Tom
Altman: Bolsonarismo. A direita vira-lata
Subserviente,
servil, puxa-saco, bajulador, obnóxio, submisso e todos os sinônimos que se
possa lembrar explicam o comportamento da extrema-direita brasileira em relação
ao governo Donald Trump e todos os seus bilionários de estimação. Nossa
extrema-direita é um leão contra o Brasil: depreda, mata, prende, diminui o que
é nosso; é um gatinho com os EUA – lambe, exalta, defende, apoia, se submete,
se rende e bate continência a tudo que é americano.
A
família Bolsonaro e seus apoiadores inauguram por aqui o fascismo antinacional.
Trocam o protecionismo característico do fascimo pelo entreguismo sistemático.
Se a ideologia econômica dominante dos diferentes movimentos de extrema-direita
ao redor do mundo significa controle do Estado para defesa dos interesses das
classes dominantes, por aqui temos a marginalização das minorias e o
enriquecimento dos indivíduos que moram no andar de cima submetidos ao controle
da política por um estado estrangeiro.
No
nazismo, no fascismo italiano, na extrema-direita francesa ou no integralismo
de Plínio Salgado não se observa a dedicação submissa que o bolsonarismo
pratica frente ao imperialismo americano. A dominação podia ocorrer em alguns
aspectos macroeconômicos, podia haver alinhamento político, um discurso do
“inimigo comum” para se contrapor à ascensão do socialismo, mas não a
subserviência total. O fascismo brasileiro odeia o Brasil e está perdendo a
vergonha de demonstrar. A camiseta é a da CBF, mas a continência é batida para
os senhores dos EUA e de Israel.
Muitos
podem argumentar, com razão, que o vira-latismo brasileiro não é criação
bolsonarista. Quantas vezes escutamos políticos da chamada direita tradicional
defendendo interesses dos EUA em detrimento das necessidades nacionais? A
bandeira da “economia globalizada”, que tanto prejudicou e ainda
prejudica os países em desenvolvimento, sempre foi defendida por partidos de
direita e respaldada pelas classes altas e médias, mesmo antes de exisitir o
mais atual movimento político fascista no Brasil.
Contudo,
esse discurso ainda se deixava permear pela suposta defesa do interesse
nacional, como se o alinhamento ao império fosse a solução para os problemas
econômicos do país. Ainda havia alguma defesa a certas necessidades e símbolos
nacionais.
O bolsonarismo e seus aliados, no entanto, são vira-latas orgulhosos, defendem
e se sujeitam aos símbolos norte-americanos. Gostam do boné vermelho dos
republicanos, do sotaque, das empresas americanas. Até do clima; eles preferem
o de lá. Quando Trump defendeu a anexação da Groenlândia e do Canadá, não é
provável ter havido bolsonaristas pensando que seria uma boa ideia que o Brasil
virasse um estado americano?
Os
vídeos da viagem do filho 03, Eduardo Bolsonaro, aos EUA dão aquela sensação
constrangedora de alguém que não foi convidado para a festa, mas está na
entrada do evento gritando para o dono da casa, oferecendo tudo que tem para
poder participar. Sabe aquela coisa de cumprimentar alguém com um abraço e a
pessoa nem saber seu nome?
Bolsonaro
e família acreditam que as possíveis sanções que Alexandre de Moraes possa
sofrer evitarão a prisão de Jair Bolsonaro e promoverão um recuo do STF em
relação ao julgamento da tentativa de golpe em 08 de janeiro de 2023. Para
isso, estão dispostos a colocar o Brasil debaixo do sapato dos EUA. Investem
intensamente na posição de cachorro adestrado, tendo como objetivo conquistar a
atenção de Trump. Buscam que o governo americano avalie ser positivo intervir,
para no futuro terem um governo brasileiro que seja seu absoluto capacho.
Espero
que acordemos logo do fascimo tupiniquim e não nos enganemos com suas versões
mais envernizadas. Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e Romeu Zema são os
nomes pintados como bolsonarismo moderado, caso a estratégia de pedido de
arrego aos EUA não funcione, mas em sua essência são farinha do mesmo saco.
Estão dispostos a vender o Brasil. E, o pior: vender barato!
¨ Esquerda fala em
“fuga” de Eduardo; direita em “heroísmo”
Passadas
a surpresa e a resistência inicial ao anúncio de autoexílio do deputado federal
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), aliados do bolsonarismo alinharam o discurso que
deverá ser adotado sobre a decisão do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
(PL)
Agora,
a ordem é tratá-lo como um “herói brasileiro” que luta pela sobrevivência da
direita no país. A estratégia busca afastar a narrativa de que o deputado
deixou o Brasil apenas para evitar um possível pedido de prisão ou a apreensão
de seu passaporte.
Ao minimizar esse
argumento,
o objetivo é engajar a direita em uma causa maior e confrontar a esquerda, que
tem conduzido uma campanha para rotular Eduardo como “fujão”.
O
argumento unificado é que seria necessário pressionar o ministro do Supremo
Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, com sanções
internacionais.
Eduardo tem articulado com autoridades americanas para viabilizar sanções
econômicas e restrições à entrada do magistrado nos Estados Unidos, sempre com
o objetivo de descredibilizar o juiz e a própria democracia brasileira no
cenário internacional.
¨ Entenda o caminho de
Bolsonaro até a prisão caso STF aceite a denúncia da PGR por golpe
A
denúncia contra Jair Bolsonaro e mais acusados do núcleo 1 da trama golpista
será julgada nesta terça-feira (25) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal
Federal (STF). Se maioria dos ministros aceitar a denúncia, o ex-mandatário e
os outros acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal na
Corte.
Segundo
especialistas, Bolsonaro pode ser condenado a mais de 30 anos de prisão. A
Procuradoria-Geral da República (PGR) o denunciou por chefiar uma organização
criminosa armada, além de envolvimento em tentativa de abolição violenta do
Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A denúncia inclui ainda os
crimes de dano qualificado, por meio de violência e grave ameaça contra o
patrimônio da União, e deterioração de bem tombado, em referência aos atos
antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
O
núcleo 1 é formado pelos seguintes denunciados:
- Jair Bolsonaro -
ex-presidente da República;
- Walter Braga
Netto (general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das
eleições de 2022;
- General Augusto
Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
- Alexandre
Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin);
- Anderson Torres
(ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal);
- Almir Garnier
(ex-comandante da Marinha);
- Paulo Sérgio
Nogueira (general do Exército e ex-ministro da Defesa);
- Mauro Cid
(delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).
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Qual é o caminho de Bolsonaro até a prisão? Entenda os próximos passos:
Caso a
denúncia seja aprovada, inicia-se o trâmite judicial completo, conforme o
devido processo legal. Os acusados terão garantido o direito ao contraditório e
à ampla defesa. A etapa seguinte incluirá a coleta de provas, depoimentos de
testemunhas e demais fases processuais típicas de um julgamento criminal.
Todo o
andamento ocorrerá dentro das regras previstas para ações penais, com a
continuidade das investigações e a possibilidade, ao final, de uma condenação.
De acordo com o Código Penal brasileiro, uma pessoa só pode cumprir pena de
prisão após ser condenada em definitivo — ou seja, quando todas as
possibilidades de recurso tiverem sido esgotadas.
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Quem julgará Bolsonaro?
A
Primeira Turma é composta pelo relator, Alexandre de Moraes, e os ministros
Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
¨ Julgamento pode
aumentar pressão para Bolsonaro apoiar Tarcísio a presidente em 2026, diz
Rachel Vargas
Começou
nesta terça-feira o julgamento, na primeira turma do Supremo Tribunal Federal,
que pode tornar Jair Bolsonaro e outros sete aliados réus por integrarem
organização criminosa que tentou dar um golpe de estado, segundo denúncia da
Procuradoria Geral da República. Nos bastidores, o acatamento da denúncia é
dado como certo.
O
entorno do ex-presidente demonstra preocupação com o resultado da possível ação
penal, que pode resultar na prisão dele e dos demais investigados. Por isso, a
ideia de aliados é fazer com que Bolsonaro seja convencido a desistir de uma
suposta candidatura e declare, desde já, apoio a Tarcísio de Freitas como o
nome da direita para disputar a presidência da República em 2026. Para
lideranças do PL, somente Tarcísio tem condições de unir a direita e vencer a
eleição numa eventual disputa com o presidente Lula. Além disso, um gesto desse
tipo poderia ser bem recebido pela Corte e refletir na pena imposta pelos
ministros.
Além da
esposa Michelle Bolsonaro, também devem ser chamados a atuar para convencer
Bolsonaro, o filho e senador, Flávio Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia, com
quem o ex-presidente costuma se aconselhar, o ex-presidente da Câmara Arthur
Lira, e o ministro do STF André Mendonça.
¨ Para bolsonaristas,
ações de Moraes põem STF no centro das eleições de 2026
Bolsonaristas,
ouvidos pela CNN, relataram que as ações do ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), Alexandre de Moraes, têm estimulado parcelas da sociedade a
fazer comparações entre as decisões aplicadas anteriormente pela Suprema Corte.
Para políticos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), isso tem sido
visto com bons olhos e estará no centro do debate eleitoral de 2026,
independentemente do ex-mandatário permanecer inelegível ou não.
Segundo
os relatos à reportagem, medidas como a pena prevista, de 14 anos, à mulher que
pichou a estátua do STF com a frase “perdeu, mané”; inquéritos abertos sem
previsão de término; declarações do ministro contra a direita; prisão do
assessor Filipe Martins por uma viagem que ele não teria feito; entre outros
pontos, reforçam a tese de que a Constituição não é seguida e o que prevalece é
a opinião e interpretação de um juiz.
Aliados
de Bolsonaro afirmam que têm notado aumento de adesão a lives e de
compartilhamento de conteúdos da direita. A internet é o canal usado por
bolsonaristas para apontar o que consideram abusos e contradições do Supremo.
Nos
últimos dias, vídeos mostrando condenações da época do Mensalão e da Lava Jato
viralizaram. Bolsonaristas compararam penas de condenados do esquema envolvendo
a Petrobras ao julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, mulher que pichou a estátua com um
batom no dia 8 de janeiro de 2023.
Um
parlamentar de direita disse à CNN, sob reserva, que parte da sociedade
interpreta essa comparação como fruto de perseguição política e impunidade em
casos de corrupção. Por isso, independentemente de Bolsonaro ter a denúncia arquivada ou se tornar réu, em ação penal pelo
8 de Janeiro, com eventual condenação ainda neste ano, o apoio ou o rechaço a
essa decisão do STF, e à própria atuação de Moraes, será um tema a ser
explorado nas eleições de 2026.
Políticos
de extrema direita, de direita e de centro já avaliam que o STF será um dos
critérios para o eleitor escolher os candidatos que assumirão postos de
deputado federal e senador a partir de 2027. O próprio Bolsonaro tem colocado a
eleição para as duas vagas por estado ao Senado como uma das prioridades, já
que a Casa é responsável por sabatinar, aprovar ou abrir processo de
impeachment contra autoridades como ministros do Supremo.
Fonte:
Opera Mundi/CNN Brasil/Brasil 247
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