Sistema de transplantes do Brasil é reconhecido internacionalmente, diz
cardiologista
A cardiologista da Rede D’Or e do hospital
Sírio-Libanês Stéphanie Rizk afirmou nesta segunda-feira (28), em entrevista
à CNN, que o sistema de
lista única de transplantes do Brasil é
reconhecido internacionalmente.
A fala vem na esteira das insinuações de que o
apresentador Fausto Silva, que passou por um transplante ontem para tratar uma
insuficiência cardíaca, teria
furado a fila de espera de órgãos.
Stéphanie ressaltou que a lista é única, de modo
que o tempo de espera de cada paciente por um órgão não é influenciado pelo
sistema de financiamento do transplante – seja ele pago pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), por um plano de saúde ou de forma particular.
“Se tem uma coisa que funciona no Brasil e a gente
é conhecido internacionalmente, é a transparência da nossa lista do sistema
público de transplante. O modelo econômico não interfere em absolutamente nada,
é uma lista única que realmente leva em conta a gravidade do paciente”,
explicou.
A médica disse ainda que os principais riscos de
complicações no pós-operatório de um transplante são a infecção e a rejeição –
ambas controladas pela administração correta de imunossupressores.
“Por mais que o órgão seja compatível, o paciente
não deixa de ter um órgão estranho dentro dele. Ele precisa tomar uma medicação
para evitar que o organismo rejeite aquele novo coração dentro dele, são os
remédios imunossupressores. É sempre aquela balança da rejeição vs infecção.
Você não pode tomar remédio para imunossuprimir demais seu organismo a ponto de
estar mais suscetível a uma infecção grave”, explicou.
Outros problemas causados pelos imunossupressores
também foram destacados pela cardiologista, como:
- Insuficiência renal;
- Neoplasia, ou seja, câncer;
- Doença vascular do enxerto.
Ø Transplante do coração: Lista é única e independente do meio de
financiamento, diz Kalil
O presidente do InCor e apresentador do Sinais Vitais, Roberto Kalil, afirmou
nesta segunda-feira (28), em entrevista à CNN, que a lista de
transplantes no Brasil é única, ou seja, reúne
em um só lugar todos os que esperam por um órgão, independente do meio de
financiamento.
“A lista funciona é uma lista única, independente
se a pessoa vai fazer no particular, no SUS. Quando se coloca o paciente na
lista, não se tem identificação, a caracterização do paciente”, explicou o
médico.
A declaração do apresentador vem na esteira das
insinuações de que o apresentador Fausto Silva, que passou por um transplante
ontem para tratar uma insuficiência cardíaca, teria
furado a fila de espera de órgãos.
Kalil reforçou ainda que o sistema
é completamente anônimo. Logo, o receptor também
não tem informações sobre a identidade do doador ou de sua família.
“O receptor não sabe de onde vem, quem é a família
de quem recebe o órgão. As priorizações na fila são bem rigorosas e dependem de
vários critérios: tipo sanguíneo, o tamanho da pessoa e assim por diante”,
relatou.
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Como foi o transplante do
Faustão?
Faustão, de 73 anos, foi operado no início da tarde
de domingo (27), no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
A unidade de saúde informou, em boletim médico, que
foi acionada pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo na madrugada
deste domingo, “quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do
órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B”.
Segundo os médicos responsáveis, a cirurgia foi
realizada com sucesso e Faustão permanecerá na UTI, pois “as próximas horas são
importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição”.
O órgão, que era de um homem de 35 anos, veio de
Santos, no litoral paulista, de helicóptero. De acordo com a Secretária de Saúde
de São Paulo, a partir do momento em que houve a disponibilidade do órgão, o
sistema selecionou doze pacientes que atendiam aos requisitos para o
transplante.
Destes, quatro tinham prioridade. Faustão ocupava a
segunda posição nesta lista e recebeu o órgão depois de a equipe do paciente
que estava em primeiro
lugar na lista de prioridade recusar o órgão.
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Entenda o papel dos medicamentos para evitar
rejeição de coração
O apresentador Fausto Silva, que esperava por um
transplante cardíaco para tratar de uma insuficiência cardíaca, recebeu um
coração e foi operado no hospital Albert Einstein domingo (27).
Em nota assinado pelos médicos Fernando Bacal,
Fábio Antônio Gaiotto e Miguel Cendoroglo Neto, a unidade hospitalar disse que
as horas subsequentes à cirurgia seriam importantes para o “acompanhamento da
adaptação do órgão e controle de rejeição” do coração transplantado. Faustão,
que tem 73 anos, permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do
hospital.
Em entrevista à CNN, o presidente do InCor e apresentador do Sinais Vitais, Roberto Kalil, afirmou
nesta segunda-feira (28) que a rejeição
de órgãos transplantados, que antes era um dos grandes problemas apresentados
pelo processo, hoje é evitada com a administração de medicamentos
imunossupressores nos pacientes.
“Hoje em dia se começa um pós-operatório
convencional de cirurgia cardíaca associado a algumas drogas, como corticoides
e, principalmente, os imunossupressores — que são dados no primeiro dia após o
transplante”, relatou.
A cardiologista da Rede D’Or e do hospital
Sírio-Libanês Stéphanie Rizk, também em
entrevista à CNN, explicou que o tratamento com esse tipo de medicação precisava ser
feito com cuidado, para que ele não tenha como consequência infecções que
comprometam o estado do paciente.
“Por mais que o órgão seja compatível, o paciente
não deixa de ter um órgão estranho dentro dele. Ele precisa tomar uma medicação
para evitar que o organismo rejeite aquele novo coração dentro dele. São os
remédios imunossupressores. É sempre aquela balança da rejeição vs infecção.
Você não pode tomar remédio para imunossuprimir demais seu organismo a ponto de
estar mais suscetível a uma infecção grave”, explicou.
Fonte: CNN Brasil
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