terça-feira, 3 de outubro de 2023

6 dúvidas comuns sobre doenças do coração

Sabia que as doenças do coração são a principal causa de morte no país? De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 300 mil pessoas têm ataques cardíacos a cada ano, e em 30% desses casos, isso resulta em morte. Apesar das campanhas de conscientização, muitas pessoas ainda não cuidam bem da saúde do coração. O ministério também prevê que, até 2040, o número de ataques cardíacos pode aumentar em até 250%.

A Dra. Thais Pinheiro Lima, cardiologista e especialista em exames de imagem cardíaca, enfatiza a importância do diagnóstico precoce, pois isso pode prevenir complicações graves das doenças cardíacas. Ela é associada ao Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e uma das fundadoras da CardioScan Telerradiologia Cardiovascular.

•        Check-up cardiológico é fundamental

Infelizmente, nem sempre o exame cardiológico é realizado com a frequência adequada. “O check-up pode ser semestral ou anual, por exemplo, e o médico indicará os exames de acordo com a necessidade do paciente”, recomenda a Dra. Thais.

Segundo a cardiologista, hoje existem alternativas não invasivas para o diagnóstico e a detecção de doenças graves, possibilitando o tratamento de urgência. É o caso da angiotomografia de coronárias, exame que usa a tomografia computadorizada para que possam ser visualizados os vasos sanguíneos que suprem os músculos cardíacos.

•        Pacientes jovens também correm riscos cardiovasculares

Com esse recurso, é possível checar o desenvolvimento de placas de gordura que reduzem a chegada do sangue ao coração e aumentam o risco de um futuro infarto do miocárdio. “Mesmo no caso de pacientes jovens, se existe risco cardiovascular moderado a alto, a angiotomografia de coração pode ser indicada. É o exame de primeira escolha, de extrema importância para realizar um diagnóstico mais preciso e indicar o tratamento de acordo com a necessidade do paciente”, complementa a cardiologista.

Para esclarecer algumas das principais dúvidas sobre diagnóstico de doenças cardiovasculares no Dia Mundial do Coração (29 de setembro), a cardiologista responde às perguntas abaixo sobre a importância do check-up cardiológico, destacando a relevância dos exames de imagem.

•        1. Todos precisam realizar exames cardiológicos?

Sim. Todos precisam realizar exames cardiológicos em algum momento da vida. De forma geral, recomenda-se que pessoas assintomáticas passem a consultar um cardiologista, periodicamente, a partir dos 40 anos. No entanto, o paciente sempre deve procurar um cardiologista imediatamente, caso identifique algum sintoma. É preocupante quando o paciente apresenta palpitação (coração acelerado), dor no peito ou desmaios frequentes.

A cardiologia dispõe de uma gama ampla de exames, recomendados a partir dos sintomas do paciente, como eletrocardiograma, ecocardiograma, mapa, holter, teste de esforço, angiotomografia de coronárias, ressonância cardíaca, cintilografias e cateterismo. Checar regularmente as condições cardíacas vale também para crianças e adultos jovens, principalmente com comorbidades, como obesidade, diabetes, tabagismo, colesterol alto e hipertensão arterial.

•        2. Quais são as doenças mais comuns?

As doenças cardíacas mais comuns costumam ser diagnosticadas, inicialmente, com base em sintomas como palpitação, dor no peito, desmaios, batimento acelerado e cansaço extremo ao caminhar. Na lista, as mais comuns são as doenças coronarianas e as arritmias cardíacas. Baseado no que for descoberto, existe uma recomendação de acompanhamento para cada caso.

•        3. Quais procedimentos feitos em suspeita de infarto?

Quando o paciente chega ao pronto-socorro, existe uma classificação de risco. Na suspeita de infarto, o caso é declarado como emergência imediatamente e este paciente entra no fluxo de atendimento do protocolo dor torácica.

É fundamental que a pessoa seja rapidamente atendida e passe por um eletrocardiograma em até 10 minutos. A partir daí, o médico visualiza o eletro, conversa e examina o paciente, identificando se existe alguma alteração aguda, como um infarto grave ou uma arritmia aguda (como fibrilação atrial, por exemplo).

•        Dor torácica deve ser tratada imediatamente

Nos casos de o paciente continuar no protocolo dor torácica, ele é encaminhado para tratamento imediato, que pode variar conforme a necessidade. Serão realizadas coletas de exames de sangue e estratificação de risco de acordo com os escores preconizados mundialmente.

Além do tratamento medicamentoso, pode ser realizada a angiotomografia de coronárias no atendimento dos pacientes de risco baixo e intermediário e até mesmo a realização de cateterismo em caráter de emergência, com realização em até 60 minutos da chegada no hospital, nos casos de infarto mais graves. Costumo dizer que uma equipe multidisciplinar em um cenário de emergência é fundamental para fornecer um tratamento ágil e eficaz, garantindo um melhor desfecho clínico para o paciente.

•        4. É possível evitar problemas mais graves com diagnóstico precoce?

Sem dúvida. Quanto mais cedo identificamos o problema, maior a chance de controlá-lo por meio de um tratamento clínico otimizado, ajustando a medicação da forma correta, orientando e garantindo o acompanhamento com regularidade. A atenção aos fatores de risco (como consumo excessivo de álcool, tabagismo e diabetes, por exemplo) é essencial no primeiro momento.

Temos diversas pesquisas reforçando que, quando bem-orientado, o paciente tem chances de viver muito melhor e com a saúde sob controle. A chance de um desfecho grave, com infarto ou óbito, diminui significativamente.

•        5. Quando o cateterismo deve ser realizado?

O cateterismo é um procedimento comum sendo cada vez mais utilizado no tratamento da doença coronária, que é a realização de angioplastia (colocação de stent na coronária). Para estudar a anatomia das artérias do coração , temos a angiotomografia de coronárias.

Este exame tem elevada precisão, ou seja, já descobre entupimentos e obstruções das artérias mesmo nos casos mais iniciais e veio para praticamente substituir o cateterismo no cenário de diagnóstico de doença coronariana. Comumente, ele é realizado por um cardiologista com sub especialização em hemodinâmica, preferencialmente certificado pela Sociedade Brasileira de Hemodinâmica Cardiologia Intervencionista.

•        6. Quais exames de rotina evita problemas graves?

Segundo recomendações recentes das Diretrizes Europeia e Americana de Cardiologia sobre prevenção de risco cardiovascular, nos casos de pessoas assintomáticas, existem exames a serem realizados de acordo com as faixas etárias. Caso o paciente apresente sintomas, é importante considerar a realização de exames cardiológicos em qualquer momento da vida. De forma geral, o check-up anual deve ser recomendado para todas as pessoas acima de 40 anos.

Destaco aqui que, apesar de todas as informações disponíveis atualmente, o Brasil ainda continua com o cenário de doenças cardiovasculares e infartos muito preocupante. Então, vale sempre lembrar que uma boa conversa com seu médico e a realização de exames periódicos, além de manter hábitos saudáveis com alimentação regrada, controle do sono e do estresse, aliados à prática de exercícios físicos, são fatores fundamentais para garantir uma boa saúde ao longo da vida.

 

       4 dicas para evitar doenças no coração

 

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, as doenças do coração são a causa de cerca de 30% das mortes, o que equivale a aproximadamente 400 mil óbitos por ano. Mesmo se você tiver histórico familiar de problemas cardíacos, ainda é possível tomar medidas para prevenir essas condições, como diz o cardiologista Dr. Roberto Yano.

“Existem, sim, fatores genéticos que podem aumentar a chance de desenvolver doenças cardíacas, mas também existe uma série de outros fatores que podem influenciar esse processo e que podem ser controlados por meio de alguns cuidados simples”, aponta o especialista.

>>>> Veja, abaixo, como cuidar da saúde do seu coração!

•        1. Cuide da sua alimentação

Somos o que ingerimos. Portanto, optar por uma alimentação saudável, baseando-se em alimentos naturais e evitando produtos industrializados, processados e ultraprocessados, faz toda a diferença.

 “Uma boa alimentação ajuda a controlar a pressão arterial, os níveis de glicemia, o colesterol, reduzindo o LDL (colesterol ruim) e aumentando o HDL (colesterol bom). Ainda ajuda [você] a se manter sempre no peso adequado, além de melhorar o seu sono e o seu humor”, afirma o profissional.

•        2. Pratique exercícios físicos

O exercício ajuda a melhorar o fluxo sanguíneo em todo o corpo, garantindo que todas as partes do coração e do sistema circulatório recebam oxigênio e nutrientes de maneira eficaz.

“A prática regular de exercícios físicos é fundamental para manter a saúde cardiovascular em dia, melhorando a circulação sanguínea, reduzindo a pressão arterial e fortalecendo o coração, evitando a formação de placas ateroscleróticas, o que pode levar ao infarto, e protegendo o coração da temida insuficiência cardíaca”, afirma o Dr. Roberto Yano.

•        3. Pare de fumar

Um modo de vida inadequado desempenha um papel significativo no surgimento de doenças cardiovasculares. E, entre os fatores de risco, encontra-se o tabagismo.

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“Ele danifica os vasos sanguíneos e o coração , promovendo um estreitamento de artérias e prejudicando a oxigenação do sangue, aumentando a pressão arterial, aumentando o risco de infarto e derrame cerebral”, esclarece o médico.

•        4. Controle o estresse

O estresse intenso pode desencadear palpitações cardíacas e ritmos cardíacos irregulares, como a fibrilação atrial. Essas condições aumentam o risco de complicações cardiovasculares, incluindo acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca.

“O estresse é cada vez mais presente no nosso dia a dia, mas deve-se tomar bastante cuidado para evitar excessos, pois ele pode prejudicar bastante a sua saúde cardíaca, gerando um aumento da frequência cardíaca, um aumento da pressão arterial, a liberação de fatores inflamatórios que pioram a nossa saúde, sendo também um fator de risco para o infarto, o derrame e a insuficiência cardíaca”, explica.

 

Fonte: Portal EdiCase

 

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