6 dúvidas comuns sobre doenças do coração
Sabia que as doenças do coração são a principal
causa de morte no país? De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente
300 mil pessoas têm ataques cardíacos a cada ano, e em 30% desses casos, isso
resulta em morte. Apesar das campanhas de conscientização, muitas pessoas ainda
não cuidam bem da saúde do coração. O ministério também prevê que, até 2040, o
número de ataques cardíacos pode aumentar em até 250%.
A Dra. Thais Pinheiro Lima, cardiologista e
especialista em exames de imagem cardíaca, enfatiza a importância do
diagnóstico precoce, pois isso pode prevenir complicações graves das doenças
cardíacas. Ela é associada ao Instituto do Coração (InCor) do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e uma
das fundadoras da CardioScan Telerradiologia Cardiovascular.
• Check-up
cardiológico é fundamental
Infelizmente, nem sempre o exame cardiológico é
realizado com a frequência adequada. “O check-up pode ser semestral ou anual,
por exemplo, e o médico indicará os exames de acordo com a necessidade do
paciente”, recomenda a Dra. Thais.
Segundo a cardiologista, hoje existem alternativas
não invasivas para o diagnóstico e a detecção de doenças graves, possibilitando
o tratamento de urgência. É o caso da angiotomografia de coronárias, exame que
usa a tomografia computadorizada para que possam ser visualizados os vasos
sanguíneos que suprem os músculos cardíacos.
• Pacientes
jovens também correm riscos cardiovasculares
Com esse recurso, é possível checar o
desenvolvimento de placas de gordura que reduzem a chegada do sangue ao coração
e aumentam o risco de um futuro infarto do miocárdio. “Mesmo no caso de pacientes
jovens, se existe risco cardiovascular moderado a alto, a angiotomografia de
coração pode ser indicada. É o exame de primeira escolha, de extrema
importância para realizar um diagnóstico mais preciso e indicar o tratamento de
acordo com a necessidade do paciente”, complementa a cardiologista.
Para esclarecer algumas das principais dúvidas
sobre diagnóstico de doenças cardiovasculares no Dia Mundial do Coração (29 de
setembro), a cardiologista responde às perguntas abaixo sobre a importância do
check-up cardiológico, destacando a relevância dos exames de imagem.
• 1.
Todos precisam realizar exames cardiológicos?
Sim. Todos precisam realizar exames cardiológicos
em algum momento da vida. De forma geral, recomenda-se que pessoas
assintomáticas passem a consultar um cardiologista, periodicamente, a partir
dos 40 anos. No entanto, o paciente sempre deve procurar um cardiologista
imediatamente, caso identifique algum sintoma. É preocupante quando o paciente
apresenta palpitação (coração acelerado), dor no peito ou desmaios frequentes.
A cardiologia dispõe de uma gama ampla de exames,
recomendados a partir dos sintomas do paciente, como eletrocardiograma,
ecocardiograma, mapa, holter, teste de esforço, angiotomografia de coronárias,
ressonância cardíaca, cintilografias e cateterismo. Checar regularmente as
condições cardíacas vale também para crianças e adultos jovens, principalmente
com comorbidades, como obesidade, diabetes, tabagismo, colesterol alto e
hipertensão arterial.
• 2.
Quais são as doenças mais comuns?
As doenças cardíacas mais comuns costumam ser
diagnosticadas, inicialmente, com base em sintomas como palpitação, dor no
peito, desmaios, batimento acelerado e cansaço extremo ao caminhar. Na lista,
as mais comuns são as doenças coronarianas e as arritmias cardíacas. Baseado no
que for descoberto, existe uma recomendação de acompanhamento para cada caso.
• 3.
Quais procedimentos feitos em suspeita de infarto?
Quando o paciente chega ao pronto-socorro, existe
uma classificação de risco. Na suspeita de infarto, o caso é declarado como
emergência imediatamente e este paciente entra no fluxo de atendimento do
protocolo dor torácica.
É fundamental que a pessoa seja rapidamente
atendida e passe por um eletrocardiograma em até 10 minutos. A partir daí, o
médico visualiza o eletro, conversa e examina o paciente, identificando se
existe alguma alteração aguda, como um infarto grave ou uma arritmia aguda
(como fibrilação atrial, por exemplo).
• Dor
torácica deve ser tratada imediatamente
Nos casos de o paciente continuar no protocolo dor
torácica, ele é encaminhado para tratamento imediato, que pode variar conforme
a necessidade. Serão realizadas coletas de exames de sangue e estratificação de
risco de acordo com os escores preconizados mundialmente.
Além do tratamento medicamentoso, pode ser
realizada a angiotomografia de coronárias no atendimento dos pacientes de risco
baixo e intermediário e até mesmo a realização de cateterismo em caráter de
emergência, com realização em até 60 minutos da chegada no hospital, nos casos
de infarto mais graves. Costumo dizer que uma equipe multidisciplinar em um
cenário de emergência é fundamental para fornecer um tratamento ágil e eficaz,
garantindo um melhor desfecho clínico para o paciente.
• 4. É
possível evitar problemas mais graves com diagnóstico precoce?
Sem dúvida. Quanto mais cedo identificamos o
problema, maior a chance de controlá-lo por meio de um tratamento clínico
otimizado, ajustando a medicação da forma correta, orientando e garantindo o
acompanhamento com regularidade. A atenção aos fatores de risco (como consumo
excessivo de álcool, tabagismo e diabetes, por exemplo) é essencial no primeiro
momento.
Temos diversas pesquisas reforçando que, quando
bem-orientado, o paciente tem chances de viver muito melhor e com a saúde sob
controle. A chance de um desfecho grave, com infarto ou óbito, diminui
significativamente.
• 5.
Quando o cateterismo deve ser realizado?
O cateterismo é um procedimento comum sendo cada
vez mais utilizado no tratamento da doença coronária, que é a realização de
angioplastia (colocação de stent na coronária). Para estudar a anatomia das
artérias do coração , temos a angiotomografia de coronárias.
Este exame tem elevada precisão, ou seja, já
descobre entupimentos e obstruções das artérias mesmo nos casos mais iniciais e
veio para praticamente substituir o cateterismo no cenário de diagnóstico de
doença coronariana. Comumente, ele é realizado por um cardiologista com sub
especialização em hemodinâmica, preferencialmente certificado pela Sociedade Brasileira
de Hemodinâmica Cardiologia Intervencionista.
• 6.
Quais exames de rotina evita problemas graves?
Segundo recomendações recentes das Diretrizes
Europeia e Americana de Cardiologia sobre prevenção de risco cardiovascular,
nos casos de pessoas assintomáticas, existem exames a serem realizados de
acordo com as faixas etárias. Caso o paciente apresente sintomas, é importante
considerar a realização de exames cardiológicos em qualquer momento da vida. De
forma geral, o check-up anual deve ser recomendado para todas as pessoas acima
de 40 anos.
Destaco aqui que, apesar de todas as informações
disponíveis atualmente, o Brasil ainda continua com o cenário de doenças
cardiovasculares e infartos muito preocupante. Então, vale sempre lembrar que
uma boa conversa com seu médico e a realização de exames periódicos, além de
manter hábitos saudáveis com alimentação regrada, controle do sono e do
estresse, aliados à prática de exercícios físicos, são fatores fundamentais
para garantir uma boa saúde ao longo da vida.
4
dicas para evitar doenças no coração
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, as
doenças do coração são a causa de cerca de 30% das mortes, o que equivale a
aproximadamente 400 mil óbitos por ano. Mesmo se você tiver histórico familiar
de problemas cardíacos, ainda é possível tomar medidas para prevenir essas
condições, como diz o cardiologista Dr. Roberto Yano.
“Existem, sim, fatores genéticos que podem aumentar
a chance de desenvolver doenças cardíacas, mas também existe uma série de
outros fatores que podem influenciar esse processo e que podem ser controlados
por meio de alguns cuidados simples”, aponta o especialista.
>>>> Veja, abaixo, como cuidar da saúde
do seu coração!
• 1.
Cuide da sua alimentação
Somos o que ingerimos. Portanto, optar por uma
alimentação saudável, baseando-se em alimentos naturais e evitando produtos
industrializados, processados e ultraprocessados, faz toda a diferença.
“Uma boa
alimentação ajuda a controlar a pressão arterial, os níveis de glicemia, o
colesterol, reduzindo o LDL (colesterol ruim) e aumentando o HDL (colesterol
bom). Ainda ajuda [você] a se manter sempre no peso adequado, além de melhorar
o seu sono e o seu humor”, afirma o profissional.
• 2.
Pratique exercícios físicos
O exercício ajuda a melhorar o fluxo sanguíneo em
todo o corpo, garantindo que todas as partes do coração e do sistema
circulatório recebam oxigênio e nutrientes de maneira eficaz.
“A prática regular de exercícios físicos é
fundamental para manter a saúde cardiovascular em dia, melhorando a circulação
sanguínea, reduzindo a pressão arterial e fortalecendo o coração, evitando a
formação de placas ateroscleróticas, o que pode levar ao infarto, e protegendo
o coração da temida insuficiência cardíaca”, afirma o Dr. Roberto Yano.
• 3.
Pare de fumar
Um modo de vida inadequado desempenha um papel
significativo no surgimento de doenças cardiovasculares. E, entre os fatores de
risco, encontra-se o tabagismo.
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“Ele danifica os vasos sanguíneos e o coração ,
promovendo um estreitamento de artérias e prejudicando a oxigenação do sangue,
aumentando a pressão arterial, aumentando o risco de infarto e derrame
cerebral”, esclarece o médico.
• 4.
Controle o estresse
O estresse intenso pode desencadear palpitações
cardíacas e ritmos cardíacos irregulares, como a fibrilação atrial. Essas
condições aumentam o risco de complicações cardiovasculares, incluindo acidente
vascular cerebral e insuficiência cardíaca.
“O estresse é cada vez mais presente no nosso dia a
dia, mas deve-se tomar bastante cuidado para evitar excessos, pois ele pode
prejudicar bastante a sua saúde cardíaca, gerando um aumento da frequência
cardíaca, um aumento da pressão arterial, a liberação de fatores inflamatórios
que pioram a nossa saúde, sendo também um fator de risco para o infarto, o
derrame e a insuficiência cardíaca”, explica.
Fonte: Portal EdiCase
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