sexta-feira, 27 de outubro de 2023

7 mitos e verdades sobre a cera de ouvido

A presença de cera de ouvido é uma parte natural do sistema de defesa do ouvido humano. Portanto, em condições normais, ela não representa uma ameaça à saúde. No entanto, tentar removê-la com soluções caseiras pode causar problemas mais sérios. Por isso, a otorrinolaringologista Bruna Assis, do Hospital Paulista - referência em saúde de ouvido, nariz e garganta -, esclarece os principais mitos e verdades sobre a cera de ouvido. Confira!

•        1. A cera nos ouvidos é um mau sinal

Mito. A cera é uma substância benéfica, produzida pela pele do canal auditivo, que ajuda na proteção do ouvido e contém substâncias com propriedades antibacterianas.

•        2. A cera precisa ser retirada periodicamente com hastes flexíveis

Mito. Conforme a otorrinolaringologista, o ouvido tem mecanismos próprios que permitem a expulsão lenta e periódica do excesso de cera. O uso de hastes flexíveis e semelhantes prejudica a atuação desses mecanismos, favorecendo o acúmulo e a compactação da cera no canal auditivo, podendo causar lesões na pele do conduto e no tímpano, e até mesmo a perda auditiva.

"Nos casos em que a cera esteja em excesso, prejudicando a audição e causando incômodo, o paciente deve procurar o otorrinolaringologista para ser feita a remoção com os instrumentos e técnicas adequadas, após uma correta avaliação", explica a especialista.

•        3. O acúmulo de cera pode prejudicar momentaneamente à audição

Verdade. O mais comum é o acúmulo de cera, e não uma produção em excesso da substância. Nesses casos, o paciente tem uma sensação de ouvido tampado, com consequente diminuição e abafamento da audição, que gera bastante incômodo. De acordo com a médica, alguns casos podem vir associados à coceira e à dor, geralmente de leve intensidade. Em outros, podem estar associados à inflamação do canal auditivo.

•        4. A produção de cera depende de vários fatores

Verdade. A produção depende de fatores como condições de pele, estado febril, irritações locais e até mesmo o estado emocional do paciente. Banhos de imersão em mar, piscinas e lagos não afetam a produção do cerume, mas podem causar sensação de ouvido tampado, o que leva a um aumento significativo da procura ao atendimento de otorrinolaringologia durante o verão.

•        5. A água não afeta a condição da cera nos ouvidos

Mito. A entrada de água pode deslocar a cera já existente no canal auditivo, gerando o seu bloqueio. Da mesma forma, a simples presença da água já pode gerar uma sensação de entupimento do ouvido. Isso costuma ser breve, melhorando após a evaporação ou escorrimento natural da água.

Nesses casos, o ato de virar a cabeça com a orelha afetada para baixo e puxá-la levemente para trás pode ajudar no escoamento da água. Caso a sensação de obstrução da audição permaneça mesmo após essa manobra e não melhore após algumas horas, deve-se suspeitar da presença de cera impactada e até mesmo de outras condições como inflamações do canal auditivo, se houver também dor ou coceira. Assim, o paciente deverá procurar auxílio para o devido tratamento.

•        6. O uso de fones pode ser prejudicial para a cera nos ouvidos

Verdade. O uso de fones de ouvido do tipo intra-auricular, ou seja, aqueles que penetram o canal auditivo, pode ser danoso, pois eles "empurram" a cera para dentro, podendo gerar acúmulo da substância. De acordo com a médica, estes são os principais cuidados em relação aos fones de ouvidos:

# Dar preferência aos fones que não penetram o canal auditivo, como os que se encaixam na cartilagem da concha, os que se apoiam atrás da orelha e os que cobrem a orelha;

# Fazer a higienização periódica dos fones auditivos com álcool após o uso para evitar infecções;

# Escolher o modelo de fone de ouvido que mais lhe cause conforto. Caso algum determinado modelo cause dor persistente, evitar o uso e procurar auxílio com o otorrinolaringologista;

# Independentemente do modelo do fone de ouvido, deve-se evitar o volume demasiadamente alto, assim como a exposição prolongada ao som, pois intensidades sonoras altas e prolongadas muito próximas ao órgão auditivo podem causar lesões como perda auditiva e zumbido, que podem ser irreversíveis.

•        7. Na maioria das vezes, o tratamento para o excesso de cera é indolor

Verdade. A remoção da cera de ouvido é um procedimento rápido, na maioria das vezes indolor e gera um alívio imediato dos sintomas. O médico irá detectar a causa das sensações relatadas pelo paciente e proceder à sua remoção, caso haja excesso. Nesse caso, o médico pode empregar as seguintes técnicas e instrumentos, dependendo de cada paciente:

# Irrigação (lavagem) com água limpa na temperatura corporal, através do auxílio de seringas ou duchas automáticas;

# Sucção da cera com uma sonda de aspiração fina;

# Remoção mecânica da cera com uma cureta delicada.

Em alguns casos, quando a cera está muito petrificada ou impactada, pode ser necessária a prescrição de gotas otológicas para "amolecimento" do resíduo, alguns dias antes do procedimento, a fim de facilitar a remoção.

 

Ø  Mulher descobre aranha dentro do ouvido depois de escutar barulhos estranhos

 

Depois de perceber que algo estava estranho dentro de seu ouvido, uma mulher de 64 anos decidiu ir ao hospital procurar um médico especialista. Após quatro dias escutando cliques, barulhos estranhos e sentindo algo se movimentar em sua cabeça, a paciente de Taiwan, país da Ásia, descobriu que uma pequena aranha estava vivendo na parte interna de sua orelha.

 “Ela não sentiu dor porque o #aracnídeo era muito pequeno. Tinha apenas 2 ou 3 milímetros”, disse o médico Tengchin Wang, coautor do relato de caso publicado na revista científica New England Journal of Medicine. A história veio a público no último sábado, dia 21.

Ainda que o profissional não tenha identificado há quanto tempo a aranha estava vivendo dentro do ouvido da mulher, o aracnídeo chegou a trocar de exoesqueleto no canal auditivo.

·         Como agir em casos como esse

Especialistas relatam que episódios como esse não são tão raros de acontecer. De certa forma, é comum que objetos inanimados e até seres vivos entrem na orelha de pacientes.

Os médicos recomendam que, em caso de dor, incômodos ou barulhos que te façam acreditar ter um inseto no ouvido, o recomendado é tentar confirmar a hipótese com a ajuda de alguém, usando uma lanterna ou uma lupa para enxergar dentro do ouvido.

Porém, atenção: os profissionais da saúde contraindicam a remoção do inseto por conta própria, pois isso pode fazer com que o bicho seja empurrado ainda mais para o interior do ouvido, além de poder lesionar o tímpano ou outras partes do órgão.

 

Fonte: Portal EdiCase/Terra

 

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