Secretária de Comércio americana elogia diálogo para reerguer laços
EUA-China
A secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo,
visitou a Boeing Serviços de Aviação de Xangai, a Universidade de Nova York de
Xangai e a Disneylândia no último dia de sua viagem de quatro dias.
A secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo,
saudou "um começo importante" para Pequim e Washington administrarem
as tensões nesta quarta-feira (30), de acordo com o South China Morning Post
(SCMP).
Raimondo encerrou sua viagem de quatro dias à China
com a criação de grupos de trabalho para facilitar futuras comunicações
bilaterais entre os países, mas não avançou em qualquer negociação.
"Foi um grande passo em frente. Não podemos
resolver nenhum problema sem primeiro nos comunicar", afirmou a
secretária. "Foram três dias de reuniões produtivas e a maior conquista
foi iniciar a comunicação regular", disse Raimondo, respondendo ao SCMP.
Raimondo, a quarta alta funcionária dos EUA a
visitar a China nos últimos meses e primeira chefe de Comércio em cinco anos,
testemunhou a criação de um novo grupo de trabalho governamental e do setor
privado — que deve discutir e procurar resolver problemas comerciais e de
investimento — e um mecanismo de revisão que envolve controles de exportação
dos EUA.
Raimondo manteve um tom duro em relação à segurança
nacional, que limitou o acesso da China à tecnologia avançada, e disse que
também levantou preocupações sobre subsídios, ataques a empresas de consultoria
dos EUA, falta de condições de concorrência equitativas e roubo de propriedade
intelectual às autoridades chinesas durante a sua visita.
"Não há espaço para negociação quando se trata
de proteger a segurança nacional dos Estados Unidos, incluindo a detecção de
tecnologia emergente", disse ela, alegando que ambos os lados concordaram
em facilitar novas negociações e descobrir como proteger os segredos comerciais
e a propriedade intelectual.
Raimondo apelou para China "promover a
transparência e a aplicação justa de leis e regulamentos para garantir
estabilidade e previsibilidade no ambiente de negócios para os EUA e outros
investidores", em uma reunião com o secretário do Partido Comunista de
Xangai, Chen Jining, nesta quarta-feira, segundo o Departamento de Comércio dos
EUA.
"As empresas precisam de um ambiente
regulatório previsível. Não vamos regressar aos dias em que dialogávamos pelo
diálogo", pontuou a secretária.
·
Às vésperas do G20, China divulga mapa e Índia
acusa Pequim de pegar seu território
A Índia, através do seu porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores, apresentou um protesto diplomático a Pequim pela
publicação de um mapa oficial que mostra a China reivindicando território
indiano dentro do Himalaia.
Líderes dos dois países asiáticos estão próximos de
se encontrar novamente na cúpula do G20 que acontecerá nos dias 9 e 10 de
setembro na capital indiana. Entretanto, mapa divulgado pela China nesta semana
elevaram as tensões.
"Apresentamos um forte protesto através dos
canais diplomáticos com o lado chinês sobre o chamado 'mapa padrão' de 2023 da
China que reivindica o território da Índia. Rejeitamos essas reivindicações
porque não têm base. Tais medidas do lado chinês apenas complicam a resolução
da questão da fronteira", disse Shri Arindam Bagchi em nota publicada no
site da chancelaria indiana ontem (29).
No mapa, partes do estado indiano de Arunachal
Pradesh sob controle da China, ampliando a partir de uma medida tomada em abril
para renomear 11 áreas na região como parte do sul do Tibete.
Aksai Chin, um planalto disputado no oeste do
Himalaia reivindicado pela Índia, mas controlado pela China, também foi
incluído, relata a Bloomberg. Ainda segundo a mídia, o governo chinês divulgou
o mapa para que editores, empresas e outros tenham uma versão oficial para
referência.
Apesar da China estar trabalhando para separar a
disputa fronteiriça da sua relação geral com a Índia, Nova Deli acredita que as
relações bilaterais normais dependem da resolução da disputa fronteiriça.
Em resposta, a Índia desencorajou as empresas de
negociarem e investirem em território chinês, proibiu algumas aplicações para
celulares desenvolvidas pelo vizinho e reduziu a emissão de vistos a cidadãos
chineses.
A última crise surge poucos dias após Xi Jinping e
Narendra Modi terem se falado brevemente na 15ª Cúpula do BRICS e poucos dias
antes dos líderes possivelmente se encontraram novamente para cúpula do G20.
Ø EUA estão em negociação com Filipinas para desenvolver porto próximo a
Taiwan, diz mídia britânica
Washington está articulandomeios para desenvolver
um porto civil nas remotas ilhas mais ao norte das Filipinas. A localidade
exata seria nas ilhas Batanes, a menos de 200 km de Taiwan.
A governadora provincial das ilhas Batanes, Marilou
Cayco, disse à Reuters em mensagem que havia buscado financiamento
norte-americano para a construção de um "porto alternativo" na
região, destinado a auxiliar o descarregamento de carga da capital, Manila,
durante o mar agitado na estação das monções.
Duas outras autoridades filipinas – sob anonimato
porque não estavam autorizadas a falar com a imprensa – disseram que tropas
norte-americanas visitaram recentemente Batanes para discutir o porto.
Um deles, um alto oficial militar, afirmou que as
Forças Armadas filipinas estavam interessadas em radar e em melhorar as
capacidades de monitoramento na área. A governadora confirmou a visita, dizendo
que veio "uma vez para avaliar" o porto alternativo proposto.
Cayco também disse que não conversou com os EUA
sobre o Acordo Reforçado de Cooperação em Defesa (EDCA, na sigla em inglês) ou
sobre instalações de radar, acrescentando que ainda não houve discussões sobre
qual acesso Washington teria ao porto proposto, mas as tropas poderiam usar
todos os portos da área para exercícios militares regulares como o Balikatan.
O envolvimento militar dos EUA no porto proposto
poderá alimentar tensões em um momento de crescente atrito com a China e de um
esforço de Washington para intensificar o seu compromisso de longa data no
tratado de defesa com as Filipinas.
O canal Bashi entre essas ilhas e Taiwan é
considerado um ponto de estrangulamento para os navios que se deslocam entre o
Pacífico e o contestado mar do Sul da China, ao mesmo tempo que é uma via
navegável fundamental no caso de uma invasão chinesa de Taiwan.
Autoridades de segurança em Manila disseram
acreditar que qualquer conflito militar no estreito de Taiwan afetaria
inevitavelmente as Filipinas, dada a sua proximidade geográfica com a ilha e a
presença de mais de 150 mil filipinos na ilha autogovernada.
O especialista em assuntos marítimos da
Universidade das Filipinas, Jay Batongbacal, analisou que o porto proposto
"certamente seria necessário para a defesa da ilha no pior cenário".
"Se eu fosse um estrategista chinês, gostaria
de tomar no mínimo Batanes para garantir o controle do estreito de Luzon e usar
a ilha para evitar a aproximação de forças navais adversárias”, disse o
especialista citado pela mídia.
A Embaixada da China em Manila não respondeu
imediatamente a um pedido de comentários sobre o porto proposto.
Pequim enxerga Taiwan como uma província renegada
que pertence por direito à China no âmbito da política de Uma Só China, enquanto
a ilha autogovernada não declarou formalmente a independência, mas afirma já o
ser e mantém laços próximos com os EUA.
Estes, por sua vez, expressaram nos últimos anos a
vontade de "conter" a China e o seu desenvolvimento.
Ø O PIB da Rússia cresceu 1,6% no primeiro semestre do ano
Resultado superou a estimativa preliminar do
Ministério do Desenvolvimento Econômico russo.
O Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia cresceu
1,6% no primeiro semestre do ano. Os dados são de um relatório publicado nesta
quarta-feira (30), pelo Serviço Federal da Estatística (Rosstat), a agência de
estatísticas oficial do país.
De acordo com o relatório, o resultado superou a
estimativa preliminar do Ministério do Desenvolvimento Econômico russo. O órgão
havia projetado uma expansão de 1,4%.
No início de agosto, o chefe do Ministério do
Desenvolvimento Econômico, Maksim Reshetnikov, disse que a taxa de crescimento
do produto interno bruto em 2023 seria superior a 2%. Ele ressaltou que a
agência apresentará posteriormente uma previsão atualizada.
·
Europa encontra uma fuga surpreendente da crise do
gás, relata mídia
A crise industrial tornou-se um "forte
aliado" da Europa em manter os preços do gás em antecipação ao tempo frio,
escreve o observador da Bloomberg, Javier Blas.
"A crise industrial que assola o continente –
tendo a atividade industrial na Alemanha se contraído por 14 meses consecutivos
– é o melhor antídoto contra um aperto no fornecimento de gás. Com amigos
assim, quem precisa de inimigos?", observa o autor.
Segundo ele, a Europa está "vencendo" a
crise energética por causa de seu impacto em seu epicentro industrial: em todo
o continente, empresas com uso intensivo de energia, incapazes de lidar com o
aumento dos preços da energia, estão fechando ou reduzindo a produção.
Como observa Blas, o banco Morgan Stanley prevê que
a demanda total de gás na Europa será 15% abaixo da média de cinco anos.
"Como tal, o preço de evitar a crise
energética é uma profunda recessão no setor industrial e uma perda de
crescimento econômico a longo prazo. [...] Preços altos resolvem preços altos.
Mas sempre há um custo", enfatiza o observador.
Na segunda-feira (28), os preços do gás na Europa
subiram 8 % para 420 dólares (R$ 2.038) por mil metros cúbicos.
Especialistas citaram o declínio nas exportações de
gás encanado da Noruega como um impulsionador do crescimento, bem como as
preocupações dos participantes do mercado sobre a falha no fornecimento de gás
natural liquefeito (GNL) da Austrália devido a possíveis greves em grandes
empresas de GNL. No final da terça-feira (29), os preços caíram quase 10 %,
para 387 dólares (R$ 1.878) por mil metros cúbicos.
·
Mesmo com sanções, UE importa volume recorde de gás
natural liquefeito da Rússia, diz mídia
Bélgica e Espanha são a segunda e terceira maiores
importadoras mundiais de gás natural liquefeito (GNL) russo neste ano.
De acordo com o Financial Times (FT), a União
Europeia (UE) deve importar volume recorde de gás natural liquefeito da Rússia
neste ano, apesar da intenção do bloco de se libertar dos combustíveis fósseis
russos até 2027.
Segundo a análise de dados da indústria de energia
da organização não governamental (ONG) Global Witness, nos primeiros sete meses
deste ano, a Bélgica e a Espanha foram a segunda e a terceira maiores
compradoras de GNL russo, perdendo apenas para a China, um aumento muito
superior à média global de 6% de janeiro a julho deste ano.
As importações de GNL pela UE aumentaram 40% de
janeiro a junho em comparação com o mesmo período de 2021 especialmente porque
antes do início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia o bloco
europeu contava com abastecimento canalizado russo.
"É chocante que os países da UE tenham
trabalhado tão arduamente para se livrarem do gás fóssil russo canalizado
apenas para substituí-lo pelo equivalente enviado", disse o ativista
sênior de combustíveis fósseis na Global Witness, Jonathan Noronha-Gant ao FT.
Segundo a mídia, a maior parte dos volumes russos
vem da joint venture Yamal LNG, que é de propriedade majoritária da empresa
russa Novatek. Outras participações são detidas pela TotalEnergies da França,
pela CNPC da China e por um fundo estatal chinês. O empreendimento está isento
de taxas de exportação, mas está sujeito ao imposto de renda.
O analista sênior de GNL da consultora ICIS, Alex
Froley, disse ao FT que "os compradores de longo prazo na Europa dizem que
continuarão a aceitar volumes contratados, a menos que sejam proibidos pelos
políticos", o que segundo ele causaria mudanças significativas no
transporte marítimo e nos padrões de comércio global.
A ministra espanhola da Energia, Teresa Ribera,
cujo governo lidera a presidência rotativa de seis meses da UE, chegou a
afirmar em março que o GNL deveria ser alvo de sanções, acrescentando que a
situação era "absurda".
As autoridades da UE apontaram para um esforço
global para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis russos até 2027, mas
alertaram que uma proibição total das importações de GNL corre o risco de
provocar uma crise energética semelhante à de 2022, quando os preços do gás
atingiram máximo recorde de mais de € 300 (R$ 1.585,13) por megawatt/hora no
bloco.
Uma fonte ouvida pelo FT afirmou que, apesar de os
contentores de armazenamento de gás europeus estarem mais de 90% cheios antes
do inverno (Hemisfério Norte), ainda havia "muito nervosismo" caso
houvesse novos cortes no fornecimento.
O GNL russo foi responsável por 21,6 milhões (16%)
do total de 133,5 milhões de metros cúbicos de importações de GNL da UE entre
janeiro e julho, segundo dados da Kpler, tornando-o o segundo maior fornecedor
do bloco atrás dos EUA que galgaram a posição após o início das sanções
ocidentais contra Moscou.
A UE deve reduzir a procura em mais 10%, disse o
diretor de energia, clima e recursos do Eurasia Group, Henning Gloystein.
"Se não reduzirmos estruturalmente o consumo de gás em 10% a 15%, corremos
o risco de repetir esta corrida [pelo abastecimento] todos os anos."
Ø 'Não tem chance': no Reino Unido destroem principal esperança de
Zelensky
A Ucrânia não tem chance de se juntar à União
Europeia (UE), pensou o observador do jornal The Telegraph e coronel britânico
aposentado Richard Kemp.
"O maior serviço que a UE pode prestar ao povo
da Ucrânia é o de não manter a vã esperança de adesão em um momento futuro
indefinido", diz o especialista.
Segundo ele, a Ucrânia não será aceita na união por
causa do custo desse processo e do apoio ao devastado conflito militar do país.
Kemp argumenta que a situação pode mudar se a alocação do orçamento da UE e o
processo de tomada de decisão puderem ser substancialmente alterados, mas isso
provavelmente não acontecerá.
Além disso, sua adesão perturbaria o equilíbrio de
poder na União Europeia, que é apoiada pela Alemanha e pela França, uma vez que
o país teria influência significativa por causa do tamanho de sua população,
observa-se no artigo.
"Com alguns membros existentes a perder tanto
em termos de benefícios econômicos e soberania nacional, as mudanças de longo
alcance necessárias para admitir a Ucrânia certamente levariam muitos anos e
talvez, finalmente, se revelassem inatingíveis", enfatizou o autor.
Em 28 de fevereiro de 2022, o presidente ucraniano
Vladimir Zelensky assinou um pedido de adesão à União Europeia. Os chefes de
Estado e de governo da UE, em uma cúpula realizada em Bruxelas, em 23 de junho
de 2022, aprovaram a concessão à Ucrânia e à Moldávia do status de candidatas à
adesão. A Comissão Europeia, nas suas recomendações a Kiev, estabeleceu várias
condições em que a Ucrânia ainda não teve muito sucesso.
Fonte: Sputnik Brasil
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