Fabio
Zucolotto: A roleta-russa no cassino do Titanic. Ninguém comprará a rifa para
levar o bolsonarismo
Sim: na
apreciação da farta denúncia do golpe pelo STF nessa histórica terça-feira,
25/03/2025, o advogado do ex-presidente genocida reclamou do excesso de
documentos na denúncia. Document dumping, como eles dizem lá.
Tática utilizada pela república de Curitiba, na Lava Jato e aprendida “lá”. De
pronto, em sua fala, o ministro Flávio Dino citou magistrados que se atentam
mais ao universo jurídico dos EU do que ao brasileiro.
Apareceu,
ainda, entre os defensores do indefensável, o termo fishing expedition.
Prática de lançar investigações sem saber o que se procura, dando margem ao
direcionamento das ações investigatórias da PF e do MPF. Mais um expediente
aprendido e exemplificado pelos ex-salvadores do Brasil, Dallagnol, Moro, etc.
O
estadunismo que atropela a cultura há décadas, atropela o universo jurídico
brasileiro porque, de início, sempre foi uma tentativa de atropelo geopolítico.
A isso chamam “soft power”. Cada vez menos “soft”, diga-se.
A sanha
do bolsonarismo (outrora indignados do “padrão Fifa” de 2013, do morismo, do
MBL, etc.) sempre foi a de tentar replicar a sinergia popular do período da
redemocratização brasileira e aplicá-la no vetor das massas, mas no sentido
contrário ao propósito original. Uma réplica negativa, em especial, do petismo
– fruto histórico da composição entre bases sindicais, acadêmicos, anistiados
(numa anistia possível, que não puniu os criminosos da ditadura) e setores
progressistas da Igreja católica – em sua estética e linguagem.
Essa
apropriação retórica e “antissistema” libertou o inconsciente reprimido de
milhões, forjando uma esperança que nunca foi a de uma abertura a frente, mas
de um fechamento de regime para trás. Por isso, operam nas chaves bélicas do
medo, do ódio e do caos.
Ainda
que sem lastro histórico e popular, uma alma neofascista foi fabricada “de uma
hora para a outra” no falso vácuo de uma “crise de representatividade” a partir
de 2013, como muitos acadêmicos insistiam em chamar, erroneamente, as primeiras
fendas estruturais abertas pela crise do capital, iniciada em 2007-2008.
Tudo
isso, claro, como muitos apontávamos, com a articulação das Big Tech, agora
explícita.
Os
replicantes do petismo o são somente na tentativa rudimentar de elaborar um
discurso e uma estética com penetração popular, já que não têm nada a dizer,
nem projeto político, a não ser o de defesa do capital especulativo, de
interdição, intervenção e implosão do potencial concreto do Brasil na nova
ordem global que começa a ser desenhada.
Infiltraram,
assim, uma boiada que obedece a um código – um algoritmo psíquico – moldada em
um universo virtual e implementada em uma impressora 3-D da geopolítica; porém,
que não passa de um exército instantâneo a serviço do deep state,
independentemente se democratas ou republicanos ocupam a cadeira. Robôs
neofascistas do ultraliberalismo, que, nesse momento, passam a ser rifados pela
nova orientação da sua matriz.
Note:
Trump elogiou o sistema eleitoral brasileiro no mesmo dia em que o STF iniciou
o julgamento do acolhimento da denúncia contra a cúpula do neofascismo
brasileiro.
Evidentemente,
no escopo do seu projeto autoritário – ao assinar um decreto para exigir
comprovação de “cidadania norte-americana” para que eleitores participem das
eleições dos EU – o bufão enviou um recado.
A
obviedade da eficiência e da segurança do sistema eleitoral brasileiro, há
tempos celebrado no restante do mundo, vendido pelo apresentador-imperador
caído, cria mais um curto-circuito no chip do bolsonarista médio. Porque
sinaliza que o projeto da internacional fascista ao Brasil, agora, é outro; e
que o “imbroxável”, não só é um broxa desprezível, mas comível.
A
cúpula anterior já foi rifada, como tantos terroristas fabricados pelos EU
mundo afora, em prol dos seus interesses, e a massa bolsonarista, que achava
que estava com o zap, ficou com a brocha na mão.
Desnuda-se,
assim, a ida de Eduardo para a matriz, não só pra fugir, diante daquilo que
provavelmente virá à tona, mas para especular sobre um acolhimento aos
possíveis fugitivo. Para fazer birra diante do verdadeiro pai político do
“patriota”: o deep state.
Enquanto
isso, Tarcísio de Freitas apresenta o seu currículo, antecipando o projeto
kassabiano-parlamentarista, já que o “Tchetchereretchetchê” foi avisado por
algum amigo verdadeiro sobre a seriedade da armadilha na qual entraria.
O
pânico do genocida de pagar pelos seus crimes é fato, como ocorre, uma hora, a
todo canalha. Porém, o receio de ser assassinado, possivelmente, é real e ele
não se deve a qualquer receio de um crime perpetrado por agentes do Estado,
como aqueles que ele sempre admirou e defendeu. Eventualmente, se considerarmos
“forças ocultas” de um outro Estado a quem ele presta contas, que não o
brasileiro, talvez esse temor faça sentido.
Por
fim, a tentativa forçada – de setores da mídia e, agora, do advogado de
Bolsonaro – de tentar equiparar a perseguição ao petismo – para golpear Dilma,
aprisionar Lula sem provas e desmantelar um projeto de nação -, ao presente
julgamento do neofascismo brasileiro, de fato, é tanto o espasmo do próprio
lavajatismo, em sua face interna e visível, quanto o expurgo do Titanic da
geopolítica, em sua face externa e cada vez menos oculta.
Uma
grande representação da reordenação das prioridades de um império naufragando,
que insiste em ecoar nas almas de vira-latas órfãos que uivam nos salões de
Brasília e nos editorais do jornalismo econômico da imprensa oligárquica. Uma
grande obra, de longo prazo, sendo construída na nova sede subterrânea da
embaixada estadunidense na capital federal.
O
advogado do ex-presidente expulso das FFAA só está tentando fazer o seu
trabalho legal. Porém, sabemos que ele sabe – porque outrora assinou um
manifesto de repúdio ao genocida, afirmando que ele estimulava um golpe de
Estado – que não há fishing expedition, nem document
dumping na denúncia apresentada.
A sua
missão impossível, na verdade, é lidar com o excesso de provas contra o seu cliente.
Filmadas, gravadas, impressas, escritas, assinadas, ditas e ouvidas.
On
demand,
como os serviços prestados pela Netflix, pela Amazon e
para o Departamento de Estado dos EU.
A
propósito, cadê o Adélio? O Roberto Cabrini ou o Fantástico ainda não conseguiram
uma entrevista exclusiva?
A
propósito 2: cadê “o pessoal do agro”, citado por Mauro Cid?
A
propósito 3: por onde anda o “hacker de Araraquara”?
Lelê
Teles: O inferno em festa, Bolsonaro é hell
as
criaturas numinosas, vivendo na luz ou na escuridão das trevas, têm o dom das
premonições.
veja o
que eu vi e ouvi na minha última visita, em sonhos, aos quintos dos infernos.
“bolsonaro é réu”, gritou,
às portas da casa de satanás, o mudo-falante, pelado como veio
ao mundo, montado no lombo de um lamborguínico centaurominion: patas de nióbio
e crinas de grafeno.
ali, do
lado de fora do palácio incandescente, sátiros saltitavam salientes e libações
de vinho eram servidas em retorcidos chifres de bode.
as
belas bacantes, sensuais e seminuas, banqueteavam-se num bacanal.
no
largo do mundo abismal, no centro da praça tridente, uma cabeleireira
descabelada passava batom na estátua da justiça.
em
volta, maníacos malucos marchavam, uma velhinha circulava com uma bíblia na mão
e bilu, o etê, entretinha um rebanho de
garrotes…
o pneu
perfilava de pé, como um soldado ou um padre de festa junina.
o
inferno, infestado, estava em festa, como em festa esteve no dia da chegada
de olavo de carvalho.
eram
nove e meia da manhã, horário de brasília quando, no salão
oval das trevas, um gárgula engravatado fez soar sua trombeta trovejante,
anunciando o início do julgamento no ésse teéfe.
o capiroto, que
estava sentado em seu trono em chamas, chamou um dos seus auxiliares alados,
movendo mecanicamente o indicador, que exibia uma longa, rubra e aguda unha de
piriguete.
o
funcionário da caverna escura, usando o sinal do satélite da starlink, sintonizou
a tevê do capeta no canal de edir macedo, que
transmitia, no culto, a sessão histórica.
satã, o incréu, não
creu no que viu.
sentado
numa poltrona de couro, de design modernista, na mesmíssima
sala do palacete que outrora fora cagada e depredada por uma furiosa legião de
fanáticos delinquentes, estava o chefe da horda bárbara, bolsonaro, sentado
na primeira fila, fumando e comendo pipoca, frio como um psicopata, um patife
frente ao patíbulo.
gonet, o procurador,
procurou dar logo o tom da cerimônia: “bolsonaro liderou
organização criminosa para se manter no poder”.
moraes, com um brilho
incomum na careca, foi ainda mais longe.
ao ler
o relatório, o piroca afirmou que o nosso minguante minotauro –
corpo de homem e cabeça de gado – fez parte do “núcleo crucial” da trama
golpista.
o senhor
das trevas, alegre como só um demônio sabe ser, deu uma
cambalhota e foi à churrasqueira, mandou pra dentro um bife flambado ao
maçarico e deu uma golada no drink vermelho e flamejante.
“com
mil diabos”, disse o diabo, “é de cair o cu da bunda”, falou
isso e jogou o toco do charuto no chão.
a cobra
fumou.
mefistófeles, alto
funcionário infernal, sinistro ministro das relações exteriores do mundo
obscuro, cochichou no ouvido do chefe que já havia mandado cobrar a alma do
futuro condenado: “nosso fausto infausto cairá em desgraça, é
o preço a se pagar; ele pediu riqueza e poder, teve; agora o teremos”.
o sete-peles meneou
a cabeça anuindo, e pediu silêncio para ouvir os advogados de defesa do
minotauro.
os
pobres-diabos ricos estavam numa flagrante enrascada: esgarçavam gravatas,
tartamudeavam, resfolegavam tensos, soavam bicas, passavam a mão na testa…
ofegantes, gaguejavam como se o réu fosse eles.
“nunca
se viu uma defesa tão fraca, desde o 7×1 no mineirão”, gracejou o tinhoso, macabramente.
aproveitando
a metáfora futebolística, o espírito zombeteiro de kevin lomax,
usando a alma de keanu reeves como cavalo, cantou para o chefe
um trecho de uma balada do bigodudo belchior: “estava mais
angustiado que um goleiro na hora do gol…”
o advogado
do diabo explicou: “fixa-te nesta imagem, repugnante besta-fera,
o goleiro vê roberto carlos, com suas grossíssimas coxas, botar a
bola na marca do penalty e se afastar lentamente até a entrada
da área. naquele momento, o goleiro e todo o estádio sabem que dali virá um
canhão da space x, ou seja, o guarda-metas tentará defender o
indefensável”.
o diabo riu
tanto que abriu uma fenda no solo do palácio mostrando, ao fundo, as lavas
incandescentes de um vulcão vivo e vúlvico.
o pai
da mentira, veja que satanagem, jogou uma moeda pro alto, na boca do
abismo.
o
advogado, numa gana gananciosa, atirou-se no ar, agarrando o cobiçado níquel e
mergulhando, com moeda e tudo, dentro do fogo infernal.
“e se
ele fugir da condenação, horrenda criatura chifruda?”, pergunta uma de suas
assistentes.
“um
homem não pode fugir de si mesmo”, respondeu com voz metálica o pai de todo o
mal, “esse sujeito estará preso eternamente dentro desse personagem: um cagão
covarde, fujão e derrotado”.
palavra
da salvação.
¨ Prováveis motivações
por trás da fuga aos Estados Unidos. Por Jair de Souza
Desde
que foi anunciada há pouco mais de uma semana, um dos principais assuntos nas
pautas de conversas da maioria dos brasileiros tem sido tentar descobrir as
verdadeiras razões que levaram um dos mais ardentes expoentes da extrema
direita política de nosso país a fugir descaradamente para os Estados Unidos.
Muito
tem se falado sobre a covardia que seria uma qualidade inerente a todos os
adeptos do nazifascismo.
Porém,
há outros que creem que as motivações do dito cujo não devem estar limitadas às
propensões de covardia típicas daqueles que se apresentam como valentões e
machões e atuam como cães raivosos quando estão lidando com vítimas indefesas,
mas que costumam colocar o rabo entre as pernas e dar no pé diante de situações
em que são enfrentados com mais vigor.
O certo
é que, para vários analistas, o cidadão ao qual estamos nos referindo está
lançando mão da tradicional prática que vem caracterizando a todo seu grupo
familiar desde tempos imemoriais (imemoriais para nossa conjuntura política,
esclareço): o hábito de se aproveitar da política para acumular fortuna de
caráter pessoal.
Para
aqueles que sustentam este ponto de vista, uma prova evidente de que é assim
que todo o clã atua está dada pelo fato de que, embora nenhum deles tenha
jamais exercido algum tipo de trabalho fora da política, todos eles
enriqueceram como poucos em apenas umas poucas décadas.
Assim,
nos cochichos que tem sido ouvidos pelos corredores dos espaços políticos pelo
Brasil afora, o que se argumenta é que o personagem que protagoniza nosso texto
decidiu aproveitar a fuga para os Estados Unidos para levar adiante mais um
projeto com o qual sua capacidade empreendedora poderia trazer para si e para
seus patrocinadores mais alguns significativos rendimentos.
Dizem
as más línguas que o propósito em questão é juntar o queijo com a goiabada.
Assim, já que é para fugir, por que não encontrar no local de guarida alguma
forma de ganhar mais uns bons cobres?
E o que
se comenta é que a ideia principal é recorrer aos ensinamentos de um congênere
salvadorenho de nosso clã tupiniquim, ou seja, ninguém mais, ninguém menos que
Nayib Bukele, o presidente de El Salvador, cujos vínculos de dependência com os
interesses estadunidenses são mais do que conhecidos.
Os
rumores que andam à solta por todos os lados fazem menção à intenção de seguir
o exemplo do prócer da extrema direita salvadorenha, que inovou a economia de
seu país num esforço para diversificar o já batido modelo de dependência
baseado na exportação de bens primários e nas remessas enviadas dos Estados
Unidos pelos emigrantes salvadorenhos que tiveram de ir embora pela absoluta
falta de condições de sobrevivência em seu próprio país.
Agora,
de maneira muito inovadora, o presidente salvadorenho está invertendo o fluxo
de pessoas entre os Estados Unidos e El Salvador.
Em
lugar de haver tão somente gente querendo ir embora para tentar a vida nos
Estados Unidos, El Salvador passou a receber um grande contingente de pessoas
provenientes do gigante norte-americano.
O fato
de que as citadas pessoas cheguem ali contrariamente a sua vontade e como
prisioneiros condenados sem nenhum julgamento é apenas um detalhe menor que,
para os defensores desta nova maneira de expandir a economia, não merece nenhum
tipo de reprovação.
É bem
provável que o atual presidente salvadorenho aspire a passar a história como o
grande inovador, aquele que transformou um país da América Latina na primeira
colônia presidiária a serviço dos Estados Unidos.
Os
comentários nos meios políticos dão a entender que os expoentes da extrema
direita brasileira gostariam imensamente de ser, pelo menos, os segundos mais
ardorosos defensores deste tipo de projeto em nosso continente.
Portanto,
em conformidade com as fontes pesquisadas a respeito desta questão, as reais
motivações que impulsionaram a fuga de nosso personagem para os Estados Unidos
podem ter também muito a ver com seu desejo de aprender ali junto aos mentores
de Nayib Bukele as técnicas a empregar para obter resultados similares por
aqui.
Fonte:
Jornal GGN/Viomundo
Nenhum comentário:
Postar um comentário