
Depois
de tantos escândalos, ainda temos que engolir condenados pelo STF que assumam
ou continuem exercendo seus mandatos, como se nada tivessem praticado. É uma
afronta não só ao Judiciário, mas a população brasileira e a Constituição
Federal.
Esses
fatos só vêm confirmar que o Congresso Nacional virou um ajuntamento de pessoas
sem princípios e sem ética, os quais, infelizmente eleitos por nós eleitores, muitos
por falta de educação e que atrela seu voto às promessas de bolsas, cotas, bujões de gás e
dentaduras, já outros
por interesses escusos, sem a menor consciência cívica, transformando aquela
que deveria ser uma Casa de respeito em um antro de homens sem caráter e sem
pudor.
É
vergonhoso, assistirmos José Genoíno, condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha ser
recebido na Câmara de deputados por seus pares com ovação. E não é só ele que
nos envergonham mais todos que estão a acobertar os que praticam ou agem com
desvio de personalidade.
Quando
pensávamos que já havia visto tudo, o Congresso nos dá mais um exemplo de
imoralidade e falta de respeito a população brasileira.
Nunca na história do Congresso ocorreu uma eleição
para presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados reunindo candidatos tão
suspeitos de corrupção, como os atuais eleitos - Renan Calheiros (PMDB-AL), no
senado e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), na Câmara.
Hoje,
as pessoas se veem obrigadas a assistir José Dirceu ser ovacionado por onde
passa pelos ‘valorosos’ petistas, os mesmos militantes que até pedra jogavam
naqueles que praticavam o mínimo desvio ético. Mas ao PT tudo é permitido.
E
pior ainda é ver o Sr. Dirceu afirmar em
seu blog que o
senador Renan Calheiros é vítima de campanha de falso moralismo orquestrada
pela mídia e por grupos organizados.
Ora é
querer tapar o sol com a peneira. Ou será que Renan renunciou a presidência do
senado por que nada de errado havia feito? E as mentiras contadas que feriram o
decoro parlamentar e o enriquecimento ilícito. Será então que tudo era falso? E
olha que muitas das denúncias foram feitas a época pelo PT e pelo próprio
Dirceu.
Apenas
para lembrar ao Sr Zé Dirceu e seus seguidores que Renan Calheiros comandou o Senado de 2005 a 2007, mas não chegou a
completar o mandato, pois foi forçado a renunciar à presidência para não correr
o risco de perder o mandato de senador.
Na época descobriu-se que o lobista de uma
empreiteira pagava a pensão devida por Renan à mãe de um filho dele fora do
casamento. Para provar que tinha recursos suficientes para justificar seu
patrimônio, Renan forjou a venda de gado.
Deu azar, pois a Polícia Federal constatou o
contrário.
Para completar o procurador-geral da República em
razão dessas provas denunciou Renan ao Supremo Tribunal Federal por uso de
notas fiscais frias.
E tem
mais, para chegar a presidência do Senado pela segunda vez, mesmo contra o
clamor popular Renan se empenhou em
salvar a pele dos governadores Marconi Perillo e Agnelo Queiroz, na CPI do
Cachoeira.
Além dos governadores, Renan advogou em favor de
Fernando Cavendish, dono da construtora Delta; de jornalistas e do próprio
Cachoeira. Levando a CPI em acabar em pizza.
Desta forma,
a eleição de Renan para a presidência do Senado e a de Henrique para a
presidência da Câmara só vem a demonstrar para o País que nas duas Casas a
ética e a moral não são práticas usuais
dos seus pares.
Pela
forma que o PT hoje defende as falcatruas, os desvios éticos, morais e dos
recursos públicos, podemos concluir que
Dirceu, Genoíno, João Paulo Cunha, e os quase quarenta mensaleiros condenados
pelo Supremo Tribunal Federal, também não passam de pobres vítimas, ao ponto
dos petistas ameaçarem sair as ruas para pedir a anulação do julgamento.
Em outros
tempos a militância petista e de esquerda e os caras pintadas saiam às ruas
para pedir que a justiça fosse feita e cumprida, agora eles pregam o império da
impunidade. Mas para eles, para os adversários não. O caso Lula/PT não foi
mensalão e sim caixa dois, mas o caso de Minas com as mesmas características,
este sim é que foi mensalão. Pode?
E como não temos uma oposição efetiva que se insurja contra isso, até
porque já estiveram no Poder e fizeram coisas iguais ou até piores, tendo portanto
telhado de vidro, não podendo jogar pedras no telhado dos outros, ficando uma
situação cômoda para os governistas e aliados.
Ou alguém acredita que Aécio Neves que se apresenta como candidato da
oposição é algum santinho? Pelo contrário, no governo de Minas pintou miséria
com os professores e funcionários públicos, amordaçou através de ameaças a
imprensa, e esteve envolvido em ações nada recomendáveis, que com certeza virão
à tona na campanha eleitoral, quando será desmistificado o “mito”.
E o perigo está aí. Pois o PT e aliados são capazes de tudo a quem ousar
destoar ou enfrenta-los, usando até de acusações levianas e mentirosas, além de
sempre insistirem no slogan emocional de que as elites e a oposição não se
conformam com o País ter sido governado por um ex - presidente operário e de ter
uma presidente ex-guerrilheira.
Ora quem conhece a vida de Lula sabe que ele nunca foi militante de
esquerda, dito pelo próprio; como
operário o foi por muito pouco tempo, pois sua inabilidade custou-lhe um dedo,
levando-o a aposentadoria e sendo alçado ao ambiente do sindicato dos
metalúrgicos e considerados por alguns sindicalistas à época como pelego.
Como presidente agiu como os demais, ou seja, governou com os olhos
voltados para as elites.
Quanto à Dilma, esta sim tem história, que orgulha a todos aqueles que
lutaram contra a ditadura militar, apesar de como presidente tem deixado a
desejar no que se refere aos sonhos plantados à época.
Diante do que hoje vivemos, podemos concluir que as vítimas somos nós.