sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CADEIA NELES: antes que novas tragédias aconteçam.


Ninguém em sã consciência seria capaz de afirmar, existir país que não possua problemas sociais. É claro que problemas existem, até porque os governantes são seres humanos, passíveis de falhas e incapazes de governar com perfeição. Mas também está longe de mim em querer eximi-los dos problemas sociais e dos problemas estruturais existente em nossas cidades. Aí seria demais, pois todos aqueles que passaram pelo Poder e ou aqueles que ali se encontram tem sua parcela, e grande, de responsabilidade dos problemas que a sociedade ora se defronta.
Portanto sem nenhum medo de errar, posso afirmar que foram e são eles os principais culpados da crise social e estrutural porque passa o nosso País. E não venham com heranças malditas, porque cada um tem sua parcela nesta herança.
Lógico que nós, responsáveis pela eleição dessas lideranças também temos a nossa culpa, primeiro por não escolher bem, segundo porque não exercemos os nossos direitos e cobrar dos eleitos as medidas necessárias que promovam a melhoria da qualidade de vida. Sabemos que o que nossos políticos o que mais odeiam é sofrer pressão popular, esta, talvez, seja uma das razões de fugirem das suas bases após eleição, a forma encontrada de não serem cobrados, coisa que eles detestam.
Não sou expert em sociologia, porém, tenho minha opinião formada a respeito dos problemas sociais existentes, principalmente quando o assunto gira em torno das desigualdades e da exclusão que grande parte da população está submetida, principalmente por falta de vontade e políticas públicas que visem o bem estar de toda a sociedade.
Sabemos que os problemas sociais são muito complexos e os seus acontecimentos se interligam formando uma cadeia sucessiva de fatos, que vão se incorporando, e quando damos por nós, a situação chega ao ponto de calamidade.
São problemas que vão da gravidez precoce, do domínio do tráfico na área onde as pessoas residem e normalmente em comunidades carentes e onde o Poder Público está sempre ausente, o uso do corpo para se prostituir e como forma de obter algum recurso financeiro. Portanto, conviver com dificuldade financeira faz parte do seu dia-a-dia, obrigando a muitos jovens deixarem de freqüentar a escola para trabalhar e ajudar nas despesas familiares. O somatório destes problemas traz como resultado imediato, o aumento das desigualdades em nosso País.
Diante das dificuldades impostas, muitos se abrigam em locais inapropriados e que, mais cedo ou mais tarde, se tornarão astros dos filmes gerados pelas calamidades, fruto de desabamentos e quando não mortes. Neste momento, surgem os governantes com os discursos decorados e demonstram uma solidariedade apenas para que possam ficar bem na fita. Passada a situação, esquecem as promessas e ficam no aguardo de novas calamidades, para que possam se utilizar da imprensa e mostrar uma sensibilidade que não possuem. Já estamos cansados dos mesmos discursos e das mesmas desculpas. O que se pede são ações práticas, coisa que não é comum em nossos governantes.
Portanto, diante das últimas calamidades principalmente a ocorrida no Rio de Janeiro, o que ninguém mais engole é a eterna desculpa de que “ocorreram mais chuvas do que o esperado”. Estes argumentos já nos cansaram pois se repetem a cada nova tragédia e sempre são dadas por todos os gestores públicos, diante do fato, o qual se repete anualmente.
Qualquer cidadão consciente sabe que os efeitos da ocupação desenfreada de áreas que deveriam ser preservadas ou quando o ser humano no afã de querer se utilizar dos espaços em proveito próprio resolve alterar a natureza, mais cedo ou mais tarde esta natureza irá reagir em igual proporção da ofensa recebida.
Diante do ocorrido, não apenas no Rio de Janeiro, mas também em São Paulo, Minas Gerais, Bahia e onde ocorrer tragédias de igual magnitude, podemos concluir que as vítimas, são resultados de políticas públicas ineficientes e ineficazes, devendo ser responsabilizados os políticos e não a natureza. Afinal que fizeram eles para evitar? Pois todos sabem que recursos sempre existiram, mais eles pouco se preocupam talvez em razão do percentual a receber seja pequeno.
Assim, não é permitido nos tempos atuais, da alta tecnologia, que se culpe a natureza pela desordem climática, pois os fenômenos são detectáveis e muitos deles são conhecidos há décadas, como o El Nino, não se admitindo, pois, deixar que o clima venha causar os estragos como anualmente se assiste, sem que nenhum custo ou ônus político os seus responsáveis tenham que assumir.
Desta forma, comungo com aqueles que defendem que os dirigentes municipais, estaduais e federais sejam processados por homicídio culposo, como forma de estancar este caos de injustiça e impunidade reinante em nosso País. O que assistimos no Rio de Janeiro, e com certeza em abril iremos assistir na Bahia e em outros Estados, é talvez o maior exemplo de crueldade praticada ao ser humano, ao permitir que famílias se alojem em encostas carcomidas e vales entulhados por ocupações criminosas, sem que o Poder Público interfira.
Tenho plena certeza que, no dia em que o gestor público de todas as esferas do Poder, seja ele prefeito, governador, secretário ou Ministro de Estado, enxergar a mais remota possibilidade de ir para a cadeia pelas mortes causadas e que poderia ter sido evitada, em lugar de incentivar com a sua omissão, tragédias como a que assistimos no Rio de Janeiro, com certeza, deixaríamos de assistir as nossas cidades apresentar o quadro arquitetônico que a sua grande maioria apresentam: cidades feias, decrépitas e vulneráveis a qualquer mudança climática.
Muitas ações contra o Estado ou a administração pública as pessoas até tem impetrado, mas seria bom saber que o Estado ou o Gestor Público na hora de pagar a conta, retira de nós, os contribuintes. Portanto, somos nós os apenados. O correto seria responsabilizar o Gestor como pessoas físicas, pelos crimes ocorridos ou que cometem contra a vida, por negligência e omissão.
Está na hora daqueles que se elegem com milhões de promessas serem penalizados criminalmente e na justiça comum, sem qualquer privilégio.
O que ocorreu no Rio de Janeiro deve servir de alerta, principalmente ao dep. Aldo Rabelo relatou do projeto de lei número 1876/99, que no afã de agradar ao agro negócio transfigurou o Código Florestal, onde reduz à metade as áreas de preservação em margens de rio, dispensa da reserva legal propriedades pequenas ou médias e consolida os desmatamentos ilegais.
Assim, ao folhearmos as fotografias aéreas das avalanches em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, dá para qualquer leigo ver nas imagens o que havia antes nos pontos mais atingidos. E pelo quadro observado podemos imaginar o que o novo Código Florestal vai produzir no campo.
Portanto, só nos resta uma esperança de que tragédias como estas no futuro deixem de ocorrer. E a esperança reside no JUDICIÁRIO BRASILEIRO e no MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, que deveriam começar a criminalizar e processar os administradores públicos pela omissão e ações preventivas não executadas, aliado as autorizações e licenças para que se utilize das áreas de riscos.

domingo, 16 de janeiro de 2011

AINDA HÁ ESPERANÇA?


Quando achamos que o mundo político chegou ao fundo do poço das maracutaias, eis que a cada novo dia, novos trambiques surgem, nos deixando boquiabertos, diante da desfaçatez com aqueles que se mascaram de políticos agem. Em outros tempos havia mais receio e tramavam às escondidas. Hoje deixaram a vergonha de lado e cinicamente provocam os desmandos de caras limpas, pouco se linchando com a opinião pública.
Aliás, eles não estão nem aí para a opinião publica, pois sabem que daqui a quatro anos os eleitores agora indignados já esqueceram de tudo e continuaram voltando neles.
Nossa indignação vem na razão direta do que tem sido trazido em público aos fatos que, em qualquer País sério estas pessoas seriam punidas, até para servir de exemplo às novas gerações.
Mas vamos por etapas, para que possamos compreender a letargia que ora se assiste, diante de tantos absurdos cometidos, sem que se conheça qualquer punição.
A partir dos anos de 1980, a população brasileira passou a acreditar em dias melhores, com o início da redemocratização e o surgimento de partidos políticos, que surgiam com o objetivo de resgatar o papel da arte de se fazer política.
Daí surgiu o PSDB e o PT, dois dos partidos à época com propostas de resgate da seriedade e do zelo pela coisa e erário público. O PSDB, de centro esquerda, que tinha como expoentes os saudosos Mário Covas e Franco Montoro, cuja biografia está marcada no quadro dos homens honrados desta Nação, como exemplo de seriedade, surgiu da dissidência do então MDB, partido que naquela época já começava abrigar todo tipo de político fisiologista e que tinham e tem como principal característica, confundir o bem público com o privado, de forma que os resultados obtidos sejam em proveito próprio. Já o PT, surgia das lutas sindicais e dos movimentos artístico-cultural e intelectual e tinha como principal plataforma a construção do socialismo e o zelo, honestidade e transparência no trato do bem público.
O PSDB foi a primeira grande decepção. Ao assumir o poder, fez um dos mais desastrados governos da história republicana, doando o patrimônio nacional, construído com o suor do povo brasileiro, vendendo a preço de banana, sem que a população para isto fosse consultada. Os recursos obtidos até hoje ninguém sabe para onde foi.
A segunda decepção veio com o PT, após a ascensão de Lula ao Poder. Teve início com os escândalos de Valdomiro Diniz entrou pelo Mensalão de Zé Dirceu, dólares na cueca do irmão de Genoino e terminou com a ascensão social do filho de Lula, o Lulinha, hoje considerado uma das maiores fortunas deste País.
Logo ele que em 2002 era um desconhecido e desempregado biólogo.
Em nenhum momento o PT se pronunciou em defesa do povo brasileiro. Aliás, sempre se omitiu em relação aos fatos, tanto o é que ninguém foi punido.
Até hoje o PT deve explicações.
Agora, após a ascensão de Dilma ao poder assiste-se o outro lado da face do PT, ou seja, o PT fisiologista, ganancioso por cargos, como os que já tem fosse muito pouco. Em nada o PT está a se diferenciar do DEM/PMDB. Quando se falar em fisiologia., como podemos diferenciar o PT da família Sarney? Aliás, agora se entende porque se dão tão bem.
Mas saindo das questão partidárias, vejamos quatro situações inusitadas, dentre centenas existentes, cujos fatos estamos a procura de explicações. Se as tem apresente, porque as colocadas para o público não tem convencido diante da relação promíscua que se apresenta.
SITUAÇÃO 1) Na Bahia ao assumir o governo em 2006, o Governo Wagner se depara com um dos maiores escândalos e roubalheira do dinheiro público jamais visto no Estado. O Programa Cesta Povo, criado para ser uma alternativa à população de baixa renda é entregue literalmente falida e com uma dívida milionária. Abre-se sindicância e os cambaus. Tudo é devidamente apurado. Os responsáveis pela apuração e aqueles que conhecem o Programa sabem que nos 08 anos anteriores ao governo Wagner, o Todo Poderoso e quem mandava e desmandava na EBAL era o então ex-governador Oto Alencar, que, como político tem em sua trajetória política, o título e o perfil de um dos mais fieis seguidores do carlismo, para tanto foi premiado por ACM com um cargo no Tribunal de Contas do Estado da Bahia. Sabem quem é o vice hoje de Wagner na sua reeleição? Oto Alencar. Ele mesmo que afundou a Cesta Povo e que corre a boca pequena, que intercedeu para as contas do seu irmão prefeito de uma cidade na região metropolitana de Salvador fosse aprovada, após três anos de rejeitadas pelo Tribunal e contando com as mesmas gravíssimas falhas..
SITUAÇÃO 2 – Lembra-se da Máfia das Sanguessugas, aquele esquema de superfaturamento das ambulâncias desbaratadas pela Polícia Federal? Entre os diversos políticos envolvidos na formação de quadrilha para saquear os cofres públicos encontrava-se o dep.. Pedro Henry, que escapou da cassação por manobras dos seus pares. Pois não é que o novo governador do Estado do Mato Grosso o nomeou para Secretário de Saúde. Vejam bem, na época das investigações foi apontada a existência de uma grande articulação criminosa, que por meio de PROPINAS, direcionava a concessão de emendas parlamentares e o resultado das licitações municipais. Dá para acreditar nas intenções deste novo governo do Mato Grosso?
SITUAÇÃO 3 – Uma das esperanças depositadas no governo Dilma, estava, conforme palavras da candidata eleita, que a sua equipe de ministros deveria ter entre as diversas qualidades, ser HONESTA, COMPETENTE E NÃO ESTÁ ENVOLVIDO EM ESCÂNDALOS Surpreendentemente é escalado por Sarney, olha ele aí de novo, para Ministro do Turismo, um desconhecido deputado, que até agora não decorei seu nome, que confunde turismo com orgias em motéis pago com dinheiro público, além de se servir do cargo de deputado para solicitar regalias para a verdadeira esposa passear nos EUA, através de passaporte diplomático. Isto por ora é o que estamos sabendo, porém, se algum jornalista for mais a fundo talvez descubra outros trambiques ainda maiores. Ah, você pode dizer, mas ele devolveu o dinheiro da orgia, Sim, depois da denuncia jornalística ele descobriu que este pagamento pela Casa era ilegal. E olha que ele não é o único com rabo de palha. Lembra daquele sr. que fraudou a Constituição? Ta lá também. Continua Ministro da Defesa. E do líder do governo no Senado, que a cada eleição é denunciado pela Justiça eleitoral de cometer fraudes e crimes para obter a sua eleição e de familiares? E por aí vai.
SITUAÇÃO 4 – Mesmo podendo apontar centenas de situações que deixa a todos nós sem esperança de dias melhores, vamos para por aqui, porém, antes, não poderia deixar de tratar da deselegância e do servilismo demonstrado pelo sr. ministro Marco Aurélio, aquele do top top, que confunde subserviência e improbidade com legalidade. Esqueceram de dizer a este senhor, que cabe a quem está no Poder observar sempre os requisitos da probidade , impessoalidade e igualdade dos cidadãos perante as regras que regem a sociedade, coisa que deveria ser fundamental em um Estado de Direito, quando no afã de defender a concessão INDEVIDA e IMORAL de passaportes diplomáticos aos filhos maiores de idade e ao neto de 14 anos do então presidente Lula, dois dias antes da sua saída, utilizou o argumento abismem, que atendia aos interesses do país. O pior não foi a defesa do sr. Ministro, mas o argumento utilizado, considerando uma coisa sem importância, o que cheira a desrespeito como a sociedade é tratada por aqueles que se apoderaram do Poder. E olha que quem concedeu foi o Itamarati e ficaram tão envergonhados, que não se pronunciaram, enquanto o ministro abre a boca para falar tais baboseiras, para não dizer um palavrão.Que interesses maiores os filhos de Lula e o seu neto de 14 anos traria para o nosso País, a não ser se utilizar da regalia que o passaporte concede em suas viagens internacionais? E o pior, que hoje já se sabe, que dezenas de deputados se utilizavam desta artimanha para enviar, familiares, amigos e quem sabe amantes, em viagem de turismo pelos EUA e Europa.
Como todo brasileiro ainda acredito no governo Dilma e espero que assim que a mesma se assente na cadeira, inicie um processo de moralização e moralidade neste País.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

NA TRILHA MALIGNA DO CRACK


Para produzir o crack, usam-se a borra da pasta base da cocaína, ou seja, o lixo da cocaína que é diluída em solventes e misturada a outros produtos químicos. O ácido sulfúrico está entre eles. Outra substância com capacidade parecida de destruição é o ácido clorídrico que, quando inalado, pode causar ferimentos graves na garganta e na boca do usuário. Também são usados bicarbonato de sódio ou amônia, a cal virgem e a gasolina ou querosene que manipulados se transformam em uma espécie de pedra meio tenra facilmente quebrável, de cor branca caramelizada e de boa combustão, para daí entrar no comércio negro do tráfico de drogas ilícitas e proibidas.
O usuário ao fumar toda essa parafernália aspira o vapor venenoso para dentro de seus pulmões, entrando em conseqüência na sua corrente sanguínea. Como o crack é inalado na forma de fumaça e possui toda essa gama de produtos químicos altamente nocivos à saúde de qualquer ser vivo, ele chega ao cérebro muito mais rápido do que a cocaína ou de qualquer outra droga, causando também um malefício mais abrangente para o usuário que sempre vicia a partir do primeiro experimento.
A ação do crack atua sobre o sistema nervoso central, provocando aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremores, excitação. Os usuários apresentam problemas no sistema respiratório como congestão nasal, tosse e sérios danos nos pulmões. A droga também pode afetar o trato digestivo, causando náuseas, dores abdominais, perda de apetite com conseqüente excessiva eliminação de peso e desnutrição.
Os efeitos psicológicos imediatos do crack são a euforia e a sensação de poder. Com o uso constante da droga, aparecem cansaço intenso, forte depressão e desinteresse sexual. Em grande quantidade, o crack pode deixar a pessoa extremamente agressiva, paranóica e fora da realidade, como se estivesse em outro mundo, noutra vida. O cuidado pessoal do usuário passa a não mais existir e sua autoestima rasteja aos mais baixos níveis.
A droga destrói os neurônios e promove a degeneração dos músculos do corpo, fenômeno conhecido na medicina como rabdomiólise, causando a aparência esquelética no indivíduo, com ossos da face salientes, pernas e braços finos e costelas aparentes.
O usuário do crack pode ter convulsão e como conseqüência desse fato, pode levá-lo a uma parada respiratória, coma ou parada cardíaca e enfim, a morte. Além disso, para o debilitado e esquelético sobrevivente seu declínio físico é assolador, como infarto, dano cerebral, doença hepática e pulmonar, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), câncer de garganta e traquéia, além da perda dos seus dentes, pois o ácido sulfúrico que faz parte da composição química do crack assim trata de furar, corroer e destruir a sua dentição.
O crack vai destruindo o seu usuário em vida ao ponto dele perder o contato com o mundo externo, se tornando uma espécie de zumbi, ou morto-vivo, movido pela compulsão à droga que é intensa e intermitente. Como os efeitos alucinógenos têm curta duração, o usuário dela faz uso com muita freqüência e a sua vida passa a ser somente em função da droga.
Além dos citados problemas de saúde que recaem para os usuários do crack, as ocorrências no seu terreno familiar e social sempre passam para a área criminal e vão caminhando rapidamente em largas vertentes para dias piores. A vida vivida pelos envolvidos com o vício do crack parece sempre transpor os inimagináveis pesadelos, pois do crack e pelo crack são capazes de praticar qualquer crime.
Na trilha maligna do crack, o seu usuário encontra o desencanto, a dor, a violência, o crime, a cadeia, a desgraça e o cemitério precocemente. O crack traz o ápice da insanidade humana. Alguns que se recuperaram do poder aniquilador do crack disseram que dele sentiram o gosto do inferno.
Por sua vez, apesar de tudo isso, apesar dessa realidade brutal e com perspectivas de piorar ainda mais com a sua crescente problemática, sentimos o poder público ainda meio tímido, sem verdadeira vontade política para debelar tal situação, assertivas essas comprovadas pelo andamento de alguns projetos que já se mostraram ineficientes e outros que se mostram apenas paliativos em ação.
É fácil de concluir que o perfil da sociedade brasileira se transformou e os problemas familiares, sociais, da saúde e da segurança pública mudaram consideravelmente para pior a partir do advento do crack. Dentro desse contexto também cresceram e continuam crescendo todos os índices de crimes possíveis, destarte os crimes de furto, roubo, latrocínio e homicídio.
Assim, por justo o povo clama por solução adequada, por remédio curativo, não paliativo. Projetos verdadeiros e efetivos devem entrar em ação com urgência urgentíssima, pois os problemas deixados na maligna trilha do crack crescem em proporções geométricas e atingem em cheio a nossa sociedade.
(ARTIGO DE AUTORIA DE ARCHIMEDES MARQUES - Delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe) archimedes-marques@bol.com.br

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A BAHIA QUE QUEREMOS: quando a teremos?


O Estado que as pessoas desejam deve trazer uma nova concepção de desenvolvimento equânime para as regiões, procurando fortalecer as suas bases, através de políticas públicas que priorizem a redução das desigualdades sociais, de forma a traduzir os discursos de palanque e as propagandas televisivas em realidade, e que possam efetivamente melhorar a vida da sua população.
Está na hora dos gestores deixarem os discursos de efeito de lado, onde palavras mágicas e promessas são ditadas, tais como educação, saúde e segurança pública de qualidade, sem que as mesmas saiam da retórica e aconteçam na prática.
Chega de tratar a população como dados estatísticos e números frios dos relatórios técnicos e partir para alcançar os resultados de forma que transforme a dura realidade vivida hoje pela população, onde os efeitos das políticas públicas não tem chegado às pessoas.
Chega de colocar o Estado a serviço de uma minoria, cuja elite está colada no Poder, independente quem seja o seu governante ou partido de plantão a governar.
Está na hora de dar um basta aos péssimos índices obtidos pelas nossas escolas públicas na avaliação do MEC, cujos resultados apenas comprovam que estamos formando analfabetos funcionais, incapazes de compreender um enunciado simples. Chega de propagar a respeito da melhoria da saúde pública, pois a realidade é bem diferente daquelas nas imagens televisivas do governo.
Está na hora do governo reconhecer que temos uma saúde que deprimem aqueles que dela necessita, onde falta tudo, inclusive uma simples maca para atender o paciente, sem contar da falta de médicos e da ingerência política nos hospitais públicos. Este último, um crime que se pratica contra aqueles que necessitam de atendimento.
Devemos ter a consciência que os recursos públicos são escassos, porém quando bem aplicados e corretamente direcionados os resultados práticos são obtidos, principalmente quando os investimentos são voltados para atender aqueles que mais necessitam.
Portanto, qualquer projeto de desenvolvimento deve priorizar os interesses daqueles que estão na base da pirâmide social, devendo zelar pela correta aplicação dos recursos, de forma que os resultados sejam realmente alcançados e obtidos por quem mais precise.
Na Bahia se observa um desenvolvimento desigual entre as suas diversas regiões e, portanto, cabe ao gestor público direcionar políticas públicas que visem reduzir estas desigualdades, regionalizando as ações, visando um crescimento igual e sustentável, melhorando as condições de vida daqueles que estão localizados em comunidades aonde o progresso ainda não chegou. E infelizmente esta é a realidade vivida em nosso Estado e que os dirigentes políticos parecem não enxergar.
As políticas públicas devem ser instituídas de forma que objetivem uma intervenção direta nos bolsões de pobreza, facilmente identificáveis e de conhecimento da maioria do seu corpo técnico, que inclusive justiça seja feita, apesar da baixa remuneração oferecida pelo Estado, tem sido um corpo técnico de qualidade, os quais, quando querem intervir infelizmente são atrapalhados pelas ingerências políticas, ainda praticados em nosso Estado nos mesmos moldes dos coronéis políticos do passado, até mesmo porque estas ações, muitas vezes atingem os interesses políticos eleitoreiros dos “novos coronéis” que teimam em imperar na Bahia.
Portanto, deve o governo levar ações aos diversos setores e principalmente nas áreas de educação, saúde, segurança, atendimento ao cidadão, geração de emprego e renda, infra-estrutura e projetos de desenvolvimento da agropecuária , da agroindústria, do comércio, etc., de forma que a sua intervenção interfira diretamente na melhoria da qualidade de vida das pessoas e reduza os desníveis regionais.
A Bahia que queremos é aquela que ofereça uma educação de qualidade com técnicas pedagógicas modernas e eficientes que dê condições para formar o cidadão para o amanhã, de forma que venha a ser produtivo e competitivo, já que a nova economia mundial está a exigir uma mão de obra cada vez mais qualificada.
Queremos uma Bahia que ofereça saúde de qualidade para todos e que apresente para a população um projeto claro e objetivo de política preventiva, onde todos tenham acesso, e não como o faz de conta atual, onde hospitais são construídos ou ampliados, porém, os serviços essenciais de atendimento inexistem, ou então, tem que recorrer a um político de plantão para que tenha o atendimento que necessita. De maquiagem, o baiano viveu sob o domínio do carlismo, aonde a Bahia ia bem, só que ninguém sabia para quem. Se a Bahia é de Todos, que o seja na prática.
Desejamos uma Bahia que ofereça acesso a todos água potável, rede de esgotos a preços accessíveis, não a escorcha atualmente praticada, cujos resultados repercute na capacidade produtiva e bem-estar da população, por meio dos seus efeitos principalmente na saúde.
Queremos uma Bahia, com menos violência, onde os investimentos feitos na segurança pública sejam transformados em ações visíveis e palpáveis pela população, e não esta segurança que aí está, com um efetivo despreparado e desmotivado, sem uma orientação qualificada, onde para todo ato de violência, apenas um sintoma: AS DROGAS, como só as drogas fomentassem a violência. Queremos respirar segurança e ver os policiais nas ruas, não somente nos períodos festivos. Queremos segurança não só nos grandes centros, mas também nas pequenas cidades interioranas, pois todos perdemos a paz, e que diante deste despreparo visível na segurança pública, a Bahia está aos poucos sendo o centro e responsável para que no futuro as quadrilhas ligadas ao tráfico carioca se capitalizem, diante dos constantes assaltos a bancos que tem ocorrido nas cidades do interior baiano. Este é apenas um alerta.
Sonhamos por uma Bahia que se transforme em destaque nacional, não pelo carnaval e suas festas ou pela violência que hoje impera e sim por sua magnitude, capacidade e diversificação de sua economia, com políticas sérias de atração de novos investimentos. Queremos uma Bahia que descentralize o seu parque industrial levando o desenvolvimento para o interior, de forma a vir gerar novas oportunidades para os jovens que ali residem e contribuir para redução das desigualdades regionais.
Queremos uma Bahia que seja realmente para todos, onde o acesso ao serviço público se dê por concursos e não o faz de conta da seleção do REDA, cujas cartas marcadas são por todos já conhecidas.
Queremos não uma Bahia voltada para os mesmos, àqueles que há décadas dominam o cenário político e econômico do estado sem que sejam dadas oportunidades para os demais. Queremos uma Bahia livre das amarras, sem coronéis. Uma Bahia independente, onde todos tenham direitos e deveres e todos sejam respeitados.
Chega de uma Bahia maquiada, que só existe na propaganda governamental. Queremos uma Bahia republicana, sem privilégios e com oportunidade igual para todos.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

CHEGA DE MALDADE E INJUSTIÇAS


Justiça seja feita, o tamanho do saco de maldades dos governos contra os nossos idosos parece não ter fim. A última tramada pela equipe econômica do então governo Lula pretende ou pretendia, vincular ao PIB o reajuste dos aposentados que recebem acima do salário mínimo. Espero que não prospere no novo governo recém instalado e que mais esta maldade seja revista.
Pergunto: que culpa terá os nossos idosos se por acaso em razão de medidas ou uma política econômica equivocada, onde a especulação financeira é valorizada em detrimento da produção, a nossa economia andar para trás? Serão os nossos idosos quem irão pagar pela incompetência daqueles que estão no comando da economia? Logo eles que desde jovem contribuíram para fazer deste País a oitava economia do mundo é quem irão pagar a conta?
Ora, temos um pior salário mínimo entre as economias mundiais pesquisadas, sem levarmos em consideração aquelas que compõem o G-20. Aliás, salário mínimo não, salário miséria e nem sequer o mesmo percentual concedido a este salário os nossos idosos terão direito? Cinicamente sempre utilizam à quebra da previdência como justificativa, porém, todos sabem que esta mesma previdência tem um modelo de gestão ultrapassado ceifada de corrupção e de sonegação sem que os criminosos de colarinho branco sejam pegos.
Criminosos que passam por prefeitos, governadores, políticos de toda ordem e empresários que não repassam aquilo que é de direito como empregadores e até mesmo o que recolhem dos seus funcionários e como prêmio é lhes dado o direito de parcelar estes desvios dos recursos público em centenas anos. Enquanto isto continuará desfilando junto e entre os nossos gestores públicos, posando de “homens honestos”, financiando campanhas políticas com o dinheiro que deveria estar nos cofres da nossa previdência.
Estudiosos do nosso modelo previdenciário estabelecem que o sistema deva ser montado como base quatro pilares fundamentais de princípios: I) fórmula de cálculo do benefício: II) condições de acesso; III) a correção real dos valores; e IV) as alíquotas de contribuição.
Segundo o economista Marcelo Caetano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), “o desenho do nosso plano previdenciário é bastante distributivo. Na verdade, a Previdência acaba funcionando como uma redistribuição de renda, ao dar um retorno muito bom para quem ganha pouco e muito ruim para quem percebe mais”.
Ora, por ser o achatamento salarial praticado contra os nossos idosos uma realidade angustiante que se abate não só pelo beneficiário, mas sobre toda a família, que vê a qualidade de vida se deteriorar daquele que não merecia tanta maldade, que soa mais como uma agressão ao aposentado brasileiro, apesar do Estatuto do Idoso, torna-se necessário que seja feita uma intervenção na sua gestão, com poderes fiscalizadores mais rigorosos, de forma que esta questão seja revertida em favor daquele que passaram cerca de 1/3 de sua vida contribuindo com o objetivo de ter uma velhice mais digna.
Chega de colocarmos à frente da gestão da previdência profissionais incompetentes e despreparados para gerir o maior patrimônio do trabalhador brasileiro. Chega de farsantes, incompetentes e desumanos, como o despreparado ministro da Previdência que em um ato de insensatez determinou que os segurados aposentados tivessem de comparecer às agências do órgão para provar que estavam vivos. Tudo isto tem que ficar no passado e olharmos os nossos idosos como trabalhadores que financiaram a vida inteira a Previdência e que merecem um retorno digno naquilo que investiu. Se os diversos governos que passaram foram perdulários e tiveram uma visão obtusa quanto os destinos da Previdência, não devemos culpar os aposentados e a eles apresentarem as contas. Está na hora de encerrar esta maldade e perseguição contra os nossos idosos.
Vejamos bem. Levantamentos feitos apontam que cerca de 70% das aposentadorias e pensões recebem o salário mínimo. E 30% acima do mínimo, com valores variados. No governo Lula, o salário mínimo foi corrigido em mais de 100%. Enquanto as aposentadorias de valor superior ao mínimo tiveram uma correção um pouco acima de 50%. O crime cometido contra aqueles idosos representa cerca de quase 45% da sua renda, achatando os seus ganhos reais.
Argumentos dos mais variados são apresentados, porém nenhum que convença ao contribuinte. Que o INSS não suportaria e equiparação dos reajustes para aqueles que ganham mais de um salário mínimo. Outro ainda mais cínico é de que o reajuste acima do mínimo beneficiaria “os mais ricos”. Ora, na hora de recolher não se pensou nisto, recebeu pelo teto, no momento de devolver utilizam desculpas que beiram ao ridículo. E o pior de tudo isto, são os argumentos dos BURROCRATAS do INSS, quando afirmam que esta política “não é achatamento”. Porém, são estes mesmos burrocratas que todos os anos fazem greves buscando a melhoria dos seus salários, em detrimento aos prejuízos causados aos nossos idosos principalmente.
A situação, da forma como está caminhando, independente do valor contribuído mensal, está demonstrando ser uma estratégia governamental, de ao longo tempo, reduzir todas as aposentadorias a um salário mínimo.
Temos que reconhecer que o achatamento praticado não é fruto deste governo, mas uma obra que vem sendo praticada através de vários governos, ignorando aqueles que mais contribuíram para o INSS, muitos recolhendo aos cofres da previdência por mais de 35 anos, valores que correspondiam a 20 salários mínimos a fim de financiar uma aposentadoria que lhe desse retorno proporcional. Hoje o teto do benefício corresponde a 10 salários mínimos. E nem este valor é garantido ao idoso, já que no atual governo o teto pago não ultrapassa a 7,4 salários mínimos.
Diante desta situação desumana àqueles que contribuíram para o sistema previdenciário, tem obrigado aos aposentados recorrer a filhos, parentes ou familiares e até a agiota, para complementar as despesas, principalmente com a saúde que exige medicamentos com custos sempre elevados.
Milhares de brasileiros que se aposentaram com 8 salários mínimos e hoje recebem apenas 3. É necessário e urgente que o governo precisa enfrentar essa realidade, apresentando uma política de seguridade social que garanta aos aposentados brasileiros o mínimo de conforto, que lhes de respeito e tranqüilidade.