Medo no clã Bolsonaro: PF inicia a análise dos celulares
de Wassef
A Polícia Federal (PF)
tomou uma ação decisiva no caso envolvendo a família Bolsonaro, fornecendo ao
advogado Frederick Wassef, um HD
contendo a cópia dos dados extraídos de seus quatro celulares apreendidos há
dois meses. A informação foi divulgada pela colunista Bela Megale, do jornal O
Globo.
A entrega dessa cópia
permite à PF iniciar a análise e perícia dos aparelhos, uma etapa crucial no
desenrolar da investigação. Anteriormente, os investigadores haviam apenas
extraído o conteúdo dos telefones, sem autorização judicial para criar um
relatório baseado nesses dados.
Wassef tinha um aparelho
exclusivo para falar com o clã Bolsonaro, em especial, seus clientes, o senador
Flávio Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em agosto, o
advogado da família foi alvo de uma busca realizada pela PF, resultando na
apreensão de quatro dispositivos eletrônicos em sua posse.
O causídico reconheceu
ter adquirido um relógio Rolex por US$ 50 mil nos Estados Unidos, em uma
transação realizada por assessores de Bolsonaro e envolvendo irregularidades.
O zelo em relação a esses
dados é justificado pelo fato de que, como advogado, ele tem direito ao sigilo
de suas comunicações com os clientes. Toda a operação referente a essas
informações contou com a supervisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para
garantir o respeito aos direitos do profissional.
O laudo pericial
produzido pela PF abrangerá todos os aspectos da análise. Posteriormente, a
entidade avaliará se a análise se concentrou exclusivamente nos elementos
relacionados à investigação em curso.
A apreensão dos celulares
suscita preocupações sobre possíveis revelações acerca dos contatos próximos
que o advogado mantinha com personalidades proeminentes do Judiciário, que
ganharam notoriedade durante a gestão de Bolsonaro. Isso levanta
questionamentos sobre a frequência e o teor das conversas entre Wassef e essas
figuras de destaque.
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Bolsonaro toma decisão após Cid envolver a filha Laura em delação à PF
O avanço das
investigações da Polícia Federal (PF) sobre a organização criminosa que atuava
sob o comando de Jair Bolsonaro (PL) tem deixado o ex-presidente, que está
inelegível até 2030, cada dia mais apavorado.
O principal medo de
Bolsonaro é em relação à delação do tenente coronel Mauro Cesar Cid,
ex-ajudante de ordens da Presidência, e principalmente de que os crimes
delatados envolvam os filhos, Michelle Bolsonaro e até mesmo as ex-mulheres.
Reportagem de Aguirre
Talento no portal Uol nesta segunda-feira (23) afirma que Cid envolveu Bolsonaro
diretamente na fraude dos cartões de vacinação.
Entre os documentos
fraudados está o da filha, Laura Bolsonaro, de 13 anos, que não teria sido
imunizada contra a Covid-19 por ordem do pai.
Segundo Cid, a fraude nos
cartões de vacina teria foi feita a mando de Bolsonaro. Além dos documentos do
ex-presidente e da filha, o militar também teria fraudado os certificados de
vacinação para ele mesmo e para a família, para que pudessem acompanhar o
ex-chefe nos EUA.
Após a divulgação do
trecho da delação nesta segunda, Bolsonaro teria decidido se afastar
definitivamente da família Cid. O ex-presidente vinha tentando uma
reaproximação com o general Mauro Cesar Lourena Cid, amigo de longa data e pai
do ex-ajudante de ordens.
O ex-presidente teria,
inclusive, sido informado pelo pai do tenente coronel que ele não estaria no
centro das delação. No entanto, Bolsonaro não acredita mais no amigo, com quem
estudou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) nos anos 1970.
Depois do vazamento,
Bolsonaro e seu entorno se preparam para o embate judicial com Cid, acreditando
que realmente é a figura principal da delação do militar.
• Vacinas
A versão de Bolsonaro
sobre a fraude nos cartões de vacina contrasta com a de Cid. Em maio, o
ex-presidente izia que não conhecia as fraudes nos cartões de vacinação e que
tampouco havia orientado ninguém nesse sentido.
Fábio Wajngarten, seu
advogado e ex-Secom, reafirmou a versão do ex-presidente à reportagem do Uol e
agregou que seu visto para os EUA não precisaria do certificado de vacinação,
assim como o de sua filha mais nova.
Mas as investigações
acerca das fraudes nos cartões de vacinação são talvez as mais avançadas na PF
que podem levar Bolsonaro à cadeia.
Ainda no começo do ano
foi descoberta uma série de mensagens no celular de Cid em que o ex-ajudante de
ordens de Bolsonaro pedia a inserção de dados falsos no sistema eletrônico do
SUS - mais tarde ficaria comprovado que essas inserções possibilitaram os
cartões fraudados. Além de Bolsonaro e sua filha Laura, a própria família de
Cid teria fraudado certificados de vacinação para si.
Foram com essas
informações que em 3 de maio a PF realizou a Operação Venire, que fez buscas e
apreensões na casa de Bolsonaro em Brasília, além de uma série de outras buscas
e prisões. Um dos presos foi Ailton Barros, aliado de longa data de Bolsonaro.
O ex-major do Exército teria feiro parte do esquema que operava a fraude em
postos de saúde de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ).
Mauro Cid também foi
preso em 3 maio no âmbito da Operação Venire e acabou solto em 9 de setembro
após homologar um acordo de delação premiada.
O que Moraes pretende fazer com o relatório da CPI do Golpe?
De acordo com informações
da jornalista Daniela Lima no G1, o ministro Alexandre de Moraes decidiu integrar
o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do dia 8 de
janeiro com o inquérito das milícias digitais.
A investigação, liderada
pelo ministro, abrange pelo menos cinco linhas de apuração, desde a tentativa
de golpe de Estado até a disseminação, impulsionada por recursos públicos, de
notícias falsas contra as instituições e as eleições.
Os membros da CPMI
entregaram pessoalmente o relatório ao ministro no Supremo. Aqueles presentes
durante a conversa relataram que o ministro elogiou o trabalho da relatora,
Eliziane Gama (PSD-MA).
A CPMI concluiu que o
ex-presidente Bolsonaro atuou como uma espécie de mentor intelectual dos atos e
se empenhou ativamente em minar as instituições, em uma sequência de ações que
culminaram no incidente de 8 de janeiro.
Ø Mãe de Carla Zambelli já usou as redes sociais
para ataques a Alexandre de Moraes
A deputada federal Carla
Zambelli (PL-SP ) afirmou, nesta terça-feira, 24, que pediu ao hacker Walter
Delgatti Neto o endereço do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes para que a sua mãe enviasse uma carta ao magistrado para o
"sensibilizar" sobre processos em que a parlamentar era investigada.
Porém, naquela época, Rita Luzia Zambelli Salgado publicava em seu Facebook
postagens em que ofendia e pedia o impeachment de Moraes.
Nesta segunda-feira, 23,
o portal G1 divulgou dois áudios onde Zambelli pergunta a Delgatti qual seria o
endereço da residência do ministro. "Ô Walter, não aparece nenhum endereço
de Brasília, né? Precisava do endereço daqui de Brasília", disse a
deputada em um áudio de seis segundos. "Não, não pode ser, porque quadra é
prédio, e ele deve morar numa casa no Lago Sul, alguma coisa assim. Deve ser
coisa do STF. Isso provavelmente deve estar nos arquivos do STF como casa...
casa tipo... funcional, entendeu?", afirmou a parlamentar em outra
gravação de 18 segundos.
Ainda na segunda-feira, a
defesa de Zambelli havia negado ter feito o pedido a Delgatti. Nesta
terça-feira, 24, a parlamentar mudou a sua versão e disse que queria descobrir
o endereço de Moraes para que Rita Luiza enviasse uma carta ao ministro.
"Minha mãe tinha escrito uma carta para o Alexandre de Moraes e queria
entregar essa carta. Eu disse para não mandarmos para o STF para evitar pegar
mal, e ela disse que o certo era enviar para a casa dele", disse a
deputada ao portal G1.
Os áudios foram enviados
por Zambelli em novembro do ano passado, após a derrota do ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL), aliado da parlamentar. Naquele período, Rita Luiza, que também
se identifica como bolsonarista nas redes sociais, postou publicações com
ofensas dirigidas ao ex-ministro.
No dia 13 de outubro do
ano passado, a mãe de Zambelli compartilhou uma notícia sobre uma afirmação de
Moraes sobre o assédio de eleitores por empresários. Rita Luiza chamou o
ministro de "m....", "cabeça de p....", "banana nas
mãos da esquerda" e 'vendido idiota". A postagem foi compartilhada
pela deputada federal em seu Instagram, com a legenda: "Essa é a minha
mãe... #Orgulho!"
No dia seguinte, Rita Luiza
compartilhou um abaixo-assinado digital feito por bolsonaristas que pedia o
impeachment do magistrado por supostas "violações de liberdade de imprensa
e de expressão".
Em outras postagens no
dia 24 de outubro e em 20 de novembro, a mãe de Zambelli voltou a atacar Moraes
o chamando de "careca" e "cabeça de p...". Durante os
ataques antidemocráticos de 8 de Janeiro, Rita Luzia compartilhou em seu perfil
uma live de uma apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro invadindo o Congresso
Nacional.
>> Mãe de Zambelli
disse que brasileiros sentiriam 'vergonha' se Forças Armadas 'batessem
continência' a Lula
Além de ataques ao
magistrado, a mãe de Zambelli publicou postagens em que questionava a conduta
das Forças Armadas após a vitória de Lula. Os militares receberam cobranças de
bolsonaristas para promoverem uma intervenção. No dia 28 de novembro, Rita
Luiza disse que os brasileiros sentiriam 'vergonha" se os militares
"batessem continência ao molusco". Junto à postagem, a mãe de Carla
Zambelli compartilhou um vídeo que recebeu alertas de informações falsas pelo
Facebook.
"FFAA [Forças
Armadas], vocês vão deixar barato? Vão bater continência para o molusco? Já
pensaram o que nos brasileiros sentiremos por vocês, além de vergonha?",
afirmou a mãe da parlamentar.
Ex-comandante citado em delação usa apartamento da Marinha há
10 meses
O almirante Almir Garnier
Santos, comandante da Marinha do governo Bolsonaro suspeito de apoiar um plano
golpista, mora há 10 meses em um apartamento da Marinha em Brasília, mesmo tendo
passado para a reserva e deixado qualquer função na Força ainda no fim de 2022.
Garnier alegou “motivo particular” para ocupar o imóvel de classe alta e se
beneficiou de uma brecha nas regras da caserna.
Desde janeiro deste ano,
o ex-comandante da Marinha está em um apartamento de 160 metros quadrados na
Asa Sul, bairro da capital federal. Se alugasse o imóvel, pagaria no mínimo R$
6,5 mil de aluguel por mês. Garnier mora no local com a mulher, Selma Foligne,
que teve um cargo de confiança no Planalto de Jair Bolsonaro depois de se
aposentar da Marinha. Não há prazo para que o casal deixe o apartamento mantido
com dinheiro público.
Uma regra interna da
Marinha dá direito a apartamentos funcionais só aos funcionários da ativa,
assim como acontece nos outros órgãos dos três Poderes. Nesse caso, porém,
mesmo estando na reserva e afastado da Força, o militar se beneficiou de uma
brecha, ocupando um “apartamento de trânsito”, que está em outra categoria.
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Esses imóveis de
trânsito, administrados pelas Forças Armadas, são destinados a hospedar
militares e familiares em serviço ou em lazer. É o caso dos militares que
trabalham em uma nova cidade e ainda não receberam o apartamento funcional, ou
então estão viajando a trabalho. Há ainda uma outra possibilidade para permitir
o uso dos apartamentos, que foi usada por Garnier: “motivo particular”.
Questionada, a Força Naval não explicou essa justificativa.
A rotina de Garnier
depois de deixar o cargo mais alto da Marinha é discreta. O militar costuma
sair do prédio apenas de carro, pela garagem, e não é visto pelos vizinhos com
frequência. A coluna esteve no local e interfonou para o apartamento de Almir
Garnier, mas recebeu a resposta de que ele não se manifestaria. Desde setembro,
quando foi acusado na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid,
ex-auxiliar de Bolsonaro, de ter apoiado um plano golpista após a vitória de
Lula, Garnier não se pronunciou sobre o caso.
No último dia 17, o
relatório final da CPMI do 8 de Janeiro acusou Garnier de ter cometido os
crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e
associação criminosa. O colegiado apontou que o ex-comandante militar aderiu às
“condutas criminosas” de Bolsonaro e colaborou “decisivamente” para os atos
golpistas do 8 de Janeiro.
Procurada, a Marinha
afirmou que tem dois apartamentos de trânsito em Brasília destinados a
oficiais-generais, incluindo o usado pelo almirante Garnier. A Força, que não
detalhou por que forneceu o apartamento a Garnier desde janeiro, afirmou que
“reitera o seu compromisso com a transparência, a integridade e com o
cumprimento das normas estabelecidas para quaisquer de suas atividades”.
Crítico da Lei Rouanet, Eduardo Costa fará DVD com R$ 1
milhão... da Rouanet
O cantor sertanejo
Eduardo Costa, eleitor de Jair Bolsonaro, dizia que os recursos obtidos via Lei
Rouanet eram voltados para “artistas safados” que “mamavam nas tetas do
Estado”. A opinião de Costa parece ter mudado após a derrota de Bolsonaro nas
urnas. O sertanejo foi autorizado pelo Ministério da Cultura a captar R$ 996,5
mil, por meio da Lei Rouanet, até dezembro deste ano. O dinheiro será usado
para a gravação de um DVD.
A empresa autorizada a
captar os recursos chama-se Churrasco, Cerveja e Viola – C.C.V. Eventos LTDA e
pertence a Leandro Restino de Souza Porto. Ele é sócio de Edson Vander da Costa
Batista, nome verdadeiro de Eduardo Costa, em outra empresa, a Fox Vision LTDA.
Porto anexou ao projeto
de captação um documento em que Costa afirma estar ciente da proposta para
financiar o DVD com a Lei Rouanet. O termo, assinado de próprio punho pelo
cantor, foi enviado para a Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural
do Ministério da Cultura.
O projeto é chamado
“Eduardo Costa – O instrumentista e as modas de violas de Minas” e apresentará
músicas sertanejas de raiz gravadas pelo cantor com uma orquestra formada por
violões, violas e instrumentos de sopro. As gravações serão feitas durante dois
shows em Belo Horizonte.
O sócio de Eduardo Costa
informou que o projeto será o primeiro de outras edições previstas para o mesmo
formato e em outras capitais brasileiras. A renda do DVD, segundo a
justificativa apresentada ao Ministério da Cultura, terá 80% do valor voltado à
distribuição gratuita, 10% para patrocinadores e 10% para a divulgação do
produto.
Fonte: DCM/Fórum/O
Cafezinho/Metrópoles
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