quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Ricardo Mezavila: O mito imprestável - Com tantas provas, Bolsonaro está  morto para a política

O próximo passo após o indiciamento de Bolsonaro e sua organização criminosa, é a análise do relatório pela Procuradoria-Geral da República. A PGR irá avaliar se oferece denúncia contra os suspeitos ou se demanda mais investigações. Em seguida, o processo será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para julgamento.

Esse é o devido processo legal, que é um princípio fundamental do Direito que garante que todos os indivíduos sejam tratados justamente e igualmente perante a lei. Esse conceito é baseado na ideia de que ninguém pode ser privado de seus direitos sem uma investigação e julgamento justo.

Quando foi perseguido e preso pela Lava-Jato, Lula não teve direito a julgamento justo, seus advogados não tiveram acesso pleno ao processo, foi condenado injustamente sem provas, no que foi o maior escândalo judicial do mundo.

Lula ficou inelegível em 2018 por decisão política de um tribunal formado pela mídia golpista, pelos endinheirados da Faria Lima, pelo judiciário formado nas fileiras do Departamento de Estado norte-americano, pela claque alienada apascentada por Malafaias e presas às teias das tribunas do Congresso oportunista.

Bolsonaro merece tudo o que está por vir, da inelegibilidade à condenação e prisão. É um político abaixo da linha da mediocridade, um ser humano rastejante diante do que se entende por humanidade e desqualificado para qualquer posto que venha ocupar.

O plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes foi pensado em uma reunião na casa do general Braga Netto, seu braço direito e vice na chapa derrotada. Tentar contra a abolição violenta do estado democrático de direito é crime. Se passasse da tentativa à ação concreta nós que defendemos a democracia é que seríamos presos.

Além da tentativa de golpe e da organização criminosa, Bolsonaro responde pelo roubo das joias e falsificação de carteiras de vacinação. E ainda falta o indiciamento pelo que causou durante a pandemia.

Com tantas provas, Bolsonaro não tem por onde escapar, está morto para a política. O bolsonarismo vai continuar porque a extrema direita está organizada no mundo todo, mas a figura do ‘imbroxável’, ‘incomível’ e imprestável estará para sempre na lata de lixo da história.

<><> Michelle ostenta em pousada de luxo enquanto Bolsonaro tenta pagar de "simplão" em Alagoas

Faltou combinar com os russos. A declaração, que virou ditado popular, historicamente atribuída a Mané Garrincha durante a preleção da partida da seleção brasileira contra a União Soviética na Copa de 1958, pode ser atribuída ao casal Bolsonaro, que curte mais umas férias em São Miguel dos Milagres, no Estado de Alagoas.

Tentando passar a impressão de que não está preocupado com o indiciamento da organização criminosa comandada por ele por golpe de Estado, Bolsonaro tem perambulado pelo pequeno município alagoano buscando passar a imagem de "simplão", comendo pastel e indo à barbearia local.

Os passeios são registrados pelo ex-ministro do Turismo e bajulador contumaz, Gilson Machado Neto, e pelo filho, eleito vereador no Recife, Gilson Machado Guimarães.

Em vídeo, o clã Machado busca destacar o estilo Bolsonaro, que se popularizou na foto em que aparece comendo pão com leite "Moça" no café da manhã e fortalecida com a pizzada nas ruas de Nova York durante encontro de cúpula do G20.

"Esse é o presidente mais simples que eu conheço. Parou na padaria aqui em São Miguel dos Milagres, tirando foto com todo mundo, falando com todo mundo", diz o vereador eleito do Recife.

No entanto, o que Bolsonaro e Gilson Machado, pai e filho, não mostram, Michelle e a filha, Letícia Firmo, revelam em suas redes sociais.

Neste sábado (23), a ex-primeira-dama e a primogênita - fruto da relação com o engenheiro eletricista Marcos Santos Silva - posaram para fotos na pousada de luxo Villas Taturé, que tem diárias com preços que variam de R$ 2.750 a R$ 6.100.

As fotos de Michelle e a filha à beira da piscina e caminhando no gramado à beira-mar foram compartilhadas pelo empreendimento nos stories do Instagram como forma de marketing.

O que os políticos pernambucanos também não contam é que a pousada no litoral de Alagoas pertence a eles.

Naturais do Recife, Gilson Machado - que foi derrotado na disputa à prefeitura da capital pernambucana - e o filho são donos do negócio de luxo onde o casal Bolsonaro costuma se hospedar.

Michelle é antiga frequentadora da pousada. Entre os dias 3 e 9 de abril de 2021, ela gastou, com cartão corporativo da Presidência, R$ 16,2 mil para servidores se hospedarem em hotéis da região, entre eles a pousada de Gilson Machado, que teve nove quartos alugados para a ex-primeira-dama na ocasião.

 

•                                    “O terror em Brasília foi estimulado pelo bolsonarismo”, diz Pedro Serrano

Em entrevista ao programa Boa Noite 247, o jurista Pedro Serrano afirmou que o ataque ocorrido na Praça dos Três Poderes, em Brasília, foi fruto de estímulos vindos de setores radicalizados do bolsonarismo. Serrano analisou o atentado como um marco que reforça a necessidade de medidas severas para proteger a democracia brasileira.

“O terror em Brasília foi estimulado pelo bolsonarismo. Existe um estímulo para que setores mais radicalizados pratiquem atos violentos”, disse. Para Serrano, “qualquer tipo de mediação com os terroristas significa apoio ao terrorismo”.

O jurista destacou a gravidade do ato ocorrido e refutou narrativas que minimizam o episódio: “O bolsonarismo é uma máquina de justificativa dos extremismos deles. Quem defende anistia está defendendo terrorismo”. Ele também argumentou que, independentemente das motivações individuais do autor do atentado, o episódio deve ser encarado como um ato terrorista que ameaça diretamente a ordem democrática do país.

“A radicalidade do extremismo é tamanha que, para produzir terror, a pessoa se dispõe a atos extremos. O ato foi planejado, teve caráter político de extrema direita e colocou em risco a democracia. É indispensável que as instituições democráticas reajam com a maior dureza”, enfatizou.

Serrano também apontou a responsabilidade de lideranças políticas e criticou o discurso de moderação de parte das autoridades. “A sociedade democrática pode conviver com o extremismo ideológico, mas não com a prática de violência como método político. O que vimos em Brasília é um exemplo claro da necessidade de vigilância e repressão rigorosa para impedir a escalada desses atos.”

O jurista defendeu ainda a criação de uma unidade especializada na Polícia Federal para monitorar crimes extremistas: “Precisamos de um setor preparado para identificar e reagir a potenciais atos de violência. A Alemanha e os Estados Unidos já têm iniciativas semelhantes, e o Brasil precisa avançar nesse sentido”.

Por fim, Serrano reiterou a importância de combater qualquer tentativa de normalização de ataques terroristas e criticou propostas de anistia a envolvidos em atos golpistas: “Quem agora vacilar na punição está indiretamente apoiando o terrorismo como método. Isso é inadmissível em uma sociedade democrática”.

 

•                                    "Impunidade não pacifica, estimula os atentados à democracia", diz Erika Kokay

Em entrevista ao programa Boa Noite 247, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) destacou a gravidade das recentes revelações sobre articulações golpistas no Brasil. Kokay fez um panorama dos ataques ao Estado Democrático de Direito e da escalada de ódio promovida pela extrema direita, enfatizando que "impunidade não pacifica, ela perpetua os crimes contra a democracia". A parlamentar também rejeitou propostas de anistia para envolvidos nos atos antidemocráticos, classificando-as como "um atentado contra a própria Constituição".

Segundo Kokay, o país enfrenta uma ameaça sem precedentes à sua democracia. "Os fatos que vêm à tona são de uma gravidade imensa. Já tivemos quatro atentados ou tentativas no Distrito Federal: no dia da diplomação, na véspera de Natal, no 8 de janeiro e no 13 de novembro. Tentam dizer que esses atos foram realizados por 'lobos solitários', mas, na verdade, era uma alcatéia atacando as instituições e o Estado Democrático de Direito", afirmou. 

A deputada chamou atenção para a descoberta de diálogos que revelam a existência de planos articulados para o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. "Isso não pode ser naturalizado ou normalizado", declarou. Kokay ainda relembrou cenas emblemáticas, como os corpos estendidos em frente ao Supremo Tribunal Federal, enquanto parlamentares da extrema direita "faziam exigências absurdas, mostrando o quanto o ódio e a desumanização estavam enraizados". 

<><> Acampamentos e conspirações 

Kokay também apontou para a organização de acampamentos em frente a quartéis, que pediam intervenção militar, e para declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria autorizado ações golpistas até o dia 30 de dezembro. "Propostas de anistia, como as que estão sendo discutidas, não são para pacificar o país. Elas são uma expressão de impunidade, e impunidade estimula mais atentados", criticou. 

A parlamentar alertou para a necessidade de punições exemplares aos envolvidos nos atos golpistas, sob risco de danos irreparáveis ao Estado de Direito. "É inaceitável que haja projetos de anistia que violem princípios fundamentais da Constituição, como a independência dos poderes e os direitos e garantias individuais", disse. 

<><> "Democracia precisa ser acarinhada" 

Relembrando os horrores da ditadura militar e a luta de centenas de familiares que ainda buscam justiça, Erika Kokay reforçou a importância de preservar a democracia. "O Estado Democrático de Direito custou muita dor para ser construído. Não podemos permitir que se destrua tudo isso. A democracia precisa ser cuidada, acarinhada, especialmente diante dos açoites que sofreu nos últimos anos", afirmou. 

A deputada encerrou sua participação destacando a importância de uma mobilização social ampla. "A sociedade inteira precisa entender a dimensão das ameaças que foram construídas nos subterrâneos e nos palácios. É hora de investigarmos profundamente, punirmos os responsáveis e garantirmos que a democracia brasileira, mesmo diante de tantos ataques, sobreviva e se fortaleça", concluiu.

 

•                                    "Sem anistia significa punição", afirma Jandira Feghali sobre avanços das investigações de atos golpistas

Em entrevista ao programa Boa Noite 247, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) destacou os desdobramentos das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro e criticou veementemente as tentativas de setores políticos de promover anistia aos envolvidos. Para Jandira, o lema "sem anistia" deve ser traduzido em punições exemplares. “Não é só prender Bolsonaro, mas também ele, porque é o comandante de todo esse processo”, enfatizou.

A parlamentar ressaltou o impacto do relatório final da CPI do Golpe, que serviu como base para investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Segundo Jandira, o documento, entregue ao ministro Alexandre de Moraes, à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Tribunal de Contas da União (TCU), é um guia robusto que identifica financiadores, mensagens estratégicas e o envolvimento direto de militares no planejamento do golpe.

<><> Prisões e os próximos passos

Jandira celebrou as prisões recentes de militares de alta patente, incluindo o general da reserva Mario Fernandes, apontado como uma figura central na tentativa de golpe. Fernandes, que ocupou cargos estratégicos no governo Bolsonaro, foi preso junto a outros três militares e um agente da Polícia Federal em uma operação da PF.

Apesar dos avanços, a deputada destacou a necessidade de responsabilizar outras lideranças, como o general Braga Netto e o ex-presidente Jair Bolsonaro. “As prisões desta semana são inovadoras. Prender um general, acessar dados e mensagens trocadas acelera muito as investigações. Mas ainda há nomes de grande relevância que precisam ser punidos com urgência”, afirmou.

<><> Tentativa de anistia e resistência

A parlamentar também criticou o discurso de anistia, defendido por figuras como Flávio Bolsonaro e Rogério Marinho. Jandira acredita que a pressão da sociedade e de parlamentares, inclusive da centro-direita, torna a aprovação de qualquer proposta de anistia improvável. “Conversei com parlamentares de centro-direita, e todos eles disseram: ‘Isso tem que ser punido’. A sociedade brasileira não tolerará impunidade”, argumentou.

<><> Reformulação das Forças Armadas

A deputada também abordou a necessidade de reestruturar as Forças Armadas, apontando problemas na formação de oficiais que estudam em instituições estrangeiras, principalmente nos Estados Unidos. “Muitos oficiais voltam do exterior com uma formação que não é desejável para o Brasil e se subordinam a ideologias que não refletem nosso contexto. Hoje, não existe mais uma força armada com projeto nacionalista”, analisou.

Jandira alertou ainda para os riscos de influência externa, especialmente em um possível retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos. Para ela, a reformulação das lideranças militares e o fortalecimento das instituições brasileiras são urgentes. “Sem respaldo norte-americano, eles não avançaram em 8 de janeiro. Mas, com Trump reeleito, a dinâmica pode mudar.”

<><> Atos golpistas e operação da PF

O contexto das declarações de Jandira é a operação da PF que desarticulou um grupo suspeito de planejar um golpe de Estado e assassinatos de lideranças como Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Documentos detalhados do plano, batizado de "Punhal Verde e Amarelo", foram encontrados com o general Mario Fernandes. Segundo as investigações, o plano incluía ações como envenenamento e ataques com explosivos.

<><> A urgência de respostas

Jandira concluiu a entrevista enfatizando a importância de o Congresso assumir protagonismo na discussão sobre o papel das Forças Armadas e acelerar os processos judiciais contra os golpistas. “Nossa campanha foi por ‘sem anistia’, e isso significa punição. A sociedade brasileira exige respostas à altura dos ataques que nossa democracia sofreu.”

 

Fonte: Brasil 247/Fórum

 

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