quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Mais um jovem morto nas escolas - mãos do bolsonarismo e da extrema direita sujas de sangue

A manhã desta segunda-feira (23) foi de medo, indignação e angústia, com mais um caso de violência na escola. Um jovem de 16 anos disparou tiros contra 3 jovens (1 não sobreviveu ao levar um tiro a queima roupa na cabeça), em uma escola da zona leste de São Paulo, na região de Sapopemba. A violência estrutural nas escolas tem patentes políticas muito fortes: a família Bolsonaro, seus aliados, a combalida e famigerada parcela da família tradicional, que “ama odiar”: recorte social com cara de um Brasil que se configurou nos últimos anos.

As escolas representam a voz do povo, da comunidade. O diagnóstico de um estado doente, que não educa, assiste de perto, de camarote, a destruição étnica-racial. Se falta uma política de acolhimento destes jovens, sobra casos de assédio moral contra professores e gestores, no governo do Estado de SP.

Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ‘bolsonarista roxo’, governador, não só perdoa dívidas de Bolsonaro, como é complacente com uma estrutura de educação de violência social. Renato Feder, secretário da educação, escolhido a dedo por Tarcísio por diversas vezes ameaçou, usou inclusive da máquina pública como mecanismo oligárquico de autopromoção. Dono da Multilaser, empresa de tecnologia que tem por sua vez, contratos com o Governo do Estado de SP desde a era Dória, com denúncias até de offshore (dinheiro em paraísos fiscais) peça do desmonte da educação no Paraná. O mandatário da educação paulista a cada dia protagoniza seu mundo paralelo de “tecnologia distorcida” em meio a clara e falível estrutura social, de pobreza sistêmica. O jovem que apanha, sofre abusos na escola, compreende a estrutura educacional, como sistema de opressão, foge da escola, dos amigos, deprime, ou simplesmente reage. A violência é apenas a ponta de um iceberg de um paciente terminal deixado, jogado as traças pelo estado, para o ‘político’, genericamente falar em segurança pública fazendo um recorte da sociedade, sem conhecer a estrutura. A narrativa das armas é apenas uma promoção de fabricantes que aprenderam que sangue e morte são a melhor maneira de enriquecimento, sob um mecanismo letal, o genocídio estrutural. Apadrinhados pelo “tio sam”, os “amantes da guerra”, o capitalismo da dor capitaneado por liberais econômicos e a famigerada sociedade, encantada pelo discurso da segregação contra minorias, alinhada a uma limpeza étnica-racial, da extrema direita.

•        A ligação da extrema direita e símbolos do bolsonarismo no discurso armamentista

Desde a eleição de Jair Messias Bolsonaro (PL), em 2018, o Brasil ascendeu discursos de ódio aparelhados por uma política de medo, opressão contra as Instituições e especialmente, contra os mais pobres, personagens mais afetados pelo sucateamento de políticas públicas e o controle de liberdades individuais, fundamentadas num pseudo cristianismo exacerbado. Estava lá pavimentado uma estrada inteira para o caos. Um estado militarizado com radicais religiosos e uma pauta econômica de segregação de direitos. Uma Constituição recriada aos moldes bolsonaristas ajudaram a formar uma indústria cultural de pensamento em que o populismo raivoso ganhou voz, lenço e documento. Inflamada, setores da classe média, comunidades carentes que sofreram substancialmente um forte conteúdo cristão, com recortes totalmente desconectados da realidade, cujo Deus idealizado não tem amor, nem misericórdia, pune, destrói, quem discorda.

A fé sendo vendida como munição da aniquilação humana. Eventos usando da blasfêmia, da desconstrução de um Jesus genuíno, bondoso, misericordioso para um universo paralelo, cheio de falsos profetas e estelionatários da fé.

É nesse cenário que se constrói a violência estrutural: em que jovens simplesmente reproduzem um sistema vigente. Famílias, pais irresponsáveis fomentando uma ideia autoritária como mecanismo de poder: o Modus Operandis da extrema direita.

Bolsonaro em 2018 ganhou notoriedade nos palanques ameaçando as Instituições e adversários políticos. Deus, pátria, amor...Nos anais da história, a temática Deus e pátria, ajudaram a fomentar o Fascismo na primeira Guerra Mundial e o Nazismo na Segunda Guerra Mundial, na construção maciça de pensamento. Um nacionalismo falacioso e um cristianismo longe da verdadeira essência de Jesus Cristo. A educação brasileira passa por um paradoxo: a desilusão pela justiça, pelas entidades, autoridade, a sede por justiça, o ditado popular, como sistemática de vida: “Olho por Olho”, “Dente por Dente”. No meio dessa estrada, o dilema de morrer ou viver sobre ‘grito silencioso’ do estado...

 

       Noblat: Está para nascer o governo com coragem de enquadrar os militares

 

Está nos jornais (sim, eles ainda existem em papel, embora com tiragens cada vez menores):

“O governo age para apaziguar a caserna após a CPI do golpe”.

Caserna é a construção destinada ao alojamento de soldados num quartel. Não é ali que os ânimos militares estão acirrados, mas nas casas ocupadas por oficiais das Forças Armadas, do Exército e da Marinha sempre à frente.

A Aeronáutica é um caso à parte. Ela está também insatisfeita com o relatório final da CPI que culpou 31 militares pelo golpe abortado pelo menos duas vezes – em dezembro, quando Bolsonaro o propôs em conversa com os comandantes das três Armas, e em janeiro.

Mas o Exército e a Marinha costumam referir a Aeronáutica como se fosse uma ONG e não a levam muito a sério: é só liberar um pouco de dinheiro para a compra de aviões e outras coisitas que a Aeronáutica se dá por satisfeita. Não foi bem assim no passado.

Os aviadores no governo Juscelino Kubistchek rebelaram-se duas vezes com a pretensão de depô-lo. Na primeira, em 1956, tomaram por 20 dias a base aérea de Jacareacanga, no Pará. Na segunda, em 1959, ocuparam Aragarças, em Goiás, por menos de 48 horas.

Refaça o enunciado acima trocando CPI do golpe por outra coisa. Sugestão:

“O governo age para apaziguar a caserna após a ideia de recriar a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos”.

Ou:

 “O governo age para apaziguar a caserna após a Proposta de Emenda à Constituição que restringe a entrada na política de militares da ativa”.

Ou ainda:

“O governo age para apaziguar a caserna após saber-se que o Exército comprou software para fazer escutas telefônicas e localizar pessoas”.

Basta ou quer mais?

Está para nascer o governo com coragem de pagar para ver no que daria não se render à vontade dos militares. O de Fernando Henrique Cardoso contrariou os militares duas vezes: quando criou o Ministério da Defesa e cortou verbas para seus projetos.

No Ministério da Defesa pôs um civil. As verbas foram cortadas simplesmente porque o governo ficou sem dinheiro. Do ponto de vista dos seus interesses, os militares apontam Fernando Henrique como o pior presidente desde o fim da ditadura de 64.

O melhor foi Lula, eles reconhecem. Não faltou dinheiro para nada nos seus dois governos. Lula dispensou-lhes o tratamento mais cordial possível. Lula nada tem de esquerda, como confessou mais de uma vez o coronel torturador Brilhante Ulstra. Mas…

Mas assim mesmo não gostam de Lula. Como não gostavam de Bolsonaro até verem nele a chance de retornar ao poder pelo voto, sem o uso de tanques modernos ou fumacentos. Retornaram ao poder, pessoalmente deram-se bem, mas como instituição…

Como instituição, correm atrás do prejuízo. Sem perder a pose, contudo. Valendo-se dos mesmos instrumentos de pressão fora de moda em países que evoluíram. Parte da culpa cabe aos políticos que os ignoram ou que então se borram de medo diante deles.

 

       Defesa dá aval à instalação de comissão que desagrada as Forças Armadas

 

O Ministério da Defesa deu sinal verde para a reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, apesar da resistência das Forças Armadas. A informação foi divulgada pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

Uma das principais responsabilidades dessa comissão é emitir pareceres relativos a indenizações concedidas às famílias das vítimas e coordenar esforços para localizar os restos mortais daqueles que desapareceram durante o regime militar.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elaborou um rascunho de decreto em março para recriar o grupo, mas ainda não tomou uma decisão definitiva sobre a data de implementação.

Em um encontro com jornalistas em abril, Lula declarou que é fundamental “saber exatamente o que o decreto prevê” e que sua assinatura dependerá da consistência do texto.

O Ministério dos Direitos Humanos, sob a liderança do Ministro Silvio Almeida, planejou oficializar o retorno da comissão nesta quarta-feira, dia 25 de outubro, que marca o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura, nas instalações do DOI-Codi em São Paulo, em 1975.

Seguindo o plano elaborado pela pasta, esse dia também marcaria a posse dos sete membros da comissão, que incluirá representantes do Ministério Público, da sociedade civil e do próprio Ministério da Defesa.

O Ministério da Justiça emitiu um parecer favorável e o enviou para o Ministério dos Direitos Humanos no início deste mês. Até a tarde desta terça-feira, a pasta de Almeida ainda não havia recebido oficialmente o parecer da Defesa, o que tem atrasado a instalação do grupo.

O Ministério da Defesa, no entanto, informou na noite passada que o parecer “está pronto” e que a análise do mérito “demonstrou que não há impedimentos legais para a reativação do grupo”.

Apesar disso, o retorno da comissão é motivo de preocupação para o Ministro da Defesa, José Múcio, que tem trabalhado para melhorar as relações entre o governo Lula e as Forças Armadas. Ele avalia de maneira reservada que a reinstalação da comissão pode gerar tensões com o setor militar.

A maior resistência não se encontra exatamente no Ministério da Defesa, mas sim nas Forças Armadas, especialmente no Exército. Os militares temem que a recriação da comissão possa prejudicar ainda mais sua imagem, que já sofreu abalos após a conclusão da CPI do 8 de Janeiro.

O relatório final dessa CPI recomendou o indiciamento de oito generais e dois ex-comandantes por suposto envolvimento nos eventos que culminaram na invasão e depredação da sede dos três poderes.

O reexame dos eventos da ditadura tende a causar desconforto entre as Forças Armadas. Em 2014, durante o governo Dilma Rousseff, o relatório final da Comissão Nacional da Verdade provocou agitação e mal-estar entre a petista e as Forças Armadas.

Esse documento listou 191 mortos e 243 desaparecidos políticos em decorrência do regime militar, atribuindo a responsabilidade por torturas e assassinatos a 377 pessoas, incluindo todos os presidentes militares do regime, de Castello Branco a João Figueiredo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que interferiu na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos durante seu mandato, substituindo quatro dos sete membros, encerrou o grupo em dezembro do ano passado, apenas 15 dias antes do término de seu governo.

 

Fonte: Brasil 247/Metrópoles/DCM

 

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