Estimulação elétrica cerebral: ciência revela novo combate ao Alzheimer
Conforme evidenciado por uma recente pesquisa da
revista Nature
Neuroscience, a estimulação elétrica cerebral é apontada como
um futuro tratamento promissor para pacientes com Alzheimer.
A tecnologia, que emprega campos elétricos de
várias frequências para estimular os neurônios no hipocampo – uma área do
cérebro associada à formação e recuperação de memórias – vem ganhando destaque
na área da neurociência.
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Estimulação elétrica
cerebral surge para combater o Alzheimer
O funcionamento do cérebro é baseado em uma
elaborada rede de neurônios que se comunicam entre si através de sinais
elétricos.
No caso da doença de Alzheimer, essa comunicação se
vê comprometida, gerando desequilíbrios na atividade elétrica do cérebro.
A técnica da estimulação elétrica profunda busca
justamente corrigir esses desequilíbrios e, dessa forma, propõe-se como um
tratamento em potencial para a doença.
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Como funciona a
eletroestimulação cerebral?
A técnica envolve a implantação de eletrodos que
monitoram a atividade cerebral e transportam pequenas correntes elétricas.
Antes de tentar chegar ao hipocampo por meios
não-invasivos, os pesquisadores confirmaram a viabilidade das tentativas por
meio de experimentos com cérebros post mortem.
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Resultados positivos em
voluntários
Em um segundo momento, a estimulação foi aplicada
em 20 voluntários que não apresentavam sintomas de Alzheimer.
Durante o procedimento, os participantes realizaram
tarefas de memorização de conjuntos de rostos e nomes, que exigem a atividade
do hipocampo.
Posteriormente, o processo foi repetido em outros
21 voluntários durante 30 minutos. Segundo os pesquisadores, a técnica
apresentou melhorias significativas no desempenho da memória.
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Potencial da estimulação
elétrica cerebral
Agora, a equipe de pesquisa pretende testar se o
tratamento repetido com estimulação ao longo de vários dias poderia beneficiar
pessoas nos estágios iniciais da doença de Alzheimer.
Para tal, um novo estudo contará com a participação
de indivíduos com idade a partir de 50 anos e com comprometimento cognitivo
leve.
A estimulação elétrica cerebral, além de
representar uma perspectiva animadora para o tratamento do Alzheimer, vem
atraindo o interesse da comunidade científica em outras aplicações.
Em 2021, um estudo da Universidade da Califórnia,
publicado na revista Nature Medicine, apontou que a estimulação elétrica no
cérebro pode ter um efeito antidepressivo profundo, se adaptada ao humor e aos
sintomas específicos de cada paciente.
O estudo promete abrir novas vias para o tratamento
do Alzheimer e outras doenças neurológicas, oferecendo esperança para milhões
de pessoas que sofrem com essas condições. Os resultados iniciais são
animadores, mas ainda mais pesquisas são necessárias para validar e otimizar a
técnica.
Ø Jejum intermitente promete combate à diabetes e Alzheimer
Há alguns anos, o jejum
intermitente virou foco de inúmeras pesquisas por ser uma prática que
parece trazer diversos benefícios para a saúde.
Recentemente, um estudo australiano sugere que a
prática pode auxiliar na prevenção do diabetes tipo 2 e até mesmo no Alzheimer.
Para entender melhor como funciona e quem pode seguir este regime alimentar,
continue a leitura.
Os pesquisadores australianos, acompanharam 209
voluntários inseridos em um plano de jejum intermitente, onde comiam apenas das
8h às 12h, e ficavam o restante do dia em jejum.
Após o estudo, foi constatado que a prática
melhorava significativamente a tolerância à glicose, comparada a quem seguia
uma dieta de baixa caloria.
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Como o jejum intermitente
reduz o risco de diabetes?
Os resultados da pesquisa apresentaram que os
participantes sensíveis à insulina diminuíram, apresentando maior tolerância à
glicose, redução dos lipídios do sangue, e consequentemente reduzindo o risco
de desenvolver o diabetes tipo 2.
Além disso, a pesquisadora Leonie Heilbronn, uma das
responsáveis pelo estudo, destacou que ainda serão necessários mais estudos
para compreender se o jejum deve ser feito com uma janela alimentar mais longa
para que seja sustentável a longo prazo.
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Qual o impacto do jejum
intermitente no Alzheimer?
O jejum intermitente também tem demonstrado
impactos positivos em doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Em estudos realizados em ratos, os que seguiram uma dieta baseada em
jejum, demonstraram melhorias na função da memória.
Há também indícios que as proteínas amiloides,
associadas ao Alzheimer, apresentam dificuldade de se acumular nos cérebros dos
animais que seguem esse regime alimentar.
Desplats, neurocientista da UC San Diego, afirmou
que se os mesmos resultados forem encontrados em testes em humanos, o jejum
intermitente poderá ser uma estratégia promissora no combate à doença.
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Existe um horário ideal
para o jejum intermitente?
Segundo pesquisa realizada pela Universidade de Chicago, a janela de alimentação tem impacto na saúde. Comer durante o dia
contribuiria para a perda de peso e melhora a sensibilidade à insulina,
enquanto janelas alimentares à noite não trariam benefícios.
O que está por trás dessa explicação é o nosso
ciclo circadiano, nosso ‘relógio biológico’ que regula várias funções do nosso
organismo.
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O jejum intermitente é
para todos?
Alguns profissionais defendem que o jejum deveria
ser feito de acordo com a individualidade de cada um, considerando seu estilo
de vida e suas necessidades.
Esse tipo de regime alimentar deve ser acompanhado
por um profissional da saúde, já que pode haver efeitos adversos como dores de
cabeça, tontura e dificuldade de concentração para algumas pessoas.
Grupos específicos, como crianças, mulheres
amamentando e idosos, devem receber atenção especial e, em alguns casos, não
devem seguir o jejum intermitente.
No final das contas, independentemente do tipo de
dieta que se escolhe seguir, o mais importante é fazer escolhas saudáveis,
ricas nutricionalmente, associadas a um estilo de vida ativo e saudável.
Fonte: eCycle
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