Sistema monetário global se desintegra
enquanto a confiança no dólar dos EUA cai, diz especialista
O sistema monetário
internacional está desmoronando, e a confiança no dólar estadunidense no mundo
está caindo devido ao fato de que ele está sendo utilizado como uma arma pelas
autoridades dos EUA, disse em entrevista à Sputnik o ex-diretor-executivo da
Rússia no Fundo Monetário Internacional (FMI) Aleksei Mozhin.
"Agora vemos que
este sistema está desmoronando. Vemos que a confiança no dólar está diminuindo.
Inclusive porque é usado pelos americanos como uma arma", disse ele à
agência.
Segundo Mozhin, outra
razão para o enfraquecimento da confiança no dólar dos EUA é a crescente dívida
pública dos Estados Unidos e a falta de possibilidades de sua diminuição. Neste
contexto, observou ele, há um aumento nos preços do ouro, que é o principal
indicador de uma queda da confiança no dólar.
"Não só os bancos
centrais vendem ativos em dólares e compram ouro, mas também pessoas privadas,
famílias. Há uma demanda sem precedentes por ouro de cidadãos comuns que vendem
dólares e compram ouro. Isso prova a crescente desconfiança no dólar",
disse ele.
O ex-diretor-executivo
acrescentou que ele tinha repetidamente levantado a questão de por que o fundo
não está discutindo a questão do sistema monetário internacional no Conselho de
Diretores do FMI.
"Nós sabemos a
resposta: porque, em primeiro lugar, as forças interessadas não querem discutir
isso", conclui Mozhin.
¨ Sediar G20 expande fronteira e faz Brasil olhar mais para fora
do eixo norte-atlântico
Ao podcast Jabuticaba
Sem Caroço, da Sputnik Brasil, subsecretário adjunto de Relações Internacionais
do estado do Rio de Janeiro diz que sediar o G20 e, posteriormente, eventos do
BRICS e a COP30 em 2025 contribui para ampliar as fontes de investimentos do
Brasil para além da América do Norte e Europa.
A cidade do Rio de
Janeiro é palco da cúpula do G20 deste ano. O evento está marcado para os dias
18 e 19 de novembro, mas o pontapé inicial já foi dado há meses, com reuniões
técnicas, a portas fechadas, entre ministros.
Embora não apareçam
para o grande público, essas reuniões já trazem um grande ganho tanto para a
cidade como para o Brasil, conforme aponta ao podcast Jabuticaba Sem Caroço, da
Sputnik Brasil, o subsecretário adjunto de Relações Internacionais do governo
do estado do Rio de Janeiro, Bruno Costa, que afirma que o Rio de Janeiro é
"a porta de entrada do Brasil e a cidade internacional por
excelência" da América do Sul e Latina.
"Recebemos vários
eventos de destaque internacional ao longo do tempo, […] Eco-92, Rio+20, Copa
do Mundo, Olimpíada…", afirma.
Ele acrescenta que a
organização do evento somada à boa recepção faz com que os participantes levem
uma boa imagem do Brasil para o exterior.
"Essa pessoa já
volta para o seu país com uma percepção um pouquinho diferente. No seu ambiente
de trabalho, com representantes da sociedade civil ou com empresas, [ela] já
comenta 'Estive no Rio, estive numa experiência muito boa'."
Segundo Costa, isso
traz uma exposição positiva tanto para a cidade quanto para o país, atraindo
investimentos futuros.
"Se essa
exposição não fosse importante, grandes empresas do mundo que já estão
consolidadas há décadas não investiriam em propaganda. E elas continuam
investindo. Você vê anúncio de várias empresas gigantescas mundiais que
teoricamente não precisariam [de propaganda], mas [investem, dada] a
importância de você manter o seu nome em exposição, a sua imagem, sua
marca."
Costa destaca que o
Brasil tem outros dois eventos na mira para 2025: a Conferência das Nações
Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) e a Cúpula do BRICS, uma vez que o
país assume a presidência do grupo no próximo ano.
Segundo ele, a junção
dos dois eventos em um único ano é benéfica sobretudo para a presidência do
Brasil no BRICS, pois junta uma das principais metas do governo brasileiro, que
é liderar o debate em torno da sustentabilidade e da transição energética, com
o debate com grandes produtores de petróleo que hoje integram o grupo.
"Temos Rússia,
temos Brasil… Hoje, com o BRICS alargado, temos Emirados Árabes Unidos, temos
Irã, temos Arábia Saudita, enfim, grandes produtores dessa questão de
sustentabilidade de petróleo e gás, e ao mesmo tempo a COP30. Então eu acho que
o Brasil pode exercer um papel justamente de indutor dessa questão climática,
ambiental, para esses países, principalmente no investimento de energias
renováveis para a questão da transição energética."
Ele afirma ainda que
essa troca tem duas vias, com países que de outra forma não teriam muitos meios
de apresentar sua cultura sendo alvo de interesse no Brasil, que, por sua vez,
amplia suas possibilidades de negócios.
"Se você pega o
mapa-múndi, o Brasil está no cantinho inferior ali, esquerdo […]. Então a gente
fica, às vezes, muito [focado em] América do Norte e Europa, concentrado, e
essa nova fronteira que existe, de negócios, de novas possibilidades, serve um
pouco para começar a despertar uma curiosidade, um conhecimento em pessoas que
no futuro podem ter uma aproximação e fomentar essa relação com esses
países", afirma.
¨ Europa enfrentará grandes mudanças a despeito dos resultados da
eleição nos EUA, diz historiador
A Casa Branca vai
cortar a ajuda à Ucrânia, o que vai levar a mudanças drásticas nas instituições
europeias, afetar a liderança da União Europeia (UE) e políticos da Europa,
acredita Gilbert Doctorow, historiador norte-americano e especialista nas
relações da Rússia com a UE e os EUA.
Em sua entrevista à
Sputnik, Doctorow disse que, mesmo que Harris vença a eleição, os políticos
europeus vão entender que o tempo terá acabado para a Ucrânia.
"A ajuda dos EUA
para a Ucrânia também vai estar sendo eliminada gradualmente no governo Harris,
embora não tão rapidamente, mas ainda de forma definitiva, já que o Congresso
não está pronto para votar novas dotações para Kiev", disse.
Segundo ele, é muito
pouco provável que os democratas predominem em todas as câmaras do Congresso
dos EUA e continuem assim a alocar mais dinheiro para Kiev.
A partir daqui, a
estrutura atual das instituições da União Europeia, que depende de enormes
contribuições financeiras dos EUA para prolongar sua política na Ucrânia,
"se desfará como um baralho de cartas".
Doctorow não descartou
que a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que professa um estilo
"autoritário" de governo e "usurpou poderes" que não possui
de acordo com a Constituição Europeia, seja forçada a deixar seu cargo ou
perder parte de seu poder.
"Acredito que na
Europa há uma expectativa generalizada da vitória de Trump e, como
consequência, um rápido término da ajuda financeira e militar à Ucrânia, a fim
de forçar Kiev a reconhecer o óbvio: ela perdeu a guerra para a Rússia, é hora
de parar de lutar, salvar o que ainda é possível do país, salvar a vida das
pessoas."
O especialista também
acredita que as mudanças ocorrerão não apenas no nível pan-europeu, mas também
em um nível nacional.
O especialista tem
certeza de que o chanceler Olaf Scholz, no caso de vitória de Trump, se puder
ficar sentado em sua cadeira até as eleições nacionais no outono de 2025,
provavelmente vai deixar seu cargo depois delas.
Ao mesmo tempo, o
presidente francês Emmanuel Macron já está enfrentando a ameaça de impeachment,
sendo um político altamente impopular em seu país.
A eleição presidencial
dos EUA ocorre em meio à total incerteza sobre quem será o vencedor.
Se em 2020 Joe Biden,
que estava liderando as pesquisas de opinião, venceu, não há um líder claro na
eleição atual.
A diferença de apoio
entre Trump e Harris é insignificante em média e está dentro da margem de erro
estatística.
¨ Fed deve manter corte de juros em 0,25 apesar da incerteza no
resultado da eleição dos EUA
A Reserva Federal
(Fed) dos EUA está pronta para reduzir sua taxa básica de juros em 0,25% na
próxima semana, mantendo seu curso diante de um relatório com números de
emprego superestimados e incerteza sobre a condução da política econômica após
a eleição de terça-feira (5).
De acordo com o
Financial Times (FT), o Comitê Federal de Mercado Aberto vai anunciar sua
próxima decisão sobre as taxas de juros dois dias após o fechamento das urnas —
com resultado potencial ainda desconhecido — mantendo a retomada de ritmo mais
tradicional de flexibilização das taxas, com um corte de 0,25%.
Segundo economistas
ouvidos pela apuração do FT, é esperado que a taxa de emprego se recupere, com
poucos sinais de que os frágeis ganhos de outubro sejam um precursor de
eventuais problemas, afastando temores iniciais de uma grave recessão.
Enquanto isso, o Fed
continua tentando chegar a um nível neutro nas taxas de juros que não mais
suprima o crescimento, mas também não o estimule. O objetivo é fazer a inflação
voltar à meta de longo prazo de 2%, uma tarefa que parece cada vez mais plausível
sem grandes perdas de empregos.
Em paralelo, na agenda
da reunião do Fed na próxima semana e de suas futuras reuniões está a eleição
presidencial dos EUA. Ambos os candidatos esboçaram plataformas econômicas
muito diferentes, que, se implementadas, podem alterar a perspectiva de crescimento
e inflação de forma significativa.
O ex-presidente Donald
Trump quer o retorno de uma política comercial mais protecionista — com desejo
de interferência na política do Fed — com a imposição de um conjunto abrangente
de tarifas, além de impostos empresariais mais baixos e uma repressão da
imigração, ao passo que a vice-presidente Kamala Harris quer se concentrar em
expandir a rede de segurança social do país, aplicando impostos mais altos
sobre os ricos, ao mesmo tempo em que mantém a independência do Fed.
A análise inicial da
maioria dos economistas sugere que o plano de Trump seria mais inflacionário do
que o de Harris e também poderia prejudicar o crescimento, apurou a mídia.
¨ EUA manterão Venezuela como fornecedora de petróleo e gás após
eleições
Os EUA vão manter as
licenças para operações com o setor de petróleo e gás da Venezuela após as
eleições, independentemente de quem se tornar o novo presidente do país,
acreditam os especialistas consultados pela Sputnik.
Apesar das numerosas
sanções impostas pelos EUA à Venezuela, o país sul-americano permanece crucial
no mercado de combustíveis do qual os EUA dependem muito.
Portanto, na situação
em que a capacidade de produção de combustível norte-americana está a diminuir,
bem como as reservas, a Venezuela continua sendo "um fornecedor seguro e
confiável", segundo um cientista político, Walter Ortiz.
"As licenças de
petróleo emitidas não são especificamente para ajudar o povo da Venezuela, mas
para atender aos interesses estratégicos [dos EUA] e às necessidades de
recursos", afirmou Ortiz à Sputnik.
Por sua vez, o
deputado Gilberto Jiménez, membro da Comissão de Política Externa da Assembleia
Nacional, disse que "os EUA não têm amigos, só têm interesses".
"Os Estados
Unidos estão em um declínio econômico que está virando a economia mundial. Os
EUA têm necessidades, e a Venezuela sempre foi um dos cinco principais
fornecedores de petróleo", explicou.
Os EUA prorrogaram
anteriormente a licença geral que permite temporariamente as operações no setor
de petróleo e gás da Venezuela até 15 de novembro de 2024.
Ao mesmo tempo,
empresas individuais vão poder enviar solicitações para operar na Venezuela,
que serão consideradas caso a caso.
Por exemplo, a licença
da empresa Chevron para operar na Venezuela é válida até março de 2025.
¨ Rússia e outros países da OPEP+ prolongam cortes voluntários de
produção até o final de 2024
Oito países da versão
ampliada da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) prolongarão
até o final de dezembro de 2024 seus cortes voluntários na produção de
petróleo, antes de suprimi-los progressivamente, informou a organização neste
domingo (3).
"A Arábia
Saudita, a Argélia, os Emirados Árabes Unidos, o Iraque, o Cazaquistão, o
Kuwait, Omã e a Rússia, que anunciaram anteriormente cortes voluntários
adicionais em abril e novembro de 2023, concordaram em prolongar os ajustes
voluntários de produção de novembro de 2023, de 2,2 milhões de barris diários
[mb/d], por mais um mês", indica o comunicado.
Os cortes serão
prorrogados até o final de dezembro de 2024 e depois serão eliminados
gradualmente até setembro de 2025.
A OPEP+ fixou cotas de
produção de petróleo para seus membros como parte de um acordo. Para este ano,
o total de produção é de cerca de 39.425 mb/d, excluindo os membros sem cota:
Irã, Líbia e Venezuela.
Vários países da
organização, entre eles a Rússia e a Arábia Saudita, aplicaram voluntariamente
cortes adicionais de 1,66 e 2,2 mb/d, válidos até o final de 2024.
Os 18 países-membros
da OPEP+ produziram 34,43 mb/d em setembro. Em agosto, a produção totalizou
34,56 mb/d.
A Agência
Internacional de Energia (AIE) manteve previsão para a produção global de
petróleo em 2024 inalterada e espera que ela atinja o nível de 102,9 mb/d.
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Preços dos metais sobem novamente em meio à incerteza política e econômica
global
As expectativas de uma
dinâmica positiva na economia chinesa e o enfraquecimento simultâneo do dólar
estão fazendo subir os preços dos metais básicos, segundo a mídia
norte-americana, referindo-se aos primeiros resultados comerciais da nova
semana.
De acordo com a
Bloomberg, o cobre subiu 1,3%, para US$ 9.690,00 (R$ 56.121,57) a tonelada, na
London Metal Exchange (LME), às 07h36 GMT (04h36, horário de Brasília). O
alumínio subiu 0,46%, para US$ 2.614,00 (R$ 15.139,50), enquanto o níquel
ultrapassou US$ 16.000,00 (R$ 92.667,20) a tonelada por volta das 09h30 GMT
(06h30, horário de Brasília). Enquanto isso, os contratos futuros de minério de
ferro subiram 1,8%, para US$ 103,95 (R$ 602,05), em Cingapura, após cair 1,5%
em 1º de novembro.
Segundo a mídia, o
preço dos metais e do minério de ferro subiu ao mesmo tempo que o das ações
chinesas, devido às expectativas dos investidores relativamente a novas medidas
de Pequim para apoiar a economia do país. Como noticiou a Reuters, a China poderia
considerar um pacote de estímulo de mais de 10 bilhões de yuans (cerca de R$
8,1 trilhões) para esse fim.
Em outubro, contudo, a
maioria dos metais perdeu terreno, "pois o otimismo inicial" sobre os
esforços de Pequim para estimular o crescimento não se concretizou, destaca a
Bloomberg.
Relativamente ao fator
norte-americano, a moderação das apostas dos investidores na vitória de Donald
Trump nas eleições presidenciais norte-americanas de terça-feira (5), bem como
a incerteza relativamente à política monetária da Reserva Federal (Fed), levou
a uma descida do dólar. A moeda norte-americana mais fraca, por sua vez, torna
as matérias-primas denominadas em dólares mais atrativas, mais baratas para
muitos compradores, explica o portal.
Em paralelo, às
previsões de longo prazo para metais específicos, a Fitch Solutions aumentou a
sua previsão do preço médio do alumínio para o ano em curso em 2%, para US$
2.450,00 (R$ 14.189,66) por tonelada, citando os fatores chineses e
norte-americanos acima mencionados, bem como questões de oferta.
Especificamente, as
perturbações no fornecimento se devem, segundo o portal MetalMiner, aos
litígios aduaneiros na Guiné e ao endurecimento da regulamentação climática e à
limitação do fornecimento de gás natural liquefeito na Austrália, que ocorrem
em um contexto de aumento da procura global pelo metal. Devido a essas
circunstâncias, o Goldman Sachs elevou sua previsão de preço do alumínio para
2025 de US$ 2.540,00 (R$ 14.710,92) para US$ 2.700,00 (R$ 15.637,59) por
tonelada.
Fonte: Sputnik Brasil
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