A missão do PL para Jair e Michelle Bolsonaro
Falta pouco menos de um
ano para a eleição de 2024 e o PL quer mais filiados para concorrer às
prefeituras. Para isso, o partido de Valdemar Costa Neto escalará o casal Jair
e Michelle Bolsonaro para chamar mais candidatos para o ano que vem.
A meta do Partido Liberal
é ter cabeças de chapa em pelo menos 19 capitais e mais 5 vices, contando com
São Paulo. A ideia também é ter mais de 3.000 candidatos nas principais cidades
do Brasil para ampliar a imagem do partido. O PL quer ser um partido nacional,
como o PT e o MDB.
A sigla quer usar os
Bolsonaros para formar mais candidatos, mas corre contra o tempo. Para uma
pessoa concorrer a uma prefeitura, deve ser filiada por pelo menos um ano antes
da inscrição para o pleito, ou seja, teria que entrar no PL em agosto.
A meta de 1.000 prefeitos
é audaciosa. Em 2020, a sigla elegeu “apenas” 345.
• Irritação com Valdemar levou Bolsonaro a ressuscitar Salles
em SP
O ex-presidente Jair
Bolsonaro surpreendeu a cúpula do PL e o entorno do prefeito de São Paulo,
Ricardo Nunes (MDB), ao fazer um aceno público à possível candidatura de
Ricardo Salles (PL-SP) na capital paulista, em 2024.
Em evento da bancada
ruralista nesta terça-feira (24/10), Bolsonaro deu uma declaração de apoio
velado a Salles, ao dizer ter “esperança” que o ex-ministro do Meio Ambiente
“terá sucesso lá em São Paulo”.
“Tenho esperança que ele
terá sucesso lá em São Paulo. Falo com o coração isso daí. Mas está sendo
negociado”, afirmou o ex-presidente no evento, do qual Salles participava.
A declaração surpreendeu
a cúpula do PL e o entorno de Nunes, que dizem já ter ouvido da boca de
Bolsonaro, nos bastidores, que a candidatura de Salles dificilmente vingaria.
No caso de Nunes, a
surpresa foi ainda maior. Isso porque o prefeito havia feito, no dia anterior,
um gesto ao bolsonarismo que chegou a ser elogiado pelo núcleo duro do
ex-presidente da República.
• Irritação com Valdemar
Segundo auxiliares,
Bolsonaro fez o gesto público a Salles de caso pensado. O pano de fundo seria uma
irritação do ex-presidente com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa
Neto.
Irritou Bolsonaro a
notícia veiculada pela coluna de que Valdemar tem defendido, nos bastidores, o
nome do deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP) como opção para vice de Nunes
em 2024.
Ex-ministro dos
Transportes do governo Dilma Rousseff e ex-vereador de São Paulo por quatro
mandatos, Rodrigues é um dos parlamentares mais próximos do presidente do PL.
Vice ideal
Para Valdemar, o vice
ideal de Nunes deveria ser um político com capacidade para “roubar” votos de
Guilherme Boulos (PSol), líder nas pesquisas até agora, na periferia da capital
paulista.
Dois nomes se encaxariam
nesse perfil, na avaliação do presidente do PL: o da ex-prefeita Marta Suplicy
(sem partido) e o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite
(União Brasil).
Bolsonaro, entretanto, já
vetou os dois nomes em conversas com Valdemar. O ex-presidente tem dito que
pretende sugerir ele próprio um nome para vice de Nunes, mas só em março de
2024.
• Bolsonaro faz novo aceno à candidatura de Salles: “Tenho
esperança”
Cortejado pelo prefeito
Ricardo Nunes (MDB) para apoiá-lo nas eleições municipais, o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) disse, nesta terça-feira (24/10), ter esperança do sucesso do
deputado Ricardo Salles (PL-SP) na disputa à Prefeitura em 2024.
“Apesar de o temperamento
do Salles ser um pouquinho exaltado de vez em quando, ainda tenho esperança de
que ele vá ter sucesso lá em São Paulo. Falo com o coração isso daí. Mas ainda
está sendo negociado”, disse Bolsonaro durante o lançamento da Frente
Parlamentar Invasão Zero, em Brasília, criada pela bancada ruralista na Câmara
para contrapor o MST e os vetos de Lula ao Marco Temporal.
Ex-ministro do Meio
Ambiente de Bolsonaro, Salles será o vice-presidente da frente. Meses após ter
desistido da pré-candidatura – decisão que atribuiu ao apoio do presidente do
PL, Valdemar Costa Neto, a Ricardo Nunes –, o deputado retomou os planos de
concorrer no próximo ano e tenta viabilizar o seu nome na disputa.
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Nunes tem tentado evitar
que Bolsonaro apoie outro candidato na capital paulista diante de pesquisas que
apontam crescimento do atual prefeito contra o deputado Guilherme Boulos
(PSol-SP) em cenários sem candidatos bolsonaristas.
Apesar de ser aliado de
Salles, Valdemar já disse que a palavra final sobre o apoio do partido caberá a
Bolsonaro. O presidente nacional do PL costura com Nunes a possibilidade de
indicar o vice da chapa, um nome que também deverá ser aprovado por Bolsonaro.
• Aliado de Nunes elogia Bolsonaro
Horas depois da fala de
Bolsonaro sobre Salles, o vereador Milton Leite (União), presidente da Câmara
Municipal da capital e um dos fiadores políticos de Nunes, fez uma série de
elogios ao ex-presidente.
O afago a Bolsonaro
ocorreu na reunião semanal de líderes de bancadas, após uma negociação entre os
vereadores para padronizar concessão de honrarias a personalidades. A
ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), está na lista de nomes que
parlamentares de direita desejam homenagear.
Em entrevista à rádio
Eldorado nessa segunda (23/10), Nunes disse esperar contar com o apoio de
Bolsonaro no próximo ano. “Acho importante ter o apoio do presidente Bolsonaro,
da direita, a união do centro e da direita para a gente vencer a extrema
esquerda”, disse.
Zambelli: pedido de endereço de Moraes a hacker era para que
sua mãe enviasse uma carta
Em novas declarações, a
deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), na última terça-feira
(24), afirmou que sua mãe se lembrou do contexto dos áudios enviados ao hacker
Walter Delgatti Neto em novembro do ano passado. Zambelli, no material em
questão, pede ao hacker o endereço do ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), Alexandre de Moraes, conforme revelado na segunda-feira (23).
O motivo por trás desse
pedido, de acordo com a parlamentar, era para que sua mãe enviasse uma carta ao
ministro, que é relator de investigações que envolvem a parlamentar. O objetivo
da carta seria “sensibilizar” Moraes em relação a medidas que ele havia tomado,
como o bloqueio das redes sociais de Zambelli.
“Minha mãe tinha escrito
uma carta para o Alexandre de Moraes e queria entregar essa carta. Eu disse
para não mandarmos para o STF para evitar pegar mal, e ela disse que o certo
era enviar para a casa dele”, disse Zambelli.
“Acabamos não mandando
essa carta. Ela que me lembrou [do episódio], eu não lembrava disso. Esse foi o
motivo [da conversa com Delgatti]”.
Segundo Zambelli,
Delgatti, que havia sido contratado para gerenciar suas redes sociais e seu site,
enviou a ela uma lista de endereços de várias autoridades, incluindo o endereço
de Alexandre de Moraes em São Paulo. Foi então que Zambelli pediu o endereço do
ministro em Brasília.
Vale ressaltar que
Delgatti está detido desde agosto deste ano e afirmou à Polícia Federal (PF) e
à CPI dos Atos Golpistas que foi contratado por Zambelli para envolver-se em
atividades que prejudicariam a credibilidade das urnas eletrônicas, dos
sistemas judiciais e de Moraes. A parlamentar nega qualquer envolvimento em atividades
ilícitas.
Os áudios de Zambelli
foram encaminhados por Delgatti a um amigo que reside no interior de São Paulo
em 26 de novembro de 2022. No primeiro áudio, com uma duração de seis segundos,
Zambelli diz: “Ô Walter, não aparece nenhum endereço de Brasília, né? Preciso
do endereço daqui de Brasília.”
No segundo áudio, com 18
segundos de duração, a deputada comenta: “Não, não pode ser, porque quadra é
prédio, e ele deve morar numa casa no Lago Sul, alguma coisa assim. Deve ser
coisa do STF. Isso provavelmente deve estar nos arquivos do STF como casa… casa
tipo… funcional, entendeu?”
De acordo com o advogado
de Delgatti, Ariovaldo Moreira, seu cliente afirma que os áudios se referem ao
endereço de Moraes e comprovam que a relação entre Zambelli e Delgatti não se
limitou à administração de redes sociais, como a deputada havia alegado
anteriormente. O advogado pretende fornecer os áudios à Polícia Federal, que já
está investigando a conduta do hacker.
• Ministros do STF consideram ridícula a versão de Zambelli
A versão da deputada
Carla Zambelli, que disse ter pedido que um hacker descobrisse o endereço do
ministro Alexandre de Moraes em Brasília porque a mãe dela queria enviar uma
carta ao ministro, não convenceu o Supremo.
Colegas de Moraes ouvidos
pelo blog disseram que a narrativa da deputada bolsonarista é
"inverossímil" e "ridícula".
Zambelli falou sobre o
assunto ao repórter Reinaldo Turollo Jr., que um dia antes havia revelado os
áudios nos quais ela pessoalmente solicita a devassa de dados privados do
ministro.
"Minha mãe tinha
escrito uma carta para o Alexandre de Moraes e queria entregar essa carta. Eu
disse para não mandarmos para o STF para evitar pegar mal, e ela disse que o
certo era enviar para a casa dele", sustentou Zambelli.
"Acabamos não mandando
essa carta. Ela que me lembrou [do episódio], eu não lembrava disso. Esse foi o
motivo [da conversa com Delgatti]", afirmou.
Os integrantes do Supremo
não engoliram a versão. Eles avaliam que as novas provas agravam a situação
jurídica da deputada, que ainda não falou à Polícia Federal sobre o assunto.
O advogado de Zambelli,
Daniel Bialski, disse não ter sido consultado pela cliente antes da entrevista,
mas afirmou que recebeu ontem sinal do gabinete de Moraes de que terá acesso ao
inquérito sobre a deputada.
O ministro havia dado
direito de a defesa conhecer a peça há tempos, mas segundo Bialski a PF não
havia cedido.
Agora, ele diz, haverá
uma análise dos achados da polícia, e uma contestação "documental"
dos depoimentos prestados por Walter Delgatti Neto, o hacker acionado por
Zambelli. Depois, assegura a defesa, a deputada falará à PF sobre o assunto.
Ramagem impediu demissão de agentes da Abin na investigação de
espionagem
De acordo com o Uol,
quando ocupava o cargo de diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência),
o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) impediu, em setembro de 2021, a
destituição de dois funcionários da agência. Esses funcionários só foram
afastados do serviço público na última sexta-feira (20) após serem detidos pela
Polícia Federal na operação Última Milha.
A PF está conduzindo uma
investigação sobre a utilização inadequada, por parte de funcionários da Abin,
de um sistema de rastreamento de dispositivos móveis. Eles teriam, sem a devida
autorização judicial, realizado atividades de espionagem em relação a membros
do Poder Judiciário no período compreendido entre 2019 e 2021.
A investigação que
resultou na demissão de Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Izycki na última
sexta-feira teve início no início do governo de Jair Bolsonaro, no seu primeiro
ano de mandato.
Após a intervenção de
Ramagem em 2021, o processo levou mais dois anos para ser finalizado. Ramagem
atuou como chefe da Abin de 2019 até março do ano passado, quando deixou o
cargo para concorrer nas eleições para deputado federal.
Com acesso privilegiado
aos registros do processo administrativo, a coluna do site constatou que, em 23
de abril de 2021, a corregedoria-geral da instituição reconheceu a
responsabilidade dos funcionários e concordou com a sugestão apresentada no
relatório final, que recomendava a demissão de ambos.
Os documentos foram
posteriormente encaminhados a Ramagem, a quem cabia dar continuidade para que o
então ministro Augusto Heleno, do GSI (Gabinete de Segurança Institucional),
efetivasse a demissão. No entanto, Ramagem optou por devolver o procedimento
para a realização de novos depoimentos e coleta de evidências.
Além disso, foi
necessário criar uma nova comissão para revisar o caso, o que acarretou em um
atraso adicional de dois anos para a efetivação da demissão.
A coluna apurou que a PF
está investigando a participação de Ramagem nesse incidente relacionado ao
atraso na demissão devido a suspeitas de que a alta administração da Abin
estava sob ameaça de chantagem por parte dos servidores, que alegadamente
ameaçavam revelar o uso ilegal da ferramenta First Mile.
Fonte:
DCM/g1/Metrópoles/O Cafezinho
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