Nagorno-Karabakh: catástrofe da Armênia, derrota russa
A propaganda do Azerbaijão tomou a Rússia como
modelo antes de seus militares invadirem novamente a região armênia de
Nagorno-Karabakh em 19 de setembro. Semelhante à letra “Z”, que simboliza a
guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, um “A” invertido apareceu na
mídia e nas redes do país do Sul do Cáucaso poucos dias antes do ataque de seu
Exército muito superior, que sinalizaria a conquista definitiva das áreas de
ocupação armênia. Não houve intervenção das forças militares armênias, que não
se recuperaram da derrota sofrida nas mãos do Exército de última geração do
Azerbaijão no outono de 2020.
Após a guerra de 2020, quando o Azerbaijão, em
cooperação informal com a Turquia, obteve grandes ganhos no terreno em poucas
semanas, a situação militar das forças de Nagorno-Karabakh, que foram
efetivamente cercadas desde então, tornou-se insustentável. Além disso, a atual
campanha de Baku foi precedida por um bloqueio de nove meses, durante os quais
a única rota de abastecimento entre a Armênia e Nagorno-Karabakh, o corredor de
Lachin, foi bloqueada pelo Azerbaijão. O ataque azerbaijano assemelha-se mais a
uma execução, na qual várias centenas de militares e civis morreram em poucas
horas nessa região que tem sido efetivamente independente desde o colapso da
União Soviética. Depois de um dia, as forças armadas da chamada República de
Artsakh, internacionalmente não reconhecida, na área de ocupação armênia,
renderam-se. A situação dos cerca de 120 mil residentes de Nagorno-Karabakh é
desesperadora. Apesar do bloqueio dos meios de comunicação do Azerbaijão, estão
vazando relatos de ataques e assassinatos de civis, enquanto dezenas de
milhares de pessoas fogem em busca de abrigo nas bases militares das “forças de
paz” russas e no quartel-general russo no aeroporto da capital regional
Stepanakert. O exército de Baku está às portas da capital enquanto negociam-se
os termos da rendição.
De acordo com o governo de Nagorno-Karabakh
estabelecido até aqui, o regime de Aliyev se recusa a fornecer garantias de
segurança e anistia à população armênia, que Baku considera terrorista. O
Azerbaijão até agora não enviou qualquer ajuda humanitária significativa para
os assentamentos armênios capturados. Alguns comboios humanitários da Cruz
Vermelha conseguiram chegar a Nagorno-Karabakh vindos da Armênia, escoltados
por tropas russas.
A decisão do primeiro-ministro armênio, Nikol
Pashinyan, de não responder militarmente ao ataque do Azerbaijão provocou
protestos violentos em Yerevan que continuaram no momento da publicação deste
texto. O trauma do genocídio turco contra os armênios está ressurgimento com
toda força no país sitiado do Sul do Cáucaso. Os confrontos por vezes violentos
foram dirigidos contra o chefe de governo liberal e pró-ocidental, cuja
demissão foi exigida, e contra a Rússia como a – antiga –
“potência protetora” da Armênia. Em frente à embaixada russa em Yerevan, os
manifestantes chamaram o chefe de Estado russo, Putin, e seu ministro das
Relações Exteriores, Lavrov, de colonizadores, enquanto o propagandista do
Kremlin, Vladimir Soloviev, indignava-se na TV russa com esses protestos.
O ataque do Azerbaijão a Nagorno-Karabakh terminou
no outono de 2020 com um cessar-fogo mediado por Moscou, que estabelecia tropas
russas foram estacionadas na área de conflito para evitar uma nova escalada. Na
época, o Kremlin ainda conseguiu se posicionar como um poder ordenador nessa
região geoestrategicamente importante, apesar do êxito da ajuda militar turca a
Baku. A perda definitiva das áreas de ocupação armênia, que emerge com a atual
conquista da República de Arzakh, provavelmente terá amplas consequências para a
erosão da hegemonia russa no sul do Cáucaso.
Por um lado, uma era geopolítica parece estar
chegando ao fim. A Rússia tem sido a potência protetora dos armênios cristãos
há séculos, e Yerevan era um aliado próximo de Moscou até alguns anos atrás.
Isto mudou depois que Pashinyan chegou ao poder na sequência de uma onda de
protestos liberais em 2018, quando o aumento dos acordos de armas entre Putin e
o regime autoritário de Ilham Aliyev, cujos gastos militares eram superiores ao
orçamento do Estado armênio devido às enormes receitas do gás natural, levou a
Armênia a uma orientação ocidental cautelosa. Facilitada por acordos de bilhões
de dólares, a relação entre os regimes autoritários de Moscou e Baku era melhor
do que entre Putin e o liberal Pashinyan. A atitude passiva da Rússia durante a
guerra de 2020, na qual o Kremlin não forneceu nenhuma assistência substancial
ao aliado armênio, enquanto os drones turcos esmagavam as forças armênias, foi
amplamente interpretada como uma forma de penalização.
O Kremlin vendeu efetivamente a Armênia a Baku e
Ancara, que estão nadando em petrodólares, por alguns negócios de armas e
energia – com o cálculo de que o país empobrecido não teria, de qualquer forma,
outra opção geopolítica para além dos laços com a Rússia. Em Yerevan, no
entanto, as pessoas agora parecem determinados a entender a perda de
Nagorno-Karabakh como o preço pela orientação forçada para o Ocidente, a fim de
se libertarem do controle ruinoso do Kremlin. Os representantes do governo
armênio agora exigem publicamente a substituição das tropas russas de
Nagorno-Karabakh por forças de paz da ONU, enquanto o Kremlin está pedindo
abertamente uma “mudança de regime” em Yerevan.
Com a conquista de Nagorno-Karabakh pelo exército
do Azerbaijão, a hegemonia russa no Cáucaso também pode chegar ao fim. O
Azerbaijão não precisa mais de boas relações com a Rússia, já que um objetivo
estratégico do regime de Baku foi alcançado. A guerra do Kremlin contra a
Ucrânia torna improvável uma intervenção militar russa no Cáucaso, fazendo dos
atuais ataques do Azerbaijão às tropas russas e aos centros logísticos na
região, que mataram vários soldados e oficiais russos, um risco calculado.
Enquanto isso, a Turquia, parceira da Otan, está
entrando na região estrategicamente importante com toda a sua força – e com as
ameaças de sempre. Logo no início da limpeza étnica de Nagorno-Karabakh (o
Azerbaijão tentou apagar os vestígios históricos da colonização armênia nas
áreas conquistadas em 2020), o presidente turco Erdogan fez novos gestos
ameaçadores contra a República da Armênia. O corredor Zangesur é o nome turco
para o território do sul da Armênia, que fica entre a Turquia, incluindo o
exclave azerbaijano de Nakhichevan, e o Azerbaijão. Após a conquista de
Nagorno-Karabakh, o objetivo estratégico central de Ancara e Baku é estabelecer
uma ponte terrestre entre os dois estados – e esse projeto só pode ser
realizado através do território armênio. Os ataques azerbaijanos ao território
armênio já ocorrem esporadicamente após a guerra de 2020.
Há, portanto, uma grande convergência de interesses
entre as aspirações imperiais de Ancara e os cálculos geopolíticos do Ocidente,
que tradicionalmente gosta de olhar para o outro lado quando seus aliados e
fornecedores de gás em Ancara e Baku atropelam os direitos humanos ou realizam
limpeza étnica – como aconteceu mais recentemente em Afrin. O estabelecimento
de uma ligação terrestre estável com o Azerbaijão criaria outra porta de
entrada para os combustíveis fósseis do Mar Cáspio e da Ásia Central, ao sul da
esfera de influência russa, que está se desgastando. Além disso, seria cortado
o eixo norte-sul entre Rússia e Irã no Cáucaso, que é um importante alvo
geopolítico na escalada dos conflitos entre o Ocidente e a Eurásia impulsionada
pela crise.
A tragédia da Armênia no século XXI consiste em
estar literalmente no caminho desses planos. Isso também explica as reações
reservadas em Bruxelas, Berlim, Washington ou Londres à nova agressão do
Azerbaijão. Além disso, o empobrecido país do Cáucaso simplesmente não tem os
recursos ou as fontes de energia para usá-los como alavancagem geopolítica, tal
como o Azerbaijão. Pashinyan parece estar depositando todas as suas esperanças
em uma rápida integração com o Ocidente para, pelo menos, conservar a integridade
territorial do país. Mas, mesmo em tal constelação, Yerevan está em desvantagem
em relação ao regime do gás de Baku: enquanto o Exército azerbaijano invadia
Nagorno-Karabakh, o presidente dos EUA, Biden, posava diante das câmeras com o
ministro das Relações Exteriores do Azerbaijão em Nova York, em 21 de setembro.
O petróleo azerbaijano vale mais que o sangue armênio.
Ø O que está por trás da crise em Nagorno-Karabakh
Em 28 de setembro, o presidente da autodeclarada
república de Nagorno-Karabakh, Samvel Shahramanyan, anunciou que ela deixaria de existir em
1º de janeiro de 2024. De acordo com um decreto assinado por ele, todas as
instituições estatais terão sido dissolvidas até essa data.
O anúncio veio após a tomada militar de
Nagorno-Karabakh pelo Azerbaijão e a subsequente fuga de quase toda a população armênia étnica – uma reviravolta dramática no longo conflito sobre a região, que
gira em torno da independência do território disputado.
O Azerbaijão, que é predominantemente muçulmano, é
apoiado pela Turquia, enquanto a Rússia tem agido como uma potência protetora
da Armênia, que é majoritariamente cristã.
·
Consequências
geopolíticas
A autoproclamada república de Nagorno-Karabakh, que
declarou independência em 1991, tem uma população predominantemente armênia,
mas está localizada em território azeri. De acordo com a lei internacional, o
enclave pertence ao Azerbaijão, não à Armênia.
A Armênia nunca reconheceu a república separatista.
Embora alguns considerem a região como uma "parte inseparável" da
Armênia, os projetos de lei para reconhecer a independência de Nagorno-Karabakh
foram bloqueados no Parlamento armênio e pelo governo.
O conflito tem relevância geopolítica muito além
dos dois Estados devido a vários oleodutos e gasodutos importantes na região,
que transportam milhões de barris por dia do Mar Cáspio para a costa
mediterrânea da Turquia.
Desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela
Rússia em fevereiro de 2022, o Azerbaijão vem fornecendo mais gás para a União
Europeia (UE).
·
Séculos de disputa
O conflito entre armênios e azeris tem suas origens
no século 7, quando os bizantinos cristãos lutaram pelo controle de
Nagorno-Karabakh contra os árabes muçulmanos. Mais tarde, sob o domínio
otomano, a população armênia buscou proteção na Rússia.
Quando os armênios cristãos sofreram pressão da
Pérsia no século 18, a czarina russa Catarina 2ª emitiu cartas de proteção a
eles.
Depois que Nagorno-Karabakh ficou sob controle
russo como resultado da Guerra Russo-Persa de 1804 a 1813, a população armênia
cristã recebeu tratamento preferencial em relação aos muçulmanos turcos da
região mais ampla, mais tarde conhecidos como azeris.
·
Genocídio armênio
O genocídio armênio de 1915-1916 no Império Otomano
levou muitos armênios a fugirem para Nagorno-Karabakh, o que acabou exacerbando
o conflito com a população azeri. Em março de 1918, houve pogroms contra os
azeris e, em seguida, pogroms antiarmênios na capital do Azerbaijão, Baku. Em
1920, os pogroms na cidade de Shusha, em Nagorno-Karabakh, mataram mais de
30.000 armênios.
Após a queda do Império Russo, a Revolução Russa e
a Primeira Guerra Mundial, a região continuou a ser disputada entre a Armênia e
o Azerbaijão, enquanto ambos os países desfrutavam de um breve período de
independência.
Em 1922, a Armênia, o Azerbaijão e a Geórgia formaram
a República Soviética Federativa Socialista Transcaucasiana, que foi dissolvida
em 1936 e desintegrada em repúblicas soviéticas individuais. No entanto, os
tumultos e pogroms entre armênios e azeris não cessaram.
·
Colapso da União
Soviética
Após o colapso da União Soviética em 1991, a
Armênia e o Azerbaijão declararam sua independência. A região de
Nagorno-Karabakh fez o mesmo em 3 de setembro de 1991. Dois meses depois, o
Azerbaijão retirou sua autonomia e lançou um bloqueio de energia.
O conflito se escalou novamente e, no início de
1992, houve mais assassinatos em massa em vilarejos azeris e armênios. Em 12 de
maio de 1994, entrou em vigor um acordo de cessar-fogo que fortaleceu
Nagorno-Karabakh.
Estima-se que cerca de 35.000 pessoas tenham
morrido na década de 1990 e mais de 1,1 milhão tenham sido deslocadas.
Uma segunda guerra em Nagorno-Karabakh eclodiu em
2020, levando a região a sofrer grandes perdas territoriais, apesar do apoio da
Armênia. O conflito chegou ao fim devido a um acordo de cessar-fogo mediado por
Moscou que ajudou o Azerbaijão a recuperar partes do território disputado.
Do ponto de vista armênio, o Azerbaijão em nenhum
momento garantiu autonomia a Nagorno-Karabakh. O Azerbaijão, por outro lado,
declarou repetidamente que reconhecia uma "ampla autonomia" para o
enclave, mas não a independência.
·
Azerbaijão já expulsou quase todos os armênios de
Nagorno-Karabakh
A república separatista de Nagorno-Karabakh foi
quase totalmente abandonada pelos seus habitantes neste sábado (30/09), após a
vitória relâmpago de Baku, com mais de 100 mil refugiados deslocados para a Armênia por medo de
represálias do Azerbaijão.
Enquanto o acolhimento destes refugiados é
organizado com dificuldade e a Organização das Nações Unidas (ONU) é esperada
no enclave este fim de semana, os opositores do primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinian, acusado por Moscou de passividade e omissão, aumentam a pressão sobre
ele.
Ao todo, “100.417 pessoas” já “entraram na Armênia”
desde a capitulação de 20 de setembro, de acordo com Nazeli Baghdassarian,
porta-voz do primeiro-ministro, o que corresponde a mais de 80% dos 120 mil
armênios que viviam oficialmente no enclave antes da ofensiva do Azerbaijão.
“Ainda há algumas centenas de funcionários públicos,
trabalhadores que atuam em emergências e pessoas com necessidades especiais que
também se preparam para partir”, escreveu na rede social X o ex-ministro de
Estado e defensor de Direitos Humanos de Nagorno-Karabakh, Artak Beglarian,
especificando que esta informação é “não-oficial”.
Necessidades humanitárias
A ONU anunciou que vai enviar uma missão ao
território este fim de semana para avaliar principalmente as necessidades
humanitárias, apesar de a organização não ter acesso a esta região “há cerca de
30 anos”.
Um balanço relata quase 600 mortes em consequência
da vitoriosa ofensiva militar de Baku. O conflito matou cerca de 200 soldados
de cada lado.
O enclave decretou na quinta-feira (28/09) a
surpreendente dissolução “de todas as instituições governamentais (…) em 1º de
janeiro de 2024”, um anúncio histórico que marca o fim da existência da
autoproclamada “República de Nagorno-Karabakh”, fundada há mais de três
décadas.
·
Região militarizada
Esta região predominantemente cristã, que se
separou do Azerbaijão majoritariamente muçulmano após a desintegração da União
Soviética, se opôs a Baku com o apoio da Armênia durante mais de três décadas,
principalmente durante duas guerras entre 1988 e 1994 e em 2020.
A região foi massivamente militarizada e todos os
cidadãos homens tinham experiência em combate. Seus residentes, em pânico,
abandonaram suas casas com medo de represálias. Mas, antes de fugirem, as
famílias destruíram todos os pertences pessoais que pudessem comprometer sua
segurança.
Este medo entre os residentes é alimentado, na
opinião de Ierevan, por uma série de “prisões ilegais”, embora as autoridades
do Azerbaijão tenham se comprometido em permitir a saída dos rebeldes que
entregarem suas armas. Mas diversos funcionários do enclave foram detidos, acusados
de “terrorismo” e outros crimes.
Entre as cidades de Kornidzor e Goris, em uma
parada para abastecer seu carro, o ex-soldado Garri Harioumian, de 38 anos, diz
que apagou do seu telefone as fotos de todos os seus “amigos mortos” no front.
·
Explosão
Durante a fuga na única estrada que liga o
território à Armênia, pelo menos 170 pessoas morreram na explosão de um
depósito de combustível na segunda-feira (25/09). O acidente também deixou 349
feridos, a maioria com queimaduras graves.
Samvel Hambardsioumian é um desses feridos:
socorrido na cidade fronteiriça armênia de Goris, ele descansava em uma tenda
da Cruz Vermelha na sexta-feira (29/09). Seu rosto está parcialmente queimado e
ambas as mãos estão envoltas em bandagens grossas. “Havia nove pessoas na minha
frente na fila. Se não estivessem lá, eu teria sido carbonizado”, relatou
à AFP o homem de 61 anos, pai de nove filhos.
“Nossa principal preocupação nos primeiros dias foi
com as vítimas da explosão do tanque de combustível, que deixou dezenas de mortos.
Nos casos mais graves, tivemos que organizar a transferência por ambulância ou
helicóptero”, conta Susanna Hovasapyan, médica voluntária ouvida pelo enviado
especial da RFI à Armênia, Daniel Vallot.
Ela acrescenta que outro grande problema são os colapsos
nervosos, os choques sofridos na semana passada com os bombardeios, tiroteios e
depois com a fuga. “Estes são outros problemas com que tivemos que lidar ao
acolher todos estes refugiados. Além disso, devido ao bloqueio que durou dez
meses, há muitos casos de desnutrição. As pessoas estão muito debilitadas e seu
sistema imunitário é deficiente”, descreve a médica.
Este fluxo ininterrupto e caótico de refugiados
reacendeu acusações de “limpeza étnica”, tendo Ierevan lançado um novo apelo ao
Tribunal Internacional de Justiça, exigindo medidas urgentes para proteger os
habitantes do enclave.
“Artsakh, ou Nagorno-Karabakh, faz parte da Armênia
há milhares de anos. Para nós, é parte integrante da Armênia histórica. Faz parte da nossa pátria. E os armênios deste território são
atualmente submetidos a uma limpeza étnica, perpetrada pelo Azerbaijão”,
denuncia Hagop Djernazian, um armênio da comunidade de Jerusalém, em entrevista
ao correspondente da RFI Sami Boukhelifa.
·
Oposição
Em uma Armênia sobrecarregada pela presença dos
exilados, o sentimento de raiva aumenta a cada dia. Os opositores do
primeiro-ministro Nikol Pashinian, acusado de passividade face à vitória
relâmpago de Baku, planejam organizar uma manifestação neste sábado, depois de
terem evitado expor suas críticas nos últimos dias.
“Na hora de qualquer derrota, existem críticas
justificadas e injustificadas. Não é em tempos de paz ou de vitória que isso
acontece. Ele [Nikol Pashinian] foi reeleito, é um poder legítimo incorporado
nas urnas. Não sei o que mais alguém poderia ter feito [no seu lugar]. Ele está
muito preso entre diversas pressões, mas não sei quais seriam as alternativas”,
avalia a historiadora Claire Mouradian, especialista no Cáucaso, entrevistada
por Romain Lemaresquier, da RFI.
Ierevan culpa a Rússia, um aliado tradicional que
deveria garantir o pleno respeito do cessar-fogo desde 2020 e que não
interveio. Moscou deve discutir com o Azerbaijão o futuro da sua agora obsoleta
missão de manutenção da paz.
Fonte: Por Tomasz Konicz,
no Blog da Boitempo/Deutsche Welle/rfi
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