Mais um jovem morto nas escolas - mãos do
bolsonarismo e da extrema direita sujas de sangue
A manhã desta
segunda-feira (23) foi de medo, indignação e angústia, com mais um caso de
violência na escola. Um jovem de 16 anos disparou tiros contra 3 jovens (1 não
sobreviveu ao levar um tiro a queima roupa na cabeça), em uma escola da zona
leste de São Paulo, na região de Sapopemba. A violência estrutural nas escolas
tem patentes políticas muito fortes: a família Bolsonaro, seus aliados, a
combalida e famigerada parcela da família tradicional, que “ama odiar”: recorte
social com cara de um Brasil que se configurou nos últimos anos.
As escolas representam a
voz do povo, da comunidade. O diagnóstico de um estado doente, que não educa,
assiste de perto, de camarote, a destruição étnica-racial. Se falta uma
política de acolhimento destes jovens, sobra casos de assédio moral contra
professores e gestores, no governo do Estado de SP.
Tarcísio de Freitas
(Republicanos), o ‘bolsonarista roxo’, governador, não só perdoa dívidas de
Bolsonaro, como é complacente com uma estrutura de educação de violência
social. Renato Feder, secretário da educação, escolhido a dedo por Tarcísio por
diversas vezes ameaçou, usou inclusive da máquina pública como mecanismo
oligárquico de autopromoção. Dono da Multilaser, empresa de tecnologia que tem
por sua vez, contratos com o Governo do Estado de SP desde a era Dória, com
denúncias até de offshore (dinheiro em paraísos fiscais) peça do desmonte da
educação no Paraná. O mandatário da educação paulista a cada dia protagoniza
seu mundo paralelo de “tecnologia distorcida” em meio a clara e falível
estrutura social, de pobreza sistêmica. O jovem que apanha, sofre abusos na
escola, compreende a estrutura educacional, como sistema de opressão, foge da
escola, dos amigos, deprime, ou simplesmente reage. A violência é apenas a
ponta de um iceberg de um paciente terminal deixado, jogado as traças pelo
estado, para o ‘político’, genericamente falar em segurança pública fazendo um
recorte da sociedade, sem conhecer a estrutura. A narrativa das armas é apenas
uma promoção de fabricantes que aprenderam que sangue e morte são a melhor
maneira de enriquecimento, sob um mecanismo letal, o genocídio estrutural.
Apadrinhados pelo “tio sam”, os “amantes da guerra”, o capitalismo da dor
capitaneado por liberais econômicos e a famigerada sociedade, encantada pelo
discurso da segregação contra minorias, alinhada a uma limpeza étnica-racial,
da extrema direita.
• A ligação da extrema direita e símbolos do bolsonarismo no
discurso armamentista
Desde a eleição de Jair
Messias Bolsonaro (PL), em 2018, o Brasil ascendeu discursos de ódio
aparelhados por uma política de medo, opressão contra as Instituições e
especialmente, contra os mais pobres, personagens mais afetados pelo
sucateamento de políticas públicas e o controle de liberdades individuais,
fundamentadas num pseudo cristianismo exacerbado. Estava lá pavimentado uma
estrada inteira para o caos. Um estado militarizado com radicais religiosos e
uma pauta econômica de segregação de direitos. Uma Constituição recriada aos
moldes bolsonaristas ajudaram a formar uma indústria cultural de pensamento em
que o populismo raivoso ganhou voz, lenço e documento. Inflamada, setores da
classe média, comunidades carentes que sofreram substancialmente um forte
conteúdo cristão, com recortes totalmente desconectados da realidade, cujo Deus
idealizado não tem amor, nem misericórdia, pune, destrói, quem discorda.
A fé sendo vendida como
munição da aniquilação humana. Eventos usando da blasfêmia, da desconstrução de
um Jesus genuíno, bondoso, misericordioso para um universo paralelo, cheio de
falsos profetas e estelionatários da fé.
É nesse cenário que se
constrói a violência estrutural: em que jovens simplesmente reproduzem um
sistema vigente. Famílias, pais irresponsáveis fomentando uma ideia autoritária
como mecanismo de poder: o Modus Operandis da extrema direita.
Bolsonaro em 2018 ganhou
notoriedade nos palanques ameaçando as Instituições e adversários políticos.
Deus, pátria, amor...Nos anais da história, a temática Deus e pátria, ajudaram
a fomentar o Fascismo na primeira Guerra Mundial e o Nazismo na Segunda Guerra
Mundial, na construção maciça de pensamento. Um nacionalismo falacioso e um
cristianismo longe da verdadeira essência de Jesus Cristo. A educação
brasileira passa por um paradoxo: a desilusão pela justiça, pelas entidades,
autoridade, a sede por justiça, o ditado popular, como sistemática de vida:
“Olho por Olho”, “Dente por Dente”. No meio dessa estrada, o dilema de morrer
ou viver sobre ‘grito silencioso’ do estado...
Noblat: Está para nascer o governo com coragem de enquadrar os
militares
Está nos jornais (sim,
eles ainda existem em papel, embora com tiragens cada vez menores):
“O governo age para
apaziguar a caserna após a CPI do golpe”.
Caserna é a construção
destinada ao alojamento de soldados num quartel. Não é ali que os ânimos
militares estão acirrados, mas nas casas ocupadas por oficiais das Forças
Armadas, do Exército e da Marinha sempre à frente.
A Aeronáutica é um caso à
parte. Ela está também insatisfeita com o relatório final da CPI que culpou 31
militares pelo golpe abortado pelo menos duas vezes – em dezembro, quando
Bolsonaro o propôs em conversa com os comandantes das três Armas, e em janeiro.
Mas o Exército e a
Marinha costumam referir a Aeronáutica como se fosse uma ONG e não a levam
muito a sério: é só liberar um pouco de dinheiro para a compra de aviões e
outras coisitas que a Aeronáutica se dá por satisfeita. Não foi bem assim no
passado.
Os aviadores no governo
Juscelino Kubistchek rebelaram-se duas vezes com a pretensão de depô-lo. Na
primeira, em 1956, tomaram por 20 dias a base aérea de Jacareacanga, no Pará.
Na segunda, em 1959, ocuparam Aragarças, em Goiás, por menos de 48 horas.
Refaça o enunciado acima
trocando CPI do golpe por outra coisa. Sugestão:
“O governo age para
apaziguar a caserna após a ideia de recriar a Comissão de Mortos e
Desaparecidos Políticos”.
Ou:
“O governo age para apaziguar a caserna após a
Proposta de Emenda à Constituição que restringe a entrada na política de
militares da ativa”.
Ou ainda:
“O governo age para
apaziguar a caserna após saber-se que o Exército comprou software para fazer
escutas telefônicas e localizar pessoas”.
Basta ou quer mais?
Está para nascer o
governo com coragem de pagar para ver no que daria não se render à vontade dos
militares. O de Fernando Henrique Cardoso contrariou os militares duas vezes:
quando criou o Ministério da Defesa e cortou verbas para seus projetos.
No Ministério da Defesa
pôs um civil. As verbas foram cortadas simplesmente porque o governo ficou sem
dinheiro. Do ponto de vista dos seus interesses, os militares apontam Fernando
Henrique como o pior presidente desde o fim da ditadura de 64.
O melhor foi Lula, eles
reconhecem. Não faltou dinheiro para nada nos seus dois governos. Lula
dispensou-lhes o tratamento mais cordial possível. Lula nada tem de esquerda,
como confessou mais de uma vez o coronel torturador Brilhante Ulstra. Mas…
Mas assim mesmo não
gostam de Lula. Como não gostavam de Bolsonaro até verem nele a chance de
retornar ao poder pelo voto, sem o uso de tanques modernos ou fumacentos.
Retornaram ao poder, pessoalmente deram-se bem, mas como instituição…
Como instituição, correm
atrás do prejuízo. Sem perder a pose, contudo. Valendo-se dos mesmos
instrumentos de pressão fora de moda em países que evoluíram. Parte da culpa
cabe aos políticos que os ignoram ou que então se borram de medo diante deles.
Defesa dá aval à instalação de comissão que desagrada as
Forças Armadas
O Ministério da Defesa
deu sinal verde para a reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e
Desaparecidos Políticos, apesar da resistência das Forças Armadas. A informação
foi divulgada pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
Uma das principais
responsabilidades dessa comissão é emitir pareceres relativos a indenizações
concedidas às famílias das vítimas e coordenar esforços para localizar os
restos mortais daqueles que desapareceram durante o regime militar.
O governo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elaborou um rascunho de decreto em março para
recriar o grupo, mas ainda não tomou uma decisão definitiva sobre a data de
implementação.
Em um encontro com
jornalistas em abril, Lula declarou que é fundamental “saber exatamente o que o
decreto prevê” e que sua assinatura dependerá da consistência do texto.
O Ministério dos Direitos
Humanos, sob a liderança do Ministro Silvio Almeida, planejou oficializar o
retorno da comissão nesta quarta-feira, dia 25 de outubro, que marca o
assassinato do jornalista Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura,
nas instalações do DOI-Codi em São Paulo, em 1975.
Seguindo o plano
elaborado pela pasta, esse dia também marcaria a posse dos sete membros da
comissão, que incluirá representantes do Ministério Público, da sociedade civil
e do próprio Ministério da Defesa.
O Ministério da Justiça
emitiu um parecer favorável e o enviou para o Ministério dos Direitos Humanos
no início deste mês. Até a tarde desta terça-feira, a pasta de Almeida ainda
não havia recebido oficialmente o parecer da Defesa, o que tem atrasado a
instalação do grupo.
O Ministério da Defesa,
no entanto, informou na noite passada que o parecer “está pronto” e que a
análise do mérito “demonstrou que não há impedimentos legais para a reativação
do grupo”.
Apesar disso, o retorno
da comissão é motivo de preocupação para o Ministro da Defesa, José Múcio, que
tem trabalhado para melhorar as relações entre o governo Lula e as Forças
Armadas. Ele avalia de maneira reservada que a reinstalação da comissão pode
gerar tensões com o setor militar.
A maior resistência não
se encontra exatamente no Ministério da Defesa, mas sim nas Forças Armadas,
especialmente no Exército. Os militares temem que a recriação da comissão possa
prejudicar ainda mais sua imagem, que já sofreu abalos após a conclusão da CPI
do 8 de Janeiro.
O relatório final dessa
CPI recomendou o indiciamento de oito generais e dois ex-comandantes por
suposto envolvimento nos eventos que culminaram na invasão e depredação da sede
dos três poderes.
O reexame dos eventos da
ditadura tende a causar desconforto entre as Forças Armadas. Em 2014, durante o
governo Dilma Rousseff, o relatório final da Comissão Nacional da Verdade
provocou agitação e mal-estar entre a petista e as Forças Armadas.
Esse documento listou 191
mortos e 243 desaparecidos políticos em decorrência do regime militar,
atribuindo a responsabilidade por torturas e assassinatos a 377 pessoas,
incluindo todos os presidentes militares do regime, de Castello Branco a João
Figueiredo.
O ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL), que interferiu na Comissão Especial sobre Mortos e
Desaparecidos Políticos durante seu mandato, substituindo quatro dos sete
membros, encerrou o grupo em dezembro do ano passado, apenas 15 dias antes do
término de seu governo.
Fonte: Brasil
247/Metrópoles/DCM
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