7 mitos e verdades sobre a cera de ouvido
A presença de cera de ouvido é uma parte natural do
sistema de defesa do ouvido humano. Portanto, em condições normais, ela não
representa uma ameaça à saúde. No entanto, tentar removê-la com soluções
caseiras pode causar problemas mais sérios. Por isso, a otorrinolaringologista
Bruna Assis, do Hospital Paulista - referência em saúde de ouvido, nariz e
garganta -, esclarece os principais mitos e verdades sobre a cera de ouvido.
Confira!
• 1. A
cera nos ouvidos é um mau sinal
Mito. A cera é uma substância benéfica, produzida
pela pele do canal auditivo, que ajuda na proteção do ouvido e contém substâncias
com propriedades antibacterianas.
• 2. A
cera precisa ser retirada periodicamente com hastes flexíveis
Mito. Conforme a otorrinolaringologista, o ouvido
tem mecanismos próprios que permitem a expulsão lenta e periódica do excesso de
cera. O uso de hastes flexíveis e semelhantes prejudica a atuação desses
mecanismos, favorecendo o acúmulo e a compactação da cera no canal auditivo,
podendo causar lesões na pele do conduto e no tímpano, e até mesmo a perda
auditiva.
"Nos casos em que a cera esteja em excesso,
prejudicando a audição e causando incômodo, o paciente deve procurar o
otorrinolaringologista para ser feita a remoção com os instrumentos e técnicas
adequadas, após uma correta avaliação", explica a especialista.
• 3. O
acúmulo de cera pode prejudicar momentaneamente à audição
Verdade. O mais comum é o acúmulo de cera, e não
uma produção em excesso da substância. Nesses casos, o paciente tem uma
sensação de ouvido tampado, com consequente diminuição e abafamento da audição,
que gera bastante incômodo. De acordo com a médica, alguns casos podem vir
associados à coceira e à dor, geralmente de leve intensidade. Em outros, podem
estar associados à inflamação do canal auditivo.
• 4. A
produção de cera depende de vários fatores
Verdade. A produção depende de fatores como
condições de pele, estado febril, irritações locais e até mesmo o estado
emocional do paciente. Banhos de imersão em mar, piscinas e lagos não afetam a
produção do cerume, mas podem causar sensação de ouvido tampado, o que leva a
um aumento significativo da procura ao atendimento de otorrinolaringologia
durante o verão.
• 5. A
água não afeta a condição da cera nos ouvidos
Mito. A entrada de água pode deslocar a cera já
existente no canal auditivo, gerando o seu bloqueio. Da mesma forma, a simples
presença da água já pode gerar uma sensação de entupimento do ouvido. Isso
costuma ser breve, melhorando após a evaporação ou escorrimento natural da
água.
Nesses casos, o ato de virar a cabeça com a orelha
afetada para baixo e puxá-la levemente para trás pode ajudar no escoamento da
água. Caso a sensação de obstrução da audição permaneça mesmo após essa manobra
e não melhore após algumas horas, deve-se suspeitar da presença de cera
impactada e até mesmo de outras condições como inflamações do canal auditivo,
se houver também dor ou coceira. Assim, o paciente deverá procurar auxílio para
o devido tratamento.
• 6. O
uso de fones pode ser prejudicial para a cera nos ouvidos
Verdade. O uso de fones de ouvido do tipo
intra-auricular, ou seja, aqueles que penetram o canal auditivo, pode ser
danoso, pois eles "empurram" a cera para dentro, podendo gerar
acúmulo da substância. De acordo com a médica, estes são os principais cuidados
em relação aos fones de ouvidos:
# Dar preferência aos fones que não penetram o
canal auditivo, como os que se encaixam na cartilagem da concha, os que se
apoiam atrás da orelha e os que cobrem a orelha;
# Fazer a higienização periódica dos fones
auditivos com álcool após o uso para evitar infecções;
# Escolher o modelo de fone de ouvido que mais lhe
cause conforto. Caso algum determinado modelo cause dor persistente, evitar o
uso e procurar auxílio com o otorrinolaringologista;
# Independentemente do modelo do fone de ouvido,
deve-se evitar o volume demasiadamente alto, assim como a exposição prolongada
ao som, pois intensidades sonoras altas e prolongadas muito próximas ao órgão
auditivo podem causar lesões como perda auditiva e zumbido, que podem ser
irreversíveis.
• 7. Na
maioria das vezes, o tratamento para o excesso de cera é indolor
Verdade. A remoção da cera de ouvido é um
procedimento rápido, na maioria das vezes indolor e gera um alívio imediato dos
sintomas. O médico irá detectar a causa das sensações relatadas pelo paciente e
proceder à sua remoção, caso haja excesso. Nesse caso, o médico pode empregar
as seguintes técnicas e instrumentos, dependendo de cada paciente:
# Irrigação (lavagem) com água limpa na temperatura
corporal, através do auxílio de seringas ou duchas automáticas;
# Sucção da cera com uma sonda de aspiração fina;
# Remoção mecânica da cera com uma cureta delicada.
Em alguns casos, quando a cera está muito
petrificada ou impactada, pode ser necessária a prescrição de gotas otológicas
para "amolecimento" do resíduo, alguns dias antes do procedimento, a
fim de facilitar a remoção.
Ø Mulher descobre aranha dentro do ouvido depois de escutar barulhos
estranhos
Depois de perceber que algo estava estranho dentro
de seu ouvido, uma mulher de 64 anos decidiu ir ao hospital procurar um médico
especialista. Após quatro dias escutando cliques, barulhos estranhos e sentindo
algo se movimentar em sua cabeça, a paciente de Taiwan, país da Ásia, descobriu
que uma pequena aranha estava vivendo na parte interna de sua orelha.
“Ela não
sentiu dor porque o #aracnídeo era muito pequeno. Tinha apenas 2 ou 3
milímetros”, disse o médico Tengchin Wang, coautor do relato de caso publicado
na revista científica New England Journal of Medicine. A história veio a
público no último sábado, dia 21.
Ainda que o profissional não tenha identificado há
quanto tempo a aranha estava vivendo dentro do ouvido da mulher, o aracnídeo
chegou a trocar de exoesqueleto no canal auditivo.
·
Como agir em casos como esse
Especialistas relatam que episódios como esse não
são tão raros de acontecer. De certa forma, é comum que objetos inanimados e
até seres vivos entrem na orelha de pacientes.
Os médicos recomendam que, em caso de dor,
incômodos ou barulhos que te façam acreditar ter um inseto no ouvido, o
recomendado é tentar confirmar a hipótese com a ajuda de alguém, usando uma
lanterna ou uma lupa para enxergar dentro do ouvido.
Porém, atenção: os profissionais da saúde
contraindicam a remoção do inseto por conta própria, pois isso pode fazer com
que o bicho seja empurrado ainda mais para o interior do ouvido, além de poder
lesionar o tímpano ou outras partes do órgão.
Fonte: Portal EdiCase/Terra
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