quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Diplomatas europeus estão 'com medo' após vitória de Trump; Kiev pode perder apoio

Líderes europeus prometeram trabalhar com Donald Trump depois que ele declarou vitória na eleição presidencial dos EUA, mesmo diante da angústia com as implicações de seu retorno à Casa Branca, como uma economia mais protecionista.

De acordo com o Financial Times (FT), nesta quarta-feira (6), após a projeção da vitória de Trump a partir dos resultados que evidenciam sua vitória nos estados decisivos, líderes europeus manifestaram sua "ansiedade" em trabalhar com o futuro 47º presidente norte-americano.

"Os diplomatas europeus [...] apontaram que, tendo vencido tanto a votação popular como o Colégio Eleitoral, ele provavelmente vai obter ainda mais coragem em seu programa America first [América primeiro]", afirmou o artigo.

Depois que Trump prometeu interromper a ajuda militar à Ucrânia em seu esforço de guerra contra a Rússia e ameaçou retirar o apoio dos EUA aos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que não gastassem o suficiente em defesa, anunciando ainda impor tarifas gerais de até 20% sobre as importações europeias, a Europa traçou uma perspectiva temerosa sobre um possível retorno do republicano à liderança em Washington.

Um alto funcionário da UE envolvido nas negociações de um gabinete de crise do bloco, criadas em função de uma potencial presidência de Trump, chegou a afirmar ao FT estar "com medo".

Ele acrecentou que que a vitória de Trump vai afetar negativamente as relações entre EUA e UE na esfera comercial e que "a Ucrânia está em situação de dificuldade".

Protagonizando a eleição mais cara da história dos EUA e o maior "retorno político" já visto no país, segundo analistas, Trump fez muitas promessas duras durante sua campanha, que agora se chocam contra o ceticismo daqueles que desacreditavam de seu retorno, preocupando os que acreditam que sua vitória grandiosa contra a candidata democrata e vice-presidente Kamala Harris, possa fazer com que suas promessas se tornem realidade.

<><> Coreia do Norte pode restabelecer diálogo com EUA no governo Trump, diz ex-diplomata

Um ex-diplomata norte-coreano que desertou para a Coreia do Sul acredita que, com Donald Trump na presidência dos EUA, a Coreia do Norte poderá restabelecer o diálogo com Washington a fim de cancelar as sanções, informou a agência de notícias Yonhap.

Ri Il-gyu, ex-conselheiro de assuntos políticos da Embaixada da Coreia do Norte em Cuba, que fugiu para a Coreia do Sul em novembro de 2023, disse que, se Trump voltar à Casa Branca, Pyongyang pode reconsiderar sua política diplomática e tentar normalizar as relações com os EUA.

"Se o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, retornar à Casa Branca, a Coreia do Norte tentará estabelecer relações diplomáticas com os EUA e pressionará por um alívio parcial das sanções", afirmou.

Ele disse que as exigências mínimas de Pyongyang poderiam incluir não apenas o "reconhecimento diplomático", mas também a suspensão parcial das restrições impostas ao país.

Mas é improvável que os EUA façam tais concessões sem medidas recíprocas de Pyongyang, já que a desnuclearização da península coreana continua sendo uma questão fundamental nas relações bilaterais.

Ele acrescentou que, mesmo que os republicanos vençam, Washington "ainda poderá insistir" na desnuclearização completa e irreversível da Coreia do Norte.

"A Coreia do Norte provavelmente resistirá, buscando, em vez disso, a redução de armas nucleares."

Além disso, o diplomata observou que um compromisso envolvendo o congelamento do programa nuclear poderia ser aceitável tanto para Pyongyang quanto para Trump, que pode estar disposto a considerar essa opção como uma "conquista política".

O ex-presidente e candidato do Partido Republicano à presidência dos EUA Donald Trump, apesar das expectativas de uma luta longa e intensa pelos resultados, já foi declarado vencedor da eleição presidencial dos EUA por volta das 2h00, horário de Washington (4h00, horário de Brasília).

De acordo com a mídia, ele venceu em todos os principais estados. Depois disso, Trump discursou para seus apoiadores na Flórida e declarou vitória.

¨      Trump como presidente vai buscar acordos realistas, sem dinheiro para manter a Ucrânia, diz analista

O analista estratégico Paolo Raffone afirmou à Sputnik que o 47º presidente dos EUA, Donald Trump, não deve garantir o orçamento norte-americano "para manter a Ucrânia à tona". Para ele, Biden e seus acólitos europeus "são história".

Ao longo de sua campanha eleitoral, Donald Trump expressou consistentemente sua relutância em continuar financiando a liderança de Vladimir Zelensky na Ucrânia.

Após sua declaração de vitória na corrida presidencial dos EUA, Trump se dirigiu a seus apoiadores em um discurso comemorativo, prometendo "parar as guerras" em todo o mundo.

"Trump não vê nenhuma vantagem para os EUA continuarem gastando um orçamento enorme e capital político na Ucrânia. Se um acordo com a Rússia e a Ucrânia não puder ser alcançado, é possível que Trump pressione por uma 'política de conflito congelado' como uma espécie de controle de danos [...]. Os europeus terão que cobrir esses custos. Provavelmente será o fim da União Europeia [UE]", especulou o diretor da Fundação CIPI em Bruxelas.

À frente da política externa, o republicano provavelmente mostrará abertura para soluções "pragmáticas" com aliados e inimigos para alcançar "vantagem máxima" para os EUA, supôs o especialista.

"Espero uma grande barganha na qual Trump manterá a centralidade dos EUA como o 'interlocutor indispensável' nas relações bilaterais, também dentro da estrutura da multipolaridade. Provavelmente, haverá muito menos histeria sobre Rússia, Irã e China. O objetivo provável é 'reequilibrar o intercâmbio' com todos esses países. Eles podem não se tornar amigos, mas acordos são possíveis em interesse mútuo."

Em sua busca por uma agenda de interesse nacional, Trump pode redefinir as contribuições dos Estados Unidos para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), enfatizando que a proteção dos EUA para a Europa "não é uma carona grátis", observou Raffone.

"Trump garantirá aos europeus o escudo militar, mas cada Estado europeu terá que contribuir muito mais para a OTAN. As administrações anteriores dos EUA pediram para aumentar os gastos militares europeus acima de 2% do produto interno bruto [PIB]. Tal meta provavelmente será insuficiente durante o novo governo Trump", disse Raffone.

É difícil para Trump "aceitar qualquer ideia de autonomia estratégica europeia", enfatizou o especialista. Ele supôs que um novo governo Trump brandiria "uma combinação de comércio, tarifas e imposto de segurança para forçar os europeus a aumentar seus orçamentos militares e comprar mais dos norte-americanos".

"A dependência energética e tecnológica europeia é um fato [...]. A Europa deve encontrar espaço para um compromisso para lidar não apenas com os EUA, mas também com a Rússia, China e Oriente Médio. As atuais posições ideológicas na Comissão da UE, Paris e Berlim não são encorajadoras", enfatizou o especialista.

Olhando para as eleições dos EUA de 2028, ninguém da "velha guarda" estará concorrendo, conjeturou Raffone, sugerindo que "novas forças surgirão durante o atual mandato de Trump".

"O governo Trump provavelmente será um momento de transição. O resultado será visível na política dos EUA na próxima década. Atualmente, os dois partidos dos EUA vivem um momento populista. O tempo dirá se a política surgirá novamente nos EUA", concluiu.

<><> Empresário: democratas dos EUA 'merecem' derrota pela explosão do Nord Stream e mortes na Ucrânia

O fundador dos sites de compartilhamento de arquivos Megaupload e Mega, o empresário Kim Schmitz, também conhecido como Kim Dotcom, declarou que os democratas merecem a 'derrota’, acusando a atual administração dos EUA de explodir o gasoduto Nord Stream 2 (Corrente no Norte 2) e de matar um milhão de pessoas na Ucrânia e em Gaza.

"Eles roubaram a eleição em 2020. Eles destruíram a economia dos EUA. Eles mataram 1 milhão de pessoas na Ucrânia. Eles explodiram o Nord Stream 2. Eles destruíram a economia da UE. Eles cometeram genocídio na Faixa de Gaza. Eles incendiaram o Oriente Médio. Eles mentiram aos americanos sem parar", escreveu Schmitz na rede social X.

"Eles merecem este fracasso. O karma é real", acrescentou ele na sua mensagem.

Anteriormente, nesta quarta-feira (6), o candidato presidencial republicano Donald Trump declarou vitória como 47º presidente dos EUA em seu discurso aos apoiadores após a publicação dos dados preliminares que o dão como vencedor na eleição contra a vice-presidente Kamala Harris.

¨      Mais de 40% dos americanos estão insatisfeitos com a situação nos EUA, diz mídia

Pelo menos 43% dos norte-americanos estão insatisfeitos e 29% irritados com a situação dos Estados Unidos, de acordo com uma pesquisa de boca de urna da CNN publicada nesta terça-feira (5), quando ocorre a eleição presidencial.

Apenas 7% dos entrevistados disseram se sentir entusiasmados com a situação do país e 19% estão satisfeitos com ela, revelou a pesquisa.

Quando questionados se aprovam o trabalho do atual presidente dos EUA, Joe Biden, 58% disseram que não, enquanto 41% afirmaram gostar de seu desempenho, de acordo com a pesquisa.

¨      Rússia tem sido historicamente 'atacada' pelo Ocidente, afirma Maduro

Na última terça-feira (5), o presidente venezuelano Nicolás Maduro acusou o Ocidente de atacar a Rússia e os outros países que compõem o BRICS por representarem um bloco de força no mundo contra a hegemonia dos EUA.

"A Rússia tão subestimada e tão atacada, antes por Napoleão, hoje novamente pelo nazifascismo. [...] As elites do Ocidente reagem contra esse bloco de força e contra os países mais poderosos do bloco de força", disse Maduro durante o encerramento do Fórum Parlamentar Mundial contra o Fascismo, o Neofascismo e Expressões Similares, realizado em Caracas.

Neste sentido, o presidente garantiu que o BRICS (originalmente compostos por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) representa uma alternativa para o desenvolvimento das diversas áreas dos países emergentes.

"É a primeira vez em 100 anos que surge um novo bloco de poder pluricêntrico, pluripolar, multicêntrico, com poder econômico, científico, tecnológico, cultural e educacional que representa uma alternativa diferente na humanidade e que vê no horizonte uma mudança definitiva nas relações de poder", disse ele.

Da mesma forma, Maduro afirmou mais uma vez que a Venezuela não pode ser banida do referido grupo emergente.

No dia 24 de outubro, o Brasil vetou a entrada de Caracas no BRICS, durante a XVI cúpula da aliança realizada na cidade russa de Kazan, alegando quebra de confiança no cumprimento do Acordo de Barbados por parte de Caracas.

O governo venezuelano, por sua vez, qualificou a decisão de Brasília como uma "agressão" e um "gesto hostil" por parte da diplomacia brasileira.

Cuba e Bolívia aderiram formalmente como parceiros do BRICS juntamente com Argélia, Belarus, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.

No início deste ano, a Arábia Saudita, o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia e o Irã foram incluídos como membros plenos.

A 16ª Cúpula do BRICS foi realizada de 22 a 24 de outubro em Kazan.

¨      Rússia e China estão cooperando em tecnologias de aviação e defesa antidrone, informa mídia

Uma empresa chinesa planeja usar a experiência e capacidade russas no campo de veículos aéreos não tripulados (VANT) e aviação a fim de usar drones na logística, resgate, indústria e agricultura, além de segurança, informa o jornal South China Morning Post.

De acordo com as informações, a Universidade Técnica Estatal de Aviação de Ufa assinou um acordo com a empresa chinesa Guangxi Xinhang Shengjie Emergency Industrial Park Management Company.

A última se especializa "em tecnologia de emergência e serviços de segurança" e pretende produzir VANTs de longo alcance, com alta capacidade de carga e de "altos padrões de segurança".

"A China e a Rússia mantiveram interações extensas sobre tópicos como a introdução de tecnologia de aviação russa e tecnologia de defesa contra drones de baixa altitude", cita o jornal uma notícia da mídia chinesa.

Os drones da empresa chinesa vão ser produzidos para utilização em operações de resgate, transportes logísticos, agricultura, setor industrial e "patrulhas de segurança", segundo o artigo.

A universidade russa, por sua vez, deverá fornecer à China tecnologias de drones, especialistas para o treinamento e ensino e helicópteros de carga pesada.

¨      China teria criado arma de feixe de energia convergente semelhante à 'Estrela da Morte', diz mídia

Cientistas da China relataram o desenvolvimento de um novo tipo de arma de micro-ondas que pode sincronizar e direcionar com precisão as ondas eletromagnéticas, escreve o jornal South China Morning Post (SCMP).

O artigo aponta que pesquisadores chineses testaram com sucesso um sistema de armas composto por vários dispositivos. Ele pode emitir micro-ondas fundindo-se em um poderoso feixe de energia, direcionado para o alvo.

Os jornalistas do SCMP compararam a arma com a "Estrela da Morte" – uma estação espacial de combate na série de ficção científica "Star Wars", ou "Guerra nas Estrelas".

Anteriormente, pensava-se que este conceito é extremamente difícil de implementar, pois é necessário sincronizar o aparelho emissor de feixe com muita precisão. Durante os testes foi confirmado que o sistema pode bloquear efetivamente sinais de satélites – por exemplo, GPS.

"Tem sido considerado difícil de trazer à vida esta ideia, já que as ondas eletromagnéticas de diferentes plataformas de transmissão precisam chegar ao mesmo local e ao tempo e na mesma forma para alcançar combinação de potência eficaz", escreve o artigo.

De acordo com os cálculos da equipe de pesquisa, isso exige que cada dispositivo de micro-ondas seja implantado com um erro posicional reduzido a meros milímetros, e o erro de sincronização temporal entre eles não pode exceder 170 picossegundos, ou seja, trilionésimos de segundo, que é mais preciso do que os relógios atômicos nos satélites GPS.

Os pesquisadores conectaram os dispositivos de sincronização nas plataformas de transmissão com fibras ópticas para alcançar a "sincronização de precisão de tempo ultra-alta".

O artigo afirma que o novo armamento pode ser usado para pesquisas científicas, não apenas para fins militares.

<><> Com estreia do J-35A, China é o 2º país do mundo a operar 2 tipos de caças furtivos, diz mídia

O novo caça furtivo da China, o J-35A, está programado para estrear no Airshow China 2024, de acordo com um anúncio feito na terça-feira (5) pela Força Aérea do Exército de Libertação Popular (ELP) chinês.

Segundo especialistas que falaram ao Global Times (GT), com o comissionamento oficial do J-35A na Força Aérea do ELP a China se torna o segundo país do mundo a operar dois tipos de caças furtivos.

Ao todo, a Força Aérea do ELP vai exibir 36 tipos de equipamentos em suas demonstrações aéreas e exibições estáticas terrestres, para mostrar o desenvolvimento de seus equipamentos de forma abrangente, marcando o 75º aniversário de sua criação e sua participação no Airshow China 2024.

As equipes acrobáticas Bayi e Red Falcon, juntamente com 26 aeronaves de sete tipos, como o caça furtivo J-20, o caça multifunção J-16 e a aeronave-tanque YU-20A, vão fazer apresentações no evento, segundo comunicado da força.

Além disso, pela primeira vez novos equipamentos, como o caça furtivo multifunção J-35A de médio porte, o sistema de mísseis terra-ar HQ-19 e o drone de reconhecimento armado de novo tipo serão exibidos, o que para os especialistas ouvidos pelo GT significa a confirmação de sua entrada em serviço e o atendimento aos padrões técnicos e táticos do ELP.

O J-35A tem um design diferente do primeiro caça furtivo da China, o J-20. O J-20, com uma configuração de asa com canards, é um caça pesado com foco em missões de superioridade aérea comparável ao F-22 dos EUA, enquanto o J-35A de tamanho médio usa uma configuração de asa de cauda semelhante ao F-35 dos EUA que também tem fortes capacidades de ataque de superfície, de acordo com o especialista em aviação militar chinês Fu Qianshao, que falou ao GT.

De acordo com a Corporação da Indústria de Aviação da China (AVIC, na sigla em inglês), a desenvolvedora do J-35A, a missão da aeronave furtiva é capturar e controlar a superioridade aérea, eliminar aeronaves de combate hostis de quarta/quinta geração e forças de defesa antiaérea de solo/superfície, bem como interceptar alvos hostis aéreos, incluindo caças, bombardeiros e mísseis de cruzeiro.

Refletindo os últimos insights dos projetistas de aviões de guerra chineses sobre combate aéreo, a nova aeronave de combate foi testada no início deste ano, segundo a Televisão Central da China em setembro, no porta-aviões Liaoning da Marinha do ELP.

A letra "A" em seu nome indica inclusive que outras versões podem ser colocadas em serviço, fazendo com que a mídia especulasse ainda se a nova aeronave poderia ser a versão embarcada do J-35.

O Airshow China 2024 está programado para ser realizado de 12 a 17 de novembro em Zhuhai, província de Guangdong, no sul da China.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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