David Hearst: Trump tem uma escolha -
destruir a Palestina ou acabar com a guerra
A sabedoria popular
diz que o Trump 2.0 será
um desastre para os palestinos, porque o Trump 1.0 praticamente
enterrou a causa nacional palestina.
E de fato é verdade
que durante o primeiro mandato de Donald Trump como presidente, os EUA foram totalmente guiados
pela direita religiosa sionista – a verdadeira voz em seus ouvidos, como
doadores ou como formuladores de políticas.
Sob Trump e
seu genro Jared Kushner como assessor, Washington tornou-se um campo de
jogo político para o movimento dos colonos, com o qual o ex-embaixador
dos EUA em Israel, David Friedman, estava alinhado de maneira descarada.
Consequentemente, no
seu primeiro mandato, Trump subverteu décadas de política ao reconhecer Jerusalém como
a capital de Israel e transferir para lá a embaixada estadunidense;
privou de direitos a Autoridade Palestina ao fechar o escritório
da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em Washington;
permitiu que Israel anexasse as Colinas de Golã; retirou-se dos
acordos nucleares com o Irã; e assassinou Qassem Soleimani, o general e diplomata iraniano mais poderoso da região.
Ainda mais prejudicial
para a luta palestina pela liberdade foi o patrocínio
de Trump dos Acordos de Abraão.
Esta foi – e continua
a ser – uma tentativa séria de jogar cimento sobre a sepultura da causa
palestina, construindo em seu lugar uma autoestrada comercial e de contratos
do Golfo que transformaria Israel não só numa superpotência regional,
mas numa porta de entrada vital para a riqueza do Golfo.
No dia 6 de outubro de
2023, um dia antes do ataque do Hamas, a
causa palestina estava praticamente morta. A luta palestina pela
autodeterminação parecia ser a bagagem de uma velha geração de líderes árabes,
que estava sendo abandonada sem cerimônia pela nova geração.
Todos os rumores
diplomáticos eram sobre a decisão iminente da Arábia Saudita de
reatar relações com Israel, com a imagem do príncipe herdeiro
saudita Mohammed bin Salman apertando publicamente a mão do primeiro-ministro
israelense, Benjamin Netanyahu, balançando como um prêmio logo atrás da próxima esquina. Mais
um empurrão e estaria no saco.
Se essa declaração de
objeções não for suficientemente longa, pode-se facilmente argumentar que o
segundo mandato de Trump será ainda pior para os palestinos do que o
primeiro.
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Impulsos mais selvagens
Desta vez, e com a
projeção de que o Partido Republicano terá o controle de ambas as
casas do Congresso, não haverá adultos na sala para corrigir os impulsos
mais selvagens do presidente.
Afinal de
contas, David Friedman não acabou de publicar um livro
intitulado One Jewish State: The Last, Best Hope to Resolve the
Israeli-Palestinian Conflict (Um Estado Judeu: A última e melhor
esperança para resolver o conflito entre Israel e Palestina), no qual argumenta
que os Estados Unidos têm o dever bíblico de apoiar a anexação
da Cisjordânia por Israel?
“Os palestinos, assim
como os porto-riquenhos, não votarão nas eleições nacionais (…) Os palestinos
serão livres para promulgar os seus próprios documentos de governo, desde que
não sejam incompatíveis com os de Israel”, escreve Friedman.
Portanto, Trump
2.0 não pressagia simplesmente ainda mais mudanças territoriais, como a
anexação da Área C da Cisjordânia ocupada, a divisão
permanente de Gaza, o retorno dos assentamentos israelenses ao norte
de Gaza e a limpeza da fronteira no sul do Líbano?
Tudo isto poderá
acontecer, e sem dúvida acontecerá, durante um segundo mandato, sem controle,
de Trump.
Não subestimo nem por
um segundo o sacrifício de sangue que os palestinos pagaram até agora – o
número de mortos em Gaza pode facilmente ser três vezes maior do que
o atual número oficial –, ou ainda poderiam pagar por tudo o que está por vir.
Mas neste artigo
argumentarei que o movimento dos colonos, apoiado por um segundo mandato
de Trump, está imerso no processo de enterrar qualquer possibilidade
de Israel prevalecer como um Estado judaico minoritário de apartheid,
com controle de todas as terras, do rio até o mar.
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Consequências irreversíveis
Permitam-me fazer duas
observações sobre a situação que existia no dia 6 de outubro, antes de passar a
abordar as consequências irreversíveis de tudo o que aconteceu de lá para cá. E
não se engane: são irreversíveis.
A primeira é que, ao
permitir que Netanyahu reivindicasse a vitória total, a administração
dos EUA, sob a primeira presidência de Trump, enterrou não só a
perspectiva de uma solução de dois Estados, mas, junto com ela, o sonho
sionista de um Estado judeu liberal, secular e democrático.
A versão liberal deste
Estado tinha sido o principal veículo da expansão israelense, com as suas
fatias de salame a fazerem incursões cada vez mais profundas
na Palestina histórica. Com o seu fim, caiu a folha de parreira
liberal do projeto sionista, e as forças sionistas religiosas que anteriormente
eram consideradas marginais e até terroristas, como o político de
extrema-direita Itamar Ben Gvir e os
kahanistas [referência aos seguidores da ideologia de Meir Kahane, rabino extremista, nota do tradutor], tornaram-se
dominantes.
Isto alterou
fundamentalmente todo o projeto de estabelecer Israel como o Estado
dominante entre o rio e o mar. De repente, tornou-se o único Estado governado
por fanáticos religiosos, por pessoas que desejavam implodir a Cúpula da
Rocha e a Mesquita de Al Aqsa.
Tornou-se um Estado
governado pelos dogmas religiosos de Jerusalém e não pelos
geeks Ashkenazi europeus
da internet e os sofisticados de Tel Aviv. Sob a primeira presidência
de Trump, a divisão entre estes dois campos tornou-se irreconciliável
e fundamentalmente desestabilizadora.
A segunda mudança que
a primeira presidência de Trump provocou, ou melhor, completou,
ocorreu nas mentes palestinas.
Uma geração inteira de
palestinos nascidos depois dos Acordos de Oslo chegou à conclusão de
que todas as vias políticas e não violentas para buscar o fim da ocupação
estavam bloqueadas; que já não fazia sentido reconhecer Israel, muito menos
tentar encontrar alguém em Israel com quem conversar.
Conversar
com Israel tornou-se um exercício sem sentido. A via política foi
bloqueada não apenas dentro da Palestina, mas também fora dela.
Para sua eterna
vergonha e descrédito, o presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu
secretário de Estado, Antony Blinken, mantiveram todas as “conquistas” da primeira presidência
de Trump, em primeiro lugar, os Acordos de Abraão.
<><> A
humilhação de Biden
A grande ostentação
de Trump durante o seu primeiro mandato foi ter feito todas estas
mudanças no status quo do conflito palestino, e o céu não
caiu.
Mas o céu caiu no dia
7 de outubro, e tudo o que Trump e Biden tinham feito antes
contribuiu para o ataque do Hamas, que representou para Israel a
mesma comoção que o 11 de Setembro para os Estados Unidos.
Após o ataque
do Hamas, foi impossível ignorar a causa palestina. Moveu-se da periferia
das causas globais dos direitos humanos para o centro.
Mas Biden não
entendeu. Sionista instintivo, permitiu que Netanyahu o humilhasse.
Sua primeira reação ao ataque do Hamas foi dar
a Israel tudo o que este queria, frustrando todos os movimentos
internacionais nas Nações Unidas por um cessar-fogo. Sua segunda
reação foi traçar linhas vermelhas, que Netanyahu passou a ignorar
sistematicamente.
Biden disse
a Netanyahu para não reocupar Rafah e o corredor
da Filadélfia. Netanyahu fez isso sem
pestanejar. Biden disse a Netanyahu para permitir a entrada
de caminhões de ajuda humanitária em Gaza, e Netanyahu ignorou-o
em grande parte. Biden disse a Netanyahu para não invadir
o Líbano; Netanyahu invadiu. Biden disse
a Netanyahu para não atacar as instalações nucleares e petrolíferas
iranianas, e Netanyahu ouviu, pelo menos por enquanto.
Não é um sinal de
humilhação total para Biden, mas quando a história deste período for
escrita, Biden emergirá como um líder fraco.
Também emergirá como
um líder que facilitou o genocídio. O número de bombas pesadas que
os Estados Unidos forneceram e que Israel utilizou contra
alvos em sua grande maioria civis em Gaza e
no Líbano durante o ano passado excede em muito o uso dessas bombas
pelos próprios EUA durante toda a Guerra no Iraque.
Se o Estado israelense
mudou radicalmente depois do 7 de outubro, o mesmo aconteceu com a mentalidade
palestina.
A escala da chacina –
o número oficial de mortos palestinos pela guerra ultrapassou os 43.000, e a
contagem real poderá ser várias vezes maior, já que o nível de destruição torna
a maior parte da Faixa de Gaza inabitável – ultrapassou todas as linhas
vermelhas para os palestinos, onde quer que eles vivam.
<><> Não há espaço para negociações
A partir de agora não
se pode falar nem negociar com um Estado que faz isto ao seu povo. As únicas
duas votações no parlamento israelense, o Knesset, que obtiveram a
unanimidade entre os deputados judeus israelenses incluíram uma lei para vetar
um Estado palestino e outra para proibir a UNRWA, a
agência da ONU para os refugiados palestinos.
Estas duas votações,
por si só, disseram aos palestinos que estariam delirando se pensassem que um
governo pós-Netanyahu representaria um abrandamento da ocupação.
Num Israel profundamente dividido, as únicas coisas em que todos os
judeus podiam concordar eram duas medidas que fundamentalmente tornavam a vida
impossível para os palestinos, a maioria da população.
Em condições tão
extremas, só existem duas alternativas: não fazer nada e morrer, ou resistir e
morrer. Centenas de milhares, senão milhões, acreditam na segunda.
Consequentemente,
o Hamas está no auge da sua popularidade em áreas onde
a Irmandade Muçulmana estava mais fraca no dia 6 de outubro:
na Cisjordânia ocupada, na Jordânia, no Líbano e
no Egito.
Caminhe pela cidade
velha de Nablus e pergunte às pessoas quem elas apoiam. A resposta
não será o falecido presidente palestino Mahmoud Abbas. Por uma margem considerável, será o Hamas, um grupo
banido no Reino Unido e em outros países como organização terrorista.
Na Jordânia,
o Hamas é elogiado por toda a população, tanto cisjordanianos como
palestinos, porque o ataque de Israel à Cisjordânia ocupada
é visto como uma ameaça existencial ao reino.
Se entrar numa casa
palestina para jantar na sexta-feira, todos lhe dirão que o atual número de
mortos, e as mortes sob um segundo mandato de Trump, são o preço a pagar
pela libertação da ocupação.
Esta geração de
palestinos demonstrou um grau de fortaleza que nenhuma geração anterior
demonstrou. Eles não saem correndo, como fez a OLP do
ex-presidente Yasser Arafat quando foi cercada pelas forças
israelenses em Beirute, em 1982.
Ninguém
em Gaza está fugindo para a Tunísia, e poucos para o Egito,
que fica do outro lado da fronteira, e muito menos do
que Netanyahu esperava. Os palestinos não levantam a bandeira branca.
Eles ficam, lutam e morrem onde moram.
<><>
A hora da vitória completa
Esta é a resposta para
aqueles que afirmam que é muito bom ter uma visão de longo prazo, quando o
dever a curto prazo é simplesmente sobreviver. Não existe mais um curto prazo
para os palestinos. Acabou. Não sobra nada.
O curto prazo
significa voltar para a sua tenda. Significa voltar para a sua casa
na Cisjordânia ocupada, sabendo que amanhã poderá ser queimada pelos
colonos armados de Ben Gvir. Não há como voltar atrás. Todos os palestinos
perderam muitos familiares para que a rendição possa ser considerada uma opção.
Da perspectiva de um
agricultor palestino apegado ao seu solo rochoso face aos repetidos ataques dos
colonos nas colinas a sul de Hebron, é difícil saber se Kamala Harris, como presidente dos EUA, teria feito
alguma diferença. Na verdade, ela poderia ter exercido uma influência ainda
mais fraca sobre Netanyahu do que Biden.
Assim, pois, acabamos
com Trump mais uma vez.
A direita colonial
está estourando garrafas de champanhe para comemorar. Falando
no Knesset, Ben Gvir comemorou a vitória eleitoral
de Trump, dizendo que “este é o momento da soberania, este é o momento da
vitória completa”.
Netanyahu também
está aproveitando este período para esvaziar os estábulos do seu governo,
demitindo o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant.
Assim, Trump tem
dois caminhos claros quando tomar posse em janeiro próximo, assumindo
que Biden ainda não consegue alcançar um cessar-fogo em Gaza.
Ele pode prosseguir de onde parou e continuar a permitir que a América seja
enganada pela direita evangélica cristã, ou pode fazer o que sugeriu fortemente
que faria aos líderes muçulmanos com quem se encontrou no Michigan, que é
parar a guerra de Netanyahu.
Qualquer um dos dois
caminhos está repleto de armadilhas para elefantes.
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Os incêndios da guerra regional
Permitir
que Netanyahu e a sua aliança com Ben Gvir alcancem a
“vitória total” significaria, na verdade, a limpeza étnica de dois terços
da Cisjordânia ocupada, com um enorme afluxo de refugiados acabando
na Jordânia, um ato que na Jordânia seria considerado motivo de
guerra.
Significaria a
expulsão dos palestinos do norte de Gaza e a destruição permanente do
sul do Líbano, com o suposto direito de Israel de continuar a
bombardear o Líbano e a Síria.
Cada uma destas ações
levaria a mais guerra, que Trump se
comprometeu a acabar. Lembre-se que uma das últimas coisas
que Gallant disse antes de ser demitido foi que uma guerra
na Síria para cortar as linhas de abastecimento do Irã era
inevitável.
Deixar Netanyahu pensar
que pode alcançar a “vitória total” significa apenas alimentar os incêndios
florestais de uma guerra regional.
Tampouco conseguir que
a Arábia Saudita reconhecesse Israel, colocando a cereja no bolo
dos Acordos de Abraão, faria alguma diferença – embora duvide muito
que Mohammed bin Salman seja estúpido o suficiente para continuar fazendo
isso.
A realidade é que tais
acordos não fazem sentido enquanto a Palestina não tiver o seu
próprio Estado e enquanto cada líder árabe sentir a ira da sua própria
população por causa da Palestina.
Mas
obrigar Netanyahu a parar a guerra, assim como um presidente
republicano forte como Ronald Reagan forçou Israel a parar
de bombardear Beirute há quatro décadas, também teria consequências
sísmicas.
Isso interromperia o
projeto religioso sionista. Alimentaria a crescente insatisfação entre os altos
comandos militares israelenses, que já sinalizaram que conseguiram tudo o que
podiam em Gaza e no Líbano e que sofrem com o cansaço da
guerra.
Parar a guerra
representaria o maior perigo político para Netanyahu, uma vez que fazê-lo
antes do retorno dos reféns equivaleria a uma vitória do Hamas e
do Hezbollah.
<><>
Esperança para o futuro
Um ano depois, ainda
não existe nenhum projeto confiável para instalar um governo
em Gaza que permita a retirada das tropas israelenses. No momento em
que o fazerem, o Hamas ressurgirá. O único governo
de Gaza no pós-guerra que poderia ter sucesso seria um governo
tecnocrata negociado com o Hamas, e isso por si só representaria uma
enorme humilhação para Netanyahu e a promessa do exército de esmagar
o movimento de resistência.
Independentemente do
que Trump fizer, a escala da resistência palestina durante esta
guerra mostrou que a agência no conflito não está com os líderes extremistas
em Israel ou em Washington. Está com o povo
da Palestina e de todo o Oriente Médio.
E essa é a maior
esperança para o futuro. Nunca antes na história eleitoral dos Estados
Unidos a Palestina foi um fator que afastou o voto jovem
do Partido Democrata. A partir de agora, nenhum líder democrata que queira
reconstruir a sua coligação poderá ignorar o voto palestino, árabe e muçulmano.
Com a saída
de Biden podemos ter visto o último líder sionista do partido. Isso
por si só tem um significado imenso para Israel.
O irracional,
quixotesco e transacional ocupante da Casa Branca – o presidente que
insiste que os seus conselheiros reduzam todas as suas análises a uma folha de
papel A4, que têm sorte de ele realmente leia – não fará outra coisa senão
acelerar a destruição do status quo no Oriente
Médio que começou no seu primeiro mandato.
Com muita ajuda
de Netanyahu, Trump já matou o sonho de uma democracia liberal
sionista que já durou 76 anos.
Isso é uma conquista
por si só. Num segundo mandato, não fará outra coisa senão acelerar a chegada
do dia em que a ocupação terminar.
¨
Irã alerta sobre risco
de 'propagação' da guerra para além do Oriente Médio
Teerã alertou, neste
sábado (9), sobre o risco de que os conflitos em Gaza e no Líbano, onde Israel
está em confronto com as organizações pró-Irã Hamas e Hezbollah, se espalhem
para outras regiões do mundo.
"O mundo deve
saber que, se a guerra se espalhar, seus efeitos nocivos não se limitarão ao
Oriente Médio", advertiu o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas
Araqchi, em discurso transmitido pela televisão estatal.
"A insegurança e
a instabilidade podem se espalhar para outras regiões, mesmo distantes",
acrescentou.
Israel, um dos
principais inimigos regionais do Irã, está em guerra com o Hamas na Faixa de
Gaza e com o Hezbollah no Líbano, dois movimentos aliados a Teerã, que, por sua
vez, pede um cessar-fogo em ambas as frentes.
A tensão entre os dois
países cresceu no calor dos conflitos em Gaza e no Líbano e, em 26 de outubro,
caças israelenses bombardearam instalações militares no Irã, em retaliação a um
ataque balístico iraniano contra Israel em 1º de outubro.
Teerã prometeu
responder, e Israel deixou claro que atuaria com mais força se isso
acontecesse.
Na quinta-feira, Ali
Larijani, assessor do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, disse que o
Irã deve se proteger contra uma reação "instintiva" contra Israel
para "não cair na armadilha" do governo de Benjamin Netanyahu.
Já o presidente
iraniano, Masud Pezeshkian, declarou no domingo que um eventual cessar-fogo
entre os aliados do Irã e os de Israel poderia influenciar a resposta de seu
país aos ataques israelenses.
Neste sábado, o Irã
também pediu ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que
"mude" sua política de "pressão máxima", aplicada durante
sua primeira administração na Casa Branca.
"Trump deve
demonstrar que não segue as políticas errôneas do passado. Como um empresário,
ele deveria avaliar os prós e os contras e decidir se deseja continuar ou mudar
esta política prejudicial", disse Mohamad Javad Zarif, vice-presidente iraniano
de assuntos estratégicos, à imprensa.
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Catar afirma que
esforços de mediação entre Israel e o Hamas estão 'estagnados'
O Catar manifestou sua
frustração com a falta de progresso nas negociações de cessar-fogo entre Israel
e Hamas, especialmente após o fracasso das últimas tentativas em outubro.
Segundo informações do Financial Times, o Ministério das Relações
Exteriores do Catar revelou que comunicou tanto a Israel quanto ao Hamas, há
cerca de dez dias, que “pararia seus esforços” se as partes não chegassem a um
acordo durante essa última rodada de diálogos. A posição catariana reflete um
longo histórico de tentativas de mediação por parte de Doha, muitas vezes
criticadas e pressionadas por Israel, particularmente por figuras como o
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Apesar das
dificuldades, o Catar tem se mantido ativo, colaborando com os Estados Unidos e
o Egito para buscar um entendimento entre os envolvidos. Contudo, a crescente
resistência por parte do governo israelense e o desgaste nas negociações estão
causando descontentamento em Doha. Em setembro, o governo catariano acusou
Netanyahu de manter uma postura de conflito “baseada em uma tentativa de
falsificar fatos e enganar a opinião pública mundial repetindo mentiras” que,
segundo o Catar, “levariam ao fim dos esforços de paz”.
Essa declaração de
insatisfação de Doha ocorre após um comentário de uma fonte do governo
norte-americano ao Financial Times, afirmando que Washington
considera “não mais viável ou aceitável” a presença do Hamas no Catar. A
afirmação, impulsionada por um relatório da mídia israelense, levanta questões
sobre o impacto da pressão externa nas relações entre Doha e o grupo palestino,
que mantém um escritório na capital catariana desde 2012.
Fonte: IHU/Brasil 247
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