam atividade vulcânica intensa neste satélite.
Fonte: Parece Curioso
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