Recentemente o País político foi
sacudido com a decisão de Marina Silva em se filiar ao PSB, diante da negativa
do TSE em conceder autorização para a legalização do seu partido o Rede.
De início a decisão do TSE é no mínimo suspeita, ao mesmo
tempo que negou a Marina a ter o seu partido, dias antes havia autorizado o
funcionamento de outros partidos que se desconhecem se realmente cumpriram o
requisitos exigidos, já que um deles inclusive está sob suspeita de ter falsificado
a assinatura de um juiz, entre os seus apoiadores.
Mas voltando a Marina, logo que
tomou a decisão, ‘a chamada esquerda brasileira’ iniciou uma pressão pelas
redes sociais, procurando colocar a pecha dela se encontrar a serviço da
direita. A campanha partiu de alguns militantes de que se consideram de
esquerda, apenas por estarem filiados em partidos que em tempos atrás se auto
intitulava representantes ideológicos de esquerda, mas que hoje após a ascensão
do PT ao Poder, apresentam uma prática política e tem procurado se aliar ao que
há de pior na política nacional, apenas com o único objetivo, de continuar como
coadjuvante da mamata que aí está.
Esses militantes, por serem
submissos não admitem qualquer tipo de discordância em relação aos desmandos
ora praticados e logo começam a taxar aqueles que não admitem a sequencia de
erros e falcatruas de estarem a serviço da direita e outras baboseiras mais,
apenas porque estão saindo debaixo da sola e deixando de serem paus mandados do
PT.
Ora, se analisarmos as práticas utilizadas
pelo PT de hoje, os seus métodos para governar e as alianças – políticas e
econômicas - com o que há de mais podre
na política nacional, concluiremos facilmente que, quem deu uma guinada para
direita conservadora foi exatamente o PT, que com suas coalizões partidárias e
sua submissão a políticos como Sarney, Renan, Paulo Maluf, Collor de Melo,
Jaber Barbalho e cia ltda., levando a
perda de espaço de lideranças oriundas das lutas sociais e que não foram
cooptadas por cargos públicos comissionados.
Ao fazer renascer as múmias
políticas que já deveriam de há muito estarem embalsamadas, quem demonstra está
a serviço da direita é exatamente aqueles que tanto criticam os que são contra
este estado de coisa.
Chega a soar estranhos os argumentos
desses “esquerdistas” apenas porque as lideranças passaram a raciocinar e
deixaram de serem massas de manobras de ‘líderes’ que tem como meta o Poder
pelo Poder.
Lideranças por não admitirem que o
Estado seja transformado em uma repartição corporativista, de transformar seus
militantes em meros funcionários como forma de manter o controle estatal ou de
que este mesmo Estado continue a ser uma extensão das manobras do seu partido
político, de repente, como em um passe de mágica, deixam de ser aliados e
segundo divulgam, passam a servir os interesses da direita. E porque não aos
interesses maiores do País e de um novo modelo social de governar?
Ora, na democracia brasileira, ser
filiado a um partido político não é argumento suficiente para fazer julgamentos
de valor sobre quem quer que seja. São necessário e fundamental que se discuta
programas, projetos e as conjunturas nacionais e locais. E isto nosos políticos
não o fazem.
Marina é hoje PSB, e como centenas
de ex-petistas que estavam insatisfeitos pelo rumo que o partido tomou ao
chegar ao Poder, também abandonaram o PT ou seus aliados. E só por isso
deixaram de ser de esquerda? Para ser de esquerda tem que seguir a cartilha
petista de governar e pelo que se tem visto, não tem nada de esquerda? Ninguém
pode ou deve pensar diferente ou se contrapor ao modelo e aos métodos usados?
Não podemos e nem devemos fazer
juízo de valor das pessoas apenas porque não aceitam os modelos impostos e as
alianças espúrias praticadas por aqueles que desejam se eternizarem no Poder.
Até seria mais fácil e cômodo ficar do
lado daquele que temporariamente está no comando, pois como sabemos poderiam
ser facilmente recompensados com as regalias dos gabinetes e com diversos
cargos. Para estes sim, podemos tachar de oportunistas.
Mas lembrando àqueles que costumam criticar
todos que não aceitam a sua cartilha doutrinária, e costumam nominar como de
direita, o PT e seus eternos aliados, que antes de chegar ao Poder defendia a
greve dos servidores é o mesmo PT que hoje faz comitiva de deputados e jabá na
Globo contra o movimento sindical.
O Mesmo PT e aliado que sempre
utilizaram os movimentos sociais em benefício próprio e tachavam os demais
partidos como de centro ou de direita, é o mesmo PT que hoje se aconchega nas
poltronas de Sarney, Renan, Maluf e Kassab; é o mesmo PT que acaba de receber
de braços abertos a senadora Kátia Abreu, uma das maiores inimigas dos
movimentos sociais do campo e do meio ambiente.
Foi o PT quem deixou de dialogar com
os movimentos sociais e passou a frequentar os gabinetes luxuosos do PMDB, PP,
PR, PSD, PP e outros menos voltados e de ideologia reconhecidamente de direita
e por ter abandonado os movimentos sociais corre o risco de ver esses
movimentos se aninharem nos braços do PSDB.
Então quem seria nesse caso de
direita? Aqueles que preferem deixar de orbitar ao lado do que há de mais podre
na política nacional para manter seus sonhos ideais ou aqueles que vendem a
alma até ao diabo para se manter no Poder?
Portanto, para aqueles que ainda não
acordaram fica o alerta, saia dessa letargia e não atire pedras no telhado dos
outros pois o seu é de vidro, pois nominar todos aqueles que divergem da
situação atual é não querer compreender e tentar passar uma imagem distorcida
da realidade. É não compreender que o PT que ganha as eleições levado pelos
movimentos sociais é o mesmo que governa com o PMDB, PP, PR, PSD.
Essa postura é no mínimo estranha,
ou seja, a do uso instrumental dos movimentos sociais para a formação de
gabinetes, porém, impõe políticas públicas que não respondem e nem atendem as
demandas dos movimentos, além de em nome da governabilidade, buscar se alinhar
ao que há de mais imundo no mundo político brasileiro.